A ausência do almirante Almir Garnier Santos na cerimônia de passagem de comando da Marinha foi criticada por oficiais-generais do Exército e da Força Aérea. Um deles lembrou que, ao tomar essa atitude, Garnier atentou, de certa forma, contra o ethos militar.
Outro concordou que o ato do almirante não atingiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o próprio Garnier, que devia saber que a continência que se recusou a prestar não se devia à figura do presidente, mas à instituição da Presidência.
Um brigadeiro lembrou que o ex-comandante da FAB Carlos de Almeida Baptista Junior disse, no dia 2, ao passar o comando ao brigadeiro Marcelo Damasceno: “Esse gesto de saudação militar, impessoal, visa às autoridades, não às pessoas. Minha continência selará a passagem da autoridade que recebi de meu antecessor”.
Um dos comandantes do governo de Jair Bolsonaro, Baptista Junior chegou a marcar sua passagem de comando para o dia 23 de dezembro, mas foi demovido da ideia. Garnier, que organizara o desfile de tanques na Esplanada no dia em que o Congresso rejeitou a PEC do Voto Impresso, queria fazer o mesmo. Como o almirantado o desaconselhou, ele decidiu não ir à posse do sucessor, o almirante Marcos Sampaio Olsen.