As relações entre o Poder Civil e o poder Militar

Crise na Argentina trava compra de R$ 2 bi em blindados negociada por Lula


Presidente havia assinado protocolo sobre a venda de 161 Guaranis ao visitar Buenos Aires em janeiro; negócio emperrou em razão da crise no país vizinho

Por Marcelo Godoy
Atualização:

Pouca gente prestou atenção à visita do general Tomás Miguel Ribeiro de Paiva, comandante do Exército, a Buenos Aires, entre 28 de maio e 1.º de junho. Nas redes sociais bolsonaristas, apenas o barulho de sempre em razão de Tomás ter recebido a Gran Cruz de la Orden a los Servicios Distinguidos, a mais alta condecoração concedida a militares estrangeiros, das mãos do chefe do Exército argentino, Guilherme Pereda. Tudo se resumia às cansativas lacrações.

O general Tomás Miguel Paiva, comandante do Exército brasileiro, e o general Guilhermo Pereda, comandante do Exército argentino Foto: Exército Argentino

Um tema, porém, esteve presente nas conversas entre os generais brasileiros e os argentinos: a compra de 161 blindados (156 veículos operacionais e 5 para instrução) Guarani, fabricados pela Iveco, em Minas. O aval para o negócio era resultado de um acordo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente argentino Alberto Fernández em janeiro. Por meio dele, o Brasil se comprometia a transferir tecnologia para o país vizinho a fim de aumentar progressivamente a fabricação de peças do veículo na Argentina, além de apoio logístico e de treinamento de tripulações e do pessoal técnico do Exército argentino.

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Atualmente, o motor do veículo – um blindado 6 x 6 – já é produzido na Argentina. O acordo, que prevê a transferência de tecnologia, havia ficado parado durante o governo de Jair Bolsonaro. Com capacidade ociosa em sua fábrica e com vendas de 114 unidades para as Filipinas congeladas pelo veto alemão (o sistema de transmissão é de um fabricante daquele País) e com a venda de outros 450 blindados na versão ambulância para a Ucrânia vetadas pelo Itamaraty, o negócio argentino ganhava importância. Ele envolve R$ 1,93 bilhão (cada unidade sairia por R$ 12 milhões), mas está parado diante da crise econômica argentina.

O negócio foi tratado pelo general Tomás e por sua comitiva, incluindo o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, com os colegas argentinos. Acompanhado pelo embaixador brasileiro em Buenos Aires, Reinaldo Salgado, o general Tomás visitou ainda o ministro da Defesa argentino, Jorge Taiana. Todas as questões técnicas e de cooperação com os argentinos estão resolvidas, segundo militares ouvidos pela coluna. O que resta é definir a “parte financeira”.

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Blindado Guarani adquirido pelo Exército brasileiro Foto: PASTORE

No próximo dia 26, o presidente argentino estará em Brasília para se encontrar com Lula pela quinta vez neste ano. Entre os temas que devem ser tratados pelos dois mandatários está exatamente o apoio do Brasil com financiamento de empresas nacionais exportadoras de bens e serviços para a Argentina, além do ingresso do país vizinho como integrante do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics.

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Por fim, os dois Exércitos devem participar entre julho e agosto da Operação Arandu, único exercício para o qual a Força Terretre enviará neste ano tropa ao exterior.

Pouca gente prestou atenção à visita do general Tomás Miguel Ribeiro de Paiva, comandante do Exército, a Buenos Aires, entre 28 de maio e 1.º de junho. Nas redes sociais bolsonaristas, apenas o barulho de sempre em razão de Tomás ter recebido a Gran Cruz de la Orden a los Servicios Distinguidos, a mais alta condecoração concedida a militares estrangeiros, das mãos do chefe do Exército argentino, Guilherme Pereda. Tudo se resumia às cansativas lacrações.

O general Tomás Miguel Paiva, comandante do Exército brasileiro, e o general Guilhermo Pereda, comandante do Exército argentino Foto: Exército Argentino

Um tema, porém, esteve presente nas conversas entre os generais brasileiros e os argentinos: a compra de 161 blindados (156 veículos operacionais e 5 para instrução) Guarani, fabricados pela Iveco, em Minas. O aval para o negócio era resultado de um acordo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente argentino Alberto Fernández em janeiro. Por meio dele, o Brasil se comprometia a transferir tecnologia para o país vizinho a fim de aumentar progressivamente a fabricação de peças do veículo na Argentina, além de apoio logístico e de treinamento de tripulações e do pessoal técnico do Exército argentino.

Atualmente, o motor do veículo – um blindado 6 x 6 – já é produzido na Argentina. O acordo, que prevê a transferência de tecnologia, havia ficado parado durante o governo de Jair Bolsonaro. Com capacidade ociosa em sua fábrica e com vendas de 114 unidades para as Filipinas congeladas pelo veto alemão (o sistema de transmissão é de um fabricante daquele País) e com a venda de outros 450 blindados na versão ambulância para a Ucrânia vetadas pelo Itamaraty, o negócio argentino ganhava importância. Ele envolve R$ 1,93 bilhão (cada unidade sairia por R$ 12 milhões), mas está parado diante da crise econômica argentina.

O negócio foi tratado pelo general Tomás e por sua comitiva, incluindo o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, com os colegas argentinos. Acompanhado pelo embaixador brasileiro em Buenos Aires, Reinaldo Salgado, o general Tomás visitou ainda o ministro da Defesa argentino, Jorge Taiana. Todas as questões técnicas e de cooperação com os argentinos estão resolvidas, segundo militares ouvidos pela coluna. O que resta é definir a “parte financeira”.

Blindado Guarani adquirido pelo Exército brasileiro Foto: PASTORE

No próximo dia 26, o presidente argentino estará em Brasília para se encontrar com Lula pela quinta vez neste ano. Entre os temas que devem ser tratados pelos dois mandatários está exatamente o apoio do Brasil com financiamento de empresas nacionais exportadoras de bens e serviços para a Argentina, além do ingresso do país vizinho como integrante do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics.

Por fim, os dois Exércitos devem participar entre julho e agosto da Operação Arandu, único exercício para o qual a Força Terretre enviará neste ano tropa ao exterior.

Pouca gente prestou atenção à visita do general Tomás Miguel Ribeiro de Paiva, comandante do Exército, a Buenos Aires, entre 28 de maio e 1.º de junho. Nas redes sociais bolsonaristas, apenas o barulho de sempre em razão de Tomás ter recebido a Gran Cruz de la Orden a los Servicios Distinguidos, a mais alta condecoração concedida a militares estrangeiros, das mãos do chefe do Exército argentino, Guilherme Pereda. Tudo se resumia às cansativas lacrações.

O general Tomás Miguel Paiva, comandante do Exército brasileiro, e o general Guilhermo Pereda, comandante do Exército argentino Foto: Exército Argentino

Um tema, porém, esteve presente nas conversas entre os generais brasileiros e os argentinos: a compra de 161 blindados (156 veículos operacionais e 5 para instrução) Guarani, fabricados pela Iveco, em Minas. O aval para o negócio era resultado de um acordo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo presidente argentino Alberto Fernández em janeiro. Por meio dele, o Brasil se comprometia a transferir tecnologia para o país vizinho a fim de aumentar progressivamente a fabricação de peças do veículo na Argentina, além de apoio logístico e de treinamento de tripulações e do pessoal técnico do Exército argentino.

Atualmente, o motor do veículo – um blindado 6 x 6 – já é produzido na Argentina. O acordo, que prevê a transferência de tecnologia, havia ficado parado durante o governo de Jair Bolsonaro. Com capacidade ociosa em sua fábrica e com vendas de 114 unidades para as Filipinas congeladas pelo veto alemão (o sistema de transmissão é de um fabricante daquele País) e com a venda de outros 450 blindados na versão ambulância para a Ucrânia vetadas pelo Itamaraty, o negócio argentino ganhava importância. Ele envolve R$ 1,93 bilhão (cada unidade sairia por R$ 12 milhões), mas está parado diante da crise econômica argentina.

O negócio foi tratado pelo general Tomás e por sua comitiva, incluindo o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, com os colegas argentinos. Acompanhado pelo embaixador brasileiro em Buenos Aires, Reinaldo Salgado, o general Tomás visitou ainda o ministro da Defesa argentino, Jorge Taiana. Todas as questões técnicas e de cooperação com os argentinos estão resolvidas, segundo militares ouvidos pela coluna. O que resta é definir a “parte financeira”.

Blindado Guarani adquirido pelo Exército brasileiro Foto: PASTORE

No próximo dia 26, o presidente argentino estará em Brasília para se encontrar com Lula pela quinta vez neste ano. Entre os temas que devem ser tratados pelos dois mandatários está exatamente o apoio do Brasil com financiamento de empresas nacionais exportadoras de bens e serviços para a Argentina, além do ingresso do país vizinho como integrante do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics.

Por fim, os dois Exércitos devem participar entre julho e agosto da Operação Arandu, único exercício para o qual a Força Terretre enviará neste ano tropa ao exterior.

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