As relações entre o Poder Civil e o poder Militar

PCC recebia armas do Paquistão em troca de cocaína enviada para a máfia italiana


Investigação da Itália, Bélgica e Alemanha, coordenada pela Europol, mostra ação da ‘Ndrangheta e expôs mecanismos para o pagamento de cocaína entregue na União Europeia

Por Marcelo Godoy
Atualização:

O Primeiro Comando da Capital (PCC) recebe armas do Paquistão em troca da cocaína que entrega para a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, sul da Itália. A descoberta foi feita por policiais da Diretoria Antimáfia da Itália (DIA) e faz parte de uma operação desencadeada nesta quarta-feira, 3, em dez países, que levou à prisão 132 acusados de pertencer à organização criminosa.

Carabineiros italianos mobilizados pela procuradoria de Locri, na Calábria, para a operação contra a 'Ndrangheta Foto: EUROPOL

O primeiro contato do PCC com máfias europeias foi detectado pela Operação Overseas, da Polícia Federal. Era 2014 quando Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra 64 acusados de participar da organização que operava no porto de Santos e tornaria famosos os traficantes André Oliveira Macedo, o André do Rap, e Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho. Na época, traficantes italianos da ‘Ndragheta – hoje a mais importante organização criminosa da Europa –, bandidos colombianos e mafiosos sérvios estavam envolvidos no primeiro grande esquema da facção para colocar cocaína na Europa.

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Desde então, outras operações foram feitas pela PF contra a aliança entre o PCC e a ‘Ndrangheta, entre elas as que levaram à prisão Nicola Assisi, o Fantasma, e Rocco Morabito, um dos homens mais procurados pela Interpol. Mas algo permanecia ainda desconhecido: os mecanismos de pagamento e lavagem de dinheiro dos criminosos. A PF desconfiava do uso de bitcoins nas operações internacionais e do sistema de dólar-cabo, conforme detectado na Operação Echelon, do Ministério Público de São Paulo.

Os detalhes de como a ‘Ndrangheta estava pagando pela droga enviada pelo PCC ficaram agora mais claros com as operação desencadeada hoje pela Europol – Agência da União Europeia para a Cooperação Policial – em dez países. Para os policiais europeus trata-se da “mais poderosa rede criminosa do mundo”. Nas primeiras horas do dia, policiais da Bélgica, da Alemanha, da Itália, da França, de Portugal, da Eslovênia, da Espanha, da Romênia, do Brasil e do Panamá fizeram buscas em diversas empresas. Cerca de 2.770 agentes foram envolvidos na operação contra a ‘Ndrangheta.

A máfia calabresa é responsável por extorsões, lavagem de dinheiro, assassinatos e tráfico de drogas. Além do tráfico para a Europa, os mafiosos italianos também controlariam o mercado australiano em parceria com colombianos do Cartel do Golfo e com integrantes de organizações albanesas que operam no Equador. Os policiais da Diretoria Antimáfia da Itália detectaram ainda que os mafiosos da ‘Ndrangheta estavam envolvidos com o tráfico internacional de armas. O esquema envolvia o envio de armas do Paquistão para a América do Sul para o PCC em troca de carregamentos de cocaína.

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Os investigadores italianos conseguiram descobrir o fluxo de dinheiro em uma rede de lavagem de ativos que envolvia “investimentos maciços na Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal, Argentina, Uruguai e Brasil”. O dinheiro teria comprado imóveis, restaurantes, hotéis, lava-rápidos, supermercados e outras atividades comerciais. Para movimentar os recursos, os bandidos usavam o sistema de dólar-cabo. Os policiais não divulgaram endereços ou nomes de suspeitos investigados no Brasil.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) recebe armas do Paquistão em troca da cocaína que entrega para a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, sul da Itália. A descoberta foi feita por policiais da Diretoria Antimáfia da Itália (DIA) e faz parte de uma operação desencadeada nesta quarta-feira, 3, em dez países, que levou à prisão 132 acusados de pertencer à organização criminosa.

Carabineiros italianos mobilizados pela procuradoria de Locri, na Calábria, para a operação contra a 'Ndrangheta Foto: EUROPOL

O primeiro contato do PCC com máfias europeias foi detectado pela Operação Overseas, da Polícia Federal. Era 2014 quando Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra 64 acusados de participar da organização que operava no porto de Santos e tornaria famosos os traficantes André Oliveira Macedo, o André do Rap, e Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho. Na época, traficantes italianos da ‘Ndragheta – hoje a mais importante organização criminosa da Europa –, bandidos colombianos e mafiosos sérvios estavam envolvidos no primeiro grande esquema da facção para colocar cocaína na Europa.

Desde então, outras operações foram feitas pela PF contra a aliança entre o PCC e a ‘Ndrangheta, entre elas as que levaram à prisão Nicola Assisi, o Fantasma, e Rocco Morabito, um dos homens mais procurados pela Interpol. Mas algo permanecia ainda desconhecido: os mecanismos de pagamento e lavagem de dinheiro dos criminosos. A PF desconfiava do uso de bitcoins nas operações internacionais e do sistema de dólar-cabo, conforme detectado na Operação Echelon, do Ministério Público de São Paulo.

Os detalhes de como a ‘Ndrangheta estava pagando pela droga enviada pelo PCC ficaram agora mais claros com as operação desencadeada hoje pela Europol – Agência da União Europeia para a Cooperação Policial – em dez países. Para os policiais europeus trata-se da “mais poderosa rede criminosa do mundo”. Nas primeiras horas do dia, policiais da Bélgica, da Alemanha, da Itália, da França, de Portugal, da Eslovênia, da Espanha, da Romênia, do Brasil e do Panamá fizeram buscas em diversas empresas. Cerca de 2.770 agentes foram envolvidos na operação contra a ‘Ndrangheta.

A máfia calabresa é responsável por extorsões, lavagem de dinheiro, assassinatos e tráfico de drogas. Além do tráfico para a Europa, os mafiosos italianos também controlariam o mercado australiano em parceria com colombianos do Cartel do Golfo e com integrantes de organizações albanesas que operam no Equador. Os policiais da Diretoria Antimáfia da Itália detectaram ainda que os mafiosos da ‘Ndrangheta estavam envolvidos com o tráfico internacional de armas. O esquema envolvia o envio de armas do Paquistão para a América do Sul para o PCC em troca de carregamentos de cocaína.

Os investigadores italianos conseguiram descobrir o fluxo de dinheiro em uma rede de lavagem de ativos que envolvia “investimentos maciços na Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal, Argentina, Uruguai e Brasil”. O dinheiro teria comprado imóveis, restaurantes, hotéis, lava-rápidos, supermercados e outras atividades comerciais. Para movimentar os recursos, os bandidos usavam o sistema de dólar-cabo. Os policiais não divulgaram endereços ou nomes de suspeitos investigados no Brasil.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) recebe armas do Paquistão em troca da cocaína que entrega para a ‘Ndrangheta, a máfia da Calábria, sul da Itália. A descoberta foi feita por policiais da Diretoria Antimáfia da Itália (DIA) e faz parte de uma operação desencadeada nesta quarta-feira, 3, em dez países, que levou à prisão 132 acusados de pertencer à organização criminosa.

Carabineiros italianos mobilizados pela procuradoria de Locri, na Calábria, para a operação contra a 'Ndrangheta Foto: EUROPOL

O primeiro contato do PCC com máfias europeias foi detectado pela Operação Overseas, da Polícia Federal. Era 2014 quando Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia contra 64 acusados de participar da organização que operava no porto de Santos e tornaria famosos os traficantes André Oliveira Macedo, o André do Rap, e Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho. Na época, traficantes italianos da ‘Ndragheta – hoje a mais importante organização criminosa da Europa –, bandidos colombianos e mafiosos sérvios estavam envolvidos no primeiro grande esquema da facção para colocar cocaína na Europa.

Desde então, outras operações foram feitas pela PF contra a aliança entre o PCC e a ‘Ndrangheta, entre elas as que levaram à prisão Nicola Assisi, o Fantasma, e Rocco Morabito, um dos homens mais procurados pela Interpol. Mas algo permanecia ainda desconhecido: os mecanismos de pagamento e lavagem de dinheiro dos criminosos. A PF desconfiava do uso de bitcoins nas operações internacionais e do sistema de dólar-cabo, conforme detectado na Operação Echelon, do Ministério Público de São Paulo.

Os detalhes de como a ‘Ndrangheta estava pagando pela droga enviada pelo PCC ficaram agora mais claros com as operação desencadeada hoje pela Europol – Agência da União Europeia para a Cooperação Policial – em dez países. Para os policiais europeus trata-se da “mais poderosa rede criminosa do mundo”. Nas primeiras horas do dia, policiais da Bélgica, da Alemanha, da Itália, da França, de Portugal, da Eslovênia, da Espanha, da Romênia, do Brasil e do Panamá fizeram buscas em diversas empresas. Cerca de 2.770 agentes foram envolvidos na operação contra a ‘Ndrangheta.

A máfia calabresa é responsável por extorsões, lavagem de dinheiro, assassinatos e tráfico de drogas. Além do tráfico para a Europa, os mafiosos italianos também controlariam o mercado australiano em parceria com colombianos do Cartel do Golfo e com integrantes de organizações albanesas que operam no Equador. Os policiais da Diretoria Antimáfia da Itália detectaram ainda que os mafiosos da ‘Ndrangheta estavam envolvidos com o tráfico internacional de armas. O esquema envolvia o envio de armas do Paquistão para a América do Sul para o PCC em troca de carregamentos de cocaína.

Os investigadores italianos conseguiram descobrir o fluxo de dinheiro em uma rede de lavagem de ativos que envolvia “investimentos maciços na Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal, Argentina, Uruguai e Brasil”. O dinheiro teria comprado imóveis, restaurantes, hotéis, lava-rápidos, supermercados e outras atividades comerciais. Para movimentar os recursos, os bandidos usavam o sistema de dólar-cabo. Os policiais não divulgaram endereços ou nomes de suspeitos investigados no Brasil.

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