As relações entre o Poder Civil e o poder Militar

Tarcísio liga seu futuro às imagens das câmeras assim como Moraes


Bodycams dos policiais da Rota devem mostrar se o governador, que era contrário ao equipamento, tem razão sobre a ação no Guarujá, assim como as imagens definiram o caso de Moraes

Por Marcelo Godoy
Atualização:

A vingança é uma licença para castigar o mau, o celerado e o injusto. Ela libera a violência do algoz e isenta o seu autor de toda condenação que julga moralmente válida. A vontade satisfeita pela brutalidade vê afastar de si a impotência diante da ofensa.

Policiais militares portando câmera no uniforme realizam ronda na Praça Coronel Fernando Prestes, no bairro do Bom Retiro; uso do dispositivo fez a letalidade cair Foto: Taba Benedicto/Estadão

A vingança não respeita proporção. Não tem medida. Ou limite. Não se apazigua a perda da visão com a cegueira imposta ao agressor. Nada pode detê-la, exceto a natureza: Macbeth não tem filhos, daí porque a vingança de Macduff é impossível.

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Quando o bando de Joãozinho Bem-Bem é atacado em um povoado, o líder dos jagunços quer se vingar da família do agressor. Exige matar um dos irmãos do assassino de Juruminho e estuprar as suas irmãs. Só não consuma o crime porque Nhô Augusto o detém, pois a sentença do Bem-Bem era “coisa que nem Deus manda, nem o diabo faz!” No conto de Guimarães Rosa, todo mundo tem a sua hora e a sua vez.

Nas sociedades modernas, a cidadania pôs a vingança além do juízo de indivíduos e grupos. E também de magistrados e policiais. É por isso que só quando as leis e as regras são suspensas essa licença pode de novo se manifestar entre os homens.

Quando a PF bateu na porta do empresário que atacou Alexandre de Moraes em Roma, era possível associar o peso da toga do ministro do Supremo à pronta reação policial. A diferença entre a medida e a desmedida, entre a acusação de Moraes e a versão do acusado, estava em uma prova nas mãos das autoridades italianas: as imagens das câmeras do aeroporto de Fiumicino. A jornalista Eliane Cantanhêde mostrou que o vídeo dá razão ao ministro sobre a agressão. Resta saber se a ofensa teve uma resposta proporcional.

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Na semana passada, o soldado Patrick Bastos Reis foi assassinado por um facínora no Guarujá. A anomia há muito tomou conta das comunidades carentes do País, entregues à tirania da criminalidade organizada. A reação que se seguiu da polícia – patrocinada pelo secretário da Segurança, Guilherme Derrite – deixou 14 mortos. Há denúncias de abusos, torturas e execuções. O governador Tarcísio de Freitas garantiu que tudo ocorreu dentro da lei.

Como em Roma, aqui também imagens de câmeras podem demonstrar quem está com a razão. Por mais que se odeie um criminoso, ao Estado não é dado o direito de agir como Joãozinho Bem-Bem. Desde 2021, os policiais da Rota carregam bodycams. Tarcísio era contra o equipamento, depois o manteve.

A Corregedoria da PM e o Ministério Público vão verificar o que foi gravado. Se as câmeras estavam ligadas e usadas corretamente, vão mostrar as ações. Se Tarcísio estiver certo, tudo irá para o arquivo. Caso contrário, os autores de abusos vão conhecer a sua hora e a sua vez.

A vingança é uma licença para castigar o mau, o celerado e o injusto. Ela libera a violência do algoz e isenta o seu autor de toda condenação que julga moralmente válida. A vontade satisfeita pela brutalidade vê afastar de si a impotência diante da ofensa.

Policiais militares portando câmera no uniforme realizam ronda na Praça Coronel Fernando Prestes, no bairro do Bom Retiro; uso do dispositivo fez a letalidade cair Foto: Taba Benedicto/Estadão

A vingança não respeita proporção. Não tem medida. Ou limite. Não se apazigua a perda da visão com a cegueira imposta ao agressor. Nada pode detê-la, exceto a natureza: Macbeth não tem filhos, daí porque a vingança de Macduff é impossível.

Quando o bando de Joãozinho Bem-Bem é atacado em um povoado, o líder dos jagunços quer se vingar da família do agressor. Exige matar um dos irmãos do assassino de Juruminho e estuprar as suas irmãs. Só não consuma o crime porque Nhô Augusto o detém, pois a sentença do Bem-Bem era “coisa que nem Deus manda, nem o diabo faz!” No conto de Guimarães Rosa, todo mundo tem a sua hora e a sua vez.

Nas sociedades modernas, a cidadania pôs a vingança além do juízo de indivíduos e grupos. E também de magistrados e policiais. É por isso que só quando as leis e as regras são suspensas essa licença pode de novo se manifestar entre os homens.

Quando a PF bateu na porta do empresário que atacou Alexandre de Moraes em Roma, era possível associar o peso da toga do ministro do Supremo à pronta reação policial. A diferença entre a medida e a desmedida, entre a acusação de Moraes e a versão do acusado, estava em uma prova nas mãos das autoridades italianas: as imagens das câmeras do aeroporto de Fiumicino. A jornalista Eliane Cantanhêde mostrou que o vídeo dá razão ao ministro sobre a agressão. Resta saber se a ofensa teve uma resposta proporcional.

Na semana passada, o soldado Patrick Bastos Reis foi assassinado por um facínora no Guarujá. A anomia há muito tomou conta das comunidades carentes do País, entregues à tirania da criminalidade organizada. A reação que se seguiu da polícia – patrocinada pelo secretário da Segurança, Guilherme Derrite – deixou 14 mortos. Há denúncias de abusos, torturas e execuções. O governador Tarcísio de Freitas garantiu que tudo ocorreu dentro da lei.

Como em Roma, aqui também imagens de câmeras podem demonstrar quem está com a razão. Por mais que se odeie um criminoso, ao Estado não é dado o direito de agir como Joãozinho Bem-Bem. Desde 2021, os policiais da Rota carregam bodycams. Tarcísio era contra o equipamento, depois o manteve.

A Corregedoria da PM e o Ministério Público vão verificar o que foi gravado. Se as câmeras estavam ligadas e usadas corretamente, vão mostrar as ações. Se Tarcísio estiver certo, tudo irá para o arquivo. Caso contrário, os autores de abusos vão conhecer a sua hora e a sua vez.

A vingança é uma licença para castigar o mau, o celerado e o injusto. Ela libera a violência do algoz e isenta o seu autor de toda condenação que julga moralmente válida. A vontade satisfeita pela brutalidade vê afastar de si a impotência diante da ofensa.

Policiais militares portando câmera no uniforme realizam ronda na Praça Coronel Fernando Prestes, no bairro do Bom Retiro; uso do dispositivo fez a letalidade cair Foto: Taba Benedicto/Estadão

A vingança não respeita proporção. Não tem medida. Ou limite. Não se apazigua a perda da visão com a cegueira imposta ao agressor. Nada pode detê-la, exceto a natureza: Macbeth não tem filhos, daí porque a vingança de Macduff é impossível.

Quando o bando de Joãozinho Bem-Bem é atacado em um povoado, o líder dos jagunços quer se vingar da família do agressor. Exige matar um dos irmãos do assassino de Juruminho e estuprar as suas irmãs. Só não consuma o crime porque Nhô Augusto o detém, pois a sentença do Bem-Bem era “coisa que nem Deus manda, nem o diabo faz!” No conto de Guimarães Rosa, todo mundo tem a sua hora e a sua vez.

Nas sociedades modernas, a cidadania pôs a vingança além do juízo de indivíduos e grupos. E também de magistrados e policiais. É por isso que só quando as leis e as regras são suspensas essa licença pode de novo se manifestar entre os homens.

Quando a PF bateu na porta do empresário que atacou Alexandre de Moraes em Roma, era possível associar o peso da toga do ministro do Supremo à pronta reação policial. A diferença entre a medida e a desmedida, entre a acusação de Moraes e a versão do acusado, estava em uma prova nas mãos das autoridades italianas: as imagens das câmeras do aeroporto de Fiumicino. A jornalista Eliane Cantanhêde mostrou que o vídeo dá razão ao ministro sobre a agressão. Resta saber se a ofensa teve uma resposta proporcional.

Na semana passada, o soldado Patrick Bastos Reis foi assassinado por um facínora no Guarujá. A anomia há muito tomou conta das comunidades carentes do País, entregues à tirania da criminalidade organizada. A reação que se seguiu da polícia – patrocinada pelo secretário da Segurança, Guilherme Derrite – deixou 14 mortos. Há denúncias de abusos, torturas e execuções. O governador Tarcísio de Freitas garantiu que tudo ocorreu dentro da lei.

Como em Roma, aqui também imagens de câmeras podem demonstrar quem está com a razão. Por mais que se odeie um criminoso, ao Estado não é dado o direito de agir como Joãozinho Bem-Bem. Desde 2021, os policiais da Rota carregam bodycams. Tarcísio era contra o equipamento, depois o manteve.

A Corregedoria da PM e o Ministério Público vão verificar o que foi gravado. Se as câmeras estavam ligadas e usadas corretamente, vão mostrar as ações. Se Tarcísio estiver certo, tudo irá para o arquivo. Caso contrário, os autores de abusos vão conhecer a sua hora e a sua vez.

A vingança é uma licença para castigar o mau, o celerado e o injusto. Ela libera a violência do algoz e isenta o seu autor de toda condenação que julga moralmente válida. A vontade satisfeita pela brutalidade vê afastar de si a impotência diante da ofensa.

Policiais militares portando câmera no uniforme realizam ronda na Praça Coronel Fernando Prestes, no bairro do Bom Retiro; uso do dispositivo fez a letalidade cair Foto: Taba Benedicto/Estadão

A vingança não respeita proporção. Não tem medida. Ou limite. Não se apazigua a perda da visão com a cegueira imposta ao agressor. Nada pode detê-la, exceto a natureza: Macbeth não tem filhos, daí porque a vingança de Macduff é impossível.

Quando o bando de Joãozinho Bem-Bem é atacado em um povoado, o líder dos jagunços quer se vingar da família do agressor. Exige matar um dos irmãos do assassino de Juruminho e estuprar as suas irmãs. Só não consuma o crime porque Nhô Augusto o detém, pois a sentença do Bem-Bem era “coisa que nem Deus manda, nem o diabo faz!” No conto de Guimarães Rosa, todo mundo tem a sua hora e a sua vez.

Nas sociedades modernas, a cidadania pôs a vingança além do juízo de indivíduos e grupos. E também de magistrados e policiais. É por isso que só quando as leis e as regras são suspensas essa licença pode de novo se manifestar entre os homens.

Quando a PF bateu na porta do empresário que atacou Alexandre de Moraes em Roma, era possível associar o peso da toga do ministro do Supremo à pronta reação policial. A diferença entre a medida e a desmedida, entre a acusação de Moraes e a versão do acusado, estava em uma prova nas mãos das autoridades italianas: as imagens das câmeras do aeroporto de Fiumicino. A jornalista Eliane Cantanhêde mostrou que o vídeo dá razão ao ministro sobre a agressão. Resta saber se a ofensa teve uma resposta proporcional.

Na semana passada, o soldado Patrick Bastos Reis foi assassinado por um facínora no Guarujá. A anomia há muito tomou conta das comunidades carentes do País, entregues à tirania da criminalidade organizada. A reação que se seguiu da polícia – patrocinada pelo secretário da Segurança, Guilherme Derrite – deixou 14 mortos. Há denúncias de abusos, torturas e execuções. O governador Tarcísio de Freitas garantiu que tudo ocorreu dentro da lei.

Como em Roma, aqui também imagens de câmeras podem demonstrar quem está com a razão. Por mais que se odeie um criminoso, ao Estado não é dado o direito de agir como Joãozinho Bem-Bem. Desde 2021, os policiais da Rota carregam bodycams. Tarcísio era contra o equipamento, depois o manteve.

A Corregedoria da PM e o Ministério Público vão verificar o que foi gravado. Se as câmeras estavam ligadas e usadas corretamente, vão mostrar as ações. Se Tarcísio estiver certo, tudo irá para o arquivo. Caso contrário, os autores de abusos vão conhecer a sua hora e a sua vez.

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