Caso a destituição de Josué Gomes da presidência da Fiesp se consume, o que ainda é objeto de discussão, ele terá que explicar o pagamento à empresa do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, atualmente presidente do Conselho de Micro e Pequena Empresa da entidade. Os adversários do empresário afirmam que o cargo de conselheiro não é remunerado e, por isso, querem saber por que o comitê contratou a empresa dele por R$ 270 mil. Eles também questionam a contratação de Wilson Risolia, que foi secretário de Educação do Rio na gestão Sergio Cabral. Ele é diretor Corporativo e de Estratégias Educacionais do Sesi e Senai-SP e, segundo membros da entidade, ganha cerca de R$ 92 mil, quase o dobro do que recebe o diretor-regional no Senai-SP, em teoria um posto superior.
O tema foi levado à discussão na assembleia com Josué na última segunda (16), mas os adversários afirmam que ele não convenceu. “Josué só disse que não contratou o Luciano, mas a empresa dele”, disse um dos presentes, sob reserva. A defesa do empresário afirma se tratar de uma questão irrelevante, usada como motivo para escamotear a verdadeira intenção da oposição de afastá-lo.
Sobre Risolia, Josué argumentou aos colegas que o executivo tem “reputação ilibada, vasto currículo profissional, além do notório conhecimento das áreas financeira, empresarial e educacional” e que assumiu a missão de tocar um programa de reforço escolar para ajudar alunos que sofreram perdas educacionais na pandemia. Mas não tratou da diferença salarial.
A expectativa dos opositores é a de que a ata das assembleias do último dia 16 seja registrada na próxima segunda, dando início ao processo de afastamento do presidente. A defesa dele alega que as assembleias não são legítimas e promete contestá-las na Justiça no momento adequado.