Atropeladas por Lula no anúncio do novo valor do salário mínimo, as centrais sindicais agora vão concentrar esforços na negociação para emplacar a antiga regra de correção automática do piso, que vigorou até o início do governo Jair Bolsonaro. O presidente havia sinalizado que consultaria os sindicalistas antes de bater o martelo sobre o reajuste de 2023 e, no mês passado, criou um grupo de trabalho para discutir o tema - as centrais queriam um valor maior, de R$ 1.343. O grupo, no entanto, nunca se reuniu desde a sua criação, há 29 dias, e o prazo de sua vigência acaba em duas semanas (em 4 de março), interrompidas pelo Carnaval.
“Ficaram de nos chamar para discutir, mas ainda não aconteceu. Não fomos comunicados de nenhuma decisão”, diz o presidente da Força Sindical, Miguel Torres. “O mais importante agora é definir uma regra de valorização”, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.
Auxiliares do ministro Luiz Marinho (Trabalho) afirmam que, desde o início, o objetivo do grupo era discutir o aumento de 2024. As centrais querem resgatar a regra de atualizar o piso segundo o crescimento do PIB dos dois anos anteriores mais inflação.