As trocas na Esplanada dos Ministérios por causa das eleições deste ano provocaram embates entre partidos e o Palácio do Planalto nesta semana. As siglas se movimentaram e tentaram emplacar nomes, principalmente para as pastas com os cofres mais gordos, como o Ministério do Desenvolvimento Regional, para terem a garantia de que as emendas de relator, do orçamento secreto, serão pagas. O pagamento dessas emendas é muitas vezes usado como arma eleitoral pelos políticos para atrair votos em seus redutos nos Estados, o que as torna mais importantes e estratégicas neste período. Por enquanto, o governo está se programando para liberar R$ 16,5 bilhões neste ano, até dezembro.
BUFUNFA. Há ainda R$ 16,5 bilhões destas emendas do orçamento deste ano e outros R$ 18,8 bilhões de anos anteriores que ainda não foram pagos. Os valores fazem crescer os olhos das lideranças que querem garantir a reeleição em outubro.
PRESSA. Justamente por isso, há uma pressão para que a liberação da maior parte dos recursos aconteça antes das eleições. A lei eleitoral proíbe o pagamento de emendas nos três meses anteriores à disputa.
DE CASA. O governo, no entanto, deve priorizar a nomeação de secretários-executivos dos ministérios onde os titulares deixem o cargo. Com a saída de Tarcísio de Freitas do comando da Infraestrutura para concorrer ao governo de São Paulo, por exemplo, quem deve assumir é Marcelo Sampaio, que é também genro do ministro da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos.
CLICK. Túlio Gadêlha, deputado federal (Rede-PE)
Após eleger apenas uma deputada em 2018 e temendo cláusula de barreira, Rede aposta em "puxadores de voto". Ontem, filiou Túlio Gadêlha (PE).
TUCANOU. Desembarcando no PSDB hoje, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia deve comandar a federação com o Cidadania no Rio e concorrer a vaga Câmara. Ele tem sido um dos principais conselheiros políticos do apresentador José Luiz Datena, que tem planos de concorrer ao Senado.
TOMA QUE O FILHO É TEU. O deputado Daniel Silveira não é mais considerado "problema" do União Brasil, internamente. Ele já comunicou seu desligamento ao líder da sigla na Câmara, Elmar Nascimento (BA), e deve migrar para o PL.
PROCESSO. As oitivas das testemunhas do caso Arthur do Val no Conselho de Ética da Assembleia de São Paulo começam na terça, 5. Ele indicou como uma das testemunhas a ex-namorada, Giulia, que terminou o relacionamento com o parlamentar após o vazamentos dos áudios sexistas.
CANSATIVO. Em vídeo exibido aos que participaram da pré-estreia do documentário O presidente improvável, em São Paulo, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) falou sobre seus anos de Presidência, ressaltando suas dificuldades.
ÔNUS. "É importante que a gente desnude como é difícil governar, não é fácil governar. É uma tarefa difícil que exige dedicação, e que exige compreensão de como as pessoas são. Exige muita conversa, muito diálogo", disse FHC.
SINAIS PARTICULARES (por Kleber Sales). Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República
PRONTO, FALEI! Daniel José, deputado estadual (Podemos-SP)
"Vamos para o 5º ministro da Educação em menos de 4 anos e em meio a uma crise educacional. Pagaremos a conta deste governo por muito tempo. Estamos à deriva."
COLABOROU DANIEL WETERMAN