Organizadores do protesto do próximo domingo, 12 de setembro, como MBL, Vem Pra Rua e Livres, recuaram nesta quarta-feira, 8, da ideia de convocar manifestantes apelando para o mote "nem Bolsonaro, nem Lula". O foco passou a ser um só: contra o presidente da República. O consenso não veio de forma tranquila. Houve muita resistência em considerar a possibilidade de abrir espaço à esquerda lulista nos protestos. Por razões óbvias: os organizadores foram algozes de Dilma Rousseff.
Agora é... A ideia de um ato sem bandeiras de partidos também foi pelos ares. A Coluna antecipou ontem a presença de presidenciáveis e siglas da oposição estão convocando suas militâncias.
...paz. Ciro Gomes (PDT), que já chamou integrantes do MBL de "Zé Bostinhas", considera estar no caminhão de som do movimento no próximo domingo. Seu partido avisou que estará na rua.
Aí, não. Organizadores dos atos da esquerda contra Bolsonaro se dividiram. O Acredito e centrais sindicais vão aderir ao protesto do dia 12; a CMP e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo avisaram que não vão se misturar.
Falando... A hashtag #DomingoForaBolsonaro até "trendou" nesta quarta-feira, 8, impulsionada por MBL e Vem Pra Rua para tentar atrair opositores do presidente de diferentes frentes e colorações.
...sozinho. Mas levantamento da consultoria Bites para a Coluna mostrou que até o início da noite o uso da tag ficou praticamente restrito a... militantes do MBL e Vem Pra Rua.
Siglas... Enquanto nas ruas uma frente ampla ainda parece improvável, líderes se movimentam. Representantes de pelo menos 14 siglas vão defender o impeachment de Bolsonaro em evento da coalizão "Direitos Já" na próxima quarta, 15, o Dia Internacional da Democracia, em São Paulo.
...unidas. Além de figuras da oposição, estão confirmados nomes como o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), o deputado Fábio Trad (PSD-MS), o senador José Anibal (PSDB) e o ex-ministro Henrique Mandetta (DEM).
Leitura. "Enquanto o grupo democrático não se organizar de forma a criar alternativas viáveis, o presidente vai continuar 'treinando' seu exército para que em 2022 ele esteja firme e forte, pronto para fazer o que for possível para mantê-lo no poder", diz Luana Tavares, do Centro de Liderança Pública (CLP).
Estamos... O grupo Prerrogativas, formado por profissionais da área jurídica, divulgará nota em apoio a Alexandre de Moraes. "O ministro goza do pleno respeito da comunidade jurídica pelo idôneo desempenho de seus encargos."
...aqui. "As irresponsáveis e golpistas ameaças do presidente da República contra a autoridade de seus votos e decisões, e até mesmo à sua permanência no STF, constituem práticas de alta traição ao juramento que os chefes de Estado são obrigados a observar."
Leia na íntegra a nota do grupo Prerrogativas
O grupo Prerrogativas, formado por juristas, professores de Direito e profissionais da área jurídica, vem expressar apoio e solidariedade ao ministro Alexandre de Moraes, cuja atuação regular, íntegra e juridicamente qualificada no STF vem sendo objeto de sórdidos ataques, atrelados a torpes ameaças, protagonizados e estimulados pelo presidente da República Jair Bolsonaro.
Não há registro histórico de conduta de semelhante vilania institucional em nosso país, traduzida na tentativa de acossar um dos poderes da República no livre exercício de suas funções constitucionais. Bolsonaro encarna o avesso dos compromissos precípuos do cargo que ocupa e promove delituosa campanha contra um magistrado de perfil honesto e capacitado, que tem agido com admirável coragem em defesa da higidez do nosso Estado de Direito, coibindo abusos praticados em desfavor das instituições democráticas.
O ministro Alexandre de Moraes goza do pleno respeito da comunidade jurídica pelo idôneo desempenho de seus encargos. O descontentamento político, de quem quer que seja, não serve de pretexto a subtrair suas elevadas credenciais de ordem moral, profissional e intelectual. As irresponsáveis e golpistas ameaças do presidente da República contra a autoridade de seus votos e decisões, e até mesmo à sua permanência no STF, constituem práticas de alta traição ao juramento que os chefes de Estado são obrigados a observar, sob o regime constitucional. Em vez de depreciarem o ofendido, resultam na degeneração absoluta do ofensor, que, cedo ou tarde, virá a responder por seus incontáveis crimes de lesa-pátria.
Dentro. Lula, via assessoria, disse à Coluna que apoia o impeachment de Bolsonaro faz tempo.
PRONTO, FALEI!
Augusto de Arruda Botelho, advogado
"Janaina (Paschoal), posso fazer isso em forma de desenho ou de PowerPoint, quer?", explicando à deputada, reconvertida ao bolsonarismo, a natureza antidemocrática dos atos de 7 de setembro.