A indicação de integrantes do governo Jair Bolsonaro para o Conselho de Administração da Petrobras, feita pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deixou petistas e sindicalistas da empresa insatisfeitos. Na avaliação de aliados de Lula e do presidente da empresa, Jean Paul Prates, os escolhidos não estão alinhados às propostas do PT de rever a política de preços dos combustíveis, hoje baseada na paridade internacional.
Silveira deverá apontar quatro dos 11 integrantes do colegiado, inclusive o presidente. Para o posto, ele escolheu seu secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Pietro Adamo Sampaio Mendes, que foi secretário-adjunto de Adolfo Sachsida, chefe da pasta no governo de Bolsonaro. Antes, na gestão de Bento Albuquerque à frente do ministério, Mendes foi diretor do Departamento de Biocombustíveis da Secretaria de Petróleo.
Outro nome escolhido é o de Vitor Eduardo de Almeida Saback, que foi diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) no governo Bolsonaro por indicação do então ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL-RN), hoje senador e um dos favoritos para liderar a oposição a Lula no Congresso.
Os outros dois nomes são os de Carlos Eduardo Turchetto Santos e Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira, ambos vistos como favoráveis à privatização de ativos da estatal e à política de paridade internacional.
Petistas alegam que o novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, só conseguirá alterar a política de preços após a entrada de indicados no conselho alinhados às diretrizes do PT. Além da alteração da política de preços, o PT deseja interromper a venda de refinarias nacionais e restabelecer regras de conteúdo local.