O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) reabriu as negociações pelo comando das principais comissões da Casa para conter uma rebelião no seu partido e outros aliados, na véspera da eleição. Até espaços na Mesa Diretora, como a vice-presidência, foram deixados como “carta na manga”, caso a situação se agravasse.
A avaliação de integrantes do governo é que foi um erro antecipar as possíveis divisões das comissões antes da eleição. Por isso, a estratégia foi recuar.
A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) recebeu sinalizações de que ainda pode assumir a Comissão de Relações Exteriores (CRE), inicialmente prometida a Renan Calheiros (AL), do MDB.
A decisão dependerá do resultado da disputa, nesta quarta-feira, e de quantos votos cada bancada entregar.
A divisão no PSD a poucos dias do pleito preocupou o Planalto e acendeu um alerta na campanha de Pacheco. Além de Daniella, outros quatro senadores da sigla indicaram que poderiam votar em Rogério Marinho (PL-RN).
Nomes como Vanderlan Cardoso (GO) foram demovidos da ideia, segundo interlocutores. Vanderlan deverá assumir a CAE.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, sinalizou a pessoas próximas, ontem à noite, que o movimento havia sido controlado e que apenas dois senadores da sigla ainda votariam em Marinho.
Maior foco de conflito, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) voltou a ser colocada como opção para contemplar aliados nas últimas horas. A ideia é aplacar as críticas de que Davi Alcolumbre (União-AP) tem sido beneficiado na divisão e demonstrar que há abertura para outros nomes tentarem o posto. A expectativa é que haja disputa pelo comando do colegiado.
Normalmente, a CCJ é dada ao maior partido da Casa. O União Brasil, no entanto, tem a quarta maior bancada.
Ontem, durante conversa de senadores que apoiam Pacheco, a vice-presidência, atualmente com o MDB, foi deixada como “carta na manga” para o caso de o risco de derrota aumentar. Há um cuidado, no entanto, para que a reabertura das negociações não atrapalhe as alianças já firmadas.