Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

PT desiste de criar bloco alternativo ao de Lira na Câmara


Acordo inclui rodízio de petistas com o PL, União e PP no comando das principais comissões

Por Julia Lindner
Atualização:

A poucos dias da eleição na Câmara, o PT já admite, nos bastidores, que não conseguirá formar um bloco alternativo ao de Arthur Lira (PP-AL) e abriu negociações para fazer parte de um rodízio que inclui o rival PL no comando das principais comissões da Casa: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Pelo arranjo que vem sendo costurado pelo presidente da Câmara, os dois colegiados teriam a cada ano os quatro maiores partidos se revezando nos principais postos – PL, PT, União e PP.

Lira e Lula. (Foto: MAURO PIMENTEL/AFP) Foto: MAURO PIMENTEL / AFP
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O PL já demonstrou interesse em comandar a CCJ no segundo ou terceiro anos de governo Lula, acreditando ser pouco provável qualquer pressão por um eventual pedido impeachment de Lula antes disso, mas deseja comandar o Orçamento já neste ano, com o objetivo de conter o governo em 2024. O período em que cada um assumiria as funções ainda não foi definido.

“Vamos ter que conviver com o PL porque eles fizeram 99 deputados. Mas estamos trabalhando para ter maioria (em votações) no plenário e nas comissões”, disse o futuro vice-líder do governo na Câmara, Rubens Jr. (PT-MA).

Mesmo negociando com adversários, petistas avaliam que terão que ceder para integrar o “blocão de Lira”, como a coalizão vem sendo chamada nos bastidores, porque temem correr o risco de ficar em um grupo pequeno e, assim, perder as melhores pedidas por cargos na Câmara.

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A CCJ é a comissão mais relevante por definir quais projetos devem seguir para votação em plenário, a de Orçamento por determinar os gastos à disposição do Executivo. Além disso, há 25 comissões temáticas que monitoram as políticas dos ministérios.

O PT considera que não conseguirá formar um bloco próprio porque não tem segurança no apoio de bancadas como União e PSD, embora as duas siglas tenham ministros no governo Lula. A ideia era reunir essas siglas para ocupar espaços na Câmara e isolar o PL, porém mantendo apoio à reeleição de Lira.

Nessa negociação, o PT chegou a pressionar Lira a excluir o PL do blocão, mas ele não cedeu, alegando que não iria “abandonar seus amigos”.

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A única alternativa para o PL sair do grupo, na visão de aliados do governo Lula, é se a ala bolsonarista do partido insistir em lançar candidatura própria contra o atual presidente da Câmara, o que é visto como pouco provável.

Como remédio, o PT prepara o discurso para tratar da convivência com o PL no blocão de Lira. Dirá que quem aderiu ao grupo foram os bolsonaristas, e são eles quem devem se explicar. Durante o governo Bolsonaro, o PT não aceitou integrar o bloco governista e ficou sem espaços relevantes.

A poucos dias da eleição na Câmara, o PT já admite, nos bastidores, que não conseguirá formar um bloco alternativo ao de Arthur Lira (PP-AL) e abriu negociações para fazer parte de um rodízio que inclui o rival PL no comando das principais comissões da Casa: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Pelo arranjo que vem sendo costurado pelo presidente da Câmara, os dois colegiados teriam a cada ano os quatro maiores partidos se revezando nos principais postos – PL, PT, União e PP.

Lira e Lula. (Foto: MAURO PIMENTEL/AFP) Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

O PL já demonstrou interesse em comandar a CCJ no segundo ou terceiro anos de governo Lula, acreditando ser pouco provável qualquer pressão por um eventual pedido impeachment de Lula antes disso, mas deseja comandar o Orçamento já neste ano, com o objetivo de conter o governo em 2024. O período em que cada um assumiria as funções ainda não foi definido.

“Vamos ter que conviver com o PL porque eles fizeram 99 deputados. Mas estamos trabalhando para ter maioria (em votações) no plenário e nas comissões”, disse o futuro vice-líder do governo na Câmara, Rubens Jr. (PT-MA).

Mesmo negociando com adversários, petistas avaliam que terão que ceder para integrar o “blocão de Lira”, como a coalizão vem sendo chamada nos bastidores, porque temem correr o risco de ficar em um grupo pequeno e, assim, perder as melhores pedidas por cargos na Câmara.

A CCJ é a comissão mais relevante por definir quais projetos devem seguir para votação em plenário, a de Orçamento por determinar os gastos à disposição do Executivo. Além disso, há 25 comissões temáticas que monitoram as políticas dos ministérios.

O PT considera que não conseguirá formar um bloco próprio porque não tem segurança no apoio de bancadas como União e PSD, embora as duas siglas tenham ministros no governo Lula. A ideia era reunir essas siglas para ocupar espaços na Câmara e isolar o PL, porém mantendo apoio à reeleição de Lira.

Nessa negociação, o PT chegou a pressionar Lira a excluir o PL do blocão, mas ele não cedeu, alegando que não iria “abandonar seus amigos”.

A única alternativa para o PL sair do grupo, na visão de aliados do governo Lula, é se a ala bolsonarista do partido insistir em lançar candidatura própria contra o atual presidente da Câmara, o que é visto como pouco provável.

Como remédio, o PT prepara o discurso para tratar da convivência com o PL no blocão de Lira. Dirá que quem aderiu ao grupo foram os bolsonaristas, e são eles quem devem se explicar. Durante o governo Bolsonaro, o PT não aceitou integrar o bloco governista e ficou sem espaços relevantes.

A poucos dias da eleição na Câmara, o PT já admite, nos bastidores, que não conseguirá formar um bloco alternativo ao de Arthur Lira (PP-AL) e abriu negociações para fazer parte de um rodízio que inclui o rival PL no comando das principais comissões da Casa: a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Pelo arranjo que vem sendo costurado pelo presidente da Câmara, os dois colegiados teriam a cada ano os quatro maiores partidos se revezando nos principais postos – PL, PT, União e PP.

Lira e Lula. (Foto: MAURO PIMENTEL/AFP) Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

O PL já demonstrou interesse em comandar a CCJ no segundo ou terceiro anos de governo Lula, acreditando ser pouco provável qualquer pressão por um eventual pedido impeachment de Lula antes disso, mas deseja comandar o Orçamento já neste ano, com o objetivo de conter o governo em 2024. O período em que cada um assumiria as funções ainda não foi definido.

“Vamos ter que conviver com o PL porque eles fizeram 99 deputados. Mas estamos trabalhando para ter maioria (em votações) no plenário e nas comissões”, disse o futuro vice-líder do governo na Câmara, Rubens Jr. (PT-MA).

Mesmo negociando com adversários, petistas avaliam que terão que ceder para integrar o “blocão de Lira”, como a coalizão vem sendo chamada nos bastidores, porque temem correr o risco de ficar em um grupo pequeno e, assim, perder as melhores pedidas por cargos na Câmara.

A CCJ é a comissão mais relevante por definir quais projetos devem seguir para votação em plenário, a de Orçamento por determinar os gastos à disposição do Executivo. Além disso, há 25 comissões temáticas que monitoram as políticas dos ministérios.

O PT considera que não conseguirá formar um bloco próprio porque não tem segurança no apoio de bancadas como União e PSD, embora as duas siglas tenham ministros no governo Lula. A ideia era reunir essas siglas para ocupar espaços na Câmara e isolar o PL, porém mantendo apoio à reeleição de Lira.

Nessa negociação, o PT chegou a pressionar Lira a excluir o PL do blocão, mas ele não cedeu, alegando que não iria “abandonar seus amigos”.

A única alternativa para o PL sair do grupo, na visão de aliados do governo Lula, é se a ala bolsonarista do partido insistir em lançar candidatura própria contra o atual presidente da Câmara, o que é visto como pouco provável.

Como remédio, o PT prepara o discurso para tratar da convivência com o PL no blocão de Lira. Dirá que quem aderiu ao grupo foram os bolsonaristas, e são eles quem devem se explicar. Durante o governo Bolsonaro, o PT não aceitou integrar o bloco governista e ficou sem espaços relevantes.

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