Sem ter a nomeação formalizada para chefiar a Abin, o ex-diretor da PF Luiz Fernando Corrêa tem dado expediente diariamente no Palácio do Planalto. A sabatina dele, inicialmente prevista para o final do mês passado, foi travada pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que preside a Comissão de Assuntos Exteriores, com apoio de parte do PT. Aliados de Renan creem que Corrêa foi abandonado pelo governo, pois nenhum emissário, nem mesmo o chefe da Casa Civil, Rui Costa, tentou dissolver o impasse. Enquanto isso, parte das atividades da agência estão paralisadas, à espera de diretrizes sobre como serão os trabalhos com o órgão de inteligência subordinado à Casa Civil, não mais a serviço dos militares. Um dos exemplos é que processos para nomeações de oficiais nas representações da Abin no exterior pouco ou nada avançaram até o momento.
A resistência de parlamentares à escolha de Corrêa tem como objetivo pressionar pelo afastamento do número 2 Alessandro Moretti, que trabalhou com Anderson Torres. Parlamentares também querem a saída do secretário Paulo Maurício Fortunato Pinto, responsável por autorizar o uso de software usado em espionagem de cidadãos no governo Bolsonaro.
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