Os senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) veem irregularidades na tentativa de Jair Bolsonaro (PL) trazer joias avaliadas em 3 milhões de euros para o Brasil sem declará-las à Receita Federal.
Conforme mostrou o Estadão, as joias foram apreendidas em outubro de 2021 no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e estavam na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
“O primeiro ponto que chama atenção é a tentativa de usar o auxiliar do ministro Bento como ‘mula’. Isso aponta para uma consciência da ilegalidade da conduta. Mas provavelmente será mais grave a tipificação das condutas de tentar a liberação dos bens apreendidos fora dos trâmites legais”, disse Vieira.
Quando soube que as joias haviam sido retidas, Albuquerque tentou reavê-las dizendo que eram presentes da Arábia Saudita à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, mas não conseguiu. O próprio Bolsonaro enviou ofício à Receita requisitando as joias poucos dias antes de deixar o cargo. No Brasil, é obrigatório declarar ao Fisco qualquer bem trazido ao País que passe de US$ 1 mil.
“Ele é um cidadão como qualquer outro. Valores como esse têm que ser declarados”, disse Oriovisto.