O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai criar um grupo de trabalho para definir regras para o acesso de pacientes do SUS a medicamentos à base do canabidiol, que servem a pessoas com doenças raras, como o mal de Parkinson e o Alzheimer. A medida contraria os pressupostos ideológicos da base bolsonarista que o elegeu.
O objetivo do projeto é facilitar a obtenção da substância e minimizar os custos da judicialização para o Estado. Atualmente, os pacientes precisam recorrer à Justiça para conseguir os remédios sem violar as leis que proíbem o uso da cannabis. Membros do Palácio dos Bandeirantes também afirmam que a lei irá garantir que os remédios sigam parâmetros aprovados pela Agenância Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como delimitação de dose de segurança, evidência de eficácia, indicação terapêutica ou controle clínico do uso.
O autor do projeto é o deputado estadual Caio França, filho do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, adversário de Tarcísio no embate sobre a privatização do Porto de Santos. Enquanto o chefe da pasta defende a manutenção da autoridade portuária estatal, o governador defende a venda para a iniciativa privada.