Marina Silva anuncia apoio à candidatura de Lula citando riscos à democracia


Ex-ministra do Meio Ambiente apresentou plano para a candidatura do petista, que ressaltou a importância de levar a sério a questão ambiental

Por Leon Ferrari e Giordanna Neves
Atualização:

A candidata à Câmara Marina Silva (Rede-SP) oficializou o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira, 12. No domingo, 11, eles já haviam se encontrado e Maria entregou propostas no campo das políticas ambientais ao presidenciável.

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Marina e Lula reforçaram que o reencontro foi “político e programático”, mas que a nível pessoal, nunca se afastaram. “Nunca estive tão distante política e ideologicamente da Marina”, disse o petista. “Na política, de vez em quando, tomamos decisões, e essas decisões nos fazem percorrer determinados caminhos. Nem sempre a gente se encontra nesse caminho”, explicou.

Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, mas deixou o cargo em 2008. Ela alegou que os temas que levantava não eram prioridade do petista. No ano seguinte, ela oficializou o rompimento com a saída do partido.

Lula e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concedem entrevista coletiva sobre programa ambiental e aproximação entre os políticos  Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Em 2014, quando candidata à presidência, foi alvo da campanha de Dilma Rousseff. Quatro anos depois, chegou a dizer que o País precisava de “férias” de partidos como PT, PSDB e MDB (na época, PMDB).

Marina destacou que a união vai além do restabelecimento das políticas ambientais no País - que segundo ela estão sendo destruídas na gestão de Jair Bolsonaro -, e tem objetivo de combater a “ameaça das ameaças”, que é aquela que ataca a democracia.

“Sempre que surge diante de nós a possibilidade de banalizar o mal, brasileiras e brasileiros devem se unir em legítima defesa da democracia”, defendeu a ex-ministra.

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O clima da coletiva foi leve, de reencontro de amigos. Lula falou que sua esposa, Janja, está muito feliz com a reconexão com Marina, e convidou a ex-ministra para visitá-lo, dizendo que vivem “a três minutos” um do outro.

O encontro também foi marcado por elogios de ambas as partes. Lula e Geraldo Alckmin, vice da chapa, sustentaram que Marina é reconhecida internacionalmente pela defesa do meio ambiente. O petista chegou a dizer que o País passou a se tornar referência no mundo quando Marina assumiu o ministério, durante sua primeira gestão.

Marina falou que a união de Alckmin e Lula foi um diálogo “tardio”, que poderia ter acontecido antes e, nesse sentido, deu a entender, que poderia ter evitado a eleição de Bolsonaro em 2018. “Porque, talvez, se nós tivéssemos feito antes, não tivéssemos o que temos agora. Mas como alguém disse, o sentido aparece só depois”, argumentou.

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Voto

Tanto Lula quanto Marina falaram em atrair não só votos dos candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet, mas também de Bolsonaro, para vencer a eleição. “Até a urna se fechar não existe um voto fixo de quem quer que seja”, defendeu Marina. “Ganhar muitos votos daqueles que não são bolsonaristas, mas estão iludidos com a ideia de que Bolsonaro possa ser uma alternativa ao País.”

“Vamos ter que ganhar muito (voto) dele”, disse o petista.

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Sobre os demais candidatos na corrida presidencial, que tentam ser alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, Marina disse que os respeita, porém, acredita que Lula seja o único capaz de derrotar Bolsonaro e enfrentar a “semente maléfica do bolsonarismo”.

Religião

Evangélica, Marina foi questionada sobre a possibilidade de atração desse público, que é caro tanto para Lula quanto Bolsonaro. Em um discurso em que reforçou a necessidade de respeito à diversidade religiosa, Marina destacou que nunca fez “púlpito de palanque” e vice-versa, além de destacar que “exclusivismo religioso e político” é prejudicial ao País.

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Lula, por sua vez, afirmou que “não pede voto por conta da religião” e que sua campanha é pautada em programa de governo pensado para o “povo”, seja qual for a fé de cada um. “A religião é uma coisa muito sagrada, é uma coisa de cada um.”

Agenda ‘perdida’

Sobre a proposta intitulada “COMPROMISSOS DE RESGATE DA AGENDA SOCIOAMBIENTAL BRASILEIRA PERDIDA”, entregue por Marina a Lula como condição para formalizar o apoio, Aloizio Mercadante, coordenador da campanha, caracterizou-a como “muito consistente e tecnicamente bem-feita”. Também disse que ela dá ênfase à crise climática.

Lula utilizou a palavra “ousado” para descreve-lo. Com a inclusão das propostas de Marina, destacou que a questão ambiental será levada a sério em uma futura gestão. “O mundo está exigindo do Brasil um comportamento civilizado. Um comportamento que nos obriga a ter em conta que não haverá a discussão sobre projeto de desenvolvimento, se você não colocar a questão ambiental na mesa e no programa.”

Lula e Marina explicaram que trata-se da pretensão da concretização de uma política “transversal”, que não seja uma responsabilidade de um único ministério, mas pauta de todos, inclusive, do chefe do Executivo.

Na coletiva, não foram dados detalhes minuciosos das propostas da candidata à deputada. Uma das medidas citadas foi a retomada do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, além da criação de um semelhante para cada bioma brasileiro.

Marina explicou que a “retomada” faz referência a uma agenda ambiental que começou quando ela assumiu a pasta em 2003, e deu “certo”.

Quando questionado sobre quais políticas ambientais acredita mais urgentes para implementar, Lula respondeu que, agora, o principal é vencer as eleições e repetiu que no seu governo não haverá garimpo ilegal e o desmatamento será “bloqueado”.

Violência e ódio

A tônica do encontro foi a defesa da democracia, o que abriu espaço para o discurso contra a violência e o ódio. Casos recentes, como o assassinato de um petista no Mato Grosso, foram citados e repudiados. “A minha geração não estava habituada a fazer política disseminando ódio e violência como nós estamos vivendo agora”, declarou Lula.

O petista também comentou sobre o vídeo em que bolsonarista diz que vai suspender entrega de marmitas a eleitora de Lula, que repercutiu no final de semana. Ele classificou o episódio como uma cena “grotesca”, “vergonhosa” e “humilhante”.

No vídeo, o homem manda a mulher pedir cesta básica para Lula. “Ele não precisava mandar ela pedir, porque a única razão que eu tenho de voltar a ser candidato a presidente da República é que temos que fazer mais do que nós fizemos no primeiro mandato. E eu não quero nem utilizar a palavra governar, nós temos que utilizar a palavra cuidar. Porque o povo brasileiro precisa de cuidado, sobretudo o povo mais pobre”, respondeu o presidenciável.

Lula frisou que polarização pode ser algo “saudável”, desde que candidatos se tratem como adversários, não inimigos. Como exemplo disso, citou a relação com o atual vice da chapa dele, Alckmin. “Nós estamos juntos (agora), porque a gente tinha divergência mas a gente não se tratava como inimigo.”

O petistas também fez duras críticas a Bolsonaro. Chamou o adversário de “cópia mal feita do Trump” e disse que “a maldade está no DNA do cidadão”.

Nesse sentido, pediu que o povo deposite esperança nas urnas. “Se a gente colocasse em prática o capítulo cinco da nossa Constituição, nós não teríamos problemas. Ela está para o Brasil como um Manifesto Comunista poderia estar para os russos, depois da revolução de 17. Lá está tudo que o povo quer.”

A candidata à Câmara Marina Silva (Rede-SP) oficializou o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira, 12. No domingo, 11, eles já haviam se encontrado e Maria entregou propostas no campo das políticas ambientais ao presidenciável.

Marina e Lula reforçaram que o reencontro foi “político e programático”, mas que a nível pessoal, nunca se afastaram. “Nunca estive tão distante política e ideologicamente da Marina”, disse o petista. “Na política, de vez em quando, tomamos decisões, e essas decisões nos fazem percorrer determinados caminhos. Nem sempre a gente se encontra nesse caminho”, explicou.

Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, mas deixou o cargo em 2008. Ela alegou que os temas que levantava não eram prioridade do petista. No ano seguinte, ela oficializou o rompimento com a saída do partido.

Lula e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concedem entrevista coletiva sobre programa ambiental e aproximação entre os políticos  Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2014, quando candidata à presidência, foi alvo da campanha de Dilma Rousseff. Quatro anos depois, chegou a dizer que o País precisava de “férias” de partidos como PT, PSDB e MDB (na época, PMDB).

Marina destacou que a união vai além do restabelecimento das políticas ambientais no País - que segundo ela estão sendo destruídas na gestão de Jair Bolsonaro -, e tem objetivo de combater a “ameaça das ameaças”, que é aquela que ataca a democracia.

“Sempre que surge diante de nós a possibilidade de banalizar o mal, brasileiras e brasileiros devem se unir em legítima defesa da democracia”, defendeu a ex-ministra.

O clima da coletiva foi leve, de reencontro de amigos. Lula falou que sua esposa, Janja, está muito feliz com a reconexão com Marina, e convidou a ex-ministra para visitá-lo, dizendo que vivem “a três minutos” um do outro.

O encontro também foi marcado por elogios de ambas as partes. Lula e Geraldo Alckmin, vice da chapa, sustentaram que Marina é reconhecida internacionalmente pela defesa do meio ambiente. O petista chegou a dizer que o País passou a se tornar referência no mundo quando Marina assumiu o ministério, durante sua primeira gestão.

Marina falou que a união de Alckmin e Lula foi um diálogo “tardio”, que poderia ter acontecido antes e, nesse sentido, deu a entender, que poderia ter evitado a eleição de Bolsonaro em 2018. “Porque, talvez, se nós tivéssemos feito antes, não tivéssemos o que temos agora. Mas como alguém disse, o sentido aparece só depois”, argumentou.

Voto

Tanto Lula quanto Marina falaram em atrair não só votos dos candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet, mas também de Bolsonaro, para vencer a eleição. “Até a urna se fechar não existe um voto fixo de quem quer que seja”, defendeu Marina. “Ganhar muitos votos daqueles que não são bolsonaristas, mas estão iludidos com a ideia de que Bolsonaro possa ser uma alternativa ao País.”

“Vamos ter que ganhar muito (voto) dele”, disse o petista.

Sobre os demais candidatos na corrida presidencial, que tentam ser alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, Marina disse que os respeita, porém, acredita que Lula seja o único capaz de derrotar Bolsonaro e enfrentar a “semente maléfica do bolsonarismo”.

Religião

Evangélica, Marina foi questionada sobre a possibilidade de atração desse público, que é caro tanto para Lula quanto Bolsonaro. Em um discurso em que reforçou a necessidade de respeito à diversidade religiosa, Marina destacou que nunca fez “púlpito de palanque” e vice-versa, além de destacar que “exclusivismo religioso e político” é prejudicial ao País.

Lula, por sua vez, afirmou que “não pede voto por conta da religião” e que sua campanha é pautada em programa de governo pensado para o “povo”, seja qual for a fé de cada um. “A religião é uma coisa muito sagrada, é uma coisa de cada um.”

Agenda ‘perdida’

Sobre a proposta intitulada “COMPROMISSOS DE RESGATE DA AGENDA SOCIOAMBIENTAL BRASILEIRA PERDIDA”, entregue por Marina a Lula como condição para formalizar o apoio, Aloizio Mercadante, coordenador da campanha, caracterizou-a como “muito consistente e tecnicamente bem-feita”. Também disse que ela dá ênfase à crise climática.

Lula utilizou a palavra “ousado” para descreve-lo. Com a inclusão das propostas de Marina, destacou que a questão ambiental será levada a sério em uma futura gestão. “O mundo está exigindo do Brasil um comportamento civilizado. Um comportamento que nos obriga a ter em conta que não haverá a discussão sobre projeto de desenvolvimento, se você não colocar a questão ambiental na mesa e no programa.”

Lula e Marina explicaram que trata-se da pretensão da concretização de uma política “transversal”, que não seja uma responsabilidade de um único ministério, mas pauta de todos, inclusive, do chefe do Executivo.

Na coletiva, não foram dados detalhes minuciosos das propostas da candidata à deputada. Uma das medidas citadas foi a retomada do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, além da criação de um semelhante para cada bioma brasileiro.

Marina explicou que a “retomada” faz referência a uma agenda ambiental que começou quando ela assumiu a pasta em 2003, e deu “certo”.

Quando questionado sobre quais políticas ambientais acredita mais urgentes para implementar, Lula respondeu que, agora, o principal é vencer as eleições e repetiu que no seu governo não haverá garimpo ilegal e o desmatamento será “bloqueado”.

Violência e ódio

A tônica do encontro foi a defesa da democracia, o que abriu espaço para o discurso contra a violência e o ódio. Casos recentes, como o assassinato de um petista no Mato Grosso, foram citados e repudiados. “A minha geração não estava habituada a fazer política disseminando ódio e violência como nós estamos vivendo agora”, declarou Lula.

O petista também comentou sobre o vídeo em que bolsonarista diz que vai suspender entrega de marmitas a eleitora de Lula, que repercutiu no final de semana. Ele classificou o episódio como uma cena “grotesca”, “vergonhosa” e “humilhante”.

No vídeo, o homem manda a mulher pedir cesta básica para Lula. “Ele não precisava mandar ela pedir, porque a única razão que eu tenho de voltar a ser candidato a presidente da República é que temos que fazer mais do que nós fizemos no primeiro mandato. E eu não quero nem utilizar a palavra governar, nós temos que utilizar a palavra cuidar. Porque o povo brasileiro precisa de cuidado, sobretudo o povo mais pobre”, respondeu o presidenciável.

Lula frisou que polarização pode ser algo “saudável”, desde que candidatos se tratem como adversários, não inimigos. Como exemplo disso, citou a relação com o atual vice da chapa dele, Alckmin. “Nós estamos juntos (agora), porque a gente tinha divergência mas a gente não se tratava como inimigo.”

O petistas também fez duras críticas a Bolsonaro. Chamou o adversário de “cópia mal feita do Trump” e disse que “a maldade está no DNA do cidadão”.

Nesse sentido, pediu que o povo deposite esperança nas urnas. “Se a gente colocasse em prática o capítulo cinco da nossa Constituição, nós não teríamos problemas. Ela está para o Brasil como um Manifesto Comunista poderia estar para os russos, depois da revolução de 17. Lá está tudo que o povo quer.”

A candidata à Câmara Marina Silva (Rede-SP) oficializou o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira, 12. No domingo, 11, eles já haviam se encontrado e Maria entregou propostas no campo das políticas ambientais ao presidenciável.

Marina e Lula reforçaram que o reencontro foi “político e programático”, mas que a nível pessoal, nunca se afastaram. “Nunca estive tão distante política e ideologicamente da Marina”, disse o petista. “Na política, de vez em quando, tomamos decisões, e essas decisões nos fazem percorrer determinados caminhos. Nem sempre a gente se encontra nesse caminho”, explicou.

Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, mas deixou o cargo em 2008. Ela alegou que os temas que levantava não eram prioridade do petista. No ano seguinte, ela oficializou o rompimento com a saída do partido.

Lula e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concedem entrevista coletiva sobre programa ambiental e aproximação entre os políticos  Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2014, quando candidata à presidência, foi alvo da campanha de Dilma Rousseff. Quatro anos depois, chegou a dizer que o País precisava de “férias” de partidos como PT, PSDB e MDB (na época, PMDB).

Marina destacou que a união vai além do restabelecimento das políticas ambientais no País - que segundo ela estão sendo destruídas na gestão de Jair Bolsonaro -, e tem objetivo de combater a “ameaça das ameaças”, que é aquela que ataca a democracia.

“Sempre que surge diante de nós a possibilidade de banalizar o mal, brasileiras e brasileiros devem se unir em legítima defesa da democracia”, defendeu a ex-ministra.

O clima da coletiva foi leve, de reencontro de amigos. Lula falou que sua esposa, Janja, está muito feliz com a reconexão com Marina, e convidou a ex-ministra para visitá-lo, dizendo que vivem “a três minutos” um do outro.

O encontro também foi marcado por elogios de ambas as partes. Lula e Geraldo Alckmin, vice da chapa, sustentaram que Marina é reconhecida internacionalmente pela defesa do meio ambiente. O petista chegou a dizer que o País passou a se tornar referência no mundo quando Marina assumiu o ministério, durante sua primeira gestão.

Marina falou que a união de Alckmin e Lula foi um diálogo “tardio”, que poderia ter acontecido antes e, nesse sentido, deu a entender, que poderia ter evitado a eleição de Bolsonaro em 2018. “Porque, talvez, se nós tivéssemos feito antes, não tivéssemos o que temos agora. Mas como alguém disse, o sentido aparece só depois”, argumentou.

Voto

Tanto Lula quanto Marina falaram em atrair não só votos dos candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet, mas também de Bolsonaro, para vencer a eleição. “Até a urna se fechar não existe um voto fixo de quem quer que seja”, defendeu Marina. “Ganhar muitos votos daqueles que não são bolsonaristas, mas estão iludidos com a ideia de que Bolsonaro possa ser uma alternativa ao País.”

“Vamos ter que ganhar muito (voto) dele”, disse o petista.

Sobre os demais candidatos na corrida presidencial, que tentam ser alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, Marina disse que os respeita, porém, acredita que Lula seja o único capaz de derrotar Bolsonaro e enfrentar a “semente maléfica do bolsonarismo”.

Religião

Evangélica, Marina foi questionada sobre a possibilidade de atração desse público, que é caro tanto para Lula quanto Bolsonaro. Em um discurso em que reforçou a necessidade de respeito à diversidade religiosa, Marina destacou que nunca fez “púlpito de palanque” e vice-versa, além de destacar que “exclusivismo religioso e político” é prejudicial ao País.

Lula, por sua vez, afirmou que “não pede voto por conta da religião” e que sua campanha é pautada em programa de governo pensado para o “povo”, seja qual for a fé de cada um. “A religião é uma coisa muito sagrada, é uma coisa de cada um.”

Agenda ‘perdida’

Sobre a proposta intitulada “COMPROMISSOS DE RESGATE DA AGENDA SOCIOAMBIENTAL BRASILEIRA PERDIDA”, entregue por Marina a Lula como condição para formalizar o apoio, Aloizio Mercadante, coordenador da campanha, caracterizou-a como “muito consistente e tecnicamente bem-feita”. Também disse que ela dá ênfase à crise climática.

Lula utilizou a palavra “ousado” para descreve-lo. Com a inclusão das propostas de Marina, destacou que a questão ambiental será levada a sério em uma futura gestão. “O mundo está exigindo do Brasil um comportamento civilizado. Um comportamento que nos obriga a ter em conta que não haverá a discussão sobre projeto de desenvolvimento, se você não colocar a questão ambiental na mesa e no programa.”

Lula e Marina explicaram que trata-se da pretensão da concretização de uma política “transversal”, que não seja uma responsabilidade de um único ministério, mas pauta de todos, inclusive, do chefe do Executivo.

Na coletiva, não foram dados detalhes minuciosos das propostas da candidata à deputada. Uma das medidas citadas foi a retomada do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, além da criação de um semelhante para cada bioma brasileiro.

Marina explicou que a “retomada” faz referência a uma agenda ambiental que começou quando ela assumiu a pasta em 2003, e deu “certo”.

Quando questionado sobre quais políticas ambientais acredita mais urgentes para implementar, Lula respondeu que, agora, o principal é vencer as eleições e repetiu que no seu governo não haverá garimpo ilegal e o desmatamento será “bloqueado”.

Violência e ódio

A tônica do encontro foi a defesa da democracia, o que abriu espaço para o discurso contra a violência e o ódio. Casos recentes, como o assassinato de um petista no Mato Grosso, foram citados e repudiados. “A minha geração não estava habituada a fazer política disseminando ódio e violência como nós estamos vivendo agora”, declarou Lula.

O petista também comentou sobre o vídeo em que bolsonarista diz que vai suspender entrega de marmitas a eleitora de Lula, que repercutiu no final de semana. Ele classificou o episódio como uma cena “grotesca”, “vergonhosa” e “humilhante”.

No vídeo, o homem manda a mulher pedir cesta básica para Lula. “Ele não precisava mandar ela pedir, porque a única razão que eu tenho de voltar a ser candidato a presidente da República é que temos que fazer mais do que nós fizemos no primeiro mandato. E eu não quero nem utilizar a palavra governar, nós temos que utilizar a palavra cuidar. Porque o povo brasileiro precisa de cuidado, sobretudo o povo mais pobre”, respondeu o presidenciável.

Lula frisou que polarização pode ser algo “saudável”, desde que candidatos se tratem como adversários, não inimigos. Como exemplo disso, citou a relação com o atual vice da chapa dele, Alckmin. “Nós estamos juntos (agora), porque a gente tinha divergência mas a gente não se tratava como inimigo.”

O petistas também fez duras críticas a Bolsonaro. Chamou o adversário de “cópia mal feita do Trump” e disse que “a maldade está no DNA do cidadão”.

Nesse sentido, pediu que o povo deposite esperança nas urnas. “Se a gente colocasse em prática o capítulo cinco da nossa Constituição, nós não teríamos problemas. Ela está para o Brasil como um Manifesto Comunista poderia estar para os russos, depois da revolução de 17. Lá está tudo que o povo quer.”

A candidata à Câmara Marina Silva (Rede-SP) oficializou o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira, 12. No domingo, 11, eles já haviam se encontrado e Maria entregou propostas no campo das políticas ambientais ao presidenciável.

Marina e Lula reforçaram que o reencontro foi “político e programático”, mas que a nível pessoal, nunca se afastaram. “Nunca estive tão distante política e ideologicamente da Marina”, disse o petista. “Na política, de vez em quando, tomamos decisões, e essas decisões nos fazem percorrer determinados caminhos. Nem sempre a gente se encontra nesse caminho”, explicou.

Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, mas deixou o cargo em 2008. Ela alegou que os temas que levantava não eram prioridade do petista. No ano seguinte, ela oficializou o rompimento com a saída do partido.

Lula e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concedem entrevista coletiva sobre programa ambiental e aproximação entre os políticos  Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2014, quando candidata à presidência, foi alvo da campanha de Dilma Rousseff. Quatro anos depois, chegou a dizer que o País precisava de “férias” de partidos como PT, PSDB e MDB (na época, PMDB).

Marina destacou que a união vai além do restabelecimento das políticas ambientais no País - que segundo ela estão sendo destruídas na gestão de Jair Bolsonaro -, e tem objetivo de combater a “ameaça das ameaças”, que é aquela que ataca a democracia.

“Sempre que surge diante de nós a possibilidade de banalizar o mal, brasileiras e brasileiros devem se unir em legítima defesa da democracia”, defendeu a ex-ministra.

O clima da coletiva foi leve, de reencontro de amigos. Lula falou que sua esposa, Janja, está muito feliz com a reconexão com Marina, e convidou a ex-ministra para visitá-lo, dizendo que vivem “a três minutos” um do outro.

O encontro também foi marcado por elogios de ambas as partes. Lula e Geraldo Alckmin, vice da chapa, sustentaram que Marina é reconhecida internacionalmente pela defesa do meio ambiente. O petista chegou a dizer que o País passou a se tornar referência no mundo quando Marina assumiu o ministério, durante sua primeira gestão.

Marina falou que a união de Alckmin e Lula foi um diálogo “tardio”, que poderia ter acontecido antes e, nesse sentido, deu a entender, que poderia ter evitado a eleição de Bolsonaro em 2018. “Porque, talvez, se nós tivéssemos feito antes, não tivéssemos o que temos agora. Mas como alguém disse, o sentido aparece só depois”, argumentou.

Voto

Tanto Lula quanto Marina falaram em atrair não só votos dos candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet, mas também de Bolsonaro, para vencer a eleição. “Até a urna se fechar não existe um voto fixo de quem quer que seja”, defendeu Marina. “Ganhar muitos votos daqueles que não são bolsonaristas, mas estão iludidos com a ideia de que Bolsonaro possa ser uma alternativa ao País.”

“Vamos ter que ganhar muito (voto) dele”, disse o petista.

Sobre os demais candidatos na corrida presidencial, que tentam ser alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, Marina disse que os respeita, porém, acredita que Lula seja o único capaz de derrotar Bolsonaro e enfrentar a “semente maléfica do bolsonarismo”.

Religião

Evangélica, Marina foi questionada sobre a possibilidade de atração desse público, que é caro tanto para Lula quanto Bolsonaro. Em um discurso em que reforçou a necessidade de respeito à diversidade religiosa, Marina destacou que nunca fez “púlpito de palanque” e vice-versa, além de destacar que “exclusivismo religioso e político” é prejudicial ao País.

Lula, por sua vez, afirmou que “não pede voto por conta da religião” e que sua campanha é pautada em programa de governo pensado para o “povo”, seja qual for a fé de cada um. “A religião é uma coisa muito sagrada, é uma coisa de cada um.”

Agenda ‘perdida’

Sobre a proposta intitulada “COMPROMISSOS DE RESGATE DA AGENDA SOCIOAMBIENTAL BRASILEIRA PERDIDA”, entregue por Marina a Lula como condição para formalizar o apoio, Aloizio Mercadante, coordenador da campanha, caracterizou-a como “muito consistente e tecnicamente bem-feita”. Também disse que ela dá ênfase à crise climática.

Lula utilizou a palavra “ousado” para descreve-lo. Com a inclusão das propostas de Marina, destacou que a questão ambiental será levada a sério em uma futura gestão. “O mundo está exigindo do Brasil um comportamento civilizado. Um comportamento que nos obriga a ter em conta que não haverá a discussão sobre projeto de desenvolvimento, se você não colocar a questão ambiental na mesa e no programa.”

Lula e Marina explicaram que trata-se da pretensão da concretização de uma política “transversal”, que não seja uma responsabilidade de um único ministério, mas pauta de todos, inclusive, do chefe do Executivo.

Na coletiva, não foram dados detalhes minuciosos das propostas da candidata à deputada. Uma das medidas citadas foi a retomada do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, além da criação de um semelhante para cada bioma brasileiro.

Marina explicou que a “retomada” faz referência a uma agenda ambiental que começou quando ela assumiu a pasta em 2003, e deu “certo”.

Quando questionado sobre quais políticas ambientais acredita mais urgentes para implementar, Lula respondeu que, agora, o principal é vencer as eleições e repetiu que no seu governo não haverá garimpo ilegal e o desmatamento será “bloqueado”.

Violência e ódio

A tônica do encontro foi a defesa da democracia, o que abriu espaço para o discurso contra a violência e o ódio. Casos recentes, como o assassinato de um petista no Mato Grosso, foram citados e repudiados. “A minha geração não estava habituada a fazer política disseminando ódio e violência como nós estamos vivendo agora”, declarou Lula.

O petista também comentou sobre o vídeo em que bolsonarista diz que vai suspender entrega de marmitas a eleitora de Lula, que repercutiu no final de semana. Ele classificou o episódio como uma cena “grotesca”, “vergonhosa” e “humilhante”.

No vídeo, o homem manda a mulher pedir cesta básica para Lula. “Ele não precisava mandar ela pedir, porque a única razão que eu tenho de voltar a ser candidato a presidente da República é que temos que fazer mais do que nós fizemos no primeiro mandato. E eu não quero nem utilizar a palavra governar, nós temos que utilizar a palavra cuidar. Porque o povo brasileiro precisa de cuidado, sobretudo o povo mais pobre”, respondeu o presidenciável.

Lula frisou que polarização pode ser algo “saudável”, desde que candidatos se tratem como adversários, não inimigos. Como exemplo disso, citou a relação com o atual vice da chapa dele, Alckmin. “Nós estamos juntos (agora), porque a gente tinha divergência mas a gente não se tratava como inimigo.”

O petistas também fez duras críticas a Bolsonaro. Chamou o adversário de “cópia mal feita do Trump” e disse que “a maldade está no DNA do cidadão”.

Nesse sentido, pediu que o povo deposite esperança nas urnas. “Se a gente colocasse em prática o capítulo cinco da nossa Constituição, nós não teríamos problemas. Ela está para o Brasil como um Manifesto Comunista poderia estar para os russos, depois da revolução de 17. Lá está tudo que o povo quer.”

A candidata à Câmara Marina Silva (Rede-SP) oficializou o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira, 12. No domingo, 11, eles já haviam se encontrado e Maria entregou propostas no campo das políticas ambientais ao presidenciável.

Marina e Lula reforçaram que o reencontro foi “político e programático”, mas que a nível pessoal, nunca se afastaram. “Nunca estive tão distante política e ideologicamente da Marina”, disse o petista. “Na política, de vez em quando, tomamos decisões, e essas decisões nos fazem percorrer determinados caminhos. Nem sempre a gente se encontra nesse caminho”, explicou.

Marina foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, mas deixou o cargo em 2008. Ela alegou que os temas que levantava não eram prioridade do petista. No ano seguinte, ela oficializou o rompimento com a saída do partido.

Lula e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, concedem entrevista coletiva sobre programa ambiental e aproximação entre os políticos  Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Em 2014, quando candidata à presidência, foi alvo da campanha de Dilma Rousseff. Quatro anos depois, chegou a dizer que o País precisava de “férias” de partidos como PT, PSDB e MDB (na época, PMDB).

Marina destacou que a união vai além do restabelecimento das políticas ambientais no País - que segundo ela estão sendo destruídas na gestão de Jair Bolsonaro -, e tem objetivo de combater a “ameaça das ameaças”, que é aquela que ataca a democracia.

“Sempre que surge diante de nós a possibilidade de banalizar o mal, brasileiras e brasileiros devem se unir em legítima defesa da democracia”, defendeu a ex-ministra.

O clima da coletiva foi leve, de reencontro de amigos. Lula falou que sua esposa, Janja, está muito feliz com a reconexão com Marina, e convidou a ex-ministra para visitá-lo, dizendo que vivem “a três minutos” um do outro.

O encontro também foi marcado por elogios de ambas as partes. Lula e Geraldo Alckmin, vice da chapa, sustentaram que Marina é reconhecida internacionalmente pela defesa do meio ambiente. O petista chegou a dizer que o País passou a se tornar referência no mundo quando Marina assumiu o ministério, durante sua primeira gestão.

Marina falou que a união de Alckmin e Lula foi um diálogo “tardio”, que poderia ter acontecido antes e, nesse sentido, deu a entender, que poderia ter evitado a eleição de Bolsonaro em 2018. “Porque, talvez, se nós tivéssemos feito antes, não tivéssemos o que temos agora. Mas como alguém disse, o sentido aparece só depois”, argumentou.

Voto

Tanto Lula quanto Marina falaram em atrair não só votos dos candidatos Ciro Gomes e Simone Tebet, mas também de Bolsonaro, para vencer a eleição. “Até a urna se fechar não existe um voto fixo de quem quer que seja”, defendeu Marina. “Ganhar muitos votos daqueles que não são bolsonaristas, mas estão iludidos com a ideia de que Bolsonaro possa ser uma alternativa ao País.”

“Vamos ter que ganhar muito (voto) dele”, disse o petista.

Sobre os demais candidatos na corrida presidencial, que tentam ser alternativa à polarização entre Lula e Bolsonaro, Marina disse que os respeita, porém, acredita que Lula seja o único capaz de derrotar Bolsonaro e enfrentar a “semente maléfica do bolsonarismo”.

Religião

Evangélica, Marina foi questionada sobre a possibilidade de atração desse público, que é caro tanto para Lula quanto Bolsonaro. Em um discurso em que reforçou a necessidade de respeito à diversidade religiosa, Marina destacou que nunca fez “púlpito de palanque” e vice-versa, além de destacar que “exclusivismo religioso e político” é prejudicial ao País.

Lula, por sua vez, afirmou que “não pede voto por conta da religião” e que sua campanha é pautada em programa de governo pensado para o “povo”, seja qual for a fé de cada um. “A religião é uma coisa muito sagrada, é uma coisa de cada um.”

Agenda ‘perdida’

Sobre a proposta intitulada “COMPROMISSOS DE RESGATE DA AGENDA SOCIOAMBIENTAL BRASILEIRA PERDIDA”, entregue por Marina a Lula como condição para formalizar o apoio, Aloizio Mercadante, coordenador da campanha, caracterizou-a como “muito consistente e tecnicamente bem-feita”. Também disse que ela dá ênfase à crise climática.

Lula utilizou a palavra “ousado” para descreve-lo. Com a inclusão das propostas de Marina, destacou que a questão ambiental será levada a sério em uma futura gestão. “O mundo está exigindo do Brasil um comportamento civilizado. Um comportamento que nos obriga a ter em conta que não haverá a discussão sobre projeto de desenvolvimento, se você não colocar a questão ambiental na mesa e no programa.”

Lula e Marina explicaram que trata-se da pretensão da concretização de uma política “transversal”, que não seja uma responsabilidade de um único ministério, mas pauta de todos, inclusive, do chefe do Executivo.

Na coletiva, não foram dados detalhes minuciosos das propostas da candidata à deputada. Uma das medidas citadas foi a retomada do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, além da criação de um semelhante para cada bioma brasileiro.

Marina explicou que a “retomada” faz referência a uma agenda ambiental que começou quando ela assumiu a pasta em 2003, e deu “certo”.

Quando questionado sobre quais políticas ambientais acredita mais urgentes para implementar, Lula respondeu que, agora, o principal é vencer as eleições e repetiu que no seu governo não haverá garimpo ilegal e o desmatamento será “bloqueado”.

Violência e ódio

A tônica do encontro foi a defesa da democracia, o que abriu espaço para o discurso contra a violência e o ódio. Casos recentes, como o assassinato de um petista no Mato Grosso, foram citados e repudiados. “A minha geração não estava habituada a fazer política disseminando ódio e violência como nós estamos vivendo agora”, declarou Lula.

O petista também comentou sobre o vídeo em que bolsonarista diz que vai suspender entrega de marmitas a eleitora de Lula, que repercutiu no final de semana. Ele classificou o episódio como uma cena “grotesca”, “vergonhosa” e “humilhante”.

No vídeo, o homem manda a mulher pedir cesta básica para Lula. “Ele não precisava mandar ela pedir, porque a única razão que eu tenho de voltar a ser candidato a presidente da República é que temos que fazer mais do que nós fizemos no primeiro mandato. E eu não quero nem utilizar a palavra governar, nós temos que utilizar a palavra cuidar. Porque o povo brasileiro precisa de cuidado, sobretudo o povo mais pobre”, respondeu o presidenciável.

Lula frisou que polarização pode ser algo “saudável”, desde que candidatos se tratem como adversários, não inimigos. Como exemplo disso, citou a relação com o atual vice da chapa dele, Alckmin. “Nós estamos juntos (agora), porque a gente tinha divergência mas a gente não se tratava como inimigo.”

O petistas também fez duras críticas a Bolsonaro. Chamou o adversário de “cópia mal feita do Trump” e disse que “a maldade está no DNA do cidadão”.

Nesse sentido, pediu que o povo deposite esperança nas urnas. “Se a gente colocasse em prática o capítulo cinco da nossa Constituição, nós não teríamos problemas. Ela está para o Brasil como um Manifesto Comunista poderia estar para os russos, depois da revolução de 17. Lá está tudo que o povo quer.”

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