Marta sai do PT com ataques ao partido


Em carta na qual anuncia sua desfiliação após 33 anos de militância, senadora diz que sigla é reincidente em escândalos de corrupção

Por Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo

Atualizado às 22h14

São Paulo - Após 33 anos de militância no PT, a senadora e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy oficializou nesta terça-feira, 28, sua saída do partido com uma carta na qual afirma que o partido é reincidente em casos de desvios éticos. Ela também se diz constrangida com o “protagonismo” da legenda em “um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”. 

O texto de quatro páginas foi enviado às direções municipal, estadual e nacional da legenda. “Mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”, afirmou a senadora, referindo-se indiretamente ao mensalão, revelado em 2005, no governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, e ao escândalo de corrupção na Petrobrás, desbaratado em 2014, no governo de Dilma Rousseff.

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Horas após o anúncio de desfiliação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que Marta será candidata à Prefeitura de São Paulo no ano que vem pelo partido, que prepara uma fusão com o PPS (mais informações no texto ao lado). A senadora, que já comandou a cidade de 2000 a 2004, ainda não assumiu formalmente a decisão, mas sinalizou que deve assinar a ficha de filiação ao novo partido ainda em maio. 

Assim como o PT, o PSB também está envolvido no escândalo investigado pela Operação Lava Jato – o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa afirma que o partido foi destinatário de R$ 20 milhões em propinas desviadas de contratos da Petrobrás. Questionada sobre o tema, Marta desconversou e não citou as suspeitas de corrupção que pesam sobre o PSB. “Estou entrando (no PSB) de uma forma muito diferente da que eu entrei (no PT). Isso significa que você entra procurando um projeto para o Brasil, que hoje eu não vejo mais no PT”, afirmou em entrevista durante sessão do Senado, na qual foi cortejada por integrantes da oposição como os tucanos José Serra e Aécio Neves. 

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Senadora Marta Suplicy (PT-SP) Foto: André Dusek/Estadão - 18.11.2014

Pecha. A direção petista já esperava a desfiliação, mas se disse surpresa com o tom da carta de despedida escrita por Marta. 

Embora ainda não haja uma decisão da sigla sobre tentar ou não retomar na Justiça o mandato dela no Senado, os dirigentes do partido observaram que outros dissidentes simbólicos do PT, como a ex-ministra Marina Silva, a ex-senadora Heloísa Helena e a deputada Luiz Erundina (PSB), não saíram chamando o partido de “ladrão” (mais informações no texto abaixo). 

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Na carta, Marta ressaltou o protagonismo do PT no escândalo de corrupção da Petrobrás. “É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”. Em outro trecho, ela foi além. “No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente.” Em um vídeo divulgado no YouTube, Marta reforçou a crítica. “O PT acabou se desviando do caminho e se contaminando com o poder.” 

Vídeo. Além do documento entregue ao partido nesta terça, a senadora também divulgou um vídeo em seu perfil oficial no Facebook explicando sua saída, confira abaixo:

 

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Desfecho. A decisão de deixar o PT foi o desfecho de uma crise que começou na campanha presidencial de 2014, quando Marta foi preterida pela sigla na disputa pelo governo paulista. O candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ela já havia sido preterida por Lula na disputa pela prefeitura em 2012, quando o escolhido foi Fernando Haddad. 

Em novembro, Marta pediu demissão por carta do cargo de ministra da Cultura enquanto Dilma estava em uma viagem ao Catar. Na ocasião, ela criticou abertamente a equipe econômica do governo. Depois de retomar o cargo no Senado, a ex-prefeita passou a hostilizar o PT e o Planalto. 

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Em entrevista ao Estado em janeiro, Marta deu senha de que estava mesmo saindo ao dizer que o presidente do partido, Rui Falcão, “traiu o PT” e que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “inimigo” de. “O PT é um partido cada vez mais isolado e que luta pela manutenção do poder (...) Ou o PT muda ou acaba.”

Em março, Marta excluiu os petistas de sua festa de 70 anos. / COLABOROU ISADORA PERON 

Atualizado às 22h14

São Paulo - Após 33 anos de militância no PT, a senadora e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy oficializou nesta terça-feira, 28, sua saída do partido com uma carta na qual afirma que o partido é reincidente em casos de desvios éticos. Ela também se diz constrangida com o “protagonismo” da legenda em “um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”. 

O texto de quatro páginas foi enviado às direções municipal, estadual e nacional da legenda. “Mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”, afirmou a senadora, referindo-se indiretamente ao mensalão, revelado em 2005, no governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, e ao escândalo de corrupção na Petrobrás, desbaratado em 2014, no governo de Dilma Rousseff.

Horas após o anúncio de desfiliação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que Marta será candidata à Prefeitura de São Paulo no ano que vem pelo partido, que prepara uma fusão com o PPS (mais informações no texto ao lado). A senadora, que já comandou a cidade de 2000 a 2004, ainda não assumiu formalmente a decisão, mas sinalizou que deve assinar a ficha de filiação ao novo partido ainda em maio. 

Assim como o PT, o PSB também está envolvido no escândalo investigado pela Operação Lava Jato – o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa afirma que o partido foi destinatário de R$ 20 milhões em propinas desviadas de contratos da Petrobrás. Questionada sobre o tema, Marta desconversou e não citou as suspeitas de corrupção que pesam sobre o PSB. “Estou entrando (no PSB) de uma forma muito diferente da que eu entrei (no PT). Isso significa que você entra procurando um projeto para o Brasil, que hoje eu não vejo mais no PT”, afirmou em entrevista durante sessão do Senado, na qual foi cortejada por integrantes da oposição como os tucanos José Serra e Aécio Neves. 

Senadora Marta Suplicy (PT-SP) Foto: André Dusek/Estadão - 18.11.2014

Pecha. A direção petista já esperava a desfiliação, mas se disse surpresa com o tom da carta de despedida escrita por Marta. 

Embora ainda não haja uma decisão da sigla sobre tentar ou não retomar na Justiça o mandato dela no Senado, os dirigentes do partido observaram que outros dissidentes simbólicos do PT, como a ex-ministra Marina Silva, a ex-senadora Heloísa Helena e a deputada Luiz Erundina (PSB), não saíram chamando o partido de “ladrão” (mais informações no texto abaixo). 

Na carta, Marta ressaltou o protagonismo do PT no escândalo de corrupção da Petrobrás. “É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”. Em outro trecho, ela foi além. “No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente.” Em um vídeo divulgado no YouTube, Marta reforçou a crítica. “O PT acabou se desviando do caminho e se contaminando com o poder.” 

Vídeo. Além do documento entregue ao partido nesta terça, a senadora também divulgou um vídeo em seu perfil oficial no Facebook explicando sua saída, confira abaixo:

 

Desfecho. A decisão de deixar o PT foi o desfecho de uma crise que começou na campanha presidencial de 2014, quando Marta foi preterida pela sigla na disputa pelo governo paulista. O candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ela já havia sido preterida por Lula na disputa pela prefeitura em 2012, quando o escolhido foi Fernando Haddad. 

Em novembro, Marta pediu demissão por carta do cargo de ministra da Cultura enquanto Dilma estava em uma viagem ao Catar. Na ocasião, ela criticou abertamente a equipe econômica do governo. Depois de retomar o cargo no Senado, a ex-prefeita passou a hostilizar o PT e o Planalto. 

Em entrevista ao Estado em janeiro, Marta deu senha de que estava mesmo saindo ao dizer que o presidente do partido, Rui Falcão, “traiu o PT” e que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “inimigo” de. “O PT é um partido cada vez mais isolado e que luta pela manutenção do poder (...) Ou o PT muda ou acaba.”

Em março, Marta excluiu os petistas de sua festa de 70 anos. / COLABOROU ISADORA PERON 

Atualizado às 22h14

São Paulo - Após 33 anos de militância no PT, a senadora e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy oficializou nesta terça-feira, 28, sua saída do partido com uma carta na qual afirma que o partido é reincidente em casos de desvios éticos. Ela também se diz constrangida com o “protagonismo” da legenda em “um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”. 

O texto de quatro páginas foi enviado às direções municipal, estadual e nacional da legenda. “Mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”, afirmou a senadora, referindo-se indiretamente ao mensalão, revelado em 2005, no governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, e ao escândalo de corrupção na Petrobrás, desbaratado em 2014, no governo de Dilma Rousseff.

Horas após o anúncio de desfiliação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que Marta será candidata à Prefeitura de São Paulo no ano que vem pelo partido, que prepara uma fusão com o PPS (mais informações no texto ao lado). A senadora, que já comandou a cidade de 2000 a 2004, ainda não assumiu formalmente a decisão, mas sinalizou que deve assinar a ficha de filiação ao novo partido ainda em maio. 

Assim como o PT, o PSB também está envolvido no escândalo investigado pela Operação Lava Jato – o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa afirma que o partido foi destinatário de R$ 20 milhões em propinas desviadas de contratos da Petrobrás. Questionada sobre o tema, Marta desconversou e não citou as suspeitas de corrupção que pesam sobre o PSB. “Estou entrando (no PSB) de uma forma muito diferente da que eu entrei (no PT). Isso significa que você entra procurando um projeto para o Brasil, que hoje eu não vejo mais no PT”, afirmou em entrevista durante sessão do Senado, na qual foi cortejada por integrantes da oposição como os tucanos José Serra e Aécio Neves. 

Senadora Marta Suplicy (PT-SP) Foto: André Dusek/Estadão - 18.11.2014

Pecha. A direção petista já esperava a desfiliação, mas se disse surpresa com o tom da carta de despedida escrita por Marta. 

Embora ainda não haja uma decisão da sigla sobre tentar ou não retomar na Justiça o mandato dela no Senado, os dirigentes do partido observaram que outros dissidentes simbólicos do PT, como a ex-ministra Marina Silva, a ex-senadora Heloísa Helena e a deputada Luiz Erundina (PSB), não saíram chamando o partido de “ladrão” (mais informações no texto abaixo). 

Na carta, Marta ressaltou o protagonismo do PT no escândalo de corrupção da Petrobrás. “É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”. Em outro trecho, ela foi além. “No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente.” Em um vídeo divulgado no YouTube, Marta reforçou a crítica. “O PT acabou se desviando do caminho e se contaminando com o poder.” 

Vídeo. Além do documento entregue ao partido nesta terça, a senadora também divulgou um vídeo em seu perfil oficial no Facebook explicando sua saída, confira abaixo:

 

Desfecho. A decisão de deixar o PT foi o desfecho de uma crise que começou na campanha presidencial de 2014, quando Marta foi preterida pela sigla na disputa pelo governo paulista. O candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ela já havia sido preterida por Lula na disputa pela prefeitura em 2012, quando o escolhido foi Fernando Haddad. 

Em novembro, Marta pediu demissão por carta do cargo de ministra da Cultura enquanto Dilma estava em uma viagem ao Catar. Na ocasião, ela criticou abertamente a equipe econômica do governo. Depois de retomar o cargo no Senado, a ex-prefeita passou a hostilizar o PT e o Planalto. 

Em entrevista ao Estado em janeiro, Marta deu senha de que estava mesmo saindo ao dizer que o presidente do partido, Rui Falcão, “traiu o PT” e que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “inimigo” de. “O PT é um partido cada vez mais isolado e que luta pela manutenção do poder (...) Ou o PT muda ou acaba.”

Em março, Marta excluiu os petistas de sua festa de 70 anos. / COLABOROU ISADORA PERON 

Atualizado às 22h14

São Paulo - Após 33 anos de militância no PT, a senadora e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy oficializou nesta terça-feira, 28, sua saída do partido com uma carta na qual afirma que o partido é reincidente em casos de desvios éticos. Ela também se diz constrangida com o “protagonismo” da legenda em “um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”. 

O texto de quatro páginas foi enviado às direções municipal, estadual e nacional da legenda. “Mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”, afirmou a senadora, referindo-se indiretamente ao mensalão, revelado em 2005, no governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, e ao escândalo de corrupção na Petrobrás, desbaratado em 2014, no governo de Dilma Rousseff.

Horas após o anúncio de desfiliação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que Marta será candidata à Prefeitura de São Paulo no ano que vem pelo partido, que prepara uma fusão com o PPS (mais informações no texto ao lado). A senadora, que já comandou a cidade de 2000 a 2004, ainda não assumiu formalmente a decisão, mas sinalizou que deve assinar a ficha de filiação ao novo partido ainda em maio. 

Assim como o PT, o PSB também está envolvido no escândalo investigado pela Operação Lava Jato – o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa afirma que o partido foi destinatário de R$ 20 milhões em propinas desviadas de contratos da Petrobrás. Questionada sobre o tema, Marta desconversou e não citou as suspeitas de corrupção que pesam sobre o PSB. “Estou entrando (no PSB) de uma forma muito diferente da que eu entrei (no PT). Isso significa que você entra procurando um projeto para o Brasil, que hoje eu não vejo mais no PT”, afirmou em entrevista durante sessão do Senado, na qual foi cortejada por integrantes da oposição como os tucanos José Serra e Aécio Neves. 

Senadora Marta Suplicy (PT-SP) Foto: André Dusek/Estadão - 18.11.2014

Pecha. A direção petista já esperava a desfiliação, mas se disse surpresa com o tom da carta de despedida escrita por Marta. 

Embora ainda não haja uma decisão da sigla sobre tentar ou não retomar na Justiça o mandato dela no Senado, os dirigentes do partido observaram que outros dissidentes simbólicos do PT, como a ex-ministra Marina Silva, a ex-senadora Heloísa Helena e a deputada Luiz Erundina (PSB), não saíram chamando o partido de “ladrão” (mais informações no texto abaixo). 

Na carta, Marta ressaltou o protagonismo do PT no escândalo de corrupção da Petrobrás. “É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”. Em outro trecho, ela foi além. “No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente.” Em um vídeo divulgado no YouTube, Marta reforçou a crítica. “O PT acabou se desviando do caminho e se contaminando com o poder.” 

Vídeo. Além do documento entregue ao partido nesta terça, a senadora também divulgou um vídeo em seu perfil oficial no Facebook explicando sua saída, confira abaixo:

 

Desfecho. A decisão de deixar o PT foi o desfecho de uma crise que começou na campanha presidencial de 2014, quando Marta foi preterida pela sigla na disputa pelo governo paulista. O candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ela já havia sido preterida por Lula na disputa pela prefeitura em 2012, quando o escolhido foi Fernando Haddad. 

Em novembro, Marta pediu demissão por carta do cargo de ministra da Cultura enquanto Dilma estava em uma viagem ao Catar. Na ocasião, ela criticou abertamente a equipe econômica do governo. Depois de retomar o cargo no Senado, a ex-prefeita passou a hostilizar o PT e o Planalto. 

Em entrevista ao Estado em janeiro, Marta deu senha de que estava mesmo saindo ao dizer que o presidente do partido, Rui Falcão, “traiu o PT” e que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “inimigo” de. “O PT é um partido cada vez mais isolado e que luta pela manutenção do poder (...) Ou o PT muda ou acaba.”

Em março, Marta excluiu os petistas de sua festa de 70 anos. / COLABOROU ISADORA PERON 

Atualizado às 22h14

São Paulo - Após 33 anos de militância no PT, a senadora e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy oficializou nesta terça-feira, 28, sua saída do partido com uma carta na qual afirma que o partido é reincidente em casos de desvios éticos. Ela também se diz constrangida com o “protagonismo” da legenda em “um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”. 

O texto de quatro páginas foi enviado às direções municipal, estadual e nacional da legenda. “Mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”, afirmou a senadora, referindo-se indiretamente ao mensalão, revelado em 2005, no governo petista de Luiz Inácio Lula da Silva, e ao escândalo de corrupção na Petrobrás, desbaratado em 2014, no governo de Dilma Rousseff.

Horas após o anúncio de desfiliação, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, disse que Marta será candidata à Prefeitura de São Paulo no ano que vem pelo partido, que prepara uma fusão com o PPS (mais informações no texto ao lado). A senadora, que já comandou a cidade de 2000 a 2004, ainda não assumiu formalmente a decisão, mas sinalizou que deve assinar a ficha de filiação ao novo partido ainda em maio. 

Assim como o PT, o PSB também está envolvido no escândalo investigado pela Operação Lava Jato – o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa afirma que o partido foi destinatário de R$ 20 milhões em propinas desviadas de contratos da Petrobrás. Questionada sobre o tema, Marta desconversou e não citou as suspeitas de corrupção que pesam sobre o PSB. “Estou entrando (no PSB) de uma forma muito diferente da que eu entrei (no PT). Isso significa que você entra procurando um projeto para o Brasil, que hoje eu não vejo mais no PT”, afirmou em entrevista durante sessão do Senado, na qual foi cortejada por integrantes da oposição como os tucanos José Serra e Aécio Neves. 

Senadora Marta Suplicy (PT-SP) Foto: André Dusek/Estadão - 18.11.2014

Pecha. A direção petista já esperava a desfiliação, mas se disse surpresa com o tom da carta de despedida escrita por Marta. 

Embora ainda não haja uma decisão da sigla sobre tentar ou não retomar na Justiça o mandato dela no Senado, os dirigentes do partido observaram que outros dissidentes simbólicos do PT, como a ex-ministra Marina Silva, a ex-senadora Heloísa Helena e a deputada Luiz Erundina (PSB), não saíram chamando o partido de “ladrão” (mais informações no texto abaixo). 

Na carta, Marta ressaltou o protagonismo do PT no escândalo de corrupção da Petrobrás. “É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver a sua direção nacional”. Em outro trecho, ela foi além. “No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente.” Em um vídeo divulgado no YouTube, Marta reforçou a crítica. “O PT acabou se desviando do caminho e se contaminando com o poder.” 

Vídeo. Além do documento entregue ao partido nesta terça, a senadora também divulgou um vídeo em seu perfil oficial no Facebook explicando sua saída, confira abaixo:

 

Desfecho. A decisão de deixar o PT foi o desfecho de uma crise que começou na campanha presidencial de 2014, quando Marta foi preterida pela sigla na disputa pelo governo paulista. O candidato escolhido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ela já havia sido preterida por Lula na disputa pela prefeitura em 2012, quando o escolhido foi Fernando Haddad. 

Em novembro, Marta pediu demissão por carta do cargo de ministra da Cultura enquanto Dilma estava em uma viagem ao Catar. Na ocasião, ela criticou abertamente a equipe econômica do governo. Depois de retomar o cargo no Senado, a ex-prefeita passou a hostilizar o PT e o Planalto. 

Em entrevista ao Estado em janeiro, Marta deu senha de que estava mesmo saindo ao dizer que o presidente do partido, Rui Falcão, “traiu o PT” e que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, é “inimigo” de. “O PT é um partido cada vez mais isolado e que luta pela manutenção do poder (...) Ou o PT muda ou acaba.”

Em março, Marta excluiu os petistas de sua festa de 70 anos. / COLABOROU ISADORA PERON 

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