O MDB, partido do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, entrou na Justiça Eleitoral no começo da noite de quinta-feira, 30, contra o PT, pela distribuição de um jornal com ataques ao atual chefe do Poder Executivo municipal. Como o Estadão mostrou no Dia do Trabalhador, a publicação foi entregue nas proximidades do evento realizado por centrais sindicais no estacionamento da Arena Corinthians, em Itaquera, zona leste da capital paulista.
A legenda pede que o PT, que apoia a pré-candidatura de Guilherme Boulos (Psol) na corrida pela Prefeitura de São Paulo, pague multa por campanha antecipada. O valor varia entre R$ 5 mil e R$ 25 mil, conforme prevê a Lei das Eleições. Liminarmente, o MDB quer que a Justiça barre a distribuição da publicação e faça uma busca e apreensão na sede do PT em São Paulo para recolher possíveis exemplares restantes. Procurado, o Diretório Municipal de São Paulo disse que analisará a inicial em reunião com corpo jurídico da legenda.
Denominado “Jornal São Paulo Urgente”, a publicação, de acordo com o expediente, teve tiragem de 100.000 exemplares. A “manchete” cita “Grande Esquema de Nunes” e diz que o prefeito “torrou” R$ 5 bilhões em obras sem licitação. No Dia do Trabalhador, o Estadão também flagrou distribuição de jornal favorável a Boulos.
Para o advogado Ricardo Vita Porto, que assina a inicial na Justiça Eleitoral contra o PT, o partido manipulou notícias para criar “fake news” contra o atual prefeito. “A manipulação e a criação de conteúdo calunioso deram-se pelo emprego de referências a notícias reais com a combinação de imagens inventadas (e nunca presentes nas notícias originais) de maços e sacos de dinheiro vivo que remetem, obviamente, a condutas criminosas de roubo ou furto de moeda”, disse o advogado em trecho da ação.
O advogado também chamou de “caluniosa” citação sobre suposto “grande esquema” de Nunes na Prefeitura de São Paulo. “O partido peticionário (MDB) obviamente não pode se valer de formas idênticas de manipulação de notícias para atacar os pré-candidatos do PT neste pleito (Guilherme Boulos e Marta Suplicy), sob pena de causar desinformação e indevido desequilíbrio ao próximo pleito. No entanto, é precisamente isso o que faz o PT, que combina notícias reais a elementos de fantasia (dinheiro vivo e saco de dinheiro), com o intuito de atingir eleitoralmente o prefeito através da manipulação”, citou o advogado.