BALNEÁRIO DE CAMBORIÚ - O presidente da Argentina, Javier Milei, chegou na noite deste sábado, 6, a Balneário Camboriú (SC), onde participa no domingo da versão brasileira da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Brasil). É a primeira visita do argentino ao Brasil desde que ele tomou posse em dezembro de 2023.
Em uma quebra de protocolo diplomático, Milei não se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele chegou ao hotel que o ex-presidente Jair Bolsonaro está hospedado por volta das 23h25, mas não parou para falar com a com a imprensa. A CPAC Brasil é organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
Milei desembarcou no aeroporto de Navegantes e fez o trajeto até Balneário de carro em um comboio com batedores.
Inicialmente, estava previsto um jantar no Expocentro, mesmo local em que ocorre o evento. Porém, Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC), o deputado Nikolas Ferreira (PL-SP) e outros bolsonaristas fizeram a refeição sem Milei e seguiram para o hotel para aguardá-lo.
O chileno José Antonio Kast, candidato de extrema-direita na última eleição do Chile, também está no local, assim como o ativista Paulo Kogos, pré-candidato a vereador de São Paulo pelo União Brasil.
Ao chegar, Milei foi recepcionado por Bolsonaro e Tarcísio no hall do hotel e, em seguida, foi para uma sala assistir o final do jogo entre Brasil e Uruguai, pelas quartas de final da Copa América. Antes da chegada dele, um sósia do presidente da Argentina apareceu na frente do hotel e enganou o público que aguardava no local.
Na semana passada, Lula disse que Milei deveria pedir para desculpas pelas “bobagens” que falou sobre ele e o Brasil. O presidente argentino, contudo, voltou a repetir que Lula é “comunista” e “corrupto”.
Na sexta-feira, o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, que também participará do evento, disse que Milei não se encontrará com Lula porque as agendas em Santa Catarina são “prioritárias” para ele.
O governo brasileiro monitora o tom a ser adotado por Milei em seus discursos no Brasil e não descarta retaliações diplomáticas, embora o Itamaraty adote a postura de evitar confrontos até o momento. A tensão aumentou depois que o governante cancelou a participação na cúpula do Mercosul, na segunda-feira, 8, em Assunção, no Paraguai.