BALNEÁRIO CAMBORIÚ - O presidente da Argentina, Javier Milei, se reuniu a portas fechadas na manhã deste domingo, 7, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC) e o deputado Eduardo . O encontro ocorreu no hotel que eles estão hospedados em Balneário Camboriú (SC). Bolsonaro aproveitou para dar de presente ao argentino a medalha “3is: imorrível, imbrochável e incomível”, um presente em tom de ironia que ele costuma dar a aliados políticos.
Antes do encontro reservado, Milei tomou café com políticos bolsonaristas. A irmã do presidente argentino, Karina Milei, e o ministro da Defesa da Argentina, Luis Petri, também participaram do encontro. Ao final do encontro, o governador de São Paulo não entrou em detalhes sobre o que foi tratado. “Foi ótimo”, disse Tarcísio sobre o encontro com o Milei. “Discutimos futebol”, brincou. Ele não respondeu se Lula foi tema da conversa.
O presidente argentino também se reuniu com empresário locais. Jorginho Mello disse que o objetivo do encontro com Milei e empresários foi discutir as relações comerciais entre Santa Catarina e a Argentina. “Foi um belo encontro para falar de democracia, economia e animar a direita”.
Questionado se Lula foi citado, o governador catarinense passou a palavra para Eduardo Bolsonaro. “O Milei vai ter oportunidade de fazer isso no discurso dele, mas percebe-se que ele não está com muita amizade junto ao Lula”, disse o filho de Bolsonaro.
Estavam presentes Mário Cezar Aguiar, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Otto von Sothen, do Grupo Tigre, Dilvo Casagranda, da Aurora, Edilson Zanatta, da Farben, e um representante da XP Investimentos.
É a primeira visita do presidente da Argentina ao País desde que ele assumiu o cargo em dezembro do ano passado. Milei, contudo, não se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em desrespeito ao protocolo diplomático. Os governantes dos dois países discutiram pela imprensa e redes sociais ao longo da semana.
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Lula disse que Milei deveria pedir para desculpas pelas “bobagens” que falou sobre ele e o Brasil. O presidente argentino, contudo, voltou a repetir que o petista é “comunista” e “corrupto”.
O argentino fará a palestra de encerramento da versão brasileira da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC Brasil) na tarde deste domingo.
Segundo a Coluna do Estadão, o Itamaraty avalia adotar duas posturas distintas a depender do discurso de Milei. Se o governante subir o tom contra a esquerda, de forma geral, não há risco de mal-estar diplomático.
Porém, se ele fizer ataques pessoais a Lula, como fez com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, há a possibilidade de uma crise na relação entre os dois países.
Não se vai à casa de alguém para xingar o dono. Isso é grave”, disse um diplomata à Coluna do Estadão.
Milei chegou à Balneário Camboriú no sábado por volta das 23h25m e foi recepcionado por Bolsonaro. Em seguida, assistiu ao final do jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa América.
Na sexta-feira, o porta-voz do governo argentino, Manuel Adorni, que também participará da CPAC Brasil, disse que Milei não se encontrará com Lula porque as agendas em Santa Catarina são “prioritárias” para ele.