MADRI - O sargento brasileiro Manoel Silva Rodrigues, que foi detido em 2019 na Espanha com 39 quilos de cocaína, quando viajava como parte da tripulação de apoio do presidente Jair Bolsonaro, foi condenado nesta segunda-feira, 24, a cumprir seis anos de prisão", informou um porta-voz do Judiciário espanhol. Ele também terá de pagar uma multa de 2 milhões de euros - cerca de R$ 9,5 milhões.
"A Promotoria reduziu o pedido de prisão de oito anos para seis anos e um dia e a defesa do militar aceitou esta pena", afirmou o porta-voz do tribunal de Sevilha, na região da Andaluzia, local do julgamento do segundo-sargento da Aeronáutica.
O militar foi detido em junho de 2019 com 39 quilos de cocaína em sua mala quando fez escala em Sevilha em um avião de apoio da comitiva de Bolsonaro, que viajaria ao Japão para a reunião do G20.
Na ocasião, Bolsonaro classificou o fato como "inaceitável", exigiu uma investigação e "punição severa ao responsável". A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pela segurança do avião, anunciou o reforço das medidas de controle para prevenir este tipo de crime.
O sargento, que entrou para a FAB em 2000, realizou pelo menos 29 viagens no Brasil e ao exterior desde que ingressou em 2010 no Grupo de Transporte Especial (GTE), que é responsável, entre outras funções, por transportar a cúpula do governo. Em janeiro de 2018, ele integrou a comitiva de Michel Temer na participação no Fórum Econômico Mundial em Davos. Silva Rodrigues também viajou a Juazeiro do Norte (CE) em maio de 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff esteve na cidade.
No Brasil, Rodrigues responde a um processo na Justiça Militar. A FAB informou que o Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado no âmbito do Comando da Aeronáutica para apurar o caso foi concluído dentro do prazo. "Os autos foram encaminhados para a Auditoria Militar competente, que enviou ao Ministério Público Militar, a quem coube promover ação penal, conforme determina o Código de Processo Penal Militar. A denúncia foi devidamente oferecida e o processo tramita perante a Justiça Militar." / AFP