BRASÍLIA - O Congresso instalou nesta quinta-feira, 25, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, que vai investigar a tentativa de golpe e os atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro deste ano em Brasília.
Nos últimos meses houve tentativas mútuas de governistas e oposicionistas de postergar as investigações. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento com as ações contra os prédios dos Três Poderes.
Agora, o governo aproveita a maioria na CPMI para impedir que a oposição bolsonarista encampe a tese, sem provas, de que o Planalto teria se sido conivente as manifestações golpistas com o suposto objetivo de se favorecer.
Veja abaixo quem fará parte de comissão como titular e como deve atuar:
Mesa diretora
Arthur Maia (União Brasil- BA) - Presidente da CPMI, o deputado federal é aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira. Prometeu conduzir os trabalhos com equilíbrio entre governistas e oposicionistas.
Eliziane Gama (PSD-MA) - Relator da CPMI, a senadora integra a base do governo Lula e tem laços políticos com o ministro da Justiça Flávio Dino.
Cid Gomes (PDT-CE) - Eleito vice-presidente, senador é irmão do ex-candidato à Presidência Ciro Gomes e é alinhado ao Palácio do Planalto.
Magno Malta (PL-ES) - Segundo vice-presidente, o senador é de oposição ao governo Lula e deve integrar a tropa de choque bolsonarista contra o Palácio do Planalto.
Senadores
Bloco União, MDB, PODEMOS, PDT, PSDB:
Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB) - Vice-presidente do Senado, ele é aliado ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e tem proximidade com o Planalto.
Marcelo Castro (MDB-PI) - Relator do Orçamento de 2023, o senador pode atuar ao lado da base governista.
Soraya Thronicke (UNIÃO-MS) - Independente em relação ao governo, a senadora faz críticas tanto a Lula quanto Bolsonaro, mas tem maior proximidade com o Planalto
Davi Alcolumbre (UNIÃO-AP) - Cacique do Centrão responsável por três indicações de ministros ao governo, o senador integra a base do governo Lula, mas não integra a tropa de choque
Marcos do Val (PODEMOS-ES) - Oposicionista, o senador faz parte da tropa de choque bolsonarista e já afirmou que pretende centrar a artilharia no seu rival político, o ministro da Justiça Flávio Dino.
Bloco Rede, PT, PSB, PSD:
Omar Aziz (PSD-AM) - Aliado do governo Lula, Aziz foi presidente da CPI da Covid e deve ter posicionamento combativo contra bolsonaristas
Otto Alencar (PSD-BA) - Membro da base do governo Lula, o senador deve atuar contra a narrativa dos parlamentares bolsonaristas
Fabiano Contarato (PT-ES) - Nome da tropa de choque do governo Lula na CPMI. O senador deve focar as investigações nos mentores e financiadores dos atos antidemocráticos
Rogério Carvalho (PT-SE) -Também parte da tropa de choque do governo Lula na CPMI. O senador deve focar as investigações nos mentores e financiadores dos atos antidemocráticos
Ana Paula Lobato (PSB-MA) - Suplente do ministro da Justiça Flávio Dino, a senadora integra a tropa de choque do governo
Bloco PL, NOVO:
Eduardo Girão (NOVO-CE) - O parlamentar integra a tropa de choque bolsonarista e deve focar em responsabilizar o governo Lula pela invasão aos prédios dos Três Poderes.
Bloco PP, Republicanos:
Esperidião Amin (PP-SC) - O parlamentar já apoio o governo Lula, mas tem adotado o discurso de que o presidente se beneficiou do 8 de janeiro e, por isso, deve fazer oposição ao Planalto
Damares Alves (REPUBLICANOS-DF) - Ex-ministra do governo Bolsonaro, a senadora é da tropa de choque oposicionista
Deputados
Bloco UNIÃO, PP, Federação PSDB CIDADANIA, PDT, PSB, AVANTE, SOLIDARIEDADE, PATRIOTA:
Duarte Junior (PSB-MA) -É membro da base do governo e do grupo político do ministro da Justiça Flávio Dino no Maranhão
Amanda Gentil (PP-MA) - A parlamentar é do grupo político de Flávio Dino, mas pertence ao bloco liderado por Arthur Lira. Ela apoiou a candidatura de Lula e deve ter posicionamento mais alinhado ao governo na CPMI.
Carlos Sampaio (PSDB-SP) - O parlamentar é ferrenho opositor de Lula e deve trabalhar para desgastar o governo na CPMI
Duda Salabert (PDT-MG) - A parlamentar integra tropa de choque do governo na CPMI
Bloco MDB, PSD, REPUBLICANOS, PODE, PSC:
Paulo Magalhães (PSD-BA) - O parlamentar tem proximidade com Lula e o PT, e deve apoiar o governo na CPMI
Rafael Brito (MDB-AL) -Tem proximidade com Lula e atuou no governo de transição. O parlamentar deve se posicionar a favor do Planalto.
Aluisio Mendes (REPUBLICANOS-MA) - Embora tenha sido vice-líder do governo Bolsonaro, o parlamentar é um dos recordistas de recebimento de emendas do Planalto e pode, eventualmente, votar a favor de Lula na CPMI.
Rodrigo Gambale (PODEMOS-SP) - O deputado promete atuar com imparcialidade e quer investigar quem financiou os atos golpistas.
Bloco PL:
André Fernandes (PL-CE) - Autor do requerimento de criação da CPMI, o deputado integra a tropa de choque bolsonarista. Ele também é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de insuflar os atos golpistas.
Delegado Ramagem (PL-RJ) - Ex-diretor da Agência Brasileira de Informação (Abin) sob Bolsonaro, o deputado é da tropa de choque da oposição e deve agir para desgastar Lula.
Filipe Barros (PL-PR) - Membro da tropa de choque bolsonarista. O deputado deve agir para responsabilizar o governo Lula pelos atos golpistas.
Bloco PCdoB, PT, PV:
Rubens Pereira Júnior (PT-MA) - Membro da tropa de choque do governo na CPMI.
Rogério Correia (PT-MG) - Membro da tropa de choque do governo na CPMI, o deputado é uma das apostas do PT para fazer contraponto ao discurso bolsonarista.
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) - Membro da tropa de choque do governo na CPMI.
Bloco PSOL, REDE:
Erika Hilton (PSOL-SP) - De perfil combativo, a parlamentar integra a tropa de choque do governo na CPMI