BRASÍLIA – O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, voltou a afirmar que invasão de terra é grave tanto quanto a invasão do Congresso Nacional, em referência aos atos golpistas de 8 de janeiro. “O nosso posicionamento é o mesmo do presidente Lula. Vamos enfrentar como já enfrentamos o legítimo sonho da terra. Invasão de terra não pode ser concebível e é tão grave quanto invadir o Congresso Nacional”, afirmou Fávaro a ex-ministros da Agricultura em evento promovido pela pasta com os ex-onze titulares da Agricultura em Brasília. “Invasão de terra tem de ser repelida no rigor da lei”, reforçou.
Só em abril deste ano, o MST afirma ter invadido 13 fazendas. Reportagem do Estadão mostrou, no início deste mês, a escalada das ações no campo em meio às ações do chamado “Abril Vermelho”. Durante os primeiros três meses do governo Lula, as invasões já haviam superado o total das ações registradas em todo o primeiro ano da gestão Bolsonaro. Foram 16 invasões e, em 2019, 11, segundo dados do Incra.
A ex-ministra e atual senadora Tereza Cristina (PP-MS) disse ser importante o ministério da Agricultura se posicionar sobre o tema. “Implementar rapidamente o cadastro do Incra será fundamental para pacificar o campo. Não precisamos invadir terra”, disse Tereza Cristina.
A senadora, que também é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), defendeu a importância de o ministério se posicionar também sobre o marco temporal de terras indígenas e sobre o projeto de lei dos defensivos agrícolas, que tramita no Senado. “Aprovamos ontem o regime de urgência dos defensivos agrícolas para votação no Plenário. Hoje estive com presidente (do Senado, Rodrigo) Pacheco e precisamos desmitificar dogmas e mostrar a modernização dos defensivos agrícolas. É importante o ministério entrar junto nisso”, pediu Tereza Cristina, mencionando a necessidade de contribuição de Congresso, entidades e governo pelo agro.
No evento, Fávaro convidou os ex-ministros para serem seus conselheiros. “Para que possamos, juntos, com entidades e com Congresso, deixar o apartheid que o Brasil vive e olhar para a frente. A eleição acabou. Vamos todos trabalhar juntos pelo agro”, afirmou.