BRASÍLIA — Com depoimento marcado para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST nesta quinta-feira, 17, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avisou aos integrantes que não poderá comparecer e não deu justificativa. A decisão irritou o relator, Ricardo Salles (PL-SP) e do presidente da comissão Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS).
“Mais um ministro fujão que não confia no próprio taco. Traidor do agro”, protestou Salles em sua rede social.
O governo fez um acordo com a oposição para que a convocação de Fávaro fosse transformada em convite, para que não houvesse a obrigação de o chefe da pasta comparecer à CPI.
Tenente-Coronel Zucco também cobrou um posicionamento. “Tínhamos feito um acordo. Quero deixar registrado que houve um acordo com o governo. Quero que o governo responda porque solicitamos a convocação e houve o acordo com o compromisso do comparecimento.”, disse.
Nilto Tatto (PT-SP) justificou que pode ter havido uma incompatibilidade similar como a que aconteceu com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. “Ele mandou três opções de data para não fazer a audiência no dia 10. Como tinha ameaça de transformar o convite em convocação, ele cancelou a agenda ele foi e deu um jeito. Pode ser que o ministro Fávaro pelo mesmo motivo não pôde atender.”
“Se ele nunca puder vir na quinta, ele pode vir na quarta. Nunca faltei uma comissão”, disse Salles, lembrando dos tempos em que foi ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro.
A acusação de fujão não ficou apenas para Fávaro. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, teve a convocação anulada por decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Salles fez questão de reforçar a fuga de Rui Costa.