O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Alexandre Resende, foi chamado, nesta quarta-feira, pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio de Oliveira Passos, para discutirem, entre outros assuntos, a desistência do governo de conceder à iniciativa privada sete trechos de rodovias federais, noticiada na terça-feira pela Agência Estado. Ao chegar ao Ministério, José Alexandre disse que o edital de licitação não havia sido lançado ainda, porque era necessária uma nova resolução do Conselho Nacional de Desestatização (CND) aprovando as mudanças feitas nas cláusulas do edital referentes a tarifas. As mudanças foram sugeridas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que determinou à ANTT e ao Ministério dos Transportes a realização de uma revisão dos cálculos para reduzir o preço máximo proposto para os pedágios. A versão final, segundo o diretor-geral, foi concluída no fim de semana passado. Ele disse que ainda não foi informado oficialmente da decisão do governo de suspender a licitação. O Ministério dos Transportes também não se manifestou até o momento sobre a decisão do governo. Passos disse, em rápida entrevista ao deixar o ministério para almoço, que a questão da concessão dos sete trechos das rodovias federais "está sendo avaliada pelo governo" e que "não há nenhuma decisão ainda". Fontes do governo informaram na terça à Agência Estado que o leilão dos sete trechos estaria suspenso e que o governo poderia criar um novo modelo, com uma espécie de pedágio público para essas rodovias. A própria ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse no Paraná, que o governo suspenderia o leilão das rodovias que cruzam aquele Estado.