Sete ministros repudiam ditadura nos 60 anos do golpe mesmo com veto de Lula; veja quem são


Ao menos sete ministros se manifestaram neste 31 de março; baixa adesão se alinha à postura de Lula, que não quer atritos com as Forças Armadas

Por Julia Affonso
Atualização:

Ao menos sete ministros do governo Lula usaram seus perfis pessoais na rede social X (antigo Twitter) para repudiar a ditadura militar (1964 - 1985) e homenagear as pessoas que morreram neste período. Neste domingo, 31 de março, completam-se 60 anos do golpe militar.

O baixo número de manifestações de ministros - o governo tem 38 pastas - se alinha com a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista esperava que tanto militares da ativa como seus auxiliares civis deixassem de falar do golpe militar para não acirrar ainda mais os ânimos entre o governo e as Forças Armadas.

Sob pressão de apoiadores, o presidente desautorizou ações do governo que relembrem a data para evitar atritos com as Forças. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, era um dos principais defensores de que houvesse eventos públicos de rejeição à ditadura militar. A pasta havia programado um ato para 1º de abril, mas, a pedido de Lula, cancelou o evento.

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Ministério de Silvio Almeida havia programado ato sobre a ditadura militar para 1º de abril. Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados

Almeida publicou um texto em seu perfil, na rede social X (antigo Twitter), no qual explicou “por que ditadura nunca mais”. O ministro listou seis motivos, dentre eles, “porque queremos um país institucional e culturalmente democrático”, “porque queremos um país em que a verdade e a Justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência” e “porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo”.

“É preciso ter ódio e nojo da ditadura, como disse Ulisses Guimarães”, escreveu o ministro. O perfil da pasta não se manifestou no X.

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Também em seu perfil pessoal, o ministro da Educação, Camilo Santana, lembrou e repudiou a ditadura militar, “para que ela nunca mais se repita”. “A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável”, escreveu.

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, citou a ex-presidente Dilma Rousseff - a petista foi torturada em 1970, quando foi presa durante a ditadura militar. Messias é procurador da Fazenda Nacional e trabalhou no governo Dilma.

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“Democracia sempre!!!”, afirmou. “Minha homenagem nesta data é na pessoa de uma mulher que consagrou sua vida à defesa da Democracia, Dilma. Que a Luz da Democracia prevaleça, sempre. Essa é a causa que nos move.”

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, prestou uma homenagem “a todos que perderam a vida e a liberdade, em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas”. Teixeira celebrou “Rubens Paiva, Wladimir (sic) Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil”.

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Chefe da Secretaria de Comunicação do governo, o ministro Paulo Pimenta registrou que “defender a democracia é um desafio que se renova todos os dias”. “Ditadura Nunca Mais!!”, anotou.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, homenageou “todas as pessoas presas, torturadas ou que tiveram seus filhos desaparecidos e mortos na ditadura militar”. “Que o golpe instalado há exatos 60 anos nunca mais volte a acontecer e não seja jamais esquecido”, anotou.

No X, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que “a ditadura promoveu um genocídio dos nossos povos e também de nossa cultura”. Segundo Guajajara, é preciso “refletir sobre um processo de reparação do Estado também em relação ao que aconteceu contra os nossos povos neste período”.

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“Através do Ministério dos Povos Indígenas, já promovemos espaços para pensar sobre uma Comissão Nacional Indígena da Verdade”, disse. “Esse é um debate necessário para o conjunto da sociedade. Só avançaremos com o fortalecimento da democracia e da Justiça.”

Em 1995, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o então governo instalou a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). O grupo, criado com o objetivo de reconhecer pessoas mortas ou desaparecidas durante a ditadura e despachar sobre pedidos de indenização de familiares, foi extinto no final do governo Jair Bolsonaro (PL), quando faltavam 15 dias para o ex-presidente deixar o Palácio do Planalto.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Lula será cada vez mais pressionado pelo PT a recriar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. Organizações de defesa dos direitos humanos acham inaceitável que a retomada dos trabalhos da comissão, encarregada de localizar restos mortais de vítimas da ditadura militar, não saia do papel. A minuta de decreto reativando o grupo descansou durante um ano nos escaninhos da Casa Civil, mas no último dia 13 o processo voltou para o Ministério da Justiça.

Ao menos sete ministros do governo Lula usaram seus perfis pessoais na rede social X (antigo Twitter) para repudiar a ditadura militar (1964 - 1985) e homenagear as pessoas que morreram neste período. Neste domingo, 31 de março, completam-se 60 anos do golpe militar.

O baixo número de manifestações de ministros - o governo tem 38 pastas - se alinha com a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista esperava que tanto militares da ativa como seus auxiliares civis deixassem de falar do golpe militar para não acirrar ainda mais os ânimos entre o governo e as Forças Armadas.

Sob pressão de apoiadores, o presidente desautorizou ações do governo que relembrem a data para evitar atritos com as Forças. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, era um dos principais defensores de que houvesse eventos públicos de rejeição à ditadura militar. A pasta havia programado um ato para 1º de abril, mas, a pedido de Lula, cancelou o evento.

Ministério de Silvio Almeida havia programado ato sobre a ditadura militar para 1º de abril. Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados

Almeida publicou um texto em seu perfil, na rede social X (antigo Twitter), no qual explicou “por que ditadura nunca mais”. O ministro listou seis motivos, dentre eles, “porque queremos um país institucional e culturalmente democrático”, “porque queremos um país em que a verdade e a Justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência” e “porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo”.

“É preciso ter ódio e nojo da ditadura, como disse Ulisses Guimarães”, escreveu o ministro. O perfil da pasta não se manifestou no X.

Também em seu perfil pessoal, o ministro da Educação, Camilo Santana, lembrou e repudiou a ditadura militar, “para que ela nunca mais se repita”. “A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável”, escreveu.

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, citou a ex-presidente Dilma Rousseff - a petista foi torturada em 1970, quando foi presa durante a ditadura militar. Messias é procurador da Fazenda Nacional e trabalhou no governo Dilma.

“Democracia sempre!!!”, afirmou. “Minha homenagem nesta data é na pessoa de uma mulher que consagrou sua vida à defesa da Democracia, Dilma. Que a Luz da Democracia prevaleça, sempre. Essa é a causa que nos move.”

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, prestou uma homenagem “a todos que perderam a vida e a liberdade, em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas”. Teixeira celebrou “Rubens Paiva, Wladimir (sic) Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil”.

Chefe da Secretaria de Comunicação do governo, o ministro Paulo Pimenta registrou que “defender a democracia é um desafio que se renova todos os dias”. “Ditadura Nunca Mais!!”, anotou.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, homenageou “todas as pessoas presas, torturadas ou que tiveram seus filhos desaparecidos e mortos na ditadura militar”. “Que o golpe instalado há exatos 60 anos nunca mais volte a acontecer e não seja jamais esquecido”, anotou.

No X, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que “a ditadura promoveu um genocídio dos nossos povos e também de nossa cultura”. Segundo Guajajara, é preciso “refletir sobre um processo de reparação do Estado também em relação ao que aconteceu contra os nossos povos neste período”.

“Através do Ministério dos Povos Indígenas, já promovemos espaços para pensar sobre uma Comissão Nacional Indígena da Verdade”, disse. “Esse é um debate necessário para o conjunto da sociedade. Só avançaremos com o fortalecimento da democracia e da Justiça.”

Em 1995, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o então governo instalou a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). O grupo, criado com o objetivo de reconhecer pessoas mortas ou desaparecidas durante a ditadura e despachar sobre pedidos de indenização de familiares, foi extinto no final do governo Jair Bolsonaro (PL), quando faltavam 15 dias para o ex-presidente deixar o Palácio do Planalto.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Lula será cada vez mais pressionado pelo PT a recriar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. Organizações de defesa dos direitos humanos acham inaceitável que a retomada dos trabalhos da comissão, encarregada de localizar restos mortais de vítimas da ditadura militar, não saia do papel. A minuta de decreto reativando o grupo descansou durante um ano nos escaninhos da Casa Civil, mas no último dia 13 o processo voltou para o Ministério da Justiça.

Ao menos sete ministros do governo Lula usaram seus perfis pessoais na rede social X (antigo Twitter) para repudiar a ditadura militar (1964 - 1985) e homenagear as pessoas que morreram neste período. Neste domingo, 31 de março, completam-se 60 anos do golpe militar.

O baixo número de manifestações de ministros - o governo tem 38 pastas - se alinha com a postura adotada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista esperava que tanto militares da ativa como seus auxiliares civis deixassem de falar do golpe militar para não acirrar ainda mais os ânimos entre o governo e as Forças Armadas.

Sob pressão de apoiadores, o presidente desautorizou ações do governo que relembrem a data para evitar atritos com as Forças. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, era um dos principais defensores de que houvesse eventos públicos de rejeição à ditadura militar. A pasta havia programado um ato para 1º de abril, mas, a pedido de Lula, cancelou o evento.

Ministério de Silvio Almeida havia programado ato sobre a ditadura militar para 1º de abril. Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados

Almeida publicou um texto em seu perfil, na rede social X (antigo Twitter), no qual explicou “por que ditadura nunca mais”. O ministro listou seis motivos, dentre eles, “porque queremos um país institucional e culturalmente democrático”, “porque queremos um país em que a verdade e a Justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência” e “porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo”.

“É preciso ter ódio e nojo da ditadura, como disse Ulisses Guimarães”, escreveu o ministro. O perfil da pasta não se manifestou no X.

Também em seu perfil pessoal, o ministro da Educação, Camilo Santana, lembrou e repudiou a ditadura militar, “para que ela nunca mais se repita”. “A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável”, escreveu.

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, citou a ex-presidente Dilma Rousseff - a petista foi torturada em 1970, quando foi presa durante a ditadura militar. Messias é procurador da Fazenda Nacional e trabalhou no governo Dilma.

“Democracia sempre!!!”, afirmou. “Minha homenagem nesta data é na pessoa de uma mulher que consagrou sua vida à defesa da Democracia, Dilma. Que a Luz da Democracia prevaleça, sempre. Essa é a causa que nos move.”

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, prestou uma homenagem “a todos que perderam a vida e a liberdade, em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas”. Teixeira celebrou “Rubens Paiva, Wladimir (sic) Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil”.

Chefe da Secretaria de Comunicação do governo, o ministro Paulo Pimenta registrou que “defender a democracia é um desafio que se renova todos os dias”. “Ditadura Nunca Mais!!”, anotou.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, homenageou “todas as pessoas presas, torturadas ou que tiveram seus filhos desaparecidos e mortos na ditadura militar”. “Que o golpe instalado há exatos 60 anos nunca mais volte a acontecer e não seja jamais esquecido”, anotou.

No X, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, afirmou que “a ditadura promoveu um genocídio dos nossos povos e também de nossa cultura”. Segundo Guajajara, é preciso “refletir sobre um processo de reparação do Estado também em relação ao que aconteceu contra os nossos povos neste período”.

“Através do Ministério dos Povos Indígenas, já promovemos espaços para pensar sobre uma Comissão Nacional Indígena da Verdade”, disse. “Esse é um debate necessário para o conjunto da sociedade. Só avançaremos com o fortalecimento da democracia e da Justiça.”

Em 1995, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o então governo instalou a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP). O grupo, criado com o objetivo de reconhecer pessoas mortas ou desaparecidas durante a ditadura e despachar sobre pedidos de indenização de familiares, foi extinto no final do governo Jair Bolsonaro (PL), quando faltavam 15 dias para o ex-presidente deixar o Palácio do Planalto.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Lula será cada vez mais pressionado pelo PT a recriar a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. Organizações de defesa dos direitos humanos acham inaceitável que a retomada dos trabalhos da comissão, encarregada de localizar restos mortais de vítimas da ditadura militar, não saia do papel. A minuta de decreto reativando o grupo descansou durante um ano nos escaninhos da Casa Civil, mas no último dia 13 o processo voltou para o Ministério da Justiça.

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