Ministros do STF dão respaldo a Moraes como relator do inquérito do golpe; leia bastidor


Possibilidade de troca não é nem mesmo cogitada, mas, nos bastidores, colegas do magistrado dizem que seria mais adequado caso ser julgado pelo plenário da Corte, e não pela Primeira Turma

Por Weslley Galzo e Vera Rosa

BRASÍLIA – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) descarta a possibilidade de Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, ser declarado suspeito para conduzir e julgar o caso que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os indiciados e no qual ele figura como alvo direto da trama.

Sob reserva, dois dos ministros disseram ao Estadão, porém, que seria mais adequado um julgamento de grande repercussão como esse ficar com o plenário da Corte, e não com a Primeira Turma. O colegiado é composto somente por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Em dezembro do ano passado, no entanto, o STF aprovou uma mudança no regimento interno que dá às turmas onde está o relator do inquérito a competência para julgar as ações penais. É exatamente a atual situação. Assim, se Moraes não levar o processo para o plenário, os dois ministros indicados por Bolsonaro – André Mendonça e Nunes Marques, da Segunda Turma – não participarão do julgamento.

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As investigações da Polícia Federal concluíram que Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Batizada de “Punhal Verde Amarelo”, a intentona idealizada por militares bolsonaristas previa, de acordo com a PF, o envenenamento de Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, em dezembro de 2022, além do assassinato de Moraes, que à época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como mostrou o Estadão, juristas avaliam que a permanência de Moraes no caso pode provocar até mesmo risco de anulação do processo pelo fato de ele ter entrado na lista das potenciais vítimas do golpe.

O ministro do STF Alexandre de Moraes figura como alvo da trama golpista no relatório da Polícia Federal. Foto: Taba Benedicto/ Estadão
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Essa leitura, porém, não encontra eco no STF. Integrantes da Corte sustentam que “não faz nenhum sentido” tirar Moraes das investigações nem do julgamento de Bolsonaro e seus aliados. A hipótese não chegou nem mesmo a ser aventada.

A apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente é dada como certa pelo STF. O Estadão ouviu quatro dos 11 ministros, um assessor e uma autoridade com amplo acesso aos magistrados.

Um dos ministros disse que somente Moraes poderia se declarar impedido de relatar e julgar a ação por eventual conflito de interesse. Mas, na prática, todos têm se unido em defesa dos atos do colega – até mesmo para proteger a própria Corte de ataques – e evitado discussões que possam ameaçar as investigações.

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Barroso já rejeitou pedido de substituição

Em fevereiro, quando advogados de Bolsonaro solicitaram que o STF declarasse Moraes impedido de julgá-lo, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, rejeitou o pedido sob o argumento de que alegações genéricas e subjetivas, “destituídas de embasamento jurídico”, não são suficientes para trocar o relator do caso.

O decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, também manifestou apoio à manutenção de Moraes na condução dos casos nos quais ele é apontado como vítima. Gilmar afirmou que “seria um absurdo” afastar o colega do inquérito que investiga a tentativa de golpe.

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Uma autoridade de outro tribunal, com trânsito no STF, disse ao Estadão que os ministros estão “fechados em copas” quando o assunto envolve Moraes. Isso significa que a relatoria do inquérito do golpe e de outras ações sensíveis é pauta quase não discutida ali.

O regimento interno do STF define que a suspeição dos relatores só pode ser suscitada cinco dias após a distribuição do processo ou após a conclusão dos autos – fase em que se encontra o inquérito do golpe. Cabe ao presidente da Corte analisar os pedidos.

Além disso, os ministros estão submetidos ao Código de Processo Civil (CPC), que determina a suspeição do magistrado quando ele for “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes”. O juiz também pode ser declarado impedido “quando for parte no processo ele próprio”.

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A jurisprudência do STF valida a proibição de julgamento de inimigos e amigos. De qualquer forma, segundo um dos ministros consultados, a suspeição de um magistrado é sempre considerada algo muito subjetivo de se definir.

BRASÍLIA – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) descarta a possibilidade de Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, ser declarado suspeito para conduzir e julgar o caso que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os indiciados e no qual ele figura como alvo direto da trama.

Sob reserva, dois dos ministros disseram ao Estadão, porém, que seria mais adequado um julgamento de grande repercussão como esse ficar com o plenário da Corte, e não com a Primeira Turma. O colegiado é composto somente por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Em dezembro do ano passado, no entanto, o STF aprovou uma mudança no regimento interno que dá às turmas onde está o relator do inquérito a competência para julgar as ações penais. É exatamente a atual situação. Assim, se Moraes não levar o processo para o plenário, os dois ministros indicados por Bolsonaro – André Mendonça e Nunes Marques, da Segunda Turma – não participarão do julgamento.

As investigações da Polícia Federal concluíram que Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Batizada de “Punhal Verde Amarelo”, a intentona idealizada por militares bolsonaristas previa, de acordo com a PF, o envenenamento de Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, em dezembro de 2022, além do assassinato de Moraes, que à época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como mostrou o Estadão, juristas avaliam que a permanência de Moraes no caso pode provocar até mesmo risco de anulação do processo pelo fato de ele ter entrado na lista das potenciais vítimas do golpe.

O ministro do STF Alexandre de Moraes figura como alvo da trama golpista no relatório da Polícia Federal. Foto: Taba Benedicto/ Estadão

Essa leitura, porém, não encontra eco no STF. Integrantes da Corte sustentam que “não faz nenhum sentido” tirar Moraes das investigações nem do julgamento de Bolsonaro e seus aliados. A hipótese não chegou nem mesmo a ser aventada.

A apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente é dada como certa pelo STF. O Estadão ouviu quatro dos 11 ministros, um assessor e uma autoridade com amplo acesso aos magistrados.

Um dos ministros disse que somente Moraes poderia se declarar impedido de relatar e julgar a ação por eventual conflito de interesse. Mas, na prática, todos têm se unido em defesa dos atos do colega – até mesmo para proteger a própria Corte de ataques – e evitado discussões que possam ameaçar as investigações.

Barroso já rejeitou pedido de substituição

Em fevereiro, quando advogados de Bolsonaro solicitaram que o STF declarasse Moraes impedido de julgá-lo, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, rejeitou o pedido sob o argumento de que alegações genéricas e subjetivas, “destituídas de embasamento jurídico”, não são suficientes para trocar o relator do caso.

O decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, também manifestou apoio à manutenção de Moraes na condução dos casos nos quais ele é apontado como vítima. Gilmar afirmou que “seria um absurdo” afastar o colega do inquérito que investiga a tentativa de golpe.

Uma autoridade de outro tribunal, com trânsito no STF, disse ao Estadão que os ministros estão “fechados em copas” quando o assunto envolve Moraes. Isso significa que a relatoria do inquérito do golpe e de outras ações sensíveis é pauta quase não discutida ali.

O regimento interno do STF define que a suspeição dos relatores só pode ser suscitada cinco dias após a distribuição do processo ou após a conclusão dos autos – fase em que se encontra o inquérito do golpe. Cabe ao presidente da Corte analisar os pedidos.

Além disso, os ministros estão submetidos ao Código de Processo Civil (CPC), que determina a suspeição do magistrado quando ele for “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes”. O juiz também pode ser declarado impedido “quando for parte no processo ele próprio”.

A jurisprudência do STF valida a proibição de julgamento de inimigos e amigos. De qualquer forma, segundo um dos ministros consultados, a suspeição de um magistrado é sempre considerada algo muito subjetivo de se definir.

BRASÍLIA – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) descarta a possibilidade de Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, ser declarado suspeito para conduzir e julgar o caso que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os indiciados e no qual ele figura como alvo direto da trama.

Sob reserva, dois dos ministros disseram ao Estadão, porém, que seria mais adequado um julgamento de grande repercussão como esse ficar com o plenário da Corte, e não com a Primeira Turma. O colegiado é composto somente por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Em dezembro do ano passado, no entanto, o STF aprovou uma mudança no regimento interno que dá às turmas onde está o relator do inquérito a competência para julgar as ações penais. É exatamente a atual situação. Assim, se Moraes não levar o processo para o plenário, os dois ministros indicados por Bolsonaro – André Mendonça e Nunes Marques, da Segunda Turma – não participarão do julgamento.

As investigações da Polícia Federal concluíram que Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Batizada de “Punhal Verde Amarelo”, a intentona idealizada por militares bolsonaristas previa, de acordo com a PF, o envenenamento de Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, em dezembro de 2022, além do assassinato de Moraes, que à época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como mostrou o Estadão, juristas avaliam que a permanência de Moraes no caso pode provocar até mesmo risco de anulação do processo pelo fato de ele ter entrado na lista das potenciais vítimas do golpe.

O ministro do STF Alexandre de Moraes figura como alvo da trama golpista no relatório da Polícia Federal. Foto: Taba Benedicto/ Estadão

Essa leitura, porém, não encontra eco no STF. Integrantes da Corte sustentam que “não faz nenhum sentido” tirar Moraes das investigações nem do julgamento de Bolsonaro e seus aliados. A hipótese não chegou nem mesmo a ser aventada.

A apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente é dada como certa pelo STF. O Estadão ouviu quatro dos 11 ministros, um assessor e uma autoridade com amplo acesso aos magistrados.

Um dos ministros disse que somente Moraes poderia se declarar impedido de relatar e julgar a ação por eventual conflito de interesse. Mas, na prática, todos têm se unido em defesa dos atos do colega – até mesmo para proteger a própria Corte de ataques – e evitado discussões que possam ameaçar as investigações.

Barroso já rejeitou pedido de substituição

Em fevereiro, quando advogados de Bolsonaro solicitaram que o STF declarasse Moraes impedido de julgá-lo, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, rejeitou o pedido sob o argumento de que alegações genéricas e subjetivas, “destituídas de embasamento jurídico”, não são suficientes para trocar o relator do caso.

O decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, também manifestou apoio à manutenção de Moraes na condução dos casos nos quais ele é apontado como vítima. Gilmar afirmou que “seria um absurdo” afastar o colega do inquérito que investiga a tentativa de golpe.

Uma autoridade de outro tribunal, com trânsito no STF, disse ao Estadão que os ministros estão “fechados em copas” quando o assunto envolve Moraes. Isso significa que a relatoria do inquérito do golpe e de outras ações sensíveis é pauta quase não discutida ali.

O regimento interno do STF define que a suspeição dos relatores só pode ser suscitada cinco dias após a distribuição do processo ou após a conclusão dos autos – fase em que se encontra o inquérito do golpe. Cabe ao presidente da Corte analisar os pedidos.

Além disso, os ministros estão submetidos ao Código de Processo Civil (CPC), que determina a suspeição do magistrado quando ele for “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes”. O juiz também pode ser declarado impedido “quando for parte no processo ele próprio”.

A jurisprudência do STF valida a proibição de julgamento de inimigos e amigos. De qualquer forma, segundo um dos ministros consultados, a suspeição de um magistrado é sempre considerada algo muito subjetivo de se definir.

BRASÍLIA – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) descarta a possibilidade de Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, ser declarado suspeito para conduzir e julgar o caso que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os indiciados e no qual ele figura como alvo direto da trama.

Sob reserva, dois dos ministros disseram ao Estadão, porém, que seria mais adequado um julgamento de grande repercussão como esse ficar com o plenário da Corte, e não com a Primeira Turma. O colegiado é composto somente por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Em dezembro do ano passado, no entanto, o STF aprovou uma mudança no regimento interno que dá às turmas onde está o relator do inquérito a competência para julgar as ações penais. É exatamente a atual situação. Assim, se Moraes não levar o processo para o plenário, os dois ministros indicados por Bolsonaro – André Mendonça e Nunes Marques, da Segunda Turma – não participarão do julgamento.

As investigações da Polícia Federal concluíram que Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Batizada de “Punhal Verde Amarelo”, a intentona idealizada por militares bolsonaristas previa, de acordo com a PF, o envenenamento de Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, em dezembro de 2022, além do assassinato de Moraes, que à época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como mostrou o Estadão, juristas avaliam que a permanência de Moraes no caso pode provocar até mesmo risco de anulação do processo pelo fato de ele ter entrado na lista das potenciais vítimas do golpe.

O ministro do STF Alexandre de Moraes figura como alvo da trama golpista no relatório da Polícia Federal. Foto: Taba Benedicto/ Estadão

Essa leitura, porém, não encontra eco no STF. Integrantes da Corte sustentam que “não faz nenhum sentido” tirar Moraes das investigações nem do julgamento de Bolsonaro e seus aliados. A hipótese não chegou nem mesmo a ser aventada.

A apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente é dada como certa pelo STF. O Estadão ouviu quatro dos 11 ministros, um assessor e uma autoridade com amplo acesso aos magistrados.

Um dos ministros disse que somente Moraes poderia se declarar impedido de relatar e julgar a ação por eventual conflito de interesse. Mas, na prática, todos têm se unido em defesa dos atos do colega – até mesmo para proteger a própria Corte de ataques – e evitado discussões que possam ameaçar as investigações.

Barroso já rejeitou pedido de substituição

Em fevereiro, quando advogados de Bolsonaro solicitaram que o STF declarasse Moraes impedido de julgá-lo, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, rejeitou o pedido sob o argumento de que alegações genéricas e subjetivas, “destituídas de embasamento jurídico”, não são suficientes para trocar o relator do caso.

O decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, também manifestou apoio à manutenção de Moraes na condução dos casos nos quais ele é apontado como vítima. Gilmar afirmou que “seria um absurdo” afastar o colega do inquérito que investiga a tentativa de golpe.

Uma autoridade de outro tribunal, com trânsito no STF, disse ao Estadão que os ministros estão “fechados em copas” quando o assunto envolve Moraes. Isso significa que a relatoria do inquérito do golpe e de outras ações sensíveis é pauta quase não discutida ali.

O regimento interno do STF define que a suspeição dos relatores só pode ser suscitada cinco dias após a distribuição do processo ou após a conclusão dos autos – fase em que se encontra o inquérito do golpe. Cabe ao presidente da Corte analisar os pedidos.

Além disso, os ministros estão submetidos ao Código de Processo Civil (CPC), que determina a suspeição do magistrado quando ele for “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes”. O juiz também pode ser declarado impedido “quando for parte no processo ele próprio”.

A jurisprudência do STF valida a proibição de julgamento de inimigos e amigos. De qualquer forma, segundo um dos ministros consultados, a suspeição de um magistrado é sempre considerada algo muito subjetivo de se definir.

BRASÍLIA – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) descarta a possibilidade de Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, ser declarado suspeito para conduzir e julgar o caso que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os indiciados e no qual ele figura como alvo direto da trama.

Sob reserva, dois dos ministros disseram ao Estadão, porém, que seria mais adequado um julgamento de grande repercussão como esse ficar com o plenário da Corte, e não com a Primeira Turma. O colegiado é composto somente por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Em dezembro do ano passado, no entanto, o STF aprovou uma mudança no regimento interno que dá às turmas onde está o relator do inquérito a competência para julgar as ações penais. É exatamente a atual situação. Assim, se Moraes não levar o processo para o plenário, os dois ministros indicados por Bolsonaro – André Mendonça e Nunes Marques, da Segunda Turma – não participarão do julgamento.

As investigações da Polícia Federal concluíram que Bolsonaro planejou, atuou e teve domínio de um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Batizada de “Punhal Verde Amarelo”, a intentona idealizada por militares bolsonaristas previa, de acordo com a PF, o envenenamento de Lula e seu vice, Geraldo Alckmin, em dezembro de 2022, além do assassinato de Moraes, que à época era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Como mostrou o Estadão, juristas avaliam que a permanência de Moraes no caso pode provocar até mesmo risco de anulação do processo pelo fato de ele ter entrado na lista das potenciais vítimas do golpe.

O ministro do STF Alexandre de Moraes figura como alvo da trama golpista no relatório da Polícia Federal. Foto: Taba Benedicto/ Estadão

Essa leitura, porém, não encontra eco no STF. Integrantes da Corte sustentam que “não faz nenhum sentido” tirar Moraes das investigações nem do julgamento de Bolsonaro e seus aliados. A hipótese não chegou nem mesmo a ser aventada.

A apresentação da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente é dada como certa pelo STF. O Estadão ouviu quatro dos 11 ministros, um assessor e uma autoridade com amplo acesso aos magistrados.

Um dos ministros disse que somente Moraes poderia se declarar impedido de relatar e julgar a ação por eventual conflito de interesse. Mas, na prática, todos têm se unido em defesa dos atos do colega – até mesmo para proteger a própria Corte de ataques – e evitado discussões que possam ameaçar as investigações.

Barroso já rejeitou pedido de substituição

Em fevereiro, quando advogados de Bolsonaro solicitaram que o STF declarasse Moraes impedido de julgá-lo, o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, rejeitou o pedido sob o argumento de que alegações genéricas e subjetivas, “destituídas de embasamento jurídico”, não são suficientes para trocar o relator do caso.

O decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, também manifestou apoio à manutenção de Moraes na condução dos casos nos quais ele é apontado como vítima. Gilmar afirmou que “seria um absurdo” afastar o colega do inquérito que investiga a tentativa de golpe.

Uma autoridade de outro tribunal, com trânsito no STF, disse ao Estadão que os ministros estão “fechados em copas” quando o assunto envolve Moraes. Isso significa que a relatoria do inquérito do golpe e de outras ações sensíveis é pauta quase não discutida ali.

O regimento interno do STF define que a suspeição dos relatores só pode ser suscitada cinco dias após a distribuição do processo ou após a conclusão dos autos – fase em que se encontra o inquérito do golpe. Cabe ao presidente da Corte analisar os pedidos.

Além disso, os ministros estão submetidos ao Código de Processo Civil (CPC), que determina a suspeição do magistrado quando ele for “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes”. O juiz também pode ser declarado impedido “quando for parte no processo ele próprio”.

A jurisprudência do STF valida a proibição de julgamento de inimigos e amigos. De qualquer forma, segundo um dos ministros consultados, a suspeição de um magistrado é sempre considerada algo muito subjetivo de se definir.

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