Labirintos da Política

Opinião|A casca de banana do governador Tarcísio de Freitas


Governador resolveu lançar acusação contra Guilherme Boulos no dia da eleição quando não parecia nem sequer necessário, sem apresentar detalhes de suposto ‘salve’ do PCC em favor do psolista

Por Monica Gugliano
Atualização:

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, sempre foi um homem de atos comedidos. Era aquele ministro sobre o qual se dizia que “entregava”. Bastava o então presidente Jair Bolsonaro fazer um pedido que, em pouco tempo, a tarefa estaria pronta. O que teria acontecido com esse senhor, que a troco de nada, chutou a bola para o alto, tropeçou e caiu escorregando numa casca de banana, no dia do segundo turno da eleição. E de uma eleição ganha pelo candidato que ele apoiava, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)?

Freitas derrapou justamente na pergunta que envolvia a sigla mais citada nesta eleição: o PCC. Em meio a uma entrevista coletiva, um repórter referindo-se a um comunicado da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo perguntou ao governador se era fato que haviam sido interceptados comunicados de membros da facção criminosa, orientando o voto em algumas cidades de São Paulo.

Tarcísio de Freitas divulgou informação de suposto 'salve' do PCC a favor de Boulos no dia da eleição Foto: Werther Santana/Estadão
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O experiente governador poderia ter chutado a bola para o lado, dito qualquer coisa. Mas não. Resolveu dar explicações, capengas. Não disse de onde tirara a informação, mas as informações poderiam ser atribuídas a Administração Penitenciária, incentivando votos para o que o candidato Guilherme Boulos (PSOL).

Ao saber da acusação, Boulos e sua equipe ficaram furibundos. O que fazer? Recorrer à Justiça, é claro. Campanhas eleitorais são assim mesmo, escolhe-se o candidato e se o partido tiver um bom nome e não precisar recorrer ao que sobrou, como aconteceu no Rio Grande do Sul, onde o MDB ficou com Sebastião Mello - que alagou Porto Alegre - , mas venceu a eleição por causa da rejeição astronômica da adversária petista, Maria do Rosário, tudo começa bem.

E é o que se esperava da campanha de Guilherme Boulos (PSOL). Bons quadros, o apoio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e dinheiro bastante do Fundo Eleitoral (na campanha de 2020 ele teve R$ 7 milhões), agora, tinha praticamente tudo para dar certo Mas não deu. Por quê? Especialistas em marketing político atribuem ao fato de Boulos não ter conseguido driblar a própria rejeição. Centrar suas energias e os esforços de sua campanha nos redutos onde Nunes despontava como favorito.

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E a sigla que assombrou a campanha, o PCC, duas vezes atingiu Boulos em cheio. No primeiro turno o laudo falso divulgado por Pablo Marçal, dizendo que ele era usuário de cocaína, sem provas, e o associando ao principal produto da contravenção do PCC , atingiu em cheio o psolista. Desta vez, neste domingo, o governador Tarcísio de Freitas resolveu dizer que membros da facção estavam pedido votos para Boulos nas prisões. A essa altura, os danos eleitorais a Boulos, como me disse um assessor do prefeito, seriam nulos e eles mesmos não sabem por quê o governador desenterrou essa história. Tarcísio não é de cair casca de banana. Esta foi a primeira e última na campanha. Por qual razão, os próximos dias, certamente, dirão.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, sempre foi um homem de atos comedidos. Era aquele ministro sobre o qual se dizia que “entregava”. Bastava o então presidente Jair Bolsonaro fazer um pedido que, em pouco tempo, a tarefa estaria pronta. O que teria acontecido com esse senhor, que a troco de nada, chutou a bola para o alto, tropeçou e caiu escorregando numa casca de banana, no dia do segundo turno da eleição. E de uma eleição ganha pelo candidato que ele apoiava, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)?

Freitas derrapou justamente na pergunta que envolvia a sigla mais citada nesta eleição: o PCC. Em meio a uma entrevista coletiva, um repórter referindo-se a um comunicado da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo perguntou ao governador se era fato que haviam sido interceptados comunicados de membros da facção criminosa, orientando o voto em algumas cidades de São Paulo.

Tarcísio de Freitas divulgou informação de suposto 'salve' do PCC a favor de Boulos no dia da eleição Foto: Werther Santana/Estadão

O experiente governador poderia ter chutado a bola para o lado, dito qualquer coisa. Mas não. Resolveu dar explicações, capengas. Não disse de onde tirara a informação, mas as informações poderiam ser atribuídas a Administração Penitenciária, incentivando votos para o que o candidato Guilherme Boulos (PSOL).

Ao saber da acusação, Boulos e sua equipe ficaram furibundos. O que fazer? Recorrer à Justiça, é claro. Campanhas eleitorais são assim mesmo, escolhe-se o candidato e se o partido tiver um bom nome e não precisar recorrer ao que sobrou, como aconteceu no Rio Grande do Sul, onde o MDB ficou com Sebastião Mello - que alagou Porto Alegre - , mas venceu a eleição por causa da rejeição astronômica da adversária petista, Maria do Rosário, tudo começa bem.

E é o que se esperava da campanha de Guilherme Boulos (PSOL). Bons quadros, o apoio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e dinheiro bastante do Fundo Eleitoral (na campanha de 2020 ele teve R$ 7 milhões), agora, tinha praticamente tudo para dar certo Mas não deu. Por quê? Especialistas em marketing político atribuem ao fato de Boulos não ter conseguido driblar a própria rejeição. Centrar suas energias e os esforços de sua campanha nos redutos onde Nunes despontava como favorito.

E a sigla que assombrou a campanha, o PCC, duas vezes atingiu Boulos em cheio. No primeiro turno o laudo falso divulgado por Pablo Marçal, dizendo que ele era usuário de cocaína, sem provas, e o associando ao principal produto da contravenção do PCC , atingiu em cheio o psolista. Desta vez, neste domingo, o governador Tarcísio de Freitas resolveu dizer que membros da facção estavam pedido votos para Boulos nas prisões. A essa altura, os danos eleitorais a Boulos, como me disse um assessor do prefeito, seriam nulos e eles mesmos não sabem por quê o governador desenterrou essa história. Tarcísio não é de cair casca de banana. Esta foi a primeira e última na campanha. Por qual razão, os próximos dias, certamente, dirão.

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, sempre foi um homem de atos comedidos. Era aquele ministro sobre o qual se dizia que “entregava”. Bastava o então presidente Jair Bolsonaro fazer um pedido que, em pouco tempo, a tarefa estaria pronta. O que teria acontecido com esse senhor, que a troco de nada, chutou a bola para o alto, tropeçou e caiu escorregando numa casca de banana, no dia do segundo turno da eleição. E de uma eleição ganha pelo candidato que ele apoiava, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB)?

Freitas derrapou justamente na pergunta que envolvia a sigla mais citada nesta eleição: o PCC. Em meio a uma entrevista coletiva, um repórter referindo-se a um comunicado da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo perguntou ao governador se era fato que haviam sido interceptados comunicados de membros da facção criminosa, orientando o voto em algumas cidades de São Paulo.

Tarcísio de Freitas divulgou informação de suposto 'salve' do PCC a favor de Boulos no dia da eleição Foto: Werther Santana/Estadão

O experiente governador poderia ter chutado a bola para o lado, dito qualquer coisa. Mas não. Resolveu dar explicações, capengas. Não disse de onde tirara a informação, mas as informações poderiam ser atribuídas a Administração Penitenciária, incentivando votos para o que o candidato Guilherme Boulos (PSOL).

Ao saber da acusação, Boulos e sua equipe ficaram furibundos. O que fazer? Recorrer à Justiça, é claro. Campanhas eleitorais são assim mesmo, escolhe-se o candidato e se o partido tiver um bom nome e não precisar recorrer ao que sobrou, como aconteceu no Rio Grande do Sul, onde o MDB ficou com Sebastião Mello - que alagou Porto Alegre - , mas venceu a eleição por causa da rejeição astronômica da adversária petista, Maria do Rosário, tudo começa bem.

E é o que se esperava da campanha de Guilherme Boulos (PSOL). Bons quadros, o apoio do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e dinheiro bastante do Fundo Eleitoral (na campanha de 2020 ele teve R$ 7 milhões), agora, tinha praticamente tudo para dar certo Mas não deu. Por quê? Especialistas em marketing político atribuem ao fato de Boulos não ter conseguido driblar a própria rejeição. Centrar suas energias e os esforços de sua campanha nos redutos onde Nunes despontava como favorito.

E a sigla que assombrou a campanha, o PCC, duas vezes atingiu Boulos em cheio. No primeiro turno o laudo falso divulgado por Pablo Marçal, dizendo que ele era usuário de cocaína, sem provas, e o associando ao principal produto da contravenção do PCC , atingiu em cheio o psolista. Desta vez, neste domingo, o governador Tarcísio de Freitas resolveu dizer que membros da facção estavam pedido votos para Boulos nas prisões. A essa altura, os danos eleitorais a Boulos, como me disse um assessor do prefeito, seriam nulos e eles mesmos não sabem por quê o governador desenterrou essa história. Tarcísio não é de cair casca de banana. Esta foi a primeira e última na campanha. Por qual razão, os próximos dias, certamente, dirão.

Opinião por Monica Gugliano

É repórter de Política do Estadão. Escreve às terças-feiras

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