Labirintos da Política

Opinião|A catarse do Exército brasileiro após militares golpistas de Bolsonaro resgatarem memórias sombrias


Força fez um trabalho hercúleo para se livrar da mão pesada dos governos militares, da pecha das torturas, das prisões, da censura, trabalho colocado agora a perder

Por Monica Gugliano

Quando o Centro de Comunicação Social do Exército completou 40 anos, em 2021, o hoje chefe do Estado Maior – à época general de Divisão Richard Fernandez Nunes – gostou da ideia de fazermos um pequeno livro entrevistando todos os chefes do departamento. Adotei a organização do projeto junto com o historiador militar Carlos Daróz. Os depoimentos foram agrupados sob o título “A Evolução do Grande Mudo”. Na apresentação, o general Richard define o trabalho: “Do silêncio eloquente à criteriosa interatividade”.

Foi mais ou menos o que aconteceu com o Exército Brasileiro. Ele cita a conclusão de “O Soldado e o Estado”, do americano Samuel Huntington (1927-2008), em que o cientista político chega a afirmar que “o maior serviço que eles (os soldados) podem prestar a si mesmos é servir em silêncio”. Richard argumenta que a “liberdade de ação obtida por um Exército é condicionada pela legitimidade alcançada para seus propósitos, a qual, por sua vez, pressupõe o apoio da opinião pública. Logo, a comunicação é essencial para a estratégia militar”.

Então presidente da República, Jair Bolsonaro recebe os cumprimentos do general Mário Fernandes, um dos mais implicados na trama do golpe Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República
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As semanas em que fizemos as entrevistas me permitiram conhecer e ouvir as histórias de generais já reformados, quase sempre passados dos 70 anos, com visões quase sempre equivalentes no sentido de que soldado bom é soldado calado. E, episódios pelos quais eles haviam passado no esforço de fazer “o mudo”, dizer algumas palavras àqueles profissionais sofridos, cerceados, calejados das histórias de torturas, desaparecimento e mortes.

Visitas faziam parte desses rituais de aproximação. Geralmente, o general marcava o encontro com o diretor de redação. Foi assim que, em tom de brincadeira, um deles lembrou que estivera com Octávio Frias de Oliveira (1912-2007) que estava acompanhado pelo jornalista – à época um dos principais do jornal – Gilberto Dimenstein (1956-2020) e que, conversa vai, conversa vem, reclamou ao “seu Otávio” que o repórter era muito “comunista”. Antes que Frias pudesse responder, o general, lembra que, mais uma vez em tom de brincadeira, afirmou: “Se ele continuar assim, terei que pendurá-lo no pau de arara”. Pau de arara era o instrumento de tortura usado contra “os inimigos”, nas prisões e quartéis. A expressão foi retirada da entrevista.

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Nesses tempos, o Exército fazia um trabalho hercúleo para se livrar da mão pesada dos governos militares, da pecha das torturas, das prisões, da censura, dos atos institucionais, dos desaparecidos. Esquecer a memória do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), o Vlado, assassinado em um presídio em São Paulo, ou do operário Manuel Fiel Filho (1927-1976) não é fácil. Estão aí, até hoje. Assim como o então deputado Rubens Paiva (1929-1971), assassinado, cujo corpo nunca foi encontrado e segundo me cochichou ao pé de ouvido um desses generais: “esse foi pro fundo do mar” e que agora, está no mar de emoções dos espectadores do filme “Ainda estou aqui”, que concorre ao Oscar.

Registramos no livro 40 anos desse trabalho feito pelos militares para mostrar à opinião pública – levando jornalistas aos mais recônditos lugares deste imenso País para que vejam o trabalho que as tropas fazem pela Nação.

Mas eis que, muitos anos depois, um capitão reformado pôs fim a todo esse trabalho. Jair Bolsonaro trouxe à tona as memórias que se queriam esquecer. Deu poder àqueles que até hoje lamentam o fim da ditadura e, segundo os inquéritos, queriam matar um presidente da República, um vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas palavras de um oficial general, será preciso uma catarse nas Forças Armadas para, quem sabe e não se sabe quando, consigam voltar onde pararam.

Quando o Centro de Comunicação Social do Exército completou 40 anos, em 2021, o hoje chefe do Estado Maior – à época general de Divisão Richard Fernandez Nunes – gostou da ideia de fazermos um pequeno livro entrevistando todos os chefes do departamento. Adotei a organização do projeto junto com o historiador militar Carlos Daróz. Os depoimentos foram agrupados sob o título “A Evolução do Grande Mudo”. Na apresentação, o general Richard define o trabalho: “Do silêncio eloquente à criteriosa interatividade”.

Foi mais ou menos o que aconteceu com o Exército Brasileiro. Ele cita a conclusão de “O Soldado e o Estado”, do americano Samuel Huntington (1927-2008), em que o cientista político chega a afirmar que “o maior serviço que eles (os soldados) podem prestar a si mesmos é servir em silêncio”. Richard argumenta que a “liberdade de ação obtida por um Exército é condicionada pela legitimidade alcançada para seus propósitos, a qual, por sua vez, pressupõe o apoio da opinião pública. Logo, a comunicação é essencial para a estratégia militar”.

Então presidente da República, Jair Bolsonaro recebe os cumprimentos do general Mário Fernandes, um dos mais implicados na trama do golpe Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

As semanas em que fizemos as entrevistas me permitiram conhecer e ouvir as histórias de generais já reformados, quase sempre passados dos 70 anos, com visões quase sempre equivalentes no sentido de que soldado bom é soldado calado. E, episódios pelos quais eles haviam passado no esforço de fazer “o mudo”, dizer algumas palavras àqueles profissionais sofridos, cerceados, calejados das histórias de torturas, desaparecimento e mortes.

Visitas faziam parte desses rituais de aproximação. Geralmente, o general marcava o encontro com o diretor de redação. Foi assim que, em tom de brincadeira, um deles lembrou que estivera com Octávio Frias de Oliveira (1912-2007) que estava acompanhado pelo jornalista – à época um dos principais do jornal – Gilberto Dimenstein (1956-2020) e que, conversa vai, conversa vem, reclamou ao “seu Otávio” que o repórter era muito “comunista”. Antes que Frias pudesse responder, o general, lembra que, mais uma vez em tom de brincadeira, afirmou: “Se ele continuar assim, terei que pendurá-lo no pau de arara”. Pau de arara era o instrumento de tortura usado contra “os inimigos”, nas prisões e quartéis. A expressão foi retirada da entrevista.

Nesses tempos, o Exército fazia um trabalho hercúleo para se livrar da mão pesada dos governos militares, da pecha das torturas, das prisões, da censura, dos atos institucionais, dos desaparecidos. Esquecer a memória do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), o Vlado, assassinado em um presídio em São Paulo, ou do operário Manuel Fiel Filho (1927-1976) não é fácil. Estão aí, até hoje. Assim como o então deputado Rubens Paiva (1929-1971), assassinado, cujo corpo nunca foi encontrado e segundo me cochichou ao pé de ouvido um desses generais: “esse foi pro fundo do mar” e que agora, está no mar de emoções dos espectadores do filme “Ainda estou aqui”, que concorre ao Oscar.

Registramos no livro 40 anos desse trabalho feito pelos militares para mostrar à opinião pública – levando jornalistas aos mais recônditos lugares deste imenso País para que vejam o trabalho que as tropas fazem pela Nação.

Mas eis que, muitos anos depois, um capitão reformado pôs fim a todo esse trabalho. Jair Bolsonaro trouxe à tona as memórias que se queriam esquecer. Deu poder àqueles que até hoje lamentam o fim da ditadura e, segundo os inquéritos, queriam matar um presidente da República, um vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas palavras de um oficial general, será preciso uma catarse nas Forças Armadas para, quem sabe e não se sabe quando, consigam voltar onde pararam.

Quando o Centro de Comunicação Social do Exército completou 40 anos, em 2021, o hoje chefe do Estado Maior – à época general de Divisão Richard Fernandez Nunes – gostou da ideia de fazermos um pequeno livro entrevistando todos os chefes do departamento. Adotei a organização do projeto junto com o historiador militar Carlos Daróz. Os depoimentos foram agrupados sob o título “A Evolução do Grande Mudo”. Na apresentação, o general Richard define o trabalho: “Do silêncio eloquente à criteriosa interatividade”.

Foi mais ou menos o que aconteceu com o Exército Brasileiro. Ele cita a conclusão de “O Soldado e o Estado”, do americano Samuel Huntington (1927-2008), em que o cientista político chega a afirmar que “o maior serviço que eles (os soldados) podem prestar a si mesmos é servir em silêncio”. Richard argumenta que a “liberdade de ação obtida por um Exército é condicionada pela legitimidade alcançada para seus propósitos, a qual, por sua vez, pressupõe o apoio da opinião pública. Logo, a comunicação é essencial para a estratégia militar”.

Então presidente da República, Jair Bolsonaro recebe os cumprimentos do general Mário Fernandes, um dos mais implicados na trama do golpe Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

As semanas em que fizemos as entrevistas me permitiram conhecer e ouvir as histórias de generais já reformados, quase sempre passados dos 70 anos, com visões quase sempre equivalentes no sentido de que soldado bom é soldado calado. E, episódios pelos quais eles haviam passado no esforço de fazer “o mudo”, dizer algumas palavras àqueles profissionais sofridos, cerceados, calejados das histórias de torturas, desaparecimento e mortes.

Visitas faziam parte desses rituais de aproximação. Geralmente, o general marcava o encontro com o diretor de redação. Foi assim que, em tom de brincadeira, um deles lembrou que estivera com Octávio Frias de Oliveira (1912-2007) que estava acompanhado pelo jornalista – à época um dos principais do jornal – Gilberto Dimenstein (1956-2020) e que, conversa vai, conversa vem, reclamou ao “seu Otávio” que o repórter era muito “comunista”. Antes que Frias pudesse responder, o general, lembra que, mais uma vez em tom de brincadeira, afirmou: “Se ele continuar assim, terei que pendurá-lo no pau de arara”. Pau de arara era o instrumento de tortura usado contra “os inimigos”, nas prisões e quartéis. A expressão foi retirada da entrevista.

Nesses tempos, o Exército fazia um trabalho hercúleo para se livrar da mão pesada dos governos militares, da pecha das torturas, das prisões, da censura, dos atos institucionais, dos desaparecidos. Esquecer a memória do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), o Vlado, assassinado em um presídio em São Paulo, ou do operário Manuel Fiel Filho (1927-1976) não é fácil. Estão aí, até hoje. Assim como o então deputado Rubens Paiva (1929-1971), assassinado, cujo corpo nunca foi encontrado e segundo me cochichou ao pé de ouvido um desses generais: “esse foi pro fundo do mar” e que agora, está no mar de emoções dos espectadores do filme “Ainda estou aqui”, que concorre ao Oscar.

Registramos no livro 40 anos desse trabalho feito pelos militares para mostrar à opinião pública – levando jornalistas aos mais recônditos lugares deste imenso País para que vejam o trabalho que as tropas fazem pela Nação.

Mas eis que, muitos anos depois, um capitão reformado pôs fim a todo esse trabalho. Jair Bolsonaro trouxe à tona as memórias que se queriam esquecer. Deu poder àqueles que até hoje lamentam o fim da ditadura e, segundo os inquéritos, queriam matar um presidente da República, um vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas palavras de um oficial general, será preciso uma catarse nas Forças Armadas para, quem sabe e não se sabe quando, consigam voltar onde pararam.

Quando o Centro de Comunicação Social do Exército completou 40 anos, em 2021, o hoje chefe do Estado Maior – à época general de Divisão Richard Fernandez Nunes – gostou da ideia de fazermos um pequeno livro entrevistando todos os chefes do departamento. Adotei a organização do projeto junto com o historiador militar Carlos Daróz. Os depoimentos foram agrupados sob o título “A Evolução do Grande Mudo”. Na apresentação, o general Richard define o trabalho: “Do silêncio eloquente à criteriosa interatividade”.

Foi mais ou menos o que aconteceu com o Exército Brasileiro. Ele cita a conclusão de “O Soldado e o Estado”, do americano Samuel Huntington (1927-2008), em que o cientista político chega a afirmar que “o maior serviço que eles (os soldados) podem prestar a si mesmos é servir em silêncio”. Richard argumenta que a “liberdade de ação obtida por um Exército é condicionada pela legitimidade alcançada para seus propósitos, a qual, por sua vez, pressupõe o apoio da opinião pública. Logo, a comunicação é essencial para a estratégia militar”.

Então presidente da República, Jair Bolsonaro recebe os cumprimentos do general Mário Fernandes, um dos mais implicados na trama do golpe Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

As semanas em que fizemos as entrevistas me permitiram conhecer e ouvir as histórias de generais já reformados, quase sempre passados dos 70 anos, com visões quase sempre equivalentes no sentido de que soldado bom é soldado calado. E, episódios pelos quais eles haviam passado no esforço de fazer “o mudo”, dizer algumas palavras àqueles profissionais sofridos, cerceados, calejados das histórias de torturas, desaparecimento e mortes.

Visitas faziam parte desses rituais de aproximação. Geralmente, o general marcava o encontro com o diretor de redação. Foi assim que, em tom de brincadeira, um deles lembrou que estivera com Octávio Frias de Oliveira (1912-2007) que estava acompanhado pelo jornalista – à época um dos principais do jornal – Gilberto Dimenstein (1956-2020) e que, conversa vai, conversa vem, reclamou ao “seu Otávio” que o repórter era muito “comunista”. Antes que Frias pudesse responder, o general, lembra que, mais uma vez em tom de brincadeira, afirmou: “Se ele continuar assim, terei que pendurá-lo no pau de arara”. Pau de arara era o instrumento de tortura usado contra “os inimigos”, nas prisões e quartéis. A expressão foi retirada da entrevista.

Nesses tempos, o Exército fazia um trabalho hercúleo para se livrar da mão pesada dos governos militares, da pecha das torturas, das prisões, da censura, dos atos institucionais, dos desaparecidos. Esquecer a memória do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), o Vlado, assassinado em um presídio em São Paulo, ou do operário Manuel Fiel Filho (1927-1976) não é fácil. Estão aí, até hoje. Assim como o então deputado Rubens Paiva (1929-1971), assassinado, cujo corpo nunca foi encontrado e segundo me cochichou ao pé de ouvido um desses generais: “esse foi pro fundo do mar” e que agora, está no mar de emoções dos espectadores do filme “Ainda estou aqui”, que concorre ao Oscar.

Registramos no livro 40 anos desse trabalho feito pelos militares para mostrar à opinião pública – levando jornalistas aos mais recônditos lugares deste imenso País para que vejam o trabalho que as tropas fazem pela Nação.

Mas eis que, muitos anos depois, um capitão reformado pôs fim a todo esse trabalho. Jair Bolsonaro trouxe à tona as memórias que se queriam esquecer. Deu poder àqueles que até hoje lamentam o fim da ditadura e, segundo os inquéritos, queriam matar um presidente da República, um vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas palavras de um oficial general, será preciso uma catarse nas Forças Armadas para, quem sabe e não se sabe quando, consigam voltar onde pararam.

Quando o Centro de Comunicação Social do Exército completou 40 anos, em 2021, o hoje chefe do Estado Maior – à época general de Divisão Richard Fernandez Nunes – gostou da ideia de fazermos um pequeno livro entrevistando todos os chefes do departamento. Adotei a organização do projeto junto com o historiador militar Carlos Daróz. Os depoimentos foram agrupados sob o título “A Evolução do Grande Mudo”. Na apresentação, o general Richard define o trabalho: “Do silêncio eloquente à criteriosa interatividade”.

Foi mais ou menos o que aconteceu com o Exército Brasileiro. Ele cita a conclusão de “O Soldado e o Estado”, do americano Samuel Huntington (1927-2008), em que o cientista político chega a afirmar que “o maior serviço que eles (os soldados) podem prestar a si mesmos é servir em silêncio”. Richard argumenta que a “liberdade de ação obtida por um Exército é condicionada pela legitimidade alcançada para seus propósitos, a qual, por sua vez, pressupõe o apoio da opinião pública. Logo, a comunicação é essencial para a estratégia militar”.

Então presidente da República, Jair Bolsonaro recebe os cumprimentos do general Mário Fernandes, um dos mais implicados na trama do golpe Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

As semanas em que fizemos as entrevistas me permitiram conhecer e ouvir as histórias de generais já reformados, quase sempre passados dos 70 anos, com visões quase sempre equivalentes no sentido de que soldado bom é soldado calado. E, episódios pelos quais eles haviam passado no esforço de fazer “o mudo”, dizer algumas palavras àqueles profissionais sofridos, cerceados, calejados das histórias de torturas, desaparecimento e mortes.

Visitas faziam parte desses rituais de aproximação. Geralmente, o general marcava o encontro com o diretor de redação. Foi assim que, em tom de brincadeira, um deles lembrou que estivera com Octávio Frias de Oliveira (1912-2007) que estava acompanhado pelo jornalista – à época um dos principais do jornal – Gilberto Dimenstein (1956-2020) e que, conversa vai, conversa vem, reclamou ao “seu Otávio” que o repórter era muito “comunista”. Antes que Frias pudesse responder, o general, lembra que, mais uma vez em tom de brincadeira, afirmou: “Se ele continuar assim, terei que pendurá-lo no pau de arara”. Pau de arara era o instrumento de tortura usado contra “os inimigos”, nas prisões e quartéis. A expressão foi retirada da entrevista.

Nesses tempos, o Exército fazia um trabalho hercúleo para se livrar da mão pesada dos governos militares, da pecha das torturas, das prisões, da censura, dos atos institucionais, dos desaparecidos. Esquecer a memória do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975), o Vlado, assassinado em um presídio em São Paulo, ou do operário Manuel Fiel Filho (1927-1976) não é fácil. Estão aí, até hoje. Assim como o então deputado Rubens Paiva (1929-1971), assassinado, cujo corpo nunca foi encontrado e segundo me cochichou ao pé de ouvido um desses generais: “esse foi pro fundo do mar” e que agora, está no mar de emoções dos espectadores do filme “Ainda estou aqui”, que concorre ao Oscar.

Registramos no livro 40 anos desse trabalho feito pelos militares para mostrar à opinião pública – levando jornalistas aos mais recônditos lugares deste imenso País para que vejam o trabalho que as tropas fazem pela Nação.

Mas eis que, muitos anos depois, um capitão reformado pôs fim a todo esse trabalho. Jair Bolsonaro trouxe à tona as memórias que se queriam esquecer. Deu poder àqueles que até hoje lamentam o fim da ditadura e, segundo os inquéritos, queriam matar um presidente da República, um vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas palavras de um oficial general, será preciso uma catarse nas Forças Armadas para, quem sabe e não se sabe quando, consigam voltar onde pararam.

Opinião por Monica Gugliano

É repórter de Política do Estadão. Escreve às terças-feiras

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