Labirintos da Política

Opinião|Atentado a Trump mostra que radicalização leva muitos a pensarem em como se livrar de adversários


Cientistas políticos apontam que polarização acirra os ânimos, principalmente, porque estimula o medo e a raiva

Por Monica Gugliano

Até que ponto o radicalismo e a polarização na política estimulam a violência em vez do debate, do diálogo e da negociação, pilares dos regimes democráticos? Certamente muitos se fizeram essa pergunta ainda digerindo as imagens dos tiros disparados contra o ex-presidente americano Donald Trump, no sábado, em um comício em Butler, na Pensilvânia. Cientistas políticos apontam uma causa essencial: no momento em que a radicalização e a polarização acirram os ânimos, principalmente, porque estimulam o medo e a raiva, as pessoas passam a considerar aqueles que pensam diferente como os inimigos que precisam ser destruídos e não apenas como um adversário político.

Donald Trump foi alvo de ataque de um atirador em Butler, na Pensilvânia Foto: Gene J. Puskar/AP

Mas, ignorando que um atentado contra qualquer candidato representa um ataque à democracia, legitima a violência e é a falência do Estado democrático de direito, muitos tentam destruir os adversários. “Se o adversário é o inimigo, é lógico que eu pense: como me livro dele”, explica Melina Risso, diretora de pesquisas do Instituto Igarapé. Na prática, é uma forma de extremismo que une mentalidades e ideologias semelhantes com o objetivo de impor um pensamento quase sempre autoritário e único.

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E a violência não necessariamente acontece quando os opositores chegam às vias de fato ou quando, chegando ao extremo, um cidadão aparentemente solitário resolve matar Trump, ex-presidente e candidato a presidente da Nação mais poderosa do planeta, como fez Thomas Matthew Crooks, 20 anos, morto pelo serviço de segurança logo depois dos disparos. “Essa violência vai desde o xingamento verbal, até o ato extremo”, pondera a professora Deborah Barros Farias, da UNSW, em Sydney.

Trump, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi vítima de uma facada durante a campanha eleitoral em 2018, são conhecedores dessa estratégia de desqualificar o adversário, semeando a discórdia entre os eleitores. Ataques verbais estimulam as desavenças e são o combustível muito usado por ambos para mover a engrenagem das redes sociais, se retroalimentando.

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Neste fim de semana, o atentado em Butler, que aconteceu dois dias antes da convenção em Milwaukee em que os republicanos nomearam Trump candidato e ele anunciou seu vice, J.D.Vance, a troca de acusações aumentou. Republicanos culpavam os democratas e miravam no presidente Joe Biden, a quem atribuíam ataques contra Trump, definindo-o como um “protofascista que destruiria a democracia”. Democratas, por sua vez, lamentavam a violência política que, segundo diziam, era encorajada pelos adversários.

No Brasil, após Lula ter vencido a eleição em 2022, o clima não poderia ser pior, e inquéritos sobre atentados à democracia e ao Estado de Direito ainda são investigados pela Polícia Federal e estão nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Bolsonaristas, entre outros atos, tentaram explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília e, por fim, promoveram os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Ainda faltam dois anos para a eleição presidencial de 2026. Entretanto, em poucos meses, os eleitores escolherão seus prefeitos e vereadores. A expectativa de quem quer ver um processo democrático limpo e sem violência – mesmo que verbal – é que o pleito aconteça em paz.

Até que ponto o radicalismo e a polarização na política estimulam a violência em vez do debate, do diálogo e da negociação, pilares dos regimes democráticos? Certamente muitos se fizeram essa pergunta ainda digerindo as imagens dos tiros disparados contra o ex-presidente americano Donald Trump, no sábado, em um comício em Butler, na Pensilvânia. Cientistas políticos apontam uma causa essencial: no momento em que a radicalização e a polarização acirram os ânimos, principalmente, porque estimulam o medo e a raiva, as pessoas passam a considerar aqueles que pensam diferente como os inimigos que precisam ser destruídos e não apenas como um adversário político.

Donald Trump foi alvo de ataque de um atirador em Butler, na Pensilvânia Foto: Gene J. Puskar/AP

Mas, ignorando que um atentado contra qualquer candidato representa um ataque à democracia, legitima a violência e é a falência do Estado democrático de direito, muitos tentam destruir os adversários. “Se o adversário é o inimigo, é lógico que eu pense: como me livro dele”, explica Melina Risso, diretora de pesquisas do Instituto Igarapé. Na prática, é uma forma de extremismo que une mentalidades e ideologias semelhantes com o objetivo de impor um pensamento quase sempre autoritário e único.

E a violência não necessariamente acontece quando os opositores chegam às vias de fato ou quando, chegando ao extremo, um cidadão aparentemente solitário resolve matar Trump, ex-presidente e candidato a presidente da Nação mais poderosa do planeta, como fez Thomas Matthew Crooks, 20 anos, morto pelo serviço de segurança logo depois dos disparos. “Essa violência vai desde o xingamento verbal, até o ato extremo”, pondera a professora Deborah Barros Farias, da UNSW, em Sydney.

Trump, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi vítima de uma facada durante a campanha eleitoral em 2018, são conhecedores dessa estratégia de desqualificar o adversário, semeando a discórdia entre os eleitores. Ataques verbais estimulam as desavenças e são o combustível muito usado por ambos para mover a engrenagem das redes sociais, se retroalimentando.

Neste fim de semana, o atentado em Butler, que aconteceu dois dias antes da convenção em Milwaukee em que os republicanos nomearam Trump candidato e ele anunciou seu vice, J.D.Vance, a troca de acusações aumentou. Republicanos culpavam os democratas e miravam no presidente Joe Biden, a quem atribuíam ataques contra Trump, definindo-o como um “protofascista que destruiria a democracia”. Democratas, por sua vez, lamentavam a violência política que, segundo diziam, era encorajada pelos adversários.

No Brasil, após Lula ter vencido a eleição em 2022, o clima não poderia ser pior, e inquéritos sobre atentados à democracia e ao Estado de Direito ainda são investigados pela Polícia Federal e estão nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Bolsonaristas, entre outros atos, tentaram explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília e, por fim, promoveram os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Ainda faltam dois anos para a eleição presidencial de 2026. Entretanto, em poucos meses, os eleitores escolherão seus prefeitos e vereadores. A expectativa de quem quer ver um processo democrático limpo e sem violência – mesmo que verbal – é que o pleito aconteça em paz.

Até que ponto o radicalismo e a polarização na política estimulam a violência em vez do debate, do diálogo e da negociação, pilares dos regimes democráticos? Certamente muitos se fizeram essa pergunta ainda digerindo as imagens dos tiros disparados contra o ex-presidente americano Donald Trump, no sábado, em um comício em Butler, na Pensilvânia. Cientistas políticos apontam uma causa essencial: no momento em que a radicalização e a polarização acirram os ânimos, principalmente, porque estimulam o medo e a raiva, as pessoas passam a considerar aqueles que pensam diferente como os inimigos que precisam ser destruídos e não apenas como um adversário político.

Donald Trump foi alvo de ataque de um atirador em Butler, na Pensilvânia Foto: Gene J. Puskar/AP

Mas, ignorando que um atentado contra qualquer candidato representa um ataque à democracia, legitima a violência e é a falência do Estado democrático de direito, muitos tentam destruir os adversários. “Se o adversário é o inimigo, é lógico que eu pense: como me livro dele”, explica Melina Risso, diretora de pesquisas do Instituto Igarapé. Na prática, é uma forma de extremismo que une mentalidades e ideologias semelhantes com o objetivo de impor um pensamento quase sempre autoritário e único.

E a violência não necessariamente acontece quando os opositores chegam às vias de fato ou quando, chegando ao extremo, um cidadão aparentemente solitário resolve matar Trump, ex-presidente e candidato a presidente da Nação mais poderosa do planeta, como fez Thomas Matthew Crooks, 20 anos, morto pelo serviço de segurança logo depois dos disparos. “Essa violência vai desde o xingamento verbal, até o ato extremo”, pondera a professora Deborah Barros Farias, da UNSW, em Sydney.

Trump, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi vítima de uma facada durante a campanha eleitoral em 2018, são conhecedores dessa estratégia de desqualificar o adversário, semeando a discórdia entre os eleitores. Ataques verbais estimulam as desavenças e são o combustível muito usado por ambos para mover a engrenagem das redes sociais, se retroalimentando.

Neste fim de semana, o atentado em Butler, que aconteceu dois dias antes da convenção em Milwaukee em que os republicanos nomearam Trump candidato e ele anunciou seu vice, J.D.Vance, a troca de acusações aumentou. Republicanos culpavam os democratas e miravam no presidente Joe Biden, a quem atribuíam ataques contra Trump, definindo-o como um “protofascista que destruiria a democracia”. Democratas, por sua vez, lamentavam a violência política que, segundo diziam, era encorajada pelos adversários.

No Brasil, após Lula ter vencido a eleição em 2022, o clima não poderia ser pior, e inquéritos sobre atentados à democracia e ao Estado de Direito ainda são investigados pela Polícia Federal e estão nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Bolsonaristas, entre outros atos, tentaram explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília e, por fim, promoveram os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Ainda faltam dois anos para a eleição presidencial de 2026. Entretanto, em poucos meses, os eleitores escolherão seus prefeitos e vereadores. A expectativa de quem quer ver um processo democrático limpo e sem violência – mesmo que verbal – é que o pleito aconteça em paz.

Até que ponto o radicalismo e a polarização na política estimulam a violência em vez do debate, do diálogo e da negociação, pilares dos regimes democráticos? Certamente muitos se fizeram essa pergunta ainda digerindo as imagens dos tiros disparados contra o ex-presidente americano Donald Trump, no sábado, em um comício em Butler, na Pensilvânia. Cientistas políticos apontam uma causa essencial: no momento em que a radicalização e a polarização acirram os ânimos, principalmente, porque estimulam o medo e a raiva, as pessoas passam a considerar aqueles que pensam diferente como os inimigos que precisam ser destruídos e não apenas como um adversário político.

Donald Trump foi alvo de ataque de um atirador em Butler, na Pensilvânia Foto: Gene J. Puskar/AP

Mas, ignorando que um atentado contra qualquer candidato representa um ataque à democracia, legitima a violência e é a falência do Estado democrático de direito, muitos tentam destruir os adversários. “Se o adversário é o inimigo, é lógico que eu pense: como me livro dele”, explica Melina Risso, diretora de pesquisas do Instituto Igarapé. Na prática, é uma forma de extremismo que une mentalidades e ideologias semelhantes com o objetivo de impor um pensamento quase sempre autoritário e único.

E a violência não necessariamente acontece quando os opositores chegam às vias de fato ou quando, chegando ao extremo, um cidadão aparentemente solitário resolve matar Trump, ex-presidente e candidato a presidente da Nação mais poderosa do planeta, como fez Thomas Matthew Crooks, 20 anos, morto pelo serviço de segurança logo depois dos disparos. “Essa violência vai desde o xingamento verbal, até o ato extremo”, pondera a professora Deborah Barros Farias, da UNSW, em Sydney.

Trump, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi vítima de uma facada durante a campanha eleitoral em 2018, são conhecedores dessa estratégia de desqualificar o adversário, semeando a discórdia entre os eleitores. Ataques verbais estimulam as desavenças e são o combustível muito usado por ambos para mover a engrenagem das redes sociais, se retroalimentando.

Neste fim de semana, o atentado em Butler, que aconteceu dois dias antes da convenção em Milwaukee em que os republicanos nomearam Trump candidato e ele anunciou seu vice, J.D.Vance, a troca de acusações aumentou. Republicanos culpavam os democratas e miravam no presidente Joe Biden, a quem atribuíam ataques contra Trump, definindo-o como um “protofascista que destruiria a democracia”. Democratas, por sua vez, lamentavam a violência política que, segundo diziam, era encorajada pelos adversários.

No Brasil, após Lula ter vencido a eleição em 2022, o clima não poderia ser pior, e inquéritos sobre atentados à democracia e ao Estado de Direito ainda são investigados pela Polícia Federal e estão nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Bolsonaristas, entre outros atos, tentaram explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília e, por fim, promoveram os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Ainda faltam dois anos para a eleição presidencial de 2026. Entretanto, em poucos meses, os eleitores escolherão seus prefeitos e vereadores. A expectativa de quem quer ver um processo democrático limpo e sem violência – mesmo que verbal – é que o pleito aconteça em paz.

Opinião por Monica Gugliano

É repórter de Política do Estadão. Escreve às terças-feiras

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