Labirintos da Política

Opinião|Comunicação do governo Lula abriga um caminhão de problemas com a saída de Paulo Pimenta


Ministro extraordinário terá que se dividir entre a gestão da catástrofe climática no Rio Grande do Sul e a administração do maior projeto da comunicação do Governo: a Secom Digital

Por Monica Gugliano

Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar um ministério extraordinário para organizar a reconstrução e as demandas da catástrofe climática no Rio Grande do Sul e entregar o comando da pasta ao então secretário de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, muito se tem falado sobre a disputa política no Estado. Candidato ao governo gaúcho em 2026, o ministro e deputado eleito terá uma vitrine e tanto, para o bem e para o mal. Se fizer uma boa gestão da crise, terá chances de passar quatro anos acomodado no Palácio Piratini, a partir da próxima eleição. Se for mal, por enquanto, se diz que ele voltará ao cargo. De qualquer forma, será um tempo com um pé cá e outro lá.

Ministro Paulo Pimenta e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante anúncio de medidas relacionadas ao Rio Grande do Sul Foto: Ricardo Stuckert / PR

Bem menos, entretanto, se fala da herança que Pimenta deixa na Secom, um terreno minado onde gregos se desentendem com troianos e que, responsável pela imagem do Governo e do presidente da República, tem conseguido mais erros que acertos. Pelo menos é o que apontam as últimas pesquisas de opinião, como a Genial/Quaest divulgada no último dia 8. A aprovação do presidente (50%) caiu um ponto em relação ao último levantamento feito em fevereiro passado. Os que dizem desaprovar as medidas do governo petista oscilaram de 46% para 47% no mesmo período de tempo. Ambas estão na margem de erro, porém dizem muito mais pela tendência do que, de fato, pelo número, embora pesquisas internas venham revelando uma sutil melhora na avaliação do presidente, principalmente depois das ações na crise climática no Rio Grande do Sul.

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O próprio Lula tem manifestado constantemente sua insatisfação com os resultados da comunicação e cobrado dos ministros ações efetivas que mostrem à população o trabalho do governo. Cita algumas pastas, como, por exemplo, a dos Esportes, em ano de Jogos Olímpicos, que já poderia estar trabalhando com questões que falassem do “Time Brasil”. E, assim, sucessivamente, outros ministérios tratando seus temas centrais.

Pimenta deixará o cargo no começo do maior projeto e aposta da pasta, que é o da Secom Digital. Mas não poderá abandoná-lo totalmente. A licitação no valor de R$ 197,7 milhões anunciou as quatro agências vencedoras no mês passado. Elas vão dividir esse valor e administrar as mídias digitais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as redes sociais do governo federal. As vencedoras foram Usina Digital, Área Comunicação, Moringa L2W3 e o Consórcio BR e Tal, composto pela BRMais e a Digi&Tal, que vão gerir as redes em contratos com um ano de duração, podendo ser prorrogados.

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Entre os trabalhos que elas deverão executar, está o uso de inteligência artificial para analisar a repercussão das notícias de interesse do governo federal. A seleção também exigiu que elas tivessem condições de realizar pesquisas “de alta intensidade” nas redes sociais a respeito de temas relacionados ao governo. Ações como essas permitem que o governo avalie a repercussão dos atos do presidente e dos ministros no ambiente digital. Outro ponto importante será o mapeamento das ações de fake news, de maneira que possam ser identificadas e neutralizadas, um trabalho no qual o governo tem saído perdedor na maior parte dos eventos.

Pimenta está deixando na Secom praticamente toda sua equipe em seus postos. Ascendeu apenas Laércio Portela, que será interino, e já foi assessor no Palácio do Planalto, nos governos Lula 1 e 2, profissional de confiança do ex-ministro Franklin Martins e que goza de proximidade com o presidente. Enquanto o secretário estava no cargo, sua função previa que ele organizasse e pacificasse a relação entre os secretários subordinados a Pimenta: Ricardo Stuckert (secretário de audiovisual), José Chrispiniano (secretário de imprensa) e Brunna Rosa Alfaia (secretaria de estratégia e redes). A estratégia não funcionou e, fosse pouco, Janja interfere diretamente no setor. As divisões e intrigas que permeiam a Secom dificilmente vão cessar. Sendo assim, enquanto Pimenta tenta garantir sua vaga no governo gaúcho, Portela terá que se entender com seus colegas da Secom. Trabalho não há de lhe faltar.

Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar um ministério extraordinário para organizar a reconstrução e as demandas da catástrofe climática no Rio Grande do Sul e entregar o comando da pasta ao então secretário de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, muito se tem falado sobre a disputa política no Estado. Candidato ao governo gaúcho em 2026, o ministro e deputado eleito terá uma vitrine e tanto, para o bem e para o mal. Se fizer uma boa gestão da crise, terá chances de passar quatro anos acomodado no Palácio Piratini, a partir da próxima eleição. Se for mal, por enquanto, se diz que ele voltará ao cargo. De qualquer forma, será um tempo com um pé cá e outro lá.

Ministro Paulo Pimenta e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante anúncio de medidas relacionadas ao Rio Grande do Sul Foto: Ricardo Stuckert / PR

Bem menos, entretanto, se fala da herança que Pimenta deixa na Secom, um terreno minado onde gregos se desentendem com troianos e que, responsável pela imagem do Governo e do presidente da República, tem conseguido mais erros que acertos. Pelo menos é o que apontam as últimas pesquisas de opinião, como a Genial/Quaest divulgada no último dia 8. A aprovação do presidente (50%) caiu um ponto em relação ao último levantamento feito em fevereiro passado. Os que dizem desaprovar as medidas do governo petista oscilaram de 46% para 47% no mesmo período de tempo. Ambas estão na margem de erro, porém dizem muito mais pela tendência do que, de fato, pelo número, embora pesquisas internas venham revelando uma sutil melhora na avaliação do presidente, principalmente depois das ações na crise climática no Rio Grande do Sul.

O próprio Lula tem manifestado constantemente sua insatisfação com os resultados da comunicação e cobrado dos ministros ações efetivas que mostrem à população o trabalho do governo. Cita algumas pastas, como, por exemplo, a dos Esportes, em ano de Jogos Olímpicos, que já poderia estar trabalhando com questões que falassem do “Time Brasil”. E, assim, sucessivamente, outros ministérios tratando seus temas centrais.

Pimenta deixará o cargo no começo do maior projeto e aposta da pasta, que é o da Secom Digital. Mas não poderá abandoná-lo totalmente. A licitação no valor de R$ 197,7 milhões anunciou as quatro agências vencedoras no mês passado. Elas vão dividir esse valor e administrar as mídias digitais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as redes sociais do governo federal. As vencedoras foram Usina Digital, Área Comunicação, Moringa L2W3 e o Consórcio BR e Tal, composto pela BRMais e a Digi&Tal, que vão gerir as redes em contratos com um ano de duração, podendo ser prorrogados.

Entre os trabalhos que elas deverão executar, está o uso de inteligência artificial para analisar a repercussão das notícias de interesse do governo federal. A seleção também exigiu que elas tivessem condições de realizar pesquisas “de alta intensidade” nas redes sociais a respeito de temas relacionados ao governo. Ações como essas permitem que o governo avalie a repercussão dos atos do presidente e dos ministros no ambiente digital. Outro ponto importante será o mapeamento das ações de fake news, de maneira que possam ser identificadas e neutralizadas, um trabalho no qual o governo tem saído perdedor na maior parte dos eventos.

Pimenta está deixando na Secom praticamente toda sua equipe em seus postos. Ascendeu apenas Laércio Portela, que será interino, e já foi assessor no Palácio do Planalto, nos governos Lula 1 e 2, profissional de confiança do ex-ministro Franklin Martins e que goza de proximidade com o presidente. Enquanto o secretário estava no cargo, sua função previa que ele organizasse e pacificasse a relação entre os secretários subordinados a Pimenta: Ricardo Stuckert (secretário de audiovisual), José Chrispiniano (secretário de imprensa) e Brunna Rosa Alfaia (secretaria de estratégia e redes). A estratégia não funcionou e, fosse pouco, Janja interfere diretamente no setor. As divisões e intrigas que permeiam a Secom dificilmente vão cessar. Sendo assim, enquanto Pimenta tenta garantir sua vaga no governo gaúcho, Portela terá que se entender com seus colegas da Secom. Trabalho não há de lhe faltar.

Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu criar um ministério extraordinário para organizar a reconstrução e as demandas da catástrofe climática no Rio Grande do Sul e entregar o comando da pasta ao então secretário de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, muito se tem falado sobre a disputa política no Estado. Candidato ao governo gaúcho em 2026, o ministro e deputado eleito terá uma vitrine e tanto, para o bem e para o mal. Se fizer uma boa gestão da crise, terá chances de passar quatro anos acomodado no Palácio Piratini, a partir da próxima eleição. Se for mal, por enquanto, se diz que ele voltará ao cargo. De qualquer forma, será um tempo com um pé cá e outro lá.

Ministro Paulo Pimenta e o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante anúncio de medidas relacionadas ao Rio Grande do Sul Foto: Ricardo Stuckert / PR

Bem menos, entretanto, se fala da herança que Pimenta deixa na Secom, um terreno minado onde gregos se desentendem com troianos e que, responsável pela imagem do Governo e do presidente da República, tem conseguido mais erros que acertos. Pelo menos é o que apontam as últimas pesquisas de opinião, como a Genial/Quaest divulgada no último dia 8. A aprovação do presidente (50%) caiu um ponto em relação ao último levantamento feito em fevereiro passado. Os que dizem desaprovar as medidas do governo petista oscilaram de 46% para 47% no mesmo período de tempo. Ambas estão na margem de erro, porém dizem muito mais pela tendência do que, de fato, pelo número, embora pesquisas internas venham revelando uma sutil melhora na avaliação do presidente, principalmente depois das ações na crise climática no Rio Grande do Sul.

O próprio Lula tem manifestado constantemente sua insatisfação com os resultados da comunicação e cobrado dos ministros ações efetivas que mostrem à população o trabalho do governo. Cita algumas pastas, como, por exemplo, a dos Esportes, em ano de Jogos Olímpicos, que já poderia estar trabalhando com questões que falassem do “Time Brasil”. E, assim, sucessivamente, outros ministérios tratando seus temas centrais.

Pimenta deixará o cargo no começo do maior projeto e aposta da pasta, que é o da Secom Digital. Mas não poderá abandoná-lo totalmente. A licitação no valor de R$ 197,7 milhões anunciou as quatro agências vencedoras no mês passado. Elas vão dividir esse valor e administrar as mídias digitais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as redes sociais do governo federal. As vencedoras foram Usina Digital, Área Comunicação, Moringa L2W3 e o Consórcio BR e Tal, composto pela BRMais e a Digi&Tal, que vão gerir as redes em contratos com um ano de duração, podendo ser prorrogados.

Entre os trabalhos que elas deverão executar, está o uso de inteligência artificial para analisar a repercussão das notícias de interesse do governo federal. A seleção também exigiu que elas tivessem condições de realizar pesquisas “de alta intensidade” nas redes sociais a respeito de temas relacionados ao governo. Ações como essas permitem que o governo avalie a repercussão dos atos do presidente e dos ministros no ambiente digital. Outro ponto importante será o mapeamento das ações de fake news, de maneira que possam ser identificadas e neutralizadas, um trabalho no qual o governo tem saído perdedor na maior parte dos eventos.

Pimenta está deixando na Secom praticamente toda sua equipe em seus postos. Ascendeu apenas Laércio Portela, que será interino, e já foi assessor no Palácio do Planalto, nos governos Lula 1 e 2, profissional de confiança do ex-ministro Franklin Martins e que goza de proximidade com o presidente. Enquanto o secretário estava no cargo, sua função previa que ele organizasse e pacificasse a relação entre os secretários subordinados a Pimenta: Ricardo Stuckert (secretário de audiovisual), José Chrispiniano (secretário de imprensa) e Brunna Rosa Alfaia (secretaria de estratégia e redes). A estratégia não funcionou e, fosse pouco, Janja interfere diretamente no setor. As divisões e intrigas que permeiam a Secom dificilmente vão cessar. Sendo assim, enquanto Pimenta tenta garantir sua vaga no governo gaúcho, Portela terá que se entender com seus colegas da Secom. Trabalho não há de lhe faltar.

Opinião por Monica Gugliano

É repórter de Política do Estadão. Escreve às terças-feiras

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