Labirintos da Política

Opinião|Instituto chefiado por Tereza Cristina reunirá grupo de centro-direita de olho em debate de 2026


Ex-ministra trata com cautela do tema por proximidade com Bolsonaro, mas foi aclamada como candidata em evento de aliados

Por Monica Gugliano
Atualização:

Já tem nome e deve começar a funcionar até o fim deste mês o Instituto Campos, uma think tank que reunirá expoentes do pensamento conservador que não compactuam com a extrema-direita do bolsonarismo, mas querem marcar posição no debate nacional. A presidente será a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), que, embora negue quaisquer pretensões, é um dos nomes fortes do grupo de candidatos à Presidência da República, que reúne os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Paraná, Ratinho Junior (PSD); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Ontem, em um evento promovido na Associação Comercial em São Paulo, a senadora foi aplaudida e aclamada como candidata. “O Brasil espera muito do seu trabalho e de sua liderança”, saudou Jorge Bornhausen, ex-senador e ex-presidente do PFL, hoje União Brasil.

Tereza Cristina vai liderar Instituto Campos, que reúne políticos e empresários da direita e da centro-direita Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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Na teoria, a reunião era para discutir o acordo União Europeia-Mercosul, o que de fato aconteceu. Mas, na prática, estava ali, em peso, o velho PFL, órfão do poder desde os governos petistas e que, quando poderia voltar, não suportou aderir às excentricidades e aos desvarios da extrema-direita de Jair Bolsonaro. Na plateia, o filho de Bornhausen, o ex-deputado Paulo Bornhausen (PSD-SC), e outros ex-deputados como José Carlos Aleluia (União Brasil-BA), Benito Gama (ex-PFL, hoje no PTB-BA), Roberto Brant (MG) todos herdeiros do então partido comandado com mão de ferro por Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

Também apareceram o tucano José Pimenta da Veiga Filho, os ex-deputados José Jorge (União Brasil) e Paulo Delgado – desfiliado do PT. E, evidentemente, toda a diretoria da Associação Comercial de São Paulo, representada por seu presidente, Roberto Mateus Ordine, e por Heráclito Fortes (PI), ex-deputado pefelista, hoje Coordenador do Conselho Político e Social da entidade e no PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin.

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“Pode ser o embrião de um novo partido?”, perguntei à senadora. “Não é esse o intuito do Instituto e nem foi o do encontro”, respondeu ela. “Mas, quem sabe aglutinar essa várias legendas em uma só?”, insisti. “Isso pode ser”, me disse ela, acrescentando: “Mas aqui a discussão foi só obre a União Europeia-Mercosul”.

Na véspera do encontro, houve um jantar na casa de Gilberto Kassab (PSD), e, aí sim, em todos os pratos, o condimento era a política. Praticamente a um ano das eleições municipais, os partidos aceleram as articulações e os arranjos que possam lhes garantir capilaridade pelo Brasil afora e musculatura nas capitais. À exceção das esquerdas que despontam mais organizadas, a centro-direita, direita e extrema-direita estão completamente desnorteadas.

Reunião na casa de Gilberto Kassab, presidente do PSD, debateu rumos políticos do país Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO
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A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu envolvimento nas denúncias da venda dos presentes recebidos no exterior, o desgaste dos militares que apoiaram seu governo e as confusões que ele continua criando estão afastando eleitores. E se alguém tinha dúvidas de que isso estivesse acontecendo, basta consultar a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira passada

O instituto indica que indica que 68% dos eleitores pretendem rejeitar o candidato indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição pela Prefeitura de São Paulo. Segundo a pesquisa, 46% dizem rejeitar o candidato do governador Tarcísio de Freitas, enquanto 37% afirmam que não pretendem votar no indicado por Lula.

Queremos promover o debate, o mais amplo possível.”

Tereza Cristina, senadora do PP-MS

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Tereza Cristina, que foi ministra da Agricultura de Bolsonaro – e uma das mais bem avaliadas do governo dele –, trata o assunto com a maior delicadeza. A esta altura, a última coisa que ela pode querer é ser tachada de “traidora”. Continua falando com o ex-chefe. Conversou com ele, por exemplo, sobre a reforma tributária que está na pauta do Senado.

“Nosso Instituto, neste momento, não vai tratar de política. Nossos temas são o que o Brasil precisa para ser mais competitivo, quais são nossos gargalos, o mercado de carbono. Queremos promover o debate, o mais amplo possível”. Também, por isso, sua palestra foi sobre o acordo União Europeia-Mercosul. Ao falar sobre possíveis sanções que europeus querem impor ao Brasil, por questões como o desmatamento, afirmou: “Isso é muito ruim. E é sempre bom lembrar que o tratado é comercial. Não é ambiental”, afirmou.

Já tem nome e deve começar a funcionar até o fim deste mês o Instituto Campos, uma think tank que reunirá expoentes do pensamento conservador que não compactuam com a extrema-direita do bolsonarismo, mas querem marcar posição no debate nacional. A presidente será a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), que, embora negue quaisquer pretensões, é um dos nomes fortes do grupo de candidatos à Presidência da República, que reúne os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Paraná, Ratinho Junior (PSD); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Ontem, em um evento promovido na Associação Comercial em São Paulo, a senadora foi aplaudida e aclamada como candidata. “O Brasil espera muito do seu trabalho e de sua liderança”, saudou Jorge Bornhausen, ex-senador e ex-presidente do PFL, hoje União Brasil.

Tereza Cristina vai liderar Instituto Campos, que reúne políticos e empresários da direita e da centro-direita Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Na teoria, a reunião era para discutir o acordo União Europeia-Mercosul, o que de fato aconteceu. Mas, na prática, estava ali, em peso, o velho PFL, órfão do poder desde os governos petistas e que, quando poderia voltar, não suportou aderir às excentricidades e aos desvarios da extrema-direita de Jair Bolsonaro. Na plateia, o filho de Bornhausen, o ex-deputado Paulo Bornhausen (PSD-SC), e outros ex-deputados como José Carlos Aleluia (União Brasil-BA), Benito Gama (ex-PFL, hoje no PTB-BA), Roberto Brant (MG) todos herdeiros do então partido comandado com mão de ferro por Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

Também apareceram o tucano José Pimenta da Veiga Filho, os ex-deputados José Jorge (União Brasil) e Paulo Delgado – desfiliado do PT. E, evidentemente, toda a diretoria da Associação Comercial de São Paulo, representada por seu presidente, Roberto Mateus Ordine, e por Heráclito Fortes (PI), ex-deputado pefelista, hoje Coordenador do Conselho Político e Social da entidade e no PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Pode ser o embrião de um novo partido?”, perguntei à senadora. “Não é esse o intuito do Instituto e nem foi o do encontro”, respondeu ela. “Mas, quem sabe aglutinar essa várias legendas em uma só?”, insisti. “Isso pode ser”, me disse ela, acrescentando: “Mas aqui a discussão foi só obre a União Europeia-Mercosul”.

Na véspera do encontro, houve um jantar na casa de Gilberto Kassab (PSD), e, aí sim, em todos os pratos, o condimento era a política. Praticamente a um ano das eleições municipais, os partidos aceleram as articulações e os arranjos que possam lhes garantir capilaridade pelo Brasil afora e musculatura nas capitais. À exceção das esquerdas que despontam mais organizadas, a centro-direita, direita e extrema-direita estão completamente desnorteadas.

Reunião na casa de Gilberto Kassab, presidente do PSD, debateu rumos políticos do país Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu envolvimento nas denúncias da venda dos presentes recebidos no exterior, o desgaste dos militares que apoiaram seu governo e as confusões que ele continua criando estão afastando eleitores. E se alguém tinha dúvidas de que isso estivesse acontecendo, basta consultar a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira passada

O instituto indica que indica que 68% dos eleitores pretendem rejeitar o candidato indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição pela Prefeitura de São Paulo. Segundo a pesquisa, 46% dizem rejeitar o candidato do governador Tarcísio de Freitas, enquanto 37% afirmam que não pretendem votar no indicado por Lula.

Queremos promover o debate, o mais amplo possível.”

Tereza Cristina, senadora do PP-MS

Tereza Cristina, que foi ministra da Agricultura de Bolsonaro – e uma das mais bem avaliadas do governo dele –, trata o assunto com a maior delicadeza. A esta altura, a última coisa que ela pode querer é ser tachada de “traidora”. Continua falando com o ex-chefe. Conversou com ele, por exemplo, sobre a reforma tributária que está na pauta do Senado.

“Nosso Instituto, neste momento, não vai tratar de política. Nossos temas são o que o Brasil precisa para ser mais competitivo, quais são nossos gargalos, o mercado de carbono. Queremos promover o debate, o mais amplo possível”. Também, por isso, sua palestra foi sobre o acordo União Europeia-Mercosul. Ao falar sobre possíveis sanções que europeus querem impor ao Brasil, por questões como o desmatamento, afirmou: “Isso é muito ruim. E é sempre bom lembrar que o tratado é comercial. Não é ambiental”, afirmou.

Já tem nome e deve começar a funcionar até o fim deste mês o Instituto Campos, uma think tank que reunirá expoentes do pensamento conservador que não compactuam com a extrema-direita do bolsonarismo, mas querem marcar posição no debate nacional. A presidente será a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), que, embora negue quaisquer pretensões, é um dos nomes fortes do grupo de candidatos à Presidência da República, que reúne os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Paraná, Ratinho Junior (PSD); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Ontem, em um evento promovido na Associação Comercial em São Paulo, a senadora foi aplaudida e aclamada como candidata. “O Brasil espera muito do seu trabalho e de sua liderança”, saudou Jorge Bornhausen, ex-senador e ex-presidente do PFL, hoje União Brasil.

Tereza Cristina vai liderar Instituto Campos, que reúne políticos e empresários da direita e da centro-direita Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Na teoria, a reunião era para discutir o acordo União Europeia-Mercosul, o que de fato aconteceu. Mas, na prática, estava ali, em peso, o velho PFL, órfão do poder desde os governos petistas e que, quando poderia voltar, não suportou aderir às excentricidades e aos desvarios da extrema-direita de Jair Bolsonaro. Na plateia, o filho de Bornhausen, o ex-deputado Paulo Bornhausen (PSD-SC), e outros ex-deputados como José Carlos Aleluia (União Brasil-BA), Benito Gama (ex-PFL, hoje no PTB-BA), Roberto Brant (MG) todos herdeiros do então partido comandado com mão de ferro por Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

Também apareceram o tucano José Pimenta da Veiga Filho, os ex-deputados José Jorge (União Brasil) e Paulo Delgado – desfiliado do PT. E, evidentemente, toda a diretoria da Associação Comercial de São Paulo, representada por seu presidente, Roberto Mateus Ordine, e por Heráclito Fortes (PI), ex-deputado pefelista, hoje Coordenador do Conselho Político e Social da entidade e no PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Pode ser o embrião de um novo partido?”, perguntei à senadora. “Não é esse o intuito do Instituto e nem foi o do encontro”, respondeu ela. “Mas, quem sabe aglutinar essa várias legendas em uma só?”, insisti. “Isso pode ser”, me disse ela, acrescentando: “Mas aqui a discussão foi só obre a União Europeia-Mercosul”.

Na véspera do encontro, houve um jantar na casa de Gilberto Kassab (PSD), e, aí sim, em todos os pratos, o condimento era a política. Praticamente a um ano das eleições municipais, os partidos aceleram as articulações e os arranjos que possam lhes garantir capilaridade pelo Brasil afora e musculatura nas capitais. À exceção das esquerdas que despontam mais organizadas, a centro-direita, direita e extrema-direita estão completamente desnorteadas.

Reunião na casa de Gilberto Kassab, presidente do PSD, debateu rumos políticos do país Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu envolvimento nas denúncias da venda dos presentes recebidos no exterior, o desgaste dos militares que apoiaram seu governo e as confusões que ele continua criando estão afastando eleitores. E se alguém tinha dúvidas de que isso estivesse acontecendo, basta consultar a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira passada

O instituto indica que indica que 68% dos eleitores pretendem rejeitar o candidato indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição pela Prefeitura de São Paulo. Segundo a pesquisa, 46% dizem rejeitar o candidato do governador Tarcísio de Freitas, enquanto 37% afirmam que não pretendem votar no indicado por Lula.

Queremos promover o debate, o mais amplo possível.”

Tereza Cristina, senadora do PP-MS

Tereza Cristina, que foi ministra da Agricultura de Bolsonaro – e uma das mais bem avaliadas do governo dele –, trata o assunto com a maior delicadeza. A esta altura, a última coisa que ela pode querer é ser tachada de “traidora”. Continua falando com o ex-chefe. Conversou com ele, por exemplo, sobre a reforma tributária que está na pauta do Senado.

“Nosso Instituto, neste momento, não vai tratar de política. Nossos temas são o que o Brasil precisa para ser mais competitivo, quais são nossos gargalos, o mercado de carbono. Queremos promover o debate, o mais amplo possível”. Também, por isso, sua palestra foi sobre o acordo União Europeia-Mercosul. Ao falar sobre possíveis sanções que europeus querem impor ao Brasil, por questões como o desmatamento, afirmou: “Isso é muito ruim. E é sempre bom lembrar que o tratado é comercial. Não é ambiental”, afirmou.

Já tem nome e deve começar a funcionar até o fim deste mês o Instituto Campos, uma think tank que reunirá expoentes do pensamento conservador que não compactuam com a extrema-direita do bolsonarismo, mas querem marcar posição no debate nacional. A presidente será a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), que, embora negue quaisquer pretensões, é um dos nomes fortes do grupo de candidatos à Presidência da República, que reúne os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Paraná, Ratinho Junior (PSD); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Ontem, em um evento promovido na Associação Comercial em São Paulo, a senadora foi aplaudida e aclamada como candidata. “O Brasil espera muito do seu trabalho e de sua liderança”, saudou Jorge Bornhausen, ex-senador e ex-presidente do PFL, hoje União Brasil.

Tereza Cristina vai liderar Instituto Campos, que reúne políticos e empresários da direita e da centro-direita Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Na teoria, a reunião era para discutir o acordo União Europeia-Mercosul, o que de fato aconteceu. Mas, na prática, estava ali, em peso, o velho PFL, órfão do poder desde os governos petistas e que, quando poderia voltar, não suportou aderir às excentricidades e aos desvarios da extrema-direita de Jair Bolsonaro. Na plateia, o filho de Bornhausen, o ex-deputado Paulo Bornhausen (PSD-SC), e outros ex-deputados como José Carlos Aleluia (União Brasil-BA), Benito Gama (ex-PFL, hoje no PTB-BA), Roberto Brant (MG) todos herdeiros do então partido comandado com mão de ferro por Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

Também apareceram o tucano José Pimenta da Veiga Filho, os ex-deputados José Jorge (União Brasil) e Paulo Delgado – desfiliado do PT. E, evidentemente, toda a diretoria da Associação Comercial de São Paulo, representada por seu presidente, Roberto Mateus Ordine, e por Heráclito Fortes (PI), ex-deputado pefelista, hoje Coordenador do Conselho Político e Social da entidade e no PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Pode ser o embrião de um novo partido?”, perguntei à senadora. “Não é esse o intuito do Instituto e nem foi o do encontro”, respondeu ela. “Mas, quem sabe aglutinar essa várias legendas em uma só?”, insisti. “Isso pode ser”, me disse ela, acrescentando: “Mas aqui a discussão foi só obre a União Europeia-Mercosul”.

Na véspera do encontro, houve um jantar na casa de Gilberto Kassab (PSD), e, aí sim, em todos os pratos, o condimento era a política. Praticamente a um ano das eleições municipais, os partidos aceleram as articulações e os arranjos que possam lhes garantir capilaridade pelo Brasil afora e musculatura nas capitais. À exceção das esquerdas que despontam mais organizadas, a centro-direita, direita e extrema-direita estão completamente desnorteadas.

Reunião na casa de Gilberto Kassab, presidente do PSD, debateu rumos políticos do país Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu envolvimento nas denúncias da venda dos presentes recebidos no exterior, o desgaste dos militares que apoiaram seu governo e as confusões que ele continua criando estão afastando eleitores. E se alguém tinha dúvidas de que isso estivesse acontecendo, basta consultar a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira passada

O instituto indica que indica que 68% dos eleitores pretendem rejeitar o candidato indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição pela Prefeitura de São Paulo. Segundo a pesquisa, 46% dizem rejeitar o candidato do governador Tarcísio de Freitas, enquanto 37% afirmam que não pretendem votar no indicado por Lula.

Queremos promover o debate, o mais amplo possível.”

Tereza Cristina, senadora do PP-MS

Tereza Cristina, que foi ministra da Agricultura de Bolsonaro – e uma das mais bem avaliadas do governo dele –, trata o assunto com a maior delicadeza. A esta altura, a última coisa que ela pode querer é ser tachada de “traidora”. Continua falando com o ex-chefe. Conversou com ele, por exemplo, sobre a reforma tributária que está na pauta do Senado.

“Nosso Instituto, neste momento, não vai tratar de política. Nossos temas são o que o Brasil precisa para ser mais competitivo, quais são nossos gargalos, o mercado de carbono. Queremos promover o debate, o mais amplo possível”. Também, por isso, sua palestra foi sobre o acordo União Europeia-Mercosul. Ao falar sobre possíveis sanções que europeus querem impor ao Brasil, por questões como o desmatamento, afirmou: “Isso é muito ruim. E é sempre bom lembrar que o tratado é comercial. Não é ambiental”, afirmou.

Já tem nome e deve começar a funcionar até o fim deste mês o Instituto Campos, uma think tank que reunirá expoentes do pensamento conservador que não compactuam com a extrema-direita do bolsonarismo, mas querem marcar posição no debate nacional. A presidente será a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), que, embora negue quaisquer pretensões, é um dos nomes fortes do grupo de candidatos à Presidência da República, que reúne os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Paraná, Ratinho Junior (PSD); e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo).

Ontem, em um evento promovido na Associação Comercial em São Paulo, a senadora foi aplaudida e aclamada como candidata. “O Brasil espera muito do seu trabalho e de sua liderança”, saudou Jorge Bornhausen, ex-senador e ex-presidente do PFL, hoje União Brasil.

Tereza Cristina vai liderar Instituto Campos, que reúne políticos e empresários da direita e da centro-direita Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Na teoria, a reunião era para discutir o acordo União Europeia-Mercosul, o que de fato aconteceu. Mas, na prática, estava ali, em peso, o velho PFL, órfão do poder desde os governos petistas e que, quando poderia voltar, não suportou aderir às excentricidades e aos desvarios da extrema-direita de Jair Bolsonaro. Na plateia, o filho de Bornhausen, o ex-deputado Paulo Bornhausen (PSD-SC), e outros ex-deputados como José Carlos Aleluia (União Brasil-BA), Benito Gama (ex-PFL, hoje no PTB-BA), Roberto Brant (MG) todos herdeiros do então partido comandado com mão de ferro por Antônio Carlos Magalhães (1927-2007).

Também apareceram o tucano José Pimenta da Veiga Filho, os ex-deputados José Jorge (União Brasil) e Paulo Delgado – desfiliado do PT. E, evidentemente, toda a diretoria da Associação Comercial de São Paulo, representada por seu presidente, Roberto Mateus Ordine, e por Heráclito Fortes (PI), ex-deputado pefelista, hoje Coordenador do Conselho Político e Social da entidade e no PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin.

“Pode ser o embrião de um novo partido?”, perguntei à senadora. “Não é esse o intuito do Instituto e nem foi o do encontro”, respondeu ela. “Mas, quem sabe aglutinar essa várias legendas em uma só?”, insisti. “Isso pode ser”, me disse ela, acrescentando: “Mas aqui a discussão foi só obre a União Europeia-Mercosul”.

Na véspera do encontro, houve um jantar na casa de Gilberto Kassab (PSD), e, aí sim, em todos os pratos, o condimento era a política. Praticamente a um ano das eleições municipais, os partidos aceleram as articulações e os arranjos que possam lhes garantir capilaridade pelo Brasil afora e musculatura nas capitais. À exceção das esquerdas que despontam mais organizadas, a centro-direita, direita e extrema-direita estão completamente desnorteadas.

Reunião na casa de Gilberto Kassab, presidente do PSD, debateu rumos políticos do país Foto: WERTHER SANTANA/ESTADAO

A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu envolvimento nas denúncias da venda dos presentes recebidos no exterior, o desgaste dos militares que apoiaram seu governo e as confusões que ele continua criando estão afastando eleitores. E se alguém tinha dúvidas de que isso estivesse acontecendo, basta consultar a última pesquisa Datafolha, divulgada na sexta-feira passada

O instituto indica que indica que 68% dos eleitores pretendem rejeitar o candidato indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição pela Prefeitura de São Paulo. Segundo a pesquisa, 46% dizem rejeitar o candidato do governador Tarcísio de Freitas, enquanto 37% afirmam que não pretendem votar no indicado por Lula.

Queremos promover o debate, o mais amplo possível.”

Tereza Cristina, senadora do PP-MS

Tereza Cristina, que foi ministra da Agricultura de Bolsonaro – e uma das mais bem avaliadas do governo dele –, trata o assunto com a maior delicadeza. A esta altura, a última coisa que ela pode querer é ser tachada de “traidora”. Continua falando com o ex-chefe. Conversou com ele, por exemplo, sobre a reforma tributária que está na pauta do Senado.

“Nosso Instituto, neste momento, não vai tratar de política. Nossos temas são o que o Brasil precisa para ser mais competitivo, quais são nossos gargalos, o mercado de carbono. Queremos promover o debate, o mais amplo possível”. Também, por isso, sua palestra foi sobre o acordo União Europeia-Mercosul. Ao falar sobre possíveis sanções que europeus querem impor ao Brasil, por questões como o desmatamento, afirmou: “Isso é muito ruim. E é sempre bom lembrar que o tratado é comercial. Não é ambiental”, afirmou.

Opinião por Monica Gugliano

É repórter de Política do Estadão. Escreve às terças-feiras

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