O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à Justiça Federal, nesta quinta-feira, 1, o envio, no prazo de 48 horas, da cópia do inquérito e todo o material apreendido na operação Spoofing, que resultou na prisão de quatro suspeitos de hackear telefones celulares de autoridades brasileiras, entre elas o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
A decisão de Moraes foi tomada horas depois de o ministro Luiz Fux, também do Supremo, proibir a destruição das provas recolhidas em poder dos suspeitos e determinar o envio do inquérito da operação Spoofing ao STF. O ministro, que é relator do inquérito das ‘fake news’, fundamentou a decisão afirmando que notícias veiculadas na imprensa apontam "indícios de investigação ilícita contra ministros desta corte".
A determinação tira das mãos da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, e da Polícia Federal, subordinada a Sérgio Moro, a exclusividade no acesso ao material apreendido. Na semana passada, Moro chegou a informar a alvos da ação dos hackers que as mensagens apreendidas seriam destruídas.
Nesta quinta, a Polícia Federal pediu e o juiz Ricardo Leite, da 10.ª Vara Federal do Distrito Federal, decretou a prisão preventiva do grupo sob suspeita de hacker celulares de mais de mil autoridades dos três Poderes. A Procuradoria da República em Brasília ainda vai se manifestar.
Os investigadores defendem a manutenção da custódia de Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, Gustavo Henrique Santos, o ‘DJ Guga’, sua companheira Suélen Priscila Oliveira e Danilo Cristiano Marques.
O grupo, que a PF define como ‘quadrilha’, foi preso em regime temporário na terça, 23, por ordem do juiz Wallisney. Na sexta, 27, o magistrado prorrogou por mais cinco dias a temporária dos quatro investigados.