Mortalidade materna poderia ser evitada em 90% dos casos


Por Agencia Estado

Em 28 de maio, o calendário brasileiro marca o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A data vem lembrar um dos grandes desafios da saúde pública brasileira: reduzir para níveis aceitáveis o número de óbitos de mulheres grávidas e parturientes. Enquanto a Organização Mundial de Saúde estabelece como meta até 15 mortes a cada cem mil nascimentos e o Canadá, com o melhor índice, declara quatro óbitos para o mesmo grupo, o Brasil ostenta entre 50 e 60 mortes por cem mil. "Isso, sem levar em conta o problema da subnotificação", lembra Mary Angela Parpinelli, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Há regiões, salienta a professora, em que nem sempre a gravidez é indicada na declaração de óbito ? registra-se apenas a causa de morte imediata, como uma falência múltipla dos órgãos. "Para as regiões mais desenvolvidas, as subnotificações chegam a 40% - ou seja, deve-se somar 40% ao número oficial", ressalta. Para as menos desenvolvidas, é difícil saber. São lugares onde sequer a morte, assim como o nascimento, recebem registro, considera Mary Angela: "Há pessoas que não nasceram e não morreram". Causas No País, desde o final da década de 70, com os primeiros registros de mortalidade materna, já se sabe do que morrem as mães brasileiras. As causas chamadas obstétricas diretas respondem por 80% dos casos. As indiretas, relativas a doenças ou condições precárias de saúde preexistentes (diabete, hipertensão crônica, doença renal ou cardíaca) que pioram com a gravidez, são apenas 20% dos casos. A toxemia gravídica (classificada como obstétrica direta), caracterizada por uma síndrome hipertensiva, é a maior causa de morte. Divide-se em duas fases: a pré-eclampsia (antes da convulsão) e a eclâmpsia. A primeira fase não é evitável, mas a segunda, que mata, sim ? e em 90% dos casos. A segunda causa é hemorragia, seja pós-parto ou deslocamento de placenta antes do parto. "A mulher simplesmente morre sangrando", indigna-se Cristina Tanaka, professora do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP. "Essa morte é evitável se houver tecnologia de apoio e banco de sangue disponível", complementa. Cristina trabalha desde 1975 na área. Periodicamente, divulga o "Dossiê Mortalidade Materna", publicado pela ONG Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos (http://www.redesaude.org.br). Ela alerta para uma mudança nas principais causas de morte materna. Há anos, a infecção puerperal ("uma calamidade") ocupava o terceiro lugar. Hoje, são as conseqüências do aborto, com infecção e hemorragia. "Reduzir esse problema é uma questão do País assumir uma política a favor da descriminalização do aborto", argumenta a professora. "Não estou advogando a favor, estou dizendo que uma mulher que tenha entrado em processo de aborto deve ter uma assistência de qualidade. Mesmo em casos de aborto espontâneo, quando a mulher procura um hospital, é extremamente mal atendida." Ações Para Cristina, é fundamental integralizar a assistência à mulher grávida ? ou seja, unir informações e atendimento pré-natal, durante o parto e no puerpério. "É preciso haver uma ligação formal entre todos esses dados", afirma a professora, que considera que o governo tem feito a sua parte. "Uma série de medidas vêm sendo tomadas. Os frutos irão começar a aparecer daqui a dois anos", prevê. Desde 1994, o Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Sobrasgo) tem colocado em prática uma série de medidas para reverter esse quadro. Uma delas foi a criação de comitês estaduais de mortalidade materna, para pesquisar e estudar os casos de modo mais localizado. Hoje, pouco mais da metade dos 24 comitês criados estão em funcionamento. Alguns foram desativados; outros levaram tempo para serem implantados. O do Estado do Tocantins, por exemplo, foi fundado apenas em 1999. "Ainda estamos em fase de reuniões, estatutos. Não saímos ainda à batalha, mas temos uma idéia do que vamos encontrar", resume João Bosco, presidente do Comitê Estadual de Morte Materna do Tocantins. Ciente da precariedade tanto do atendimento à saúde quanto dos registros de óbito do Estado, Bosco prevê que, com uma investigação a fundo do comitê, o índice estadual triplique. "Vamos pegar todos os óbitos de mulheres em idade fértil de 1999 para cá e estudar o que for possível, confrontando-os com prontuários", promete. "É aí que encontraremos um aborto, que veremos que aquela pneumonia não era bem assim. Os registros têm ´máscaras´." Bosco espera aproveitar a experiência de Estados mais avançados na questão, como Paraná e São Paulo. Esta semana, a Febrasgo enviou a Palmas integrantes da sua Comissão Nacional de Morte Materna para auxiliar o comitê local. A entidade, em parceria com o Ministério da Saúde, também elaborou manuais de conduta para profissionais que lidem com mulheres grávidas e parturientes. "90% das mortes poderiam ser evitadas. Isso significa que temos uma responsabilidade muito grande", reflete Bosco.

Em 28 de maio, o calendário brasileiro marca o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A data vem lembrar um dos grandes desafios da saúde pública brasileira: reduzir para níveis aceitáveis o número de óbitos de mulheres grávidas e parturientes. Enquanto a Organização Mundial de Saúde estabelece como meta até 15 mortes a cada cem mil nascimentos e o Canadá, com o melhor índice, declara quatro óbitos para o mesmo grupo, o Brasil ostenta entre 50 e 60 mortes por cem mil. "Isso, sem levar em conta o problema da subnotificação", lembra Mary Angela Parpinelli, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Há regiões, salienta a professora, em que nem sempre a gravidez é indicada na declaração de óbito ? registra-se apenas a causa de morte imediata, como uma falência múltipla dos órgãos. "Para as regiões mais desenvolvidas, as subnotificações chegam a 40% - ou seja, deve-se somar 40% ao número oficial", ressalta. Para as menos desenvolvidas, é difícil saber. São lugares onde sequer a morte, assim como o nascimento, recebem registro, considera Mary Angela: "Há pessoas que não nasceram e não morreram". Causas No País, desde o final da década de 70, com os primeiros registros de mortalidade materna, já se sabe do que morrem as mães brasileiras. As causas chamadas obstétricas diretas respondem por 80% dos casos. As indiretas, relativas a doenças ou condições precárias de saúde preexistentes (diabete, hipertensão crônica, doença renal ou cardíaca) que pioram com a gravidez, são apenas 20% dos casos. A toxemia gravídica (classificada como obstétrica direta), caracterizada por uma síndrome hipertensiva, é a maior causa de morte. Divide-se em duas fases: a pré-eclampsia (antes da convulsão) e a eclâmpsia. A primeira fase não é evitável, mas a segunda, que mata, sim ? e em 90% dos casos. A segunda causa é hemorragia, seja pós-parto ou deslocamento de placenta antes do parto. "A mulher simplesmente morre sangrando", indigna-se Cristina Tanaka, professora do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP. "Essa morte é evitável se houver tecnologia de apoio e banco de sangue disponível", complementa. Cristina trabalha desde 1975 na área. Periodicamente, divulga o "Dossiê Mortalidade Materna", publicado pela ONG Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos (http://www.redesaude.org.br). Ela alerta para uma mudança nas principais causas de morte materna. Há anos, a infecção puerperal ("uma calamidade") ocupava o terceiro lugar. Hoje, são as conseqüências do aborto, com infecção e hemorragia. "Reduzir esse problema é uma questão do País assumir uma política a favor da descriminalização do aborto", argumenta a professora. "Não estou advogando a favor, estou dizendo que uma mulher que tenha entrado em processo de aborto deve ter uma assistência de qualidade. Mesmo em casos de aborto espontâneo, quando a mulher procura um hospital, é extremamente mal atendida." Ações Para Cristina, é fundamental integralizar a assistência à mulher grávida ? ou seja, unir informações e atendimento pré-natal, durante o parto e no puerpério. "É preciso haver uma ligação formal entre todos esses dados", afirma a professora, que considera que o governo tem feito a sua parte. "Uma série de medidas vêm sendo tomadas. Os frutos irão começar a aparecer daqui a dois anos", prevê. Desde 1994, o Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Sobrasgo) tem colocado em prática uma série de medidas para reverter esse quadro. Uma delas foi a criação de comitês estaduais de mortalidade materna, para pesquisar e estudar os casos de modo mais localizado. Hoje, pouco mais da metade dos 24 comitês criados estão em funcionamento. Alguns foram desativados; outros levaram tempo para serem implantados. O do Estado do Tocantins, por exemplo, foi fundado apenas em 1999. "Ainda estamos em fase de reuniões, estatutos. Não saímos ainda à batalha, mas temos uma idéia do que vamos encontrar", resume João Bosco, presidente do Comitê Estadual de Morte Materna do Tocantins. Ciente da precariedade tanto do atendimento à saúde quanto dos registros de óbito do Estado, Bosco prevê que, com uma investigação a fundo do comitê, o índice estadual triplique. "Vamos pegar todos os óbitos de mulheres em idade fértil de 1999 para cá e estudar o que for possível, confrontando-os com prontuários", promete. "É aí que encontraremos um aborto, que veremos que aquela pneumonia não era bem assim. Os registros têm ´máscaras´." Bosco espera aproveitar a experiência de Estados mais avançados na questão, como Paraná e São Paulo. Esta semana, a Febrasgo enviou a Palmas integrantes da sua Comissão Nacional de Morte Materna para auxiliar o comitê local. A entidade, em parceria com o Ministério da Saúde, também elaborou manuais de conduta para profissionais que lidem com mulheres grávidas e parturientes. "90% das mortes poderiam ser evitadas. Isso significa que temos uma responsabilidade muito grande", reflete Bosco.

Em 28 de maio, o calendário brasileiro marca o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A data vem lembrar um dos grandes desafios da saúde pública brasileira: reduzir para níveis aceitáveis o número de óbitos de mulheres grávidas e parturientes. Enquanto a Organização Mundial de Saúde estabelece como meta até 15 mortes a cada cem mil nascimentos e o Canadá, com o melhor índice, declara quatro óbitos para o mesmo grupo, o Brasil ostenta entre 50 e 60 mortes por cem mil. "Isso, sem levar em conta o problema da subnotificação", lembra Mary Angela Parpinelli, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Há regiões, salienta a professora, em que nem sempre a gravidez é indicada na declaração de óbito ? registra-se apenas a causa de morte imediata, como uma falência múltipla dos órgãos. "Para as regiões mais desenvolvidas, as subnotificações chegam a 40% - ou seja, deve-se somar 40% ao número oficial", ressalta. Para as menos desenvolvidas, é difícil saber. São lugares onde sequer a morte, assim como o nascimento, recebem registro, considera Mary Angela: "Há pessoas que não nasceram e não morreram". Causas No País, desde o final da década de 70, com os primeiros registros de mortalidade materna, já se sabe do que morrem as mães brasileiras. As causas chamadas obstétricas diretas respondem por 80% dos casos. As indiretas, relativas a doenças ou condições precárias de saúde preexistentes (diabete, hipertensão crônica, doença renal ou cardíaca) que pioram com a gravidez, são apenas 20% dos casos. A toxemia gravídica (classificada como obstétrica direta), caracterizada por uma síndrome hipertensiva, é a maior causa de morte. Divide-se em duas fases: a pré-eclampsia (antes da convulsão) e a eclâmpsia. A primeira fase não é evitável, mas a segunda, que mata, sim ? e em 90% dos casos. A segunda causa é hemorragia, seja pós-parto ou deslocamento de placenta antes do parto. "A mulher simplesmente morre sangrando", indigna-se Cristina Tanaka, professora do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP. "Essa morte é evitável se houver tecnologia de apoio e banco de sangue disponível", complementa. Cristina trabalha desde 1975 na área. Periodicamente, divulga o "Dossiê Mortalidade Materna", publicado pela ONG Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos (http://www.redesaude.org.br). Ela alerta para uma mudança nas principais causas de morte materna. Há anos, a infecção puerperal ("uma calamidade") ocupava o terceiro lugar. Hoje, são as conseqüências do aborto, com infecção e hemorragia. "Reduzir esse problema é uma questão do País assumir uma política a favor da descriminalização do aborto", argumenta a professora. "Não estou advogando a favor, estou dizendo que uma mulher que tenha entrado em processo de aborto deve ter uma assistência de qualidade. Mesmo em casos de aborto espontâneo, quando a mulher procura um hospital, é extremamente mal atendida." Ações Para Cristina, é fundamental integralizar a assistência à mulher grávida ? ou seja, unir informações e atendimento pré-natal, durante o parto e no puerpério. "É preciso haver uma ligação formal entre todos esses dados", afirma a professora, que considera que o governo tem feito a sua parte. "Uma série de medidas vêm sendo tomadas. Os frutos irão começar a aparecer daqui a dois anos", prevê. Desde 1994, o Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Sobrasgo) tem colocado em prática uma série de medidas para reverter esse quadro. Uma delas foi a criação de comitês estaduais de mortalidade materna, para pesquisar e estudar os casos de modo mais localizado. Hoje, pouco mais da metade dos 24 comitês criados estão em funcionamento. Alguns foram desativados; outros levaram tempo para serem implantados. O do Estado do Tocantins, por exemplo, foi fundado apenas em 1999. "Ainda estamos em fase de reuniões, estatutos. Não saímos ainda à batalha, mas temos uma idéia do que vamos encontrar", resume João Bosco, presidente do Comitê Estadual de Morte Materna do Tocantins. Ciente da precariedade tanto do atendimento à saúde quanto dos registros de óbito do Estado, Bosco prevê que, com uma investigação a fundo do comitê, o índice estadual triplique. "Vamos pegar todos os óbitos de mulheres em idade fértil de 1999 para cá e estudar o que for possível, confrontando-os com prontuários", promete. "É aí que encontraremos um aborto, que veremos que aquela pneumonia não era bem assim. Os registros têm ´máscaras´." Bosco espera aproveitar a experiência de Estados mais avançados na questão, como Paraná e São Paulo. Esta semana, a Febrasgo enviou a Palmas integrantes da sua Comissão Nacional de Morte Materna para auxiliar o comitê local. A entidade, em parceria com o Ministério da Saúde, também elaborou manuais de conduta para profissionais que lidem com mulheres grávidas e parturientes. "90% das mortes poderiam ser evitadas. Isso significa que temos uma responsabilidade muito grande", reflete Bosco.

Em 28 de maio, o calendário brasileiro marca o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A data vem lembrar um dos grandes desafios da saúde pública brasileira: reduzir para níveis aceitáveis o número de óbitos de mulheres grávidas e parturientes. Enquanto a Organização Mundial de Saúde estabelece como meta até 15 mortes a cada cem mil nascimentos e o Canadá, com o melhor índice, declara quatro óbitos para o mesmo grupo, o Brasil ostenta entre 50 e 60 mortes por cem mil. "Isso, sem levar em conta o problema da subnotificação", lembra Mary Angela Parpinelli, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Há regiões, salienta a professora, em que nem sempre a gravidez é indicada na declaração de óbito ? registra-se apenas a causa de morte imediata, como uma falência múltipla dos órgãos. "Para as regiões mais desenvolvidas, as subnotificações chegam a 40% - ou seja, deve-se somar 40% ao número oficial", ressalta. Para as menos desenvolvidas, é difícil saber. São lugares onde sequer a morte, assim como o nascimento, recebem registro, considera Mary Angela: "Há pessoas que não nasceram e não morreram". Causas No País, desde o final da década de 70, com os primeiros registros de mortalidade materna, já se sabe do que morrem as mães brasileiras. As causas chamadas obstétricas diretas respondem por 80% dos casos. As indiretas, relativas a doenças ou condições precárias de saúde preexistentes (diabete, hipertensão crônica, doença renal ou cardíaca) que pioram com a gravidez, são apenas 20% dos casos. A toxemia gravídica (classificada como obstétrica direta), caracterizada por uma síndrome hipertensiva, é a maior causa de morte. Divide-se em duas fases: a pré-eclampsia (antes da convulsão) e a eclâmpsia. A primeira fase não é evitável, mas a segunda, que mata, sim ? e em 90% dos casos. A segunda causa é hemorragia, seja pós-parto ou deslocamento de placenta antes do parto. "A mulher simplesmente morre sangrando", indigna-se Cristina Tanaka, professora do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da USP. "Essa morte é evitável se houver tecnologia de apoio e banco de sangue disponível", complementa. Cristina trabalha desde 1975 na área. Periodicamente, divulga o "Dossiê Mortalidade Materna", publicado pela ONG Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos (http://www.redesaude.org.br). Ela alerta para uma mudança nas principais causas de morte materna. Há anos, a infecção puerperal ("uma calamidade") ocupava o terceiro lugar. Hoje, são as conseqüências do aborto, com infecção e hemorragia. "Reduzir esse problema é uma questão do País assumir uma política a favor da descriminalização do aborto", argumenta a professora. "Não estou advogando a favor, estou dizendo que uma mulher que tenha entrado em processo de aborto deve ter uma assistência de qualidade. Mesmo em casos de aborto espontâneo, quando a mulher procura um hospital, é extremamente mal atendida." Ações Para Cristina, é fundamental integralizar a assistência à mulher grávida ? ou seja, unir informações e atendimento pré-natal, durante o parto e no puerpério. "É preciso haver uma ligação formal entre todos esses dados", afirma a professora, que considera que o governo tem feito a sua parte. "Uma série de medidas vêm sendo tomadas. Os frutos irão começar a aparecer daqui a dois anos", prevê. Desde 1994, o Ministério da Saúde, em parceria com a Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Sobrasgo) tem colocado em prática uma série de medidas para reverter esse quadro. Uma delas foi a criação de comitês estaduais de mortalidade materna, para pesquisar e estudar os casos de modo mais localizado. Hoje, pouco mais da metade dos 24 comitês criados estão em funcionamento. Alguns foram desativados; outros levaram tempo para serem implantados. O do Estado do Tocantins, por exemplo, foi fundado apenas em 1999. "Ainda estamos em fase de reuniões, estatutos. Não saímos ainda à batalha, mas temos uma idéia do que vamos encontrar", resume João Bosco, presidente do Comitê Estadual de Morte Materna do Tocantins. Ciente da precariedade tanto do atendimento à saúde quanto dos registros de óbito do Estado, Bosco prevê que, com uma investigação a fundo do comitê, o índice estadual triplique. "Vamos pegar todos os óbitos de mulheres em idade fértil de 1999 para cá e estudar o que for possível, confrontando-os com prontuários", promete. "É aí que encontraremos um aborto, que veremos que aquela pneumonia não era bem assim. Os registros têm ´máscaras´." Bosco espera aproveitar a experiência de Estados mais avançados na questão, como Paraná e São Paulo. Esta semana, a Febrasgo enviou a Palmas integrantes da sua Comissão Nacional de Morte Materna para auxiliar o comitê local. A entidade, em parceria com o Ministério da Saúde, também elaborou manuais de conduta para profissionais que lidem com mulheres grávidas e parturientes. "90% das mortes poderiam ser evitadas. Isso significa que temos uma responsabilidade muito grande", reflete Bosco.

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