Bolsonaro aglomera apoiadores no Rio e, sem máscara e ao lado de Pazuello, critica isolamento social


Presidente participou de ato com motociclistas na manhã deste domingo, 23; em discurso, voltou a criticar prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia

Por Marcio Dolzan e Roberta Jansen

RIO - Acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e por pelo menos mais dez apoiadores - todos eles sem máscaras e sobre um carro de som apertado - o presidente Jair Bolsonaro discursou no fim da manhã deste domingo, 23, para milhares de apoiadores no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Ele voltou a criticar prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia e afirmou que jamais colocará o Exército, que chamou de seu, nas ruas para fazer lockdown.

"Eu lamento cada morte no Brasil, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, temos que viver e sobreviver", disse Bolsonaro, para depois criticar medidas de distanciamento social.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro discursam a apoiadores em ato no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão
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"Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes problemas: o vírus e o desemprego. Muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria do povo brasileiro, e sem qualquer comprovação científica, decretaram lockdown, confinamento e toque de recolher", afirmou o presidente. Estudos já mostraram, contudo, que o lockdown diminui a chance de transmissão do coronavírus.

"Fique bem claro: o meu Exército Brasileiro jamais irá às ruas pra manter vocês dentro de casa", prosseguiu o presidente, descartando a hipótese de em algum momento decretar medidas de isolamento.

A fala de poucos minutos encerrou um passeio de moto que percorreu diversos bairros do Rio. A manifestação teve concentração no Parque Olímpico da Barra desde o início da manhã. Entre os milhares de apoiadores, apenas uma minoria usou máscaras de proteção - e, claro, o distanciamento não foi possível.

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Presidente Jair Bolsonaro participa de passeio de motocicleta junto a apoiadores no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Esta foi a segunda vez no mês em que Bolsonaro participou de um desfile de motocicleta - o primeiro foi em 9 de maio, em Brasília.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, classificou o passeio de moto do presidente e apoiadores de “espetáculo de covarde omissão”, em tweet publicado na manhã deste domingo.

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Na nota, Santa Cruz afirma que, mais uma vez, “o presidente celebrará a irresponsabilidade e a estupidez miliciana, passeando de moto com seus adoradores”. E ainda: “Previsível espetáculo de covarde omissão que ignora hospitais lotados e a nova cepa indiana. Pobre do Brasil, pobre do meu Rio de Janeiro”.

Pazuello participa de ato e discursa sem máscara

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Com a máscara no queixo, Pazuello passou no meio da multidão de apoiadores e subiu no carro de som onde estava o presidente. Já sem máscara também, um sorridente Pazuello acenou para os manifestantes ao lado de Bolsonaro. O presidente chamou seu ex-ministro de “nosso gordinho”.

O ex-ministro depôs na quarta e na quinta-feira na CPI da Covid. No depoimento, ao ser questionado sobre ter aparecido sem máscara em um shopping em Manaus, o ex-ministro admitiu o erro e pediu desculpas. No evento desta manhã, no entanto, não houve essa preocupação. 

Concentração de apoiadores do presidente Jair Bolsonarona manhã deste domingo, 23, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio, antes de ato com presidente. Foto: Wilton Junior/Estadão
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Agravamento da pandemia

O ato ocorreu mesmo num período em que surge o temor de uma nova alta na transmissão do coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que registrou, até este sábado, 839.623 casos confirmados e 49.438 óbitos por coronavírus no estado. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.122 novos casos e 188 mortes. A taxa de letalidade da covid-19 no Rio está em 5,89%, a maior do País. Entre os casos confirmados, 776.109 pacientes se recuperaram da doença.

Segundo o painel de dados desenvolvido pela pasta, a taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 no estado é de 84,0%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 59,9%. No momento, a fila de espera por um leito de UTI tem 60 pessoas e a de enfermaria, 14.

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Leis preveem multas para quem não usar máscaras em locais públicos

A aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro desrespeitou normas sanitárias estaduais e municipais de combate ao coronavírus.

Uma lei estadual sancionada em junho de 2020 tornou obrigatório o uso de máscarasemem qualquer ambiente público ou em ambientes privados de acesso coletivo no Estado do Rio. A multa para quem desrespeitar a legislação varia de R$ 111,15 a R$ 222,30 para as pessoas físicas, e chega a R$ 741,06 para pessoas jurídicas. Nos dois casos, pode ser multiplicada em cinco vezes em caso de reiterada reincidência.

Decreto municipal em vigor, por sua vez, proíbe eventos com aglomeração e também prevê o uso de máscaras de proteção. A multa por descumprimento é de multa de R$ 562,42. O próprio prefeito da cidade, Eduardo Paes (DEM), foi multado na semana passada por ter cantado numa roda de samba num bar da cidade no início do mês. Na ocasião, ele não usava máscara e admitiu o erro.

Procurado neste domingo pelo Estadão, o governo do Estado informou que, apesar da lei ser estadual, cabe aos municípios fiscalizar e aplicar eventuais sanções por descumprimento. A Prefeitura do Rio ainda não se manifestou.

RIO - Acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e por pelo menos mais dez apoiadores - todos eles sem máscaras e sobre um carro de som apertado - o presidente Jair Bolsonaro discursou no fim da manhã deste domingo, 23, para milhares de apoiadores no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Ele voltou a criticar prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia e afirmou que jamais colocará o Exército, que chamou de seu, nas ruas para fazer lockdown.

"Eu lamento cada morte no Brasil, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, temos que viver e sobreviver", disse Bolsonaro, para depois criticar medidas de distanciamento social.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro discursam a apoiadores em ato no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

"Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes problemas: o vírus e o desemprego. Muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria do povo brasileiro, e sem qualquer comprovação científica, decretaram lockdown, confinamento e toque de recolher", afirmou o presidente. Estudos já mostraram, contudo, que o lockdown diminui a chance de transmissão do coronavírus.

"Fique bem claro: o meu Exército Brasileiro jamais irá às ruas pra manter vocês dentro de casa", prosseguiu o presidente, descartando a hipótese de em algum momento decretar medidas de isolamento.

A fala de poucos minutos encerrou um passeio de moto que percorreu diversos bairros do Rio. A manifestação teve concentração no Parque Olímpico da Barra desde o início da manhã. Entre os milhares de apoiadores, apenas uma minoria usou máscaras de proteção - e, claro, o distanciamento não foi possível.

Presidente Jair Bolsonaro participa de passeio de motocicleta junto a apoiadores no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Esta foi a segunda vez no mês em que Bolsonaro participou de um desfile de motocicleta - o primeiro foi em 9 de maio, em Brasília.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, classificou o passeio de moto do presidente e apoiadores de “espetáculo de covarde omissão”, em tweet publicado na manhã deste domingo.

Na nota, Santa Cruz afirma que, mais uma vez, “o presidente celebrará a irresponsabilidade e a estupidez miliciana, passeando de moto com seus adoradores”. E ainda: “Previsível espetáculo de covarde omissão que ignora hospitais lotados e a nova cepa indiana. Pobre do Brasil, pobre do meu Rio de Janeiro”.

Pazuello participa de ato e discursa sem máscara

Com a máscara no queixo, Pazuello passou no meio da multidão de apoiadores e subiu no carro de som onde estava o presidente. Já sem máscara também, um sorridente Pazuello acenou para os manifestantes ao lado de Bolsonaro. O presidente chamou seu ex-ministro de “nosso gordinho”.

O ex-ministro depôs na quarta e na quinta-feira na CPI da Covid. No depoimento, ao ser questionado sobre ter aparecido sem máscara em um shopping em Manaus, o ex-ministro admitiu o erro e pediu desculpas. No evento desta manhã, no entanto, não houve essa preocupação. 

Concentração de apoiadores do presidente Jair Bolsonarona manhã deste domingo, 23, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio, antes de ato com presidente. Foto: Wilton Junior/Estadão

Agravamento da pandemia

O ato ocorreu mesmo num período em que surge o temor de uma nova alta na transmissão do coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que registrou, até este sábado, 839.623 casos confirmados e 49.438 óbitos por coronavírus no estado. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.122 novos casos e 188 mortes. A taxa de letalidade da covid-19 no Rio está em 5,89%, a maior do País. Entre os casos confirmados, 776.109 pacientes se recuperaram da doença.

Segundo o painel de dados desenvolvido pela pasta, a taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 no estado é de 84,0%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 59,9%. No momento, a fila de espera por um leito de UTI tem 60 pessoas e a de enfermaria, 14.

Leis preveem multas para quem não usar máscaras em locais públicos

A aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro desrespeitou normas sanitárias estaduais e municipais de combate ao coronavírus.

Uma lei estadual sancionada em junho de 2020 tornou obrigatório o uso de máscarasemem qualquer ambiente público ou em ambientes privados de acesso coletivo no Estado do Rio. A multa para quem desrespeitar a legislação varia de R$ 111,15 a R$ 222,30 para as pessoas físicas, e chega a R$ 741,06 para pessoas jurídicas. Nos dois casos, pode ser multiplicada em cinco vezes em caso de reiterada reincidência.

Decreto municipal em vigor, por sua vez, proíbe eventos com aglomeração e também prevê o uso de máscaras de proteção. A multa por descumprimento é de multa de R$ 562,42. O próprio prefeito da cidade, Eduardo Paes (DEM), foi multado na semana passada por ter cantado numa roda de samba num bar da cidade no início do mês. Na ocasião, ele não usava máscara e admitiu o erro.

Procurado neste domingo pelo Estadão, o governo do Estado informou que, apesar da lei ser estadual, cabe aos municípios fiscalizar e aplicar eventuais sanções por descumprimento. A Prefeitura do Rio ainda não se manifestou.

RIO - Acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e por pelo menos mais dez apoiadores - todos eles sem máscaras e sobre um carro de som apertado - o presidente Jair Bolsonaro discursou no fim da manhã deste domingo, 23, para milhares de apoiadores no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Ele voltou a criticar prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia e afirmou que jamais colocará o Exército, que chamou de seu, nas ruas para fazer lockdown.

"Eu lamento cada morte no Brasil, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, temos que viver e sobreviver", disse Bolsonaro, para depois criticar medidas de distanciamento social.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro discursam a apoiadores em ato no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

"Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes problemas: o vírus e o desemprego. Muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria do povo brasileiro, e sem qualquer comprovação científica, decretaram lockdown, confinamento e toque de recolher", afirmou o presidente. Estudos já mostraram, contudo, que o lockdown diminui a chance de transmissão do coronavírus.

"Fique bem claro: o meu Exército Brasileiro jamais irá às ruas pra manter vocês dentro de casa", prosseguiu o presidente, descartando a hipótese de em algum momento decretar medidas de isolamento.

A fala de poucos minutos encerrou um passeio de moto que percorreu diversos bairros do Rio. A manifestação teve concentração no Parque Olímpico da Barra desde o início da manhã. Entre os milhares de apoiadores, apenas uma minoria usou máscaras de proteção - e, claro, o distanciamento não foi possível.

Presidente Jair Bolsonaro participa de passeio de motocicleta junto a apoiadores no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Esta foi a segunda vez no mês em que Bolsonaro participou de um desfile de motocicleta - o primeiro foi em 9 de maio, em Brasília.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, classificou o passeio de moto do presidente e apoiadores de “espetáculo de covarde omissão”, em tweet publicado na manhã deste domingo.

Na nota, Santa Cruz afirma que, mais uma vez, “o presidente celebrará a irresponsabilidade e a estupidez miliciana, passeando de moto com seus adoradores”. E ainda: “Previsível espetáculo de covarde omissão que ignora hospitais lotados e a nova cepa indiana. Pobre do Brasil, pobre do meu Rio de Janeiro”.

Pazuello participa de ato e discursa sem máscara

Com a máscara no queixo, Pazuello passou no meio da multidão de apoiadores e subiu no carro de som onde estava o presidente. Já sem máscara também, um sorridente Pazuello acenou para os manifestantes ao lado de Bolsonaro. O presidente chamou seu ex-ministro de “nosso gordinho”.

O ex-ministro depôs na quarta e na quinta-feira na CPI da Covid. No depoimento, ao ser questionado sobre ter aparecido sem máscara em um shopping em Manaus, o ex-ministro admitiu o erro e pediu desculpas. No evento desta manhã, no entanto, não houve essa preocupação. 

Concentração de apoiadores do presidente Jair Bolsonarona manhã deste domingo, 23, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio, antes de ato com presidente. Foto: Wilton Junior/Estadão

Agravamento da pandemia

O ato ocorreu mesmo num período em que surge o temor de uma nova alta na transmissão do coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que registrou, até este sábado, 839.623 casos confirmados e 49.438 óbitos por coronavírus no estado. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.122 novos casos e 188 mortes. A taxa de letalidade da covid-19 no Rio está em 5,89%, a maior do País. Entre os casos confirmados, 776.109 pacientes se recuperaram da doença.

Segundo o painel de dados desenvolvido pela pasta, a taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 no estado é de 84,0%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 59,9%. No momento, a fila de espera por um leito de UTI tem 60 pessoas e a de enfermaria, 14.

Leis preveem multas para quem não usar máscaras em locais públicos

A aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro desrespeitou normas sanitárias estaduais e municipais de combate ao coronavírus.

Uma lei estadual sancionada em junho de 2020 tornou obrigatório o uso de máscarasemem qualquer ambiente público ou em ambientes privados de acesso coletivo no Estado do Rio. A multa para quem desrespeitar a legislação varia de R$ 111,15 a R$ 222,30 para as pessoas físicas, e chega a R$ 741,06 para pessoas jurídicas. Nos dois casos, pode ser multiplicada em cinco vezes em caso de reiterada reincidência.

Decreto municipal em vigor, por sua vez, proíbe eventos com aglomeração e também prevê o uso de máscaras de proteção. A multa por descumprimento é de multa de R$ 562,42. O próprio prefeito da cidade, Eduardo Paes (DEM), foi multado na semana passada por ter cantado numa roda de samba num bar da cidade no início do mês. Na ocasião, ele não usava máscara e admitiu o erro.

Procurado neste domingo pelo Estadão, o governo do Estado informou que, apesar da lei ser estadual, cabe aos municípios fiscalizar e aplicar eventuais sanções por descumprimento. A Prefeitura do Rio ainda não se manifestou.

RIO - Acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e por pelo menos mais dez apoiadores - todos eles sem máscaras e sobre um carro de som apertado - o presidente Jair Bolsonaro discursou no fim da manhã deste domingo, 23, para milhares de apoiadores no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Ele voltou a criticar prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia e afirmou que jamais colocará o Exército, que chamou de seu, nas ruas para fazer lockdown.

"Eu lamento cada morte no Brasil, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, temos que viver e sobreviver", disse Bolsonaro, para depois criticar medidas de distanciamento social.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro discursam a apoiadores em ato no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

"Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes problemas: o vírus e o desemprego. Muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria do povo brasileiro, e sem qualquer comprovação científica, decretaram lockdown, confinamento e toque de recolher", afirmou o presidente. Estudos já mostraram, contudo, que o lockdown diminui a chance de transmissão do coronavírus.

"Fique bem claro: o meu Exército Brasileiro jamais irá às ruas pra manter vocês dentro de casa", prosseguiu o presidente, descartando a hipótese de em algum momento decretar medidas de isolamento.

A fala de poucos minutos encerrou um passeio de moto que percorreu diversos bairros do Rio. A manifestação teve concentração no Parque Olímpico da Barra desde o início da manhã. Entre os milhares de apoiadores, apenas uma minoria usou máscaras de proteção - e, claro, o distanciamento não foi possível.

Presidente Jair Bolsonaro participa de passeio de motocicleta junto a apoiadores no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Esta foi a segunda vez no mês em que Bolsonaro participou de um desfile de motocicleta - o primeiro foi em 9 de maio, em Brasília.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, classificou o passeio de moto do presidente e apoiadores de “espetáculo de covarde omissão”, em tweet publicado na manhã deste domingo.

Na nota, Santa Cruz afirma que, mais uma vez, “o presidente celebrará a irresponsabilidade e a estupidez miliciana, passeando de moto com seus adoradores”. E ainda: “Previsível espetáculo de covarde omissão que ignora hospitais lotados e a nova cepa indiana. Pobre do Brasil, pobre do meu Rio de Janeiro”.

Pazuello participa de ato e discursa sem máscara

Com a máscara no queixo, Pazuello passou no meio da multidão de apoiadores e subiu no carro de som onde estava o presidente. Já sem máscara também, um sorridente Pazuello acenou para os manifestantes ao lado de Bolsonaro. O presidente chamou seu ex-ministro de “nosso gordinho”.

O ex-ministro depôs na quarta e na quinta-feira na CPI da Covid. No depoimento, ao ser questionado sobre ter aparecido sem máscara em um shopping em Manaus, o ex-ministro admitiu o erro e pediu desculpas. No evento desta manhã, no entanto, não houve essa preocupação. 

Concentração de apoiadores do presidente Jair Bolsonarona manhã deste domingo, 23, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio, antes de ato com presidente. Foto: Wilton Junior/Estadão

Agravamento da pandemia

O ato ocorreu mesmo num período em que surge o temor de uma nova alta na transmissão do coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que registrou, até este sábado, 839.623 casos confirmados e 49.438 óbitos por coronavírus no estado. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.122 novos casos e 188 mortes. A taxa de letalidade da covid-19 no Rio está em 5,89%, a maior do País. Entre os casos confirmados, 776.109 pacientes se recuperaram da doença.

Segundo o painel de dados desenvolvido pela pasta, a taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 no estado é de 84,0%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 59,9%. No momento, a fila de espera por um leito de UTI tem 60 pessoas e a de enfermaria, 14.

Leis preveem multas para quem não usar máscaras em locais públicos

A aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro desrespeitou normas sanitárias estaduais e municipais de combate ao coronavírus.

Uma lei estadual sancionada em junho de 2020 tornou obrigatório o uso de máscarasemem qualquer ambiente público ou em ambientes privados de acesso coletivo no Estado do Rio. A multa para quem desrespeitar a legislação varia de R$ 111,15 a R$ 222,30 para as pessoas físicas, e chega a R$ 741,06 para pessoas jurídicas. Nos dois casos, pode ser multiplicada em cinco vezes em caso de reiterada reincidência.

Decreto municipal em vigor, por sua vez, proíbe eventos com aglomeração e também prevê o uso de máscaras de proteção. A multa por descumprimento é de multa de R$ 562,42. O próprio prefeito da cidade, Eduardo Paes (DEM), foi multado na semana passada por ter cantado numa roda de samba num bar da cidade no início do mês. Na ocasião, ele não usava máscara e admitiu o erro.

Procurado neste domingo pelo Estadão, o governo do Estado informou que, apesar da lei ser estadual, cabe aos municípios fiscalizar e aplicar eventuais sanções por descumprimento. A Prefeitura do Rio ainda não se manifestou.

RIO - Acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e por pelo menos mais dez apoiadores - todos eles sem máscaras e sobre um carro de som apertado - o presidente Jair Bolsonaro discursou no fim da manhã deste domingo, 23, para milhares de apoiadores no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Ele voltou a criticar prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia e afirmou que jamais colocará o Exército, que chamou de seu, nas ruas para fazer lockdown.

"Eu lamento cada morte no Brasil, não importa a motivação da mesma. Mas nós temos que ser fortes, temos que viver e sobreviver", disse Bolsonaro, para depois criticar medidas de distanciamento social.

O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o presidente Jair Bolsonaro discursam a apoiadores em ato no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

"Desde o começo eu disse que tínhamos dois grandes problemas: o vírus e o desemprego. Muitos governadores e prefeitos simplesmente ignoraram a grande maioria do povo brasileiro, e sem qualquer comprovação científica, decretaram lockdown, confinamento e toque de recolher", afirmou o presidente. Estudos já mostraram, contudo, que o lockdown diminui a chance de transmissão do coronavírus.

"Fique bem claro: o meu Exército Brasileiro jamais irá às ruas pra manter vocês dentro de casa", prosseguiu o presidente, descartando a hipótese de em algum momento decretar medidas de isolamento.

A fala de poucos minutos encerrou um passeio de moto que percorreu diversos bairros do Rio. A manifestação teve concentração no Parque Olímpico da Barra desde o início da manhã. Entre os milhares de apoiadores, apenas uma minoria usou máscaras de proteção - e, claro, o distanciamento não foi possível.

Presidente Jair Bolsonaro participa de passeio de motocicleta junto a apoiadores no Rio de Janeiro. Foto: Wilton Júnior/Estadão

Esta foi a segunda vez no mês em que Bolsonaro participou de um desfile de motocicleta - o primeiro foi em 9 de maio, em Brasília.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, classificou o passeio de moto do presidente e apoiadores de “espetáculo de covarde omissão”, em tweet publicado na manhã deste domingo.

Na nota, Santa Cruz afirma que, mais uma vez, “o presidente celebrará a irresponsabilidade e a estupidez miliciana, passeando de moto com seus adoradores”. E ainda: “Previsível espetáculo de covarde omissão que ignora hospitais lotados e a nova cepa indiana. Pobre do Brasil, pobre do meu Rio de Janeiro”.

Pazuello participa de ato e discursa sem máscara

Com a máscara no queixo, Pazuello passou no meio da multidão de apoiadores e subiu no carro de som onde estava o presidente. Já sem máscara também, um sorridente Pazuello acenou para os manifestantes ao lado de Bolsonaro. O presidente chamou seu ex-ministro de “nosso gordinho”.

O ex-ministro depôs na quarta e na quinta-feira na CPI da Covid. No depoimento, ao ser questionado sobre ter aparecido sem máscara em um shopping em Manaus, o ex-ministro admitiu o erro e pediu desculpas. No evento desta manhã, no entanto, não houve essa preocupação. 

Concentração de apoiadores do presidente Jair Bolsonarona manhã deste domingo, 23, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio, antes de ato com presidente. Foto: Wilton Junior/Estadão

Agravamento da pandemia

O ato ocorreu mesmo num período em que surge o temor de uma nova alta na transmissão do coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio (SES) informou que registrou, até este sábado, 839.623 casos confirmados e 49.438 óbitos por coronavírus no estado. Nas últimas 24 horas, foram contabilizados 2.122 novos casos e 188 mortes. A taxa de letalidade da covid-19 no Rio está em 5,89%, a maior do País. Entre os casos confirmados, 776.109 pacientes se recuperaram da doença.

Segundo o painel de dados desenvolvido pela pasta, a taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a covid-19 no estado é de 84,0%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria é de 59,9%. No momento, a fila de espera por um leito de UTI tem 60 pessoas e a de enfermaria, 14.

Leis preveem multas para quem não usar máscaras em locais públicos

A aglomeração provocada pelo presidente Jair Bolsonaro desrespeitou normas sanitárias estaduais e municipais de combate ao coronavírus.

Uma lei estadual sancionada em junho de 2020 tornou obrigatório o uso de máscarasemem qualquer ambiente público ou em ambientes privados de acesso coletivo no Estado do Rio. A multa para quem desrespeitar a legislação varia de R$ 111,15 a R$ 222,30 para as pessoas físicas, e chega a R$ 741,06 para pessoas jurídicas. Nos dois casos, pode ser multiplicada em cinco vezes em caso de reiterada reincidência.

Decreto municipal em vigor, por sua vez, proíbe eventos com aglomeração e também prevê o uso de máscaras de proteção. A multa por descumprimento é de multa de R$ 562,42. O próprio prefeito da cidade, Eduardo Paes (DEM), foi multado na semana passada por ter cantado numa roda de samba num bar da cidade no início do mês. Na ocasião, ele não usava máscara e admitiu o erro.

Procurado neste domingo pelo Estadão, o governo do Estado informou que, apesar da lei ser estadual, cabe aos municípios fiscalizar e aplicar eventuais sanções por descumprimento. A Prefeitura do Rio ainda não se manifestou.

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