O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), que é pré-candidato a uma vaga no Senado nas eleições de outubro, se mostrou cético nesta segunda-feira, 27, sobre a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a gestão de Milton Ribeiro no Ministério da Educação. Em linha com o discurso do governo, o general da reserva criticou a prisão preventiva do ex-ministro, já revertida por decisão liminar, mas falou em “prováveis crimes” do pastor presbiteriano.
Mourão minimizou o impacto da prisão de Ribeiro na campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), fator altamente considerado pelo chamado “QG da reeleição”, como mostrou o Estadão/Broadcast. “Até porque durou pouco tempo, foi algo na minha visão um tanto quanto apressado. A decisão talvez não fosse a melhor, colocar prisão preventiva ainda com indícios fracos de prováveis crimes. É aguardar o trabalho de investigação”, afirmou o vice-presidente na chegada ao Palácio do Planalto.
Em seguida, Mourão afirmou que não aposta na abertura de uma CPI do MEC. “Acho complicado, porque está todo mundo pensando em eleição, mais três meses tem eleição. Falta tempo para isso progredir. Acho que não vai para frente”, declarou. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirma já dispor das assinaturas necessárias para protocolar o pedido de abertura de CPI, mas está em busca de mais apoio para ter “margem de segurança” e, por isso, ainda não apresentou o documento. A instalação do colegiado é prerrogativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Em relação ao anúncio feito neste domingo, 26, por Bolsonaro de que o general Braga Netto foi escolhido como candidato a vice-presidente em sua chapa, Mourão declarou que se trata de uma “confiança no trabalho” do ex-ministro da Defesa.
Disputas de outubro no RS
O atual vice-presidente e general da reserva Hamilton Mourão (Republicanos) oficializou o lançamento de sua pré-candidatura ao Senado no final de abril. Natural de Porto Alegre (RS), ele almeja a única vaga aberta em 2023 para senador pelo Rio Grande do Sul.
A disputa deve ser acirrada, com nomes como o da ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD), o ex-governador do Estado José Ivo Sartori (MDB), o atual senador Lasier Martins (Podemos), a tenente-coronel da Brigada Militar - a Polícia Militar gaúcha - e atual vereadora porto-alegrense Nádia Gerhard (PP), o ex-vice-governador Vicente Bogo (PSB) e o também vereador da capital Roberto Robaina (PSOL).
Já a corrida ao governo do Estado no RS tem o ex-governador Eduardo Leite (PSDB), que renunciou para tentar concorrer à Presidência da República e depois recuou, e o ex-ministro do governo Bolsonaro Onyx Lorenzoni (PL) como os dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais até o momento.