BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “era razoável que a Câmara votasse como votou” a aprovação da Medida Provisória (MP) da reestruturação dos ministérios. “Esperava aquilo”, disse o petista nesta quinta-feira, 1º.
Para assegurar a aprovação do texto, o governo liberou R$ 1,7 bilhão em emendas parlamentares ao orçamento no dia que a proposta foi votada – foram 337 votos favoráveis, 125 contrários e 1 abstenção. Antes da análise, porém, houve uma ameaça de rebelião dos deputados do Centrão com o governo.
A MP foi aprovada após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidir com seus aliados dar uma “última chance” para o Palácio do Planalto reestruturar a articulação política. O texto agora será analisado pelo Senado, que deve aprovar ainda hoje para evitar que a medida perca validade. O prazo é até a meia-noite.
Mais cedo, Lula convocou uma reunião de balanço no Palácio do Planalto para avaliar com seus auxiliares mais próximos como foi a votação na Câmara. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, participam da reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), alvos preferenciais do Centrão, grupo insatisfeito com a articulação política do governo. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) também foi convocado.
O texto aprovado, no entanto, altera a estrutura original do governo desenhada durante a transição. Por conta da pressão da bancada ruralista com apoio de deputados do Centrão, a nova versão da MP retirou poderes dos Ministérios de Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.