RIO - O Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou em reunião na última terça-feira, 7, a criação de uma força-tarefa no Rio de Janeiro para investigar supostos crimes de corrupção, desvio de verbas e fraudes em licitações e contratos na Eletronuclear, estatal subsidiária da Eletrobras. O caso é um desmembramento da Operação Lava Jato.
A decisão foi tomada após parecer favorável da Câmara de Combate à Corrupção do MPF. De acordo com a Procuradoria-geral da República, a força-tarefa será composta pelo procurador da República Lauro Coelho Júnior, que já atua no caso, além do procurador regional da República José Augusto Vagos e pelo procurador da República Eduardo El-Hage. Inicialmente, o grupo atuará durante três meses.
O Broadcast informou no mês passado que os casos desmembrados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e enviados à Justiça Federal do Rio de Janeiro não contam com a mesma estrutura da força tarefa de Curitiba e, por isso, andam a passos lentos. A decisão de agora deve amenizar esse problema.
A 16ª fase da Lava Jato, chamada de Radiotividade, identificou possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. A investigação sobre a Eletronuclear foi enviada ao Rio de Janeiro por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. Isso porque ele não viu relação entre os crimes cometidos na Eletronuclear e na Petrobras. A ação começou a andar em novembro do ano passado, na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
O vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, foi preso durante a operação e hoje está em prisão domiciliar. O executivo é suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina em contratos firmados entre a estatal e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez, entre 2009 e 2014.