CPI do MST se torna palco de brigas com troca de insultos entre apoiadores de Lula e Bolsonaro


Deputados trocaram insultos em mais uma sessão esvaziada de debates; Salles, que bebeu um suco de uva do MST, promete fazer representação ao Conselho de Ética contra deputada Talíria Petrone

Por Levy Teles
Atualização:

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados registrou, na tarde desta terça-feira, 23, mais um episódio de ataques, discussões e insultos trocados entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Parlamentares governistas fizeram acusações tanto ao presidente e ao relator da CPI — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente — enquanto oposicionistas mantiveram a ofensiva contra o próprio MST, chamando o grupo de “marginais”, “bandidos” e “terroristas” e até classificaram os estudantes que assistiam à sessão de “doutrinados”. Apenas nesta sessão foram mais de meia dúzia de questões de ordem, quando os parlamentares questionam sobre possível descumprimento regimental.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), por exemplo fez acusações a Salles. “Cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, com madeireiros, com garimpo ilegal. Aliás, crimes que tem o envolvimento do próprio relator, hoje investigado pela Polícia Federal”, disse a parlamentar. Em seguida, Salles, que permaneceu calado durante a maior parte da sessão pediu a extração das falas para fazer representação no Conselho de Ética.

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“Alguns parlamentares da esquerda utilizam o discurso da democracia, mas quando se comprovam dessa forma, acham que tem uma licença poética para dizer barbaridades”, afirmou Salles.

A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista.

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) leu uma notícia que dizia que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a Polícia Federal investigue o deputado Tenente Coronel Zucco em atos antidemocráticos.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indicou o deputado como incentivador de protestos bolsonaristas contra o resultado das eleições presidenciais no ano passado. A deputada teve a fala interrompida por Zucco. Foi um dos vários episódios de confusão generalizada ao longo da sessão. “Não tem como não politizar a CPI”, disse Zucco.

Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de “marginais” e “bandidos”, retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que “marginal é quem defende torturador”.

“Eu não admito isso. Eu não sou marginal”, disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.

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Caroline de Toni (PL-SC) fez ataques pessoalizados a parlamentares ao apontar uma suposta hipocrisia em deputados favoráveis ao MST “terem bolsas da Louis Vuitton” e não doarem recursos aos mais pobres. Ela ainda chamou os jovens que acompanhavam a sessão de “doutrinados”.

Salles bebe suco de uva do MST

Deputados petistas aproveitam espaço para fazer vitrine para o MST. Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade por Camila Jara (PT-MS), que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidos.

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Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.

“Até Salles não pôde negar que é delicioso”, escreveu Jara no Twitter.

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Críticas

Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado “à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos”. “Vamos ter uma CPI sem objeto”, disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.

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Samia promete reação caso o objeto da investigação continue amplo. “Se é isso que eles querem tratar, de todas as invasões, inclusive as financiadas pelo agro, nós estamos dispostos a trazer (requerimentos de convocação)”, afirmou.

Nesta quarta-feira serão apreciadas 15 matérias, divididas por volta da metade entre oposição e governo. Os destaques, segundo o relator, Ricardo Salles, são as convocações dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura).

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados registrou, na tarde desta terça-feira, 23, mais um episódio de ataques, discussões e insultos trocados entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Parlamentares governistas fizeram acusações tanto ao presidente e ao relator da CPI — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente — enquanto oposicionistas mantiveram a ofensiva contra o próprio MST, chamando o grupo de “marginais”, “bandidos” e “terroristas” e até classificaram os estudantes que assistiam à sessão de “doutrinados”. Apenas nesta sessão foram mais de meia dúzia de questões de ordem, quando os parlamentares questionam sobre possível descumprimento regimental.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), por exemplo fez acusações a Salles. “Cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, com madeireiros, com garimpo ilegal. Aliás, crimes que tem o envolvimento do próprio relator, hoje investigado pela Polícia Federal”, disse a parlamentar. Em seguida, Salles, que permaneceu calado durante a maior parte da sessão pediu a extração das falas para fazer representação no Conselho de Ética.

“Alguns parlamentares da esquerda utilizam o discurso da democracia, mas quando se comprovam dessa forma, acham que tem uma licença poética para dizer barbaridades”, afirmou Salles.

A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista.

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) leu uma notícia que dizia que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a Polícia Federal investigue o deputado Tenente Coronel Zucco em atos antidemocráticos.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indicou o deputado como incentivador de protestos bolsonaristas contra o resultado das eleições presidenciais no ano passado. A deputada teve a fala interrompida por Zucco. Foi um dos vários episódios de confusão generalizada ao longo da sessão. “Não tem como não politizar a CPI”, disse Zucco.

Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de “marginais” e “bandidos”, retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que “marginal é quem defende torturador”.

“Eu não admito isso. Eu não sou marginal”, disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.

Caroline de Toni (PL-SC) fez ataques pessoalizados a parlamentares ao apontar uma suposta hipocrisia em deputados favoráveis ao MST “terem bolsas da Louis Vuitton” e não doarem recursos aos mais pobres. Ela ainda chamou os jovens que acompanhavam a sessão de “doutrinados”.

Salles bebe suco de uva do MST

Deputados petistas aproveitam espaço para fazer vitrine para o MST. Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade por Camila Jara (PT-MS), que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidos.

Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.

“Até Salles não pôde negar que é delicioso”, escreveu Jara no Twitter.

Críticas

Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado “à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos”. “Vamos ter uma CPI sem objeto”, disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.

Samia promete reação caso o objeto da investigação continue amplo. “Se é isso que eles querem tratar, de todas as invasões, inclusive as financiadas pelo agro, nós estamos dispostos a trazer (requerimentos de convocação)”, afirmou.

Nesta quarta-feira serão apreciadas 15 matérias, divididas por volta da metade entre oposição e governo. Os destaques, segundo o relator, Ricardo Salles, são as convocações dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura).

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados registrou, na tarde desta terça-feira, 23, mais um episódio de ataques, discussões e insultos trocados entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Parlamentares governistas fizeram acusações tanto ao presidente e ao relator da CPI — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente — enquanto oposicionistas mantiveram a ofensiva contra o próprio MST, chamando o grupo de “marginais”, “bandidos” e “terroristas” e até classificaram os estudantes que assistiam à sessão de “doutrinados”. Apenas nesta sessão foram mais de meia dúzia de questões de ordem, quando os parlamentares questionam sobre possível descumprimento regimental.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), por exemplo fez acusações a Salles. “Cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, com madeireiros, com garimpo ilegal. Aliás, crimes que tem o envolvimento do próprio relator, hoje investigado pela Polícia Federal”, disse a parlamentar. Em seguida, Salles, que permaneceu calado durante a maior parte da sessão pediu a extração das falas para fazer representação no Conselho de Ética.

“Alguns parlamentares da esquerda utilizam o discurso da democracia, mas quando se comprovam dessa forma, acham que tem uma licença poética para dizer barbaridades”, afirmou Salles.

A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista.

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) leu uma notícia que dizia que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a Polícia Federal investigue o deputado Tenente Coronel Zucco em atos antidemocráticos.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indicou o deputado como incentivador de protestos bolsonaristas contra o resultado das eleições presidenciais no ano passado. A deputada teve a fala interrompida por Zucco. Foi um dos vários episódios de confusão generalizada ao longo da sessão. “Não tem como não politizar a CPI”, disse Zucco.

Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de “marginais” e “bandidos”, retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que “marginal é quem defende torturador”.

“Eu não admito isso. Eu não sou marginal”, disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.

Caroline de Toni (PL-SC) fez ataques pessoalizados a parlamentares ao apontar uma suposta hipocrisia em deputados favoráveis ao MST “terem bolsas da Louis Vuitton” e não doarem recursos aos mais pobres. Ela ainda chamou os jovens que acompanhavam a sessão de “doutrinados”.

Salles bebe suco de uva do MST

Deputados petistas aproveitam espaço para fazer vitrine para o MST. Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade por Camila Jara (PT-MS), que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidos.

Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.

“Até Salles não pôde negar que é delicioso”, escreveu Jara no Twitter.

Críticas

Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado “à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos”. “Vamos ter uma CPI sem objeto”, disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.

Samia promete reação caso o objeto da investigação continue amplo. “Se é isso que eles querem tratar, de todas as invasões, inclusive as financiadas pelo agro, nós estamos dispostos a trazer (requerimentos de convocação)”, afirmou.

Nesta quarta-feira serão apreciadas 15 matérias, divididas por volta da metade entre oposição e governo. Os destaques, segundo o relator, Ricardo Salles, são as convocações dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura).

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados registrou, na tarde desta terça-feira, 23, mais um episódio de ataques, discussões e insultos trocados entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Parlamentares governistas fizeram acusações tanto ao presidente e ao relator da CPI — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente — enquanto oposicionistas mantiveram a ofensiva contra o próprio MST, chamando o grupo de “marginais”, “bandidos” e “terroristas” e até classificaram os estudantes que assistiam à sessão de “doutrinados”. Apenas nesta sessão foram mais de meia dúzia de questões de ordem, quando os parlamentares questionam sobre possível descumprimento regimental.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), por exemplo fez acusações a Salles. “Cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, com madeireiros, com garimpo ilegal. Aliás, crimes que tem o envolvimento do próprio relator, hoje investigado pela Polícia Federal”, disse a parlamentar. Em seguida, Salles, que permaneceu calado durante a maior parte da sessão pediu a extração das falas para fazer representação no Conselho de Ética.

“Alguns parlamentares da esquerda utilizam o discurso da democracia, mas quando se comprovam dessa forma, acham que tem uma licença poética para dizer barbaridades”, afirmou Salles.

A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista.

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) leu uma notícia que dizia que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a Polícia Federal investigue o deputado Tenente Coronel Zucco em atos antidemocráticos.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indicou o deputado como incentivador de protestos bolsonaristas contra o resultado das eleições presidenciais no ano passado. A deputada teve a fala interrompida por Zucco. Foi um dos vários episódios de confusão generalizada ao longo da sessão. “Não tem como não politizar a CPI”, disse Zucco.

Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de “marginais” e “bandidos”, retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que “marginal é quem defende torturador”.

“Eu não admito isso. Eu não sou marginal”, disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.

Caroline de Toni (PL-SC) fez ataques pessoalizados a parlamentares ao apontar uma suposta hipocrisia em deputados favoráveis ao MST “terem bolsas da Louis Vuitton” e não doarem recursos aos mais pobres. Ela ainda chamou os jovens que acompanhavam a sessão de “doutrinados”.

Salles bebe suco de uva do MST

Deputados petistas aproveitam espaço para fazer vitrine para o MST. Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade por Camila Jara (PT-MS), que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidos.

Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.

“Até Salles não pôde negar que é delicioso”, escreveu Jara no Twitter.

Críticas

Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado “à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos”. “Vamos ter uma CPI sem objeto”, disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.

Samia promete reação caso o objeto da investigação continue amplo. “Se é isso que eles querem tratar, de todas as invasões, inclusive as financiadas pelo agro, nós estamos dispostos a trazer (requerimentos de convocação)”, afirmou.

Nesta quarta-feira serão apreciadas 15 matérias, divididas por volta da metade entre oposição e governo. Os destaques, segundo o relator, Ricardo Salles, são as convocações dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura).

BRASÍLIA — A Câmara dos Deputados registrou, na tarde desta terça-feira, 23, mais um episódio de ataques, discussões e insultos trocados entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Parlamentares governistas fizeram acusações tanto ao presidente e ao relator da CPI — Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e Ricardo Salles (PL-SP), respectivamente — enquanto oposicionistas mantiveram a ofensiva contra o próprio MST, chamando o grupo de “marginais”, “bandidos” e “terroristas” e até classificaram os estudantes que assistiam à sessão de “doutrinados”. Apenas nesta sessão foram mais de meia dúzia de questões de ordem, quando os parlamentares questionam sobre possível descumprimento regimental.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), por exemplo fez acusações a Salles. “Cresceu mais de 70% a violência no campo. Tem a ver com grilagem, com madeireiros, com garimpo ilegal. Aliás, crimes que tem o envolvimento do próprio relator, hoje investigado pela Polícia Federal”, disse a parlamentar. Em seguida, Salles, que permaneceu calado durante a maior parte da sessão pediu a extração das falas para fazer representação no Conselho de Ética.

“Alguns parlamentares da esquerda utilizam o discurso da democracia, mas quando se comprovam dessa forma, acham que tem uma licença poética para dizer barbaridades”, afirmou Salles.

A comissão parlamentar também será espaço para o próprio Salles, que pretende lançar candidatura à prefeitura de São Paulo e ser o nome apoiado por Bolsonaro na capital paulista.

Sâmia Bomfim (PSOL-SP) leu uma notícia que dizia que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que a Polícia Federal investigue o deputado Tenente Coronel Zucco em atos antidemocráticos.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indicou o deputado como incentivador de protestos bolsonaristas contra o resultado das eleições presidenciais no ano passado. A deputada teve a fala interrompida por Zucco. Foi um dos vários episódios de confusão generalizada ao longo da sessão. “Não tem como não politizar a CPI”, disse Zucco.

Delegado Éder Mauro (PL-PA) fez novamente um discurso com gritos, chamando integrantes do MST de “marginais” e “bandidos”, retrucado por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirmou que “marginal é quem defende torturador”.

“Eu não admito isso. Eu não sou marginal”, disse Valmir Assunção (PT-BA), que começou a bater na mesa em protesto.

Caroline de Toni (PL-SC) fez ataques pessoalizados a parlamentares ao apontar uma suposta hipocrisia em deputados favoráveis ao MST “terem bolsas da Louis Vuitton” e não doarem recursos aos mais pobres. Ela ainda chamou os jovens que acompanhavam a sessão de “doutrinados”.

Salles bebe suco de uva do MST

Deputados petistas aproveitam espaço para fazer vitrine para o MST. Salles recebeu e tomou um gole de um suco de uva tinto orgânico produzida por integrantes do movimento antes do início da atividade por Camila Jara (PT-MS), que transformou a bancada onde está sentada num espaço para expor outros alimentos produzidos.

Marcon (PT-RS), distribuiu para parlamentares apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro um saco de arroz também da MST.

“Até Salles não pôde negar que é delicioso”, escreveu Jara no Twitter.

Críticas

Governistas criticaram a nomenclatura e o plano de trabalho apresentados por Salles. No texto, aparece que o objeto de investigação é destinado “à invasão de propriedade, depredação de patrimônio público e privado e crimes correlatos”. “Vamos ter uma CPI sem objeto”, disse a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

O próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse em entrevista para a BandNews que a CPI teria um objeto de investigação mais amplo, para além do MST.

Samia promete reação caso o objeto da investigação continue amplo. “Se é isso que eles querem tratar, de todas as invasões, inclusive as financiadas pelo agro, nós estamos dispostos a trazer (requerimentos de convocação)”, afirmou.

Nesta quarta-feira serão apreciadas 15 matérias, divididas por volta da metade entre oposição e governo. Os destaques, segundo o relator, Ricardo Salles, são as convocações dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura).

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