BRASÍLIA – O ministro da Defesa, José Múcio, disse a senadores nesta quinta-feira, 4, que as Forças Armadas “não têm mais participado de política” e que agora há atuação conjunta entre os comandos militares para decidir sobre questões exclusivamente de interesse das tropas. A declaração foi feita ao lado dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
“Em momento nenhum as Forças têm participado de política. Temos tido uma atuação conjunta, permanente e dedicada de todos os comandantes, do Estado Maior, para que nossas atividades sejam voltadas pra dentro das Forças”, disse Múcio. “As Forças estão desempenhando o papel que a sociedade deseja”, prosseguiu.
O ministro defendeu o projeto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de mandar automaticamente para a reserva militares que participarem da vida política ou disputarem eleições.
“Qualquer militar que se dispuser a entrar na política, com sucesso ou insucesso, não voltará para as Forças Armadas. Isso porque a experiência diz que aqueles que não tem sucesso voltam para se preparar para um novo pleito, com proselitismo político, e começa a fazer campanha dentro das próprias forças, prejudicando a blindagem de dois vetores importantíssimos, que é a disciplina e hierarquia”, argumentou Múcio.
Recursos
A presença do ministro da Defesa e do Alto Comando das Três Forças no Senado também serviu para cobrar apoio dos parlamentares a projetos de ampliação dos recursos voltados às atividades militares. O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, chegou a sugerir a redação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para atrelar as despesas da forças marítima ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Ele ainda apontou que a renovação dos recursos é muito acanhada, de modo que Marinha pode ser obrigada a dar baixa em 40% de seus quadros até 2028.
“Por isso que nós viemos aqui atrás de que os senhores nos acudam, como diz no meu estado. A gente precisa fazer planos futuros, planejamento para muitos governos e nós não podemos sofrer interrupção. A gente compra um equipamento, depois falta dinheiro para alguma coisa e aquela entrega é atrasada”, enfatizou Múcio.