Neto de ex-presidente da ditadura diz se sentir ‘honrado’ com indiciamento por golpe


Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho foi indiciado pela Polícia Federal com o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 35 militares e aliados

Por Karina Ferreira
Atualização:

O blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho afirmou nesta quinta-feira, 21, que se sente honrado por ter sido indiciado pela Polícia Federal (PF) por golpe de Estado. Ele é neto de João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar (1964-1985).

Paulo Figueiredo foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, em fevereiro, por propagação de fake news para incentivar ataques contra militares contrários ao golpe em programas de rádio e televisão.

“Acabei de ver nos jornais que meu nome consta na lista dos indiciados pela Polícia Federal. Sinto-me honrado. Aguardo ansiosamente os próximos acontecimentos”, disse no X (antigo Twitter) logo após a informação sobre a conclusão da PF.

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De acordo com a PF, Paulo fazia parte de um grupo responsável por incitar militares a aderir ao golpe. As acusações contra o blogueiro são relativas a participações que ele fez em programas e nas redes sociais.

“Eu apurei que há (generais do Alto Comando do Exército) que têm se colocado de forma aberta contra uma ação mais contundente das Forças Armadas. Mas, hoje, por um dever cívico, vou dar nome aos bois, pois o povo brasileiro tem direito de saber quem é quem”, disse Paulo em 22 de novembro de 2022, em publicação nas redes sociais reproduzida no relatório da Polícia Federal de fevereiro.

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Como mostrou o Estadão, a declaração do jornalista desencadeou uma campanha nas redes sociais que passou a caluniar e a difamar os generais, qualificados como carreiristas, traidores e melancias. Entre os alvos, estava o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército.

Figueiredo foi indiciado com outros 36 militares de alta patente e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o próprio ex-mandatário, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O inquérito da PF aponta que a trama tentava manter no poder o então presidente derrotado nas urnas.

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O blogueiro Paulo Figueiredo Filho, durante a audiência da Câmara dos EUA que discutiu uma suposta promoção da 'censura' pelo STF Foto: @FArepublicans via YouTube

O governo de Figueiredo, avô do blogueiro, foi marcado pela abertura política, iniciada pelo seu antecessor, Ernesto Geisel. Foi na gestão do ex-presidente, que era general do Exército, que foi extinto o bipartidarismo e promulgada a Lei da Anistia, que beneficiou perseguidos pelo regime e autoridades acusadas de torturas.

A gestão de Figueiredo também foi marcada por atentados terroristas. O mais icônico foi o Atentado do Riocentro, que ocorreu em abril de 1981. Militares insatisfeitos com a abertura política planejaram um ataque à bomba em um show no Rio, porém, o plano falhou e os explosivos mataram um sargento.

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A repercussão e as tentativas dos militares de abafar o caso acabaram selando o fim da Ditadura, que terminou na eleição indireta do ex-presidente Tancredo Neves em 1985. Após deixar a Presidência, Figueiredo se retirou da vida pública e militar, morrendo em 1999, aos 81 anos.

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O blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho afirmou nesta quinta-feira, 21, que se sente honrado por ter sido indiciado pela Polícia Federal (PF) por golpe de Estado. Ele é neto de João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar (1964-1985).

Paulo Figueiredo foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, em fevereiro, por propagação de fake news para incentivar ataques contra militares contrários ao golpe em programas de rádio e televisão.

“Acabei de ver nos jornais que meu nome consta na lista dos indiciados pela Polícia Federal. Sinto-me honrado. Aguardo ansiosamente os próximos acontecimentos”, disse no X (antigo Twitter) logo após a informação sobre a conclusão da PF.

De acordo com a PF, Paulo fazia parte de um grupo responsável por incitar militares a aderir ao golpe. As acusações contra o blogueiro são relativas a participações que ele fez em programas e nas redes sociais.

“Eu apurei que há (generais do Alto Comando do Exército) que têm se colocado de forma aberta contra uma ação mais contundente das Forças Armadas. Mas, hoje, por um dever cívico, vou dar nome aos bois, pois o povo brasileiro tem direito de saber quem é quem”, disse Paulo em 22 de novembro de 2022, em publicação nas redes sociais reproduzida no relatório da Polícia Federal de fevereiro.

Como mostrou o Estadão, a declaração do jornalista desencadeou uma campanha nas redes sociais que passou a caluniar e a difamar os generais, qualificados como carreiristas, traidores e melancias. Entre os alvos, estava o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército.

Figueiredo foi indiciado com outros 36 militares de alta patente e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o próprio ex-mandatário, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O inquérito da PF aponta que a trama tentava manter no poder o então presidente derrotado nas urnas.

O blogueiro Paulo Figueiredo Filho, durante a audiência da Câmara dos EUA que discutiu uma suposta promoção da 'censura' pelo STF Foto: @FArepublicans via YouTube

O governo de Figueiredo, avô do blogueiro, foi marcado pela abertura política, iniciada pelo seu antecessor, Ernesto Geisel. Foi na gestão do ex-presidente, que era general do Exército, que foi extinto o bipartidarismo e promulgada a Lei da Anistia, que beneficiou perseguidos pelo regime e autoridades acusadas de torturas.

A gestão de Figueiredo também foi marcada por atentados terroristas. O mais icônico foi o Atentado do Riocentro, que ocorreu em abril de 1981. Militares insatisfeitos com a abertura política planejaram um ataque à bomba em um show no Rio, porém, o plano falhou e os explosivos mataram um sargento.

A repercussão e as tentativas dos militares de abafar o caso acabaram selando o fim da Ditadura, que terminou na eleição indireta do ex-presidente Tancredo Neves em 1985. Após deixar a Presidência, Figueiredo se retirou da vida pública e militar, morrendo em 1999, aos 81 anos.

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O blogueiro Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho afirmou nesta quinta-feira, 21, que se sente honrado por ter sido indiciado pela Polícia Federal (PF) por golpe de Estado. Ele é neto de João Batista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar (1964-1985).

Paulo Figueiredo foi um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, em fevereiro, por propagação de fake news para incentivar ataques contra militares contrários ao golpe em programas de rádio e televisão.

“Acabei de ver nos jornais que meu nome consta na lista dos indiciados pela Polícia Federal. Sinto-me honrado. Aguardo ansiosamente os próximos acontecimentos”, disse no X (antigo Twitter) logo após a informação sobre a conclusão da PF.

De acordo com a PF, Paulo fazia parte de um grupo responsável por incitar militares a aderir ao golpe. As acusações contra o blogueiro são relativas a participações que ele fez em programas e nas redes sociais.

“Eu apurei que há (generais do Alto Comando do Exército) que têm se colocado de forma aberta contra uma ação mais contundente das Forças Armadas. Mas, hoje, por um dever cívico, vou dar nome aos bois, pois o povo brasileiro tem direito de saber quem é quem”, disse Paulo em 22 de novembro de 2022, em publicação nas redes sociais reproduzida no relatório da Polícia Federal de fevereiro.

Como mostrou o Estadão, a declaração do jornalista desencadeou uma campanha nas redes sociais que passou a caluniar e a difamar os generais, qualificados como carreiristas, traidores e melancias. Entre os alvos, estava o general Tomás Paiva, atual comandante do Exército.

Figueiredo foi indiciado com outros 36 militares de alta patente e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o próprio ex-mandatário, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. O inquérito da PF aponta que a trama tentava manter no poder o então presidente derrotado nas urnas.

O blogueiro Paulo Figueiredo Filho, durante a audiência da Câmara dos EUA que discutiu uma suposta promoção da 'censura' pelo STF Foto: @FArepublicans via YouTube

O governo de Figueiredo, avô do blogueiro, foi marcado pela abertura política, iniciada pelo seu antecessor, Ernesto Geisel. Foi na gestão do ex-presidente, que era general do Exército, que foi extinto o bipartidarismo e promulgada a Lei da Anistia, que beneficiou perseguidos pelo regime e autoridades acusadas de torturas.

A gestão de Figueiredo também foi marcada por atentados terroristas. O mais icônico foi o Atentado do Riocentro, que ocorreu em abril de 1981. Militares insatisfeitos com a abertura política planejaram um ataque à bomba em um show no Rio, porém, o plano falhou e os explosivos mataram um sargento.

A repercussão e as tentativas dos militares de abafar o caso acabaram selando o fim da Ditadura, que terminou na eleição indireta do ex-presidente Tancredo Neves em 1985. Após deixar a Presidência, Figueiredo se retirou da vida pública e militar, morrendo em 1999, aos 81 anos.

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