Segunda-feira, 4 de março de 2016.
Impressiona-me a facilidade com que as pessoas se deixam enganar pela máquina de detratar ex-amigos, antigos aliados e velhos companheiros montada pelo PT e acionada nas redes sociais e na propaganda subliminar, ou não, qualquer uma patrocinada por recursos do Tesouro ou propinas de estatais, bancos públicos e outros fornecedores dessa laia insaciável. Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal expuseram de forma brilhante as razões do impeachment de Dilma na Câmara e todo mundo ficou convencido. No dia seguinte, vão lá Nelson Barbosa e um advogado chamado Lodi, que ninguém sabe quem é nem nunca ouviu falar nele, e aí voltam todas as dúvidas. Michel Temer, que foi bajulado por Dilma e mais ainda por Lula enquanto representava os cobiçados votos dos parlamentares do PMDB, mesmo nunca estes tenham sido antes muito fiéis, de repente virou a reencarnação de Hitler, Mussolini, Satanás e o diabo a quatro. E aí o impeachment da presidente, extremamente necessário para que, pelo menos, haja algum governo, se não subiu no telhado, passou a olhar pra cima. Especula-se, pergunta-se quem vai votar como e, de repente, as repartições públicas, os botecos e os meios de comunicação ficam entupidos de bancas com Pitonisas de plantão, algumas cheias de acarajés que não apodrecem, porque já são cozidos na putrefação. Às vezes me dá uma vontade meio desesperada de ir pra casa dormir e pedir que só me acordem depois da votação definitiva. Mas tenho que ficar aqui para tentar deter esses tsunamis de lama iguais à do Rio Doce convocando eleições gerais agora ou pra votar pra presidente amanhã, nada previsto na ordem constitucional vigente. Então, fica aqui meu apelo: quebrei minha bola de cristal, joguei o baralho de tarô no lixo e não aceito mais ouvir fofocas sórdidas sobre a reputação de ninguém que se apresente como alternativa a Dilmaluca. A estas alturas, qualquer um, seja beócio, bispo, bandido ou bestalhão, será capaz de governar melhor do que essa madama alucinada, que só quer segurar as boquinhas pagas com dinheiro que não lhe pertence, nem a seus companheiros, nem a seus baba-ovos. Peço a Agostinho, bispo de Hipona, que interceda a Deus Nosso Senhor, levando o meu apelo: Senhor, dai-me um governo que eu possa chamar de meu...
A palavra de ordem é retirar Madama Dilmotril já da sede do poder, que não lhe pertence, mas à Nação, que não é aparelho, nem auditório de sindicato, nem valhacouto de bandido. E mandá-la de volta para o ostracismo do qual nunca ela deveria ter saído.
Que seja, então, nesse rumo que sua segunda passe fecunda e sua semana seja bacana.