Debate na ‘Veja’: Marçal sem responder e ausências de Nunes, Boulos e Datena marcam encontro


Marina Helena, Tabata Amaral e Pablo Marçal debateram entre si diante dos púlpitos vazios deixados por Ricardo Nunes, Guilherme Boulos e José Luiz Datena. Os três candidatos jogaram quase tudo para suas redes sociais

Por Adriana Victorino, Bianca Gomes, Pedro Augusto Figueiredo e Monica Gugliano
Atualização:

A ausência do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) foi o principal assunto do debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido nesta segunda-feira, 19, pela revista “Veja”. Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo), os únicos presentes, criticaram de forma incisiva a não participação dos três adversários. O debate também foi marcado pela ausência de propostas concretas para a cidade e pela recusa de Marçal em responder às perguntas que lhe foram direcionadas.

SP 19/08/2024 DEBATTE / ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024 - debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela revista Veja. Crédito: Veja/Divulgação Foto: Veja/Divulgação
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Em sua primeira fala, Marçal justificou a ausência dos adversários alegando que um problema de “masculinidade e virilidade” atinge a “nação”. Marina Helena, por sua vez, chamou os ausentes de “fujões”, inclusive segurando um cartaz logo ao chegar ao local do encontro, e questionou como alguém que teme o confronto pode comandar a cidade. Tabata acusou os adversários de agirem com “covardia” e afirmou que Nunes, Boulos e Datena querem que a eleição seja decidida pelos partidos políticos, a portas fechadas.

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Marçal se recusou a responder a várias perguntas sobre a cidade, afirmando que o faria em sua página no Instagram. A estratégia foi criticada por Tabata. “Marçal é tipo aquele aluno que só topa fazer prova com consulta. Ele só responde depois que o assessor vem falar no ouvido dele. Ou só topa responder na rede social porque, com certeza, tem uma equipe dando um Google. Queria deixar a reflexão: será que queremos um prefeito que vai governar dando Google, porque não conhece a cidade, não tem experiência ou preparo?”, disse ela.

Além de não responder a boa parte dos questionamentos colocados no debate, Marçal abriu mão de seu direito de perguntar à candidata do Novo. No lugar de abordar algum tema relevante para a Prefeitura, ele pediu que ela falasse sobre o que quisesse durante seu tempo de fala.

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Em vez de discutir os problemas da cidade, Marçal dedicou boa parte de seu tempo a criticar a ausência dos adversários. No segundo bloco, o ex-coach retirou seu anel de noivado e afirmou que o eleitor terá que “dar o anel” a alguém que governará a cidade por quatro anos. “Vai colocar o dedo no anel de quem? De quem é fujão e te abandona? Ou de alguém que está aqui para tomar pancada de todo lado”, questionou Marçal, que tem recorrido a falas de efeito durante os debates para gerar conteúdo em suas redes sociais.

O ex-coach disparou uma série de ataques a Ricardo Nunes, com quem disputa o eleitorado de direita, chamando-o de “bananinha” e “Smeagol”. “Você é um cara do centrão, maquinista. Odeia o Bolsonaro, mas teve que engolir ele porque eu entrei no jogo e forcei você a aceitar um vice que não queria”, afirmou Marçal, se referindo ao coronel Ricardo Mello Araújo.

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Temas alheios à eleição municipal também marcaram os primeiros blocos do debate. Marina Helena, por exemplo, questionou Tabata sobre a “ditadura da censura” do Judiciário no Brasil.

Em um debate esvaziado, Tabata direcionou suas críticas principalmente a Marçal, classificando o plano de governo dele como um “caos na terra”, com propostas como “bondinho voador” e “prédio de um quilômetro de altura”. Ela também acusou o adversário de ter um histórico de “ideias irresponsáveis com consequências graves”, citando como exemplo a expedição liderada por Marçal ao Pico dos Marins em 2022, quando o Corpo de Bombeiros precisou resgatar cerca de 30 pessoas, e o caso de um funcionário de uma empresa do ex-coach que morreu durante uma corrida organizada pelo grupo dele.

Outra estratégia da deputada federal do PSB foi associar Marçal ao ex-governador e ex-prefeito João Doria, além de explorar a falta de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura. “Quando a gente olha para o seu redor o que a gente vê é a equipe do [João] Doria. Pesquisem quem é Wilsinho (Pedroso) que está com ele, pesquisem quem é Filipe Sabará. Até a calça está mais apertadinha. Você acha que o Bolsonaro lhe rejeita porque você é o Doria 2.0?”, perguntou Tabata, em referência aos coordenadores da campanha do ex-coach.

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Bolsonaro elogiou Marçal na quinta-feira, dia 15, mas mudou de postura no sábado, dia 17, após assistir a um vídeo em que o influenciador afirma que não procurou seu apoio. De acordo com a “CNN Brasil”, o ex-presidente chamou o candidato do PRTB de “mentiroso” e afirmou que Marçal conversou com ele por uma hora. Bolsonaro reforçou seu apoio a Ricardo Nunes.

Segundo a assessoria de Datena, a ausência dele ocorre devido ao excesso de compromissos. O apresentador foi ao Santuário Nacional de Aparecida na última sexta-feira, 16. No lugar do debate, Datena apresentará sua proposta para incentivar a criação de empregos e investimentos às 10h, na região da Jacu Pêssego, na Zona Leste da capital.

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam do terceiro debate eleitoral nesta segunda-feira, 19. Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão
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Boulos já tinha colocado em dúvida sua participação no debate desta segunda-feira. A equipe do candidato está em contato com os veículos de imprensa para garantir que os embates tenham regras pré-estabelecidas e que haja sanções a postulantes que descumprirem os regramentos.

Na sexta-feira, quando foi perguntado sobre a participação no debate desta segunda-feira, previsto para começar às 11h, o psolista respondeu que “debate que tenha regra bem definida, que não tenha espaço para baixaria, eu vou participar, mas os que tenham regras complicadas, nós vamos ter que avaliar”. A agenda do candidato para essa segunda-feira contem apenas “gravações” para o período da manhã.

A agenda de campanha de Nunes foi divulgada prevendo apenas a participação em uma sabatina na CNN Brasil, às 15h30, e uma reunião com líderes comunitários, moradores e comerciantes no Jardim Alfredo, às 20h30. Questionada, sua assessoria apenas confirmou que a informação é de que ele não irá ao debate, conforme agenda divulgada.

Agora pela manhã, Nunes disse ao Estadão que tem uma agenda oficial da Prefeitura no mesmo horário do debate da ‘Veja’, por isso não participará do evento. “Esses debates não estão debatendo a cidade, só estão sendo usados para ataques e fazer cortes para rede social”, acrescentou o emedebista.

No sábado, o prefeito criticou a postura adotada por Pablo Marçal nos debates anteriores e afirmou que as campanhas estavam conversando sobre isso.

“Estamos bastante preocupados. Sempre tem alguma situação nas campanhas de fake news mas, nessa, está muito fora do razoável. Está extrapolando demais”, disse o emedebedista. Segundo Nunes, os coordenadores das principais campanhas à Prefeitura da capital devem atuar em conjunto, para garantir uma “eleição limpa”.

“Vamos criar um movimento contando, inclusive, com a imprensa, para a gente restabelecer um mínimo de respeito, um mínimo de condições para o eleitor tomar a sua decisão. É muita divulgação de mentiras e muitos ataques. O nível baixou muito”, disse Nunes, cobrando mais empenho da Justiça Eleitoral no combate à desinformação: “É muita conversa e pouca ação pelo Tribunal Regional Eleitoral”.

A revista Veja informou que, como todos os candidatos oficializaram a presença, haverá púlpitos para cada um dos postulantes. A organização também vetou a exibição de documentos no palco do debate, uma regra proposta pela revista e aceita pelos postulantes. Sem a presença de Nunes, Boulos e Datena, o debate acontecerá apenas com as participações de Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Últimos debates foram marcados por brigas e acusações sem prova

Este é o terceiro debate eleitoral que acontece desde a confirmação das candidaturas. Os últimos embates foram marcados por trocas de farpas e acusações sem provas por parte dos candidatos. Marçal protagonizou a maioria dos desentendimentos. Em sua estreia em debates, na Band, o candidato do PRTB chamou o adversário Boulos de “comedor de açúcar” e insinuou, sem provas, que o psolista era usuário de drogas. A Justiça inclusive concedeu direito de resposta a Boulos pela mesma acusação, repetida por Marçal no debate do Estadão e exibida nas redes do ex-coach. Ele terá que veicular a resposta de Boulos por 48 horas. O ex-coach também atacou Tabata se referindo a ela como “para-choque de comunista” e a Nunes como “falsa direita”.

No debate do Estadão, o ex-coach provocou Boulos dizendo que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho após ter sido comparado, pelo psolista, ao Padre Kelmon, candidato à Presidência da República em 2022. As interações de Marçal com Datena e Marina Helena foram amistosas, o que, segundo o candidato do PRTB, aconteceu por eles terem “nobreza”.

O candidato do PRTB tem sido criticado pelos adversários por usar os debates para “lacrar nas redes sociais”, como disse Boulos no último embate. Sem tempo de televisão e com a proposta de ter uma campanha financiada somente por doações, Marçal tem como estratégia o uso das mídias digitais para propagandear sua candidatura.

Debates acontecem em outras cidades

A revista também irá promover debates eleitorais em outras cidades sempre às 11h. Confira as datas e candidatos participantes:

  • Campinas: Acontece no dia 23 de agosto com participação do atual prefeito Dario Saadi (Republicanos), o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), o deputado federal Pedro Tourinho (PT) e o empresário Wilson Matos (Novo).
  • Guarulhos: Acontece dia 26 de agosto com participação do ex-prefeito Elói Pietá (Solidariedade), o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), o vereador Lucas Sanches (PL) e o deputado federal Alencar Santana (PT).
  • São Bernardo do Campo: Acontece no dia 30 de agosto com participação do deputado federal Alex Manente (Cidadania), a sobrinha do ex-prefeito Flávia Morando (União Brasil), o ex-deputado federal Marcelo Lima (Podemos) e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT).
  • Santos: Acontece no dia 2 de setembro com participação do atual prefeito Rogério Santos (Republicanos), a deputada federal Rosana Valle (PL) e a vereadora Telma de Souza (PT).
  • Rio de Janeiro: Acontece no dia 12 de setembro com participação do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil).

A ausência do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) foi o principal assunto do debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido nesta segunda-feira, 19, pela revista “Veja”. Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo), os únicos presentes, criticaram de forma incisiva a não participação dos três adversários. O debate também foi marcado pela ausência de propostas concretas para a cidade e pela recusa de Marçal em responder às perguntas que lhe foram direcionadas.

SP 19/08/2024 DEBATTE / ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024 - debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela revista Veja. Crédito: Veja/Divulgação Foto: Veja/Divulgação

Em sua primeira fala, Marçal justificou a ausência dos adversários alegando que um problema de “masculinidade e virilidade” atinge a “nação”. Marina Helena, por sua vez, chamou os ausentes de “fujões”, inclusive segurando um cartaz logo ao chegar ao local do encontro, e questionou como alguém que teme o confronto pode comandar a cidade. Tabata acusou os adversários de agirem com “covardia” e afirmou que Nunes, Boulos e Datena querem que a eleição seja decidida pelos partidos políticos, a portas fechadas.

Marçal se recusou a responder a várias perguntas sobre a cidade, afirmando que o faria em sua página no Instagram. A estratégia foi criticada por Tabata. “Marçal é tipo aquele aluno que só topa fazer prova com consulta. Ele só responde depois que o assessor vem falar no ouvido dele. Ou só topa responder na rede social porque, com certeza, tem uma equipe dando um Google. Queria deixar a reflexão: será que queremos um prefeito que vai governar dando Google, porque não conhece a cidade, não tem experiência ou preparo?”, disse ela.

Além de não responder a boa parte dos questionamentos colocados no debate, Marçal abriu mão de seu direito de perguntar à candidata do Novo. No lugar de abordar algum tema relevante para a Prefeitura, ele pediu que ela falasse sobre o que quisesse durante seu tempo de fala.

Em vez de discutir os problemas da cidade, Marçal dedicou boa parte de seu tempo a criticar a ausência dos adversários. No segundo bloco, o ex-coach retirou seu anel de noivado e afirmou que o eleitor terá que “dar o anel” a alguém que governará a cidade por quatro anos. “Vai colocar o dedo no anel de quem? De quem é fujão e te abandona? Ou de alguém que está aqui para tomar pancada de todo lado”, questionou Marçal, que tem recorrido a falas de efeito durante os debates para gerar conteúdo em suas redes sociais.

O ex-coach disparou uma série de ataques a Ricardo Nunes, com quem disputa o eleitorado de direita, chamando-o de “bananinha” e “Smeagol”. “Você é um cara do centrão, maquinista. Odeia o Bolsonaro, mas teve que engolir ele porque eu entrei no jogo e forcei você a aceitar um vice que não queria”, afirmou Marçal, se referindo ao coronel Ricardo Mello Araújo.

Temas alheios à eleição municipal também marcaram os primeiros blocos do debate. Marina Helena, por exemplo, questionou Tabata sobre a “ditadura da censura” do Judiciário no Brasil.

Em um debate esvaziado, Tabata direcionou suas críticas principalmente a Marçal, classificando o plano de governo dele como um “caos na terra”, com propostas como “bondinho voador” e “prédio de um quilômetro de altura”. Ela também acusou o adversário de ter um histórico de “ideias irresponsáveis com consequências graves”, citando como exemplo a expedição liderada por Marçal ao Pico dos Marins em 2022, quando o Corpo de Bombeiros precisou resgatar cerca de 30 pessoas, e o caso de um funcionário de uma empresa do ex-coach que morreu durante uma corrida organizada pelo grupo dele.

Outra estratégia da deputada federal do PSB foi associar Marçal ao ex-governador e ex-prefeito João Doria, além de explorar a falta de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura. “Quando a gente olha para o seu redor o que a gente vê é a equipe do [João] Doria. Pesquisem quem é Wilsinho (Pedroso) que está com ele, pesquisem quem é Filipe Sabará. Até a calça está mais apertadinha. Você acha que o Bolsonaro lhe rejeita porque você é o Doria 2.0?”, perguntou Tabata, em referência aos coordenadores da campanha do ex-coach.

Bolsonaro elogiou Marçal na quinta-feira, dia 15, mas mudou de postura no sábado, dia 17, após assistir a um vídeo em que o influenciador afirma que não procurou seu apoio. De acordo com a “CNN Brasil”, o ex-presidente chamou o candidato do PRTB de “mentiroso” e afirmou que Marçal conversou com ele por uma hora. Bolsonaro reforçou seu apoio a Ricardo Nunes.

Segundo a assessoria de Datena, a ausência dele ocorre devido ao excesso de compromissos. O apresentador foi ao Santuário Nacional de Aparecida na última sexta-feira, 16. No lugar do debate, Datena apresentará sua proposta para incentivar a criação de empregos e investimentos às 10h, na região da Jacu Pêssego, na Zona Leste da capital.

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam do terceiro debate eleitoral nesta segunda-feira, 19. Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão

Boulos já tinha colocado em dúvida sua participação no debate desta segunda-feira. A equipe do candidato está em contato com os veículos de imprensa para garantir que os embates tenham regras pré-estabelecidas e que haja sanções a postulantes que descumprirem os regramentos.

Na sexta-feira, quando foi perguntado sobre a participação no debate desta segunda-feira, previsto para começar às 11h, o psolista respondeu que “debate que tenha regra bem definida, que não tenha espaço para baixaria, eu vou participar, mas os que tenham regras complicadas, nós vamos ter que avaliar”. A agenda do candidato para essa segunda-feira contem apenas “gravações” para o período da manhã.

A agenda de campanha de Nunes foi divulgada prevendo apenas a participação em uma sabatina na CNN Brasil, às 15h30, e uma reunião com líderes comunitários, moradores e comerciantes no Jardim Alfredo, às 20h30. Questionada, sua assessoria apenas confirmou que a informação é de que ele não irá ao debate, conforme agenda divulgada.

Agora pela manhã, Nunes disse ao Estadão que tem uma agenda oficial da Prefeitura no mesmo horário do debate da ‘Veja’, por isso não participará do evento. “Esses debates não estão debatendo a cidade, só estão sendo usados para ataques e fazer cortes para rede social”, acrescentou o emedebista.

No sábado, o prefeito criticou a postura adotada por Pablo Marçal nos debates anteriores e afirmou que as campanhas estavam conversando sobre isso.

“Estamos bastante preocupados. Sempre tem alguma situação nas campanhas de fake news mas, nessa, está muito fora do razoável. Está extrapolando demais”, disse o emedebedista. Segundo Nunes, os coordenadores das principais campanhas à Prefeitura da capital devem atuar em conjunto, para garantir uma “eleição limpa”.

“Vamos criar um movimento contando, inclusive, com a imprensa, para a gente restabelecer um mínimo de respeito, um mínimo de condições para o eleitor tomar a sua decisão. É muita divulgação de mentiras e muitos ataques. O nível baixou muito”, disse Nunes, cobrando mais empenho da Justiça Eleitoral no combate à desinformação: “É muita conversa e pouca ação pelo Tribunal Regional Eleitoral”.

A revista Veja informou que, como todos os candidatos oficializaram a presença, haverá púlpitos para cada um dos postulantes. A organização também vetou a exibição de documentos no palco do debate, uma regra proposta pela revista e aceita pelos postulantes. Sem a presença de Nunes, Boulos e Datena, o debate acontecerá apenas com as participações de Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Últimos debates foram marcados por brigas e acusações sem prova

Este é o terceiro debate eleitoral que acontece desde a confirmação das candidaturas. Os últimos embates foram marcados por trocas de farpas e acusações sem provas por parte dos candidatos. Marçal protagonizou a maioria dos desentendimentos. Em sua estreia em debates, na Band, o candidato do PRTB chamou o adversário Boulos de “comedor de açúcar” e insinuou, sem provas, que o psolista era usuário de drogas. A Justiça inclusive concedeu direito de resposta a Boulos pela mesma acusação, repetida por Marçal no debate do Estadão e exibida nas redes do ex-coach. Ele terá que veicular a resposta de Boulos por 48 horas. O ex-coach também atacou Tabata se referindo a ela como “para-choque de comunista” e a Nunes como “falsa direita”.

No debate do Estadão, o ex-coach provocou Boulos dizendo que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho após ter sido comparado, pelo psolista, ao Padre Kelmon, candidato à Presidência da República em 2022. As interações de Marçal com Datena e Marina Helena foram amistosas, o que, segundo o candidato do PRTB, aconteceu por eles terem “nobreza”.

O candidato do PRTB tem sido criticado pelos adversários por usar os debates para “lacrar nas redes sociais”, como disse Boulos no último embate. Sem tempo de televisão e com a proposta de ter uma campanha financiada somente por doações, Marçal tem como estratégia o uso das mídias digitais para propagandear sua candidatura.

Debates acontecem em outras cidades

A revista também irá promover debates eleitorais em outras cidades sempre às 11h. Confira as datas e candidatos participantes:

  • Campinas: Acontece no dia 23 de agosto com participação do atual prefeito Dario Saadi (Republicanos), o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), o deputado federal Pedro Tourinho (PT) e o empresário Wilson Matos (Novo).
  • Guarulhos: Acontece dia 26 de agosto com participação do ex-prefeito Elói Pietá (Solidariedade), o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), o vereador Lucas Sanches (PL) e o deputado federal Alencar Santana (PT).
  • São Bernardo do Campo: Acontece no dia 30 de agosto com participação do deputado federal Alex Manente (Cidadania), a sobrinha do ex-prefeito Flávia Morando (União Brasil), o ex-deputado federal Marcelo Lima (Podemos) e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT).
  • Santos: Acontece no dia 2 de setembro com participação do atual prefeito Rogério Santos (Republicanos), a deputada federal Rosana Valle (PL) e a vereadora Telma de Souza (PT).
  • Rio de Janeiro: Acontece no dia 12 de setembro com participação do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil).

A ausência do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) foi o principal assunto do debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido nesta segunda-feira, 19, pela revista “Veja”. Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo), os únicos presentes, criticaram de forma incisiva a não participação dos três adversários. O debate também foi marcado pela ausência de propostas concretas para a cidade e pela recusa de Marçal em responder às perguntas que lhe foram direcionadas.

SP 19/08/2024 DEBATTE / ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024 - debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela revista Veja. Crédito: Veja/Divulgação Foto: Veja/Divulgação

Em sua primeira fala, Marçal justificou a ausência dos adversários alegando que um problema de “masculinidade e virilidade” atinge a “nação”. Marina Helena, por sua vez, chamou os ausentes de “fujões”, inclusive segurando um cartaz logo ao chegar ao local do encontro, e questionou como alguém que teme o confronto pode comandar a cidade. Tabata acusou os adversários de agirem com “covardia” e afirmou que Nunes, Boulos e Datena querem que a eleição seja decidida pelos partidos políticos, a portas fechadas.

Marçal se recusou a responder a várias perguntas sobre a cidade, afirmando que o faria em sua página no Instagram. A estratégia foi criticada por Tabata. “Marçal é tipo aquele aluno que só topa fazer prova com consulta. Ele só responde depois que o assessor vem falar no ouvido dele. Ou só topa responder na rede social porque, com certeza, tem uma equipe dando um Google. Queria deixar a reflexão: será que queremos um prefeito que vai governar dando Google, porque não conhece a cidade, não tem experiência ou preparo?”, disse ela.

Além de não responder a boa parte dos questionamentos colocados no debate, Marçal abriu mão de seu direito de perguntar à candidata do Novo. No lugar de abordar algum tema relevante para a Prefeitura, ele pediu que ela falasse sobre o que quisesse durante seu tempo de fala.

Em vez de discutir os problemas da cidade, Marçal dedicou boa parte de seu tempo a criticar a ausência dos adversários. No segundo bloco, o ex-coach retirou seu anel de noivado e afirmou que o eleitor terá que “dar o anel” a alguém que governará a cidade por quatro anos. “Vai colocar o dedo no anel de quem? De quem é fujão e te abandona? Ou de alguém que está aqui para tomar pancada de todo lado”, questionou Marçal, que tem recorrido a falas de efeito durante os debates para gerar conteúdo em suas redes sociais.

O ex-coach disparou uma série de ataques a Ricardo Nunes, com quem disputa o eleitorado de direita, chamando-o de “bananinha” e “Smeagol”. “Você é um cara do centrão, maquinista. Odeia o Bolsonaro, mas teve que engolir ele porque eu entrei no jogo e forcei você a aceitar um vice que não queria”, afirmou Marçal, se referindo ao coronel Ricardo Mello Araújo.

Temas alheios à eleição municipal também marcaram os primeiros blocos do debate. Marina Helena, por exemplo, questionou Tabata sobre a “ditadura da censura” do Judiciário no Brasil.

Em um debate esvaziado, Tabata direcionou suas críticas principalmente a Marçal, classificando o plano de governo dele como um “caos na terra”, com propostas como “bondinho voador” e “prédio de um quilômetro de altura”. Ela também acusou o adversário de ter um histórico de “ideias irresponsáveis com consequências graves”, citando como exemplo a expedição liderada por Marçal ao Pico dos Marins em 2022, quando o Corpo de Bombeiros precisou resgatar cerca de 30 pessoas, e o caso de um funcionário de uma empresa do ex-coach que morreu durante uma corrida organizada pelo grupo dele.

Outra estratégia da deputada federal do PSB foi associar Marçal ao ex-governador e ex-prefeito João Doria, além de explorar a falta de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura. “Quando a gente olha para o seu redor o que a gente vê é a equipe do [João] Doria. Pesquisem quem é Wilsinho (Pedroso) que está com ele, pesquisem quem é Filipe Sabará. Até a calça está mais apertadinha. Você acha que o Bolsonaro lhe rejeita porque você é o Doria 2.0?”, perguntou Tabata, em referência aos coordenadores da campanha do ex-coach.

Bolsonaro elogiou Marçal na quinta-feira, dia 15, mas mudou de postura no sábado, dia 17, após assistir a um vídeo em que o influenciador afirma que não procurou seu apoio. De acordo com a “CNN Brasil”, o ex-presidente chamou o candidato do PRTB de “mentiroso” e afirmou que Marçal conversou com ele por uma hora. Bolsonaro reforçou seu apoio a Ricardo Nunes.

Segundo a assessoria de Datena, a ausência dele ocorre devido ao excesso de compromissos. O apresentador foi ao Santuário Nacional de Aparecida na última sexta-feira, 16. No lugar do debate, Datena apresentará sua proposta para incentivar a criação de empregos e investimentos às 10h, na região da Jacu Pêssego, na Zona Leste da capital.

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam do terceiro debate eleitoral nesta segunda-feira, 19. Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão

Boulos já tinha colocado em dúvida sua participação no debate desta segunda-feira. A equipe do candidato está em contato com os veículos de imprensa para garantir que os embates tenham regras pré-estabelecidas e que haja sanções a postulantes que descumprirem os regramentos.

Na sexta-feira, quando foi perguntado sobre a participação no debate desta segunda-feira, previsto para começar às 11h, o psolista respondeu que “debate que tenha regra bem definida, que não tenha espaço para baixaria, eu vou participar, mas os que tenham regras complicadas, nós vamos ter que avaliar”. A agenda do candidato para essa segunda-feira contem apenas “gravações” para o período da manhã.

A agenda de campanha de Nunes foi divulgada prevendo apenas a participação em uma sabatina na CNN Brasil, às 15h30, e uma reunião com líderes comunitários, moradores e comerciantes no Jardim Alfredo, às 20h30. Questionada, sua assessoria apenas confirmou que a informação é de que ele não irá ao debate, conforme agenda divulgada.

Agora pela manhã, Nunes disse ao Estadão que tem uma agenda oficial da Prefeitura no mesmo horário do debate da ‘Veja’, por isso não participará do evento. “Esses debates não estão debatendo a cidade, só estão sendo usados para ataques e fazer cortes para rede social”, acrescentou o emedebista.

No sábado, o prefeito criticou a postura adotada por Pablo Marçal nos debates anteriores e afirmou que as campanhas estavam conversando sobre isso.

“Estamos bastante preocupados. Sempre tem alguma situação nas campanhas de fake news mas, nessa, está muito fora do razoável. Está extrapolando demais”, disse o emedebedista. Segundo Nunes, os coordenadores das principais campanhas à Prefeitura da capital devem atuar em conjunto, para garantir uma “eleição limpa”.

“Vamos criar um movimento contando, inclusive, com a imprensa, para a gente restabelecer um mínimo de respeito, um mínimo de condições para o eleitor tomar a sua decisão. É muita divulgação de mentiras e muitos ataques. O nível baixou muito”, disse Nunes, cobrando mais empenho da Justiça Eleitoral no combate à desinformação: “É muita conversa e pouca ação pelo Tribunal Regional Eleitoral”.

A revista Veja informou que, como todos os candidatos oficializaram a presença, haverá púlpitos para cada um dos postulantes. A organização também vetou a exibição de documentos no palco do debate, uma regra proposta pela revista e aceita pelos postulantes. Sem a presença de Nunes, Boulos e Datena, o debate acontecerá apenas com as participações de Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Últimos debates foram marcados por brigas e acusações sem prova

Este é o terceiro debate eleitoral que acontece desde a confirmação das candidaturas. Os últimos embates foram marcados por trocas de farpas e acusações sem provas por parte dos candidatos. Marçal protagonizou a maioria dos desentendimentos. Em sua estreia em debates, na Band, o candidato do PRTB chamou o adversário Boulos de “comedor de açúcar” e insinuou, sem provas, que o psolista era usuário de drogas. A Justiça inclusive concedeu direito de resposta a Boulos pela mesma acusação, repetida por Marçal no debate do Estadão e exibida nas redes do ex-coach. Ele terá que veicular a resposta de Boulos por 48 horas. O ex-coach também atacou Tabata se referindo a ela como “para-choque de comunista” e a Nunes como “falsa direita”.

No debate do Estadão, o ex-coach provocou Boulos dizendo que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho após ter sido comparado, pelo psolista, ao Padre Kelmon, candidato à Presidência da República em 2022. As interações de Marçal com Datena e Marina Helena foram amistosas, o que, segundo o candidato do PRTB, aconteceu por eles terem “nobreza”.

O candidato do PRTB tem sido criticado pelos adversários por usar os debates para “lacrar nas redes sociais”, como disse Boulos no último embate. Sem tempo de televisão e com a proposta de ter uma campanha financiada somente por doações, Marçal tem como estratégia o uso das mídias digitais para propagandear sua candidatura.

Debates acontecem em outras cidades

A revista também irá promover debates eleitorais em outras cidades sempre às 11h. Confira as datas e candidatos participantes:

  • Campinas: Acontece no dia 23 de agosto com participação do atual prefeito Dario Saadi (Republicanos), o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), o deputado federal Pedro Tourinho (PT) e o empresário Wilson Matos (Novo).
  • Guarulhos: Acontece dia 26 de agosto com participação do ex-prefeito Elói Pietá (Solidariedade), o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), o vereador Lucas Sanches (PL) e o deputado federal Alencar Santana (PT).
  • São Bernardo do Campo: Acontece no dia 30 de agosto com participação do deputado federal Alex Manente (Cidadania), a sobrinha do ex-prefeito Flávia Morando (União Brasil), o ex-deputado federal Marcelo Lima (Podemos) e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT).
  • Santos: Acontece no dia 2 de setembro com participação do atual prefeito Rogério Santos (Republicanos), a deputada federal Rosana Valle (PL) e a vereadora Telma de Souza (PT).
  • Rio de Janeiro: Acontece no dia 12 de setembro com participação do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil).

A ausência do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) foi o principal assunto do debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido nesta segunda-feira, 19, pela revista “Veja”. Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo), os únicos presentes, criticaram de forma incisiva a não participação dos três adversários. O debate também foi marcado pela ausência de propostas concretas para a cidade e pela recusa de Marçal em responder às perguntas que lhe foram direcionadas.

SP 19/08/2024 DEBATTE / ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024 - debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela revista Veja. Crédito: Veja/Divulgação Foto: Veja/Divulgação

Em sua primeira fala, Marçal justificou a ausência dos adversários alegando que um problema de “masculinidade e virilidade” atinge a “nação”. Marina Helena, por sua vez, chamou os ausentes de “fujões”, inclusive segurando um cartaz logo ao chegar ao local do encontro, e questionou como alguém que teme o confronto pode comandar a cidade. Tabata acusou os adversários de agirem com “covardia” e afirmou que Nunes, Boulos e Datena querem que a eleição seja decidida pelos partidos políticos, a portas fechadas.

Marçal se recusou a responder a várias perguntas sobre a cidade, afirmando que o faria em sua página no Instagram. A estratégia foi criticada por Tabata. “Marçal é tipo aquele aluno que só topa fazer prova com consulta. Ele só responde depois que o assessor vem falar no ouvido dele. Ou só topa responder na rede social porque, com certeza, tem uma equipe dando um Google. Queria deixar a reflexão: será que queremos um prefeito que vai governar dando Google, porque não conhece a cidade, não tem experiência ou preparo?”, disse ela.

Além de não responder a boa parte dos questionamentos colocados no debate, Marçal abriu mão de seu direito de perguntar à candidata do Novo. No lugar de abordar algum tema relevante para a Prefeitura, ele pediu que ela falasse sobre o que quisesse durante seu tempo de fala.

Em vez de discutir os problemas da cidade, Marçal dedicou boa parte de seu tempo a criticar a ausência dos adversários. No segundo bloco, o ex-coach retirou seu anel de noivado e afirmou que o eleitor terá que “dar o anel” a alguém que governará a cidade por quatro anos. “Vai colocar o dedo no anel de quem? De quem é fujão e te abandona? Ou de alguém que está aqui para tomar pancada de todo lado”, questionou Marçal, que tem recorrido a falas de efeito durante os debates para gerar conteúdo em suas redes sociais.

O ex-coach disparou uma série de ataques a Ricardo Nunes, com quem disputa o eleitorado de direita, chamando-o de “bananinha” e “Smeagol”. “Você é um cara do centrão, maquinista. Odeia o Bolsonaro, mas teve que engolir ele porque eu entrei no jogo e forcei você a aceitar um vice que não queria”, afirmou Marçal, se referindo ao coronel Ricardo Mello Araújo.

Temas alheios à eleição municipal também marcaram os primeiros blocos do debate. Marina Helena, por exemplo, questionou Tabata sobre a “ditadura da censura” do Judiciário no Brasil.

Em um debate esvaziado, Tabata direcionou suas críticas principalmente a Marçal, classificando o plano de governo dele como um “caos na terra”, com propostas como “bondinho voador” e “prédio de um quilômetro de altura”. Ela também acusou o adversário de ter um histórico de “ideias irresponsáveis com consequências graves”, citando como exemplo a expedição liderada por Marçal ao Pico dos Marins em 2022, quando o Corpo de Bombeiros precisou resgatar cerca de 30 pessoas, e o caso de um funcionário de uma empresa do ex-coach que morreu durante uma corrida organizada pelo grupo dele.

Outra estratégia da deputada federal do PSB foi associar Marçal ao ex-governador e ex-prefeito João Doria, além de explorar a falta de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura. “Quando a gente olha para o seu redor o que a gente vê é a equipe do [João] Doria. Pesquisem quem é Wilsinho (Pedroso) que está com ele, pesquisem quem é Filipe Sabará. Até a calça está mais apertadinha. Você acha que o Bolsonaro lhe rejeita porque você é o Doria 2.0?”, perguntou Tabata, em referência aos coordenadores da campanha do ex-coach.

Bolsonaro elogiou Marçal na quinta-feira, dia 15, mas mudou de postura no sábado, dia 17, após assistir a um vídeo em que o influenciador afirma que não procurou seu apoio. De acordo com a “CNN Brasil”, o ex-presidente chamou o candidato do PRTB de “mentiroso” e afirmou que Marçal conversou com ele por uma hora. Bolsonaro reforçou seu apoio a Ricardo Nunes.

Segundo a assessoria de Datena, a ausência dele ocorre devido ao excesso de compromissos. O apresentador foi ao Santuário Nacional de Aparecida na última sexta-feira, 16. No lugar do debate, Datena apresentará sua proposta para incentivar a criação de empregos e investimentos às 10h, na região da Jacu Pêssego, na Zona Leste da capital.

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam do terceiro debate eleitoral nesta segunda-feira, 19. Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão

Boulos já tinha colocado em dúvida sua participação no debate desta segunda-feira. A equipe do candidato está em contato com os veículos de imprensa para garantir que os embates tenham regras pré-estabelecidas e que haja sanções a postulantes que descumprirem os regramentos.

Na sexta-feira, quando foi perguntado sobre a participação no debate desta segunda-feira, previsto para começar às 11h, o psolista respondeu que “debate que tenha regra bem definida, que não tenha espaço para baixaria, eu vou participar, mas os que tenham regras complicadas, nós vamos ter que avaliar”. A agenda do candidato para essa segunda-feira contem apenas “gravações” para o período da manhã.

A agenda de campanha de Nunes foi divulgada prevendo apenas a participação em uma sabatina na CNN Brasil, às 15h30, e uma reunião com líderes comunitários, moradores e comerciantes no Jardim Alfredo, às 20h30. Questionada, sua assessoria apenas confirmou que a informação é de que ele não irá ao debate, conforme agenda divulgada.

Agora pela manhã, Nunes disse ao Estadão que tem uma agenda oficial da Prefeitura no mesmo horário do debate da ‘Veja’, por isso não participará do evento. “Esses debates não estão debatendo a cidade, só estão sendo usados para ataques e fazer cortes para rede social”, acrescentou o emedebista.

No sábado, o prefeito criticou a postura adotada por Pablo Marçal nos debates anteriores e afirmou que as campanhas estavam conversando sobre isso.

“Estamos bastante preocupados. Sempre tem alguma situação nas campanhas de fake news mas, nessa, está muito fora do razoável. Está extrapolando demais”, disse o emedebedista. Segundo Nunes, os coordenadores das principais campanhas à Prefeitura da capital devem atuar em conjunto, para garantir uma “eleição limpa”.

“Vamos criar um movimento contando, inclusive, com a imprensa, para a gente restabelecer um mínimo de respeito, um mínimo de condições para o eleitor tomar a sua decisão. É muita divulgação de mentiras e muitos ataques. O nível baixou muito”, disse Nunes, cobrando mais empenho da Justiça Eleitoral no combate à desinformação: “É muita conversa e pouca ação pelo Tribunal Regional Eleitoral”.

A revista Veja informou que, como todos os candidatos oficializaram a presença, haverá púlpitos para cada um dos postulantes. A organização também vetou a exibição de documentos no palco do debate, uma regra proposta pela revista e aceita pelos postulantes. Sem a presença de Nunes, Boulos e Datena, o debate acontecerá apenas com as participações de Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Últimos debates foram marcados por brigas e acusações sem prova

Este é o terceiro debate eleitoral que acontece desde a confirmação das candidaturas. Os últimos embates foram marcados por trocas de farpas e acusações sem provas por parte dos candidatos. Marçal protagonizou a maioria dos desentendimentos. Em sua estreia em debates, na Band, o candidato do PRTB chamou o adversário Boulos de “comedor de açúcar” e insinuou, sem provas, que o psolista era usuário de drogas. A Justiça inclusive concedeu direito de resposta a Boulos pela mesma acusação, repetida por Marçal no debate do Estadão e exibida nas redes do ex-coach. Ele terá que veicular a resposta de Boulos por 48 horas. O ex-coach também atacou Tabata se referindo a ela como “para-choque de comunista” e a Nunes como “falsa direita”.

No debate do Estadão, o ex-coach provocou Boulos dizendo que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho após ter sido comparado, pelo psolista, ao Padre Kelmon, candidato à Presidência da República em 2022. As interações de Marçal com Datena e Marina Helena foram amistosas, o que, segundo o candidato do PRTB, aconteceu por eles terem “nobreza”.

O candidato do PRTB tem sido criticado pelos adversários por usar os debates para “lacrar nas redes sociais”, como disse Boulos no último embate. Sem tempo de televisão e com a proposta de ter uma campanha financiada somente por doações, Marçal tem como estratégia o uso das mídias digitais para propagandear sua candidatura.

Debates acontecem em outras cidades

A revista também irá promover debates eleitorais em outras cidades sempre às 11h. Confira as datas e candidatos participantes:

  • Campinas: Acontece no dia 23 de agosto com participação do atual prefeito Dario Saadi (Republicanos), o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), o deputado federal Pedro Tourinho (PT) e o empresário Wilson Matos (Novo).
  • Guarulhos: Acontece dia 26 de agosto com participação do ex-prefeito Elói Pietá (Solidariedade), o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), o vereador Lucas Sanches (PL) e o deputado federal Alencar Santana (PT).
  • São Bernardo do Campo: Acontece no dia 30 de agosto com participação do deputado federal Alex Manente (Cidadania), a sobrinha do ex-prefeito Flávia Morando (União Brasil), o ex-deputado federal Marcelo Lima (Podemos) e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT).
  • Santos: Acontece no dia 2 de setembro com participação do atual prefeito Rogério Santos (Republicanos), a deputada federal Rosana Valle (PL) e a vereadora Telma de Souza (PT).
  • Rio de Janeiro: Acontece no dia 12 de setembro com participação do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil).

A ausência do prefeito Ricardo Nunes (MDB), do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e do apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB) foi o principal assunto do debate dos candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido nesta segunda-feira, 19, pela revista “Veja”. Tabata Amaral (PSB), Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo), os únicos presentes, criticaram de forma incisiva a não participação dos três adversários. O debate também foi marcado pela ausência de propostas concretas para a cidade e pela recusa de Marçal em responder às perguntas que lhe foram direcionadas.

SP 19/08/2024 DEBATTE / ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2024 - debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo promovido pela revista Veja. Crédito: Veja/Divulgação Foto: Veja/Divulgação

Em sua primeira fala, Marçal justificou a ausência dos adversários alegando que um problema de “masculinidade e virilidade” atinge a “nação”. Marina Helena, por sua vez, chamou os ausentes de “fujões”, inclusive segurando um cartaz logo ao chegar ao local do encontro, e questionou como alguém que teme o confronto pode comandar a cidade. Tabata acusou os adversários de agirem com “covardia” e afirmou que Nunes, Boulos e Datena querem que a eleição seja decidida pelos partidos políticos, a portas fechadas.

Marçal se recusou a responder a várias perguntas sobre a cidade, afirmando que o faria em sua página no Instagram. A estratégia foi criticada por Tabata. “Marçal é tipo aquele aluno que só topa fazer prova com consulta. Ele só responde depois que o assessor vem falar no ouvido dele. Ou só topa responder na rede social porque, com certeza, tem uma equipe dando um Google. Queria deixar a reflexão: será que queremos um prefeito que vai governar dando Google, porque não conhece a cidade, não tem experiência ou preparo?”, disse ela.

Além de não responder a boa parte dos questionamentos colocados no debate, Marçal abriu mão de seu direito de perguntar à candidata do Novo. No lugar de abordar algum tema relevante para a Prefeitura, ele pediu que ela falasse sobre o que quisesse durante seu tempo de fala.

Em vez de discutir os problemas da cidade, Marçal dedicou boa parte de seu tempo a criticar a ausência dos adversários. No segundo bloco, o ex-coach retirou seu anel de noivado e afirmou que o eleitor terá que “dar o anel” a alguém que governará a cidade por quatro anos. “Vai colocar o dedo no anel de quem? De quem é fujão e te abandona? Ou de alguém que está aqui para tomar pancada de todo lado”, questionou Marçal, que tem recorrido a falas de efeito durante os debates para gerar conteúdo em suas redes sociais.

O ex-coach disparou uma série de ataques a Ricardo Nunes, com quem disputa o eleitorado de direita, chamando-o de “bananinha” e “Smeagol”. “Você é um cara do centrão, maquinista. Odeia o Bolsonaro, mas teve que engolir ele porque eu entrei no jogo e forcei você a aceitar um vice que não queria”, afirmou Marçal, se referindo ao coronel Ricardo Mello Araújo.

Temas alheios à eleição municipal também marcaram os primeiros blocos do debate. Marina Helena, por exemplo, questionou Tabata sobre a “ditadura da censura” do Judiciário no Brasil.

Em um debate esvaziado, Tabata direcionou suas críticas principalmente a Marçal, classificando o plano de governo dele como um “caos na terra”, com propostas como “bondinho voador” e “prédio de um quilômetro de altura”. Ela também acusou o adversário de ter um histórico de “ideias irresponsáveis com consequências graves”, citando como exemplo a expedição liderada por Marçal ao Pico dos Marins em 2022, quando o Corpo de Bombeiros precisou resgatar cerca de 30 pessoas, e o caso de um funcionário de uma empresa do ex-coach que morreu durante uma corrida organizada pelo grupo dele.

Outra estratégia da deputada federal do PSB foi associar Marçal ao ex-governador e ex-prefeito João Doria, além de explorar a falta de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à sua candidatura. “Quando a gente olha para o seu redor o que a gente vê é a equipe do [João] Doria. Pesquisem quem é Wilsinho (Pedroso) que está com ele, pesquisem quem é Filipe Sabará. Até a calça está mais apertadinha. Você acha que o Bolsonaro lhe rejeita porque você é o Doria 2.0?”, perguntou Tabata, em referência aos coordenadores da campanha do ex-coach.

Bolsonaro elogiou Marçal na quinta-feira, dia 15, mas mudou de postura no sábado, dia 17, após assistir a um vídeo em que o influenciador afirma que não procurou seu apoio. De acordo com a “CNN Brasil”, o ex-presidente chamou o candidato do PRTB de “mentiroso” e afirmou que Marçal conversou com ele por uma hora. Bolsonaro reforçou seu apoio a Ricardo Nunes.

Segundo a assessoria de Datena, a ausência dele ocorre devido ao excesso de compromissos. O apresentador foi ao Santuário Nacional de Aparecida na última sexta-feira, 16. No lugar do debate, Datena apresentará sua proposta para incentivar a criação de empregos e investimentos às 10h, na região da Jacu Pêssego, na Zona Leste da capital.

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam do terceiro debate eleitoral nesta segunda-feira, 19. Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão

Boulos já tinha colocado em dúvida sua participação no debate desta segunda-feira. A equipe do candidato está em contato com os veículos de imprensa para garantir que os embates tenham regras pré-estabelecidas e que haja sanções a postulantes que descumprirem os regramentos.

Na sexta-feira, quando foi perguntado sobre a participação no debate desta segunda-feira, previsto para começar às 11h, o psolista respondeu que “debate que tenha regra bem definida, que não tenha espaço para baixaria, eu vou participar, mas os que tenham regras complicadas, nós vamos ter que avaliar”. A agenda do candidato para essa segunda-feira contem apenas “gravações” para o período da manhã.

A agenda de campanha de Nunes foi divulgada prevendo apenas a participação em uma sabatina na CNN Brasil, às 15h30, e uma reunião com líderes comunitários, moradores e comerciantes no Jardim Alfredo, às 20h30. Questionada, sua assessoria apenas confirmou que a informação é de que ele não irá ao debate, conforme agenda divulgada.

Agora pela manhã, Nunes disse ao Estadão que tem uma agenda oficial da Prefeitura no mesmo horário do debate da ‘Veja’, por isso não participará do evento. “Esses debates não estão debatendo a cidade, só estão sendo usados para ataques e fazer cortes para rede social”, acrescentou o emedebista.

No sábado, o prefeito criticou a postura adotada por Pablo Marçal nos debates anteriores e afirmou que as campanhas estavam conversando sobre isso.

“Estamos bastante preocupados. Sempre tem alguma situação nas campanhas de fake news mas, nessa, está muito fora do razoável. Está extrapolando demais”, disse o emedebedista. Segundo Nunes, os coordenadores das principais campanhas à Prefeitura da capital devem atuar em conjunto, para garantir uma “eleição limpa”.

“Vamos criar um movimento contando, inclusive, com a imprensa, para a gente restabelecer um mínimo de respeito, um mínimo de condições para o eleitor tomar a sua decisão. É muita divulgação de mentiras e muitos ataques. O nível baixou muito”, disse Nunes, cobrando mais empenho da Justiça Eleitoral no combate à desinformação: “É muita conversa e pouca ação pelo Tribunal Regional Eleitoral”.

A revista Veja informou que, como todos os candidatos oficializaram a presença, haverá púlpitos para cada um dos postulantes. A organização também vetou a exibição de documentos no palco do debate, uma regra proposta pela revista e aceita pelos postulantes. Sem a presença de Nunes, Boulos e Datena, o debate acontecerá apenas com as participações de Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

Últimos debates foram marcados por brigas e acusações sem prova

Este é o terceiro debate eleitoral que acontece desde a confirmação das candidaturas. Os últimos embates foram marcados por trocas de farpas e acusações sem provas por parte dos candidatos. Marçal protagonizou a maioria dos desentendimentos. Em sua estreia em debates, na Band, o candidato do PRTB chamou o adversário Boulos de “comedor de açúcar” e insinuou, sem provas, que o psolista era usuário de drogas. A Justiça inclusive concedeu direito de resposta a Boulos pela mesma acusação, repetida por Marçal no debate do Estadão e exibida nas redes do ex-coach. Ele terá que veicular a resposta de Boulos por 48 horas. O ex-coach também atacou Tabata se referindo a ela como “para-choque de comunista” e a Nunes como “falsa direita”.

No debate do Estadão, o ex-coach provocou Boulos dizendo que iria exorcizá-lo com uma carteira de trabalho após ter sido comparado, pelo psolista, ao Padre Kelmon, candidato à Presidência da República em 2022. As interações de Marçal com Datena e Marina Helena foram amistosas, o que, segundo o candidato do PRTB, aconteceu por eles terem “nobreza”.

O candidato do PRTB tem sido criticado pelos adversários por usar os debates para “lacrar nas redes sociais”, como disse Boulos no último embate. Sem tempo de televisão e com a proposta de ter uma campanha financiada somente por doações, Marçal tem como estratégia o uso das mídias digitais para propagandear sua candidatura.

Debates acontecem em outras cidades

A revista também irá promover debates eleitorais em outras cidades sempre às 11h. Confira as datas e candidatos participantes:

  • Campinas: Acontece no dia 23 de agosto com participação do atual prefeito Dario Saadi (Republicanos), o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), o deputado federal Pedro Tourinho (PT) e o empresário Wilson Matos (Novo).
  • Guarulhos: Acontece dia 26 de agosto com participação do ex-prefeito Elói Pietá (Solidariedade), o deputado estadual Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos), o vereador Lucas Sanches (PL) e o deputado federal Alencar Santana (PT).
  • São Bernardo do Campo: Acontece no dia 30 de agosto com participação do deputado federal Alex Manente (Cidadania), a sobrinha do ex-prefeito Flávia Morando (União Brasil), o ex-deputado federal Marcelo Lima (Podemos) e o deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT).
  • Santos: Acontece no dia 2 de setembro com participação do atual prefeito Rogério Santos (Republicanos), a deputada federal Rosana Valle (PL) e a vereadora Telma de Souza (PT).
  • Rio de Janeiro: Acontece no dia 12 de setembro com participação do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil).

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