Novo ministro da Ciência e Tecnologia tem restaurante 'Barganha'


Celso Pansera, que já foi chamado até de 'pau mandado' de Eduardo Cunha começou a carreira política no PSTU e é dono do estabelecimento no interior do Rio

Por Clarissa Thomé e Pedro Venceslau

Rio e Brasília - O novo ministro da Ciência e Tecnologia Celso Pansera (PMDB-RJ), que chegou a ser chamado por Alberto Youssef de "pau mandado" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é dono de um restaurante em Caxias (RJ) chamado Barganha.

Em entrevista ao Estado em julho, ele disse que o vazamento do depoimento do doleiro fazendo acusações contra ele na época era uma tentativa de intimidá-lo e interferir nos trabalhos da CPI. "Tomei como recado e como ameaça física a mim", afirmou ao Estado em julho em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), sua base eleitoral.

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"Eu me senti intimidado. Não tem sentido, um cara com o poderio que ele tem, se sentir intimidado por ação de um parlamentar. Ele tentou interferir no trabalho da CPI, como quem diz: 'cuidado, sei quem é você. Pau mandado é expressão chula, desagradável. Típica de submundo mesmo."

O restaurante Barganha, na Baixada Fluminense, pertencente ao deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ) Foto: Fabio Motta/Estadão
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Nascido em São Valentim (RS), Pansera é um dos seis filhos de agricultores. Diz ter tido infância pobre - a TV só chegou à casa da família quando tinha 15 anos. Na escola, destacou-se na militância estudantil e elegeu-se secretário-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE). Aos 26 anos, veio para o Rio.Foi filiado ao PT, que deixou em 1992 para aderir ao grupo que fundou o PSTU. Chegou a dirigente do partido, conhecido pelo radicalismo de esquerda, do qual se desligou em 2001 por considerar "erro histórico" não apoiar a eleição de Lula. 

Pansera é dono de um restaurante em Caxias, o Barganha. "Achei o nome no dicionário. É um self-service." Ele também dá aulas voluntárias de Português em curso vestibular para carentes.

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Quando o PSTU ganhou a direção do Sindicato dos Bancários em Caxias, do qual foi assessor, passou a militar na Baixada. Em 1998, trabalhou para a reeleição do então deputado federal do PSB Alexandre Cardoso, hoje prefeito da cidade. "Essa proximidade era estranha e incômoda. Isso abriu um fosso do ponto de vista ideológico e programático que acabou com a saída dele do PSTU", disse Cyro Garcia, presidente do partido no Rio. "Rompemos politicamente e hoje ele faz parte de um partido burguês, sustentáculo de governo avesso aos interesses dos trabalhadores, mas nossas relações são amistosas e cordiais".

Veja como fica a Esplanada dos Ministérios depois da reforma

1 | 31

1 - Advocacia Geral da União (AGU)

Foto: Agência Brasil
2 | 31

2 - Agricultura

Foto: André Dusek/Estadão
3 | 31

3 - Banco Central

Foto: André Dusek/Estadão
4 | 31

4 - Casa Civil

Foto: João Mattos/Brazil Photopress
5 | 31

5 - Controladoria Geral da União (CGU)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
6 | 31

6 - Cidades

Foto: André Dusek/Estadão
7 | 31

7 - Ciência, Tecnologia e Inovação

Foto: Facebook/Reprodução
8 | 31

8 - Comunicações

Foto: Andre Figueiredo/AE
9 | 31

9 - Cultura

Foto: Silvana Garzaro
10 | 31

10 - Defesa

Foto: André Dusek/Estadão
11 | 31

11 - Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Foto: Dida Sampaio/Estadão
12 | 31

12 - Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Foto: Dida Sampaio/Estadão
13 | 31

13 - Desenvolvimento Agrário

Foto: Ed Ferreira/Estadão
14 | 31

14 - Educação

Foto: Dida Sampaio/Estadão
15 | 31

15 - Esportes

Foto: Douglas Gomes/Divulgação
16 | 31

16 - Fazenda

Foto: André Dusek/Estadão
17 | 31

17 - Integração Nacional

Foto: Dida Sampaio/Estadão
18 | 31

18 - Justiça

Foto: André Dusek/Estadão
19 | 31

19 - Meio Ambiente

Foto: Marcos de Paula/AE
20 | 31

20 - Minas e Energia

Foto: André Dusek/Estadão
21 | 31

21 - Planejamento

Foto: Filipe Araujo/Estadão
22 | 31

22 - Trabalho e Previdência Social

Foto: Dida Sampaio/Estadão
23 | 31

23 - Relações Exteriores

Foto: Ueslei Marcelino/AP
24 | 31

24 - Saúde

Foto: Dida Sampaio/Estadão
25 | 31

25 - Secretaria da Aviação Civil

Foto: TV Estadão/Reprodução
26 | 31

26 - Cidadania

Foto: Secom/PR
27 | 31

27 - Secretaria de Comunicação Social

Foto: Elza Fiuza/Ageência Brasil
28 | 31

28 - Secretaria de Portos

Foto: Divulgação
29 | 31

29 - Secretaria de Governo

Foto: Dida Sampaio/Estadão
30 | 31

30 - Transportes

Foto: José Patricio/Estadão
31 | 31

31 - Turismo

Foto: André Dusek/Estadão
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Cardoso e Pansera deixaram os socialistas quando Eduardo Campos lançou-se pré-candidato a presidente, em 2013, e Pansera foi para o PMDB de Eduardo Cunha. Segundo ele, a primeira vez em que se encontrou com o atual presidente da Câmara foi numa reunião do diretório no final daquele mesmo ano. "A relação de Celso com Cunha nunca foi subalterna. Ele é um estrategista, que sempre pautou pela atuação na esquerda e defende a permanência no governo Dilma", disse o padrinho político.

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Na Câmara, divergiu de Cunha ao votar contra a redução da maioridade penal. "Tenho relação franca com ele. Dizem que ele ligou para deputados para que mudassem o voto na questão da maioridade penal. Para mim, nunca. Não abro mão das minhas posições de respeito às liberdades individuais, do direito das pessoas de se autodeterminarem, de serem donas do seu corpo." Sobre casamento gay, diz que "as pessoas têm o direito de fazer sua opção". Sobre aborto, acha que o conceito da lei atual "é bem razoável".

No PMDB desde 2013, foi eleito com 58.534 votos - a primeira vez que se candidatou. A campanha arrecadou R$ 1,2 milhão. Declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 575 mil em bens - o bar, um carro Sorento, um apartamento em Caxias e R$ 276 mil no banco.

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Pressão. O deputado fluminense protocolou duas vezes na CPI requerimentos pedindo a quebra do sigilo bancário da ex-mulher e de duas filhas do doleiro Alberto Youssef, pediu a convocação do delator Julio Camargo e também de sua advogada, Beatriz Catta Preta, que recentemente deixou a defesa de todos seus clientes, nove delatores, da Lava Jato.

Em audiência na Justiça Federal no Paraná no dia 16, Youssef acusou um parlamentar - sem citar o nome - de ser "pau mandado" do presidente da Câmara e usar a CPI numa tentativa de tentar intimidá-lo.

"Quando ele disse aquilo, recebi como um recado para mim. Mas fiquei na minha e estava torcendo para a imprensa não tocar para frente. Mas aí tive que assumir o assunto quando colocaram minha foto. Ele tem os agentes dele se movimentando por aí", diz Pansera.

Também como prova de que não é um fiel servidor a Cunha, ele diz ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o rompimento do PMDB com o governo, como defende Cunha. Mas apesar de tantas evidências, ele reconhece que fama de pau mandado pegou. "Fico bem incomodado com isso. O pessoal me sacaneia no WhatsApp direto. Ficam me chamando de pau mandando. É quase irritante".

Rio e Brasília - O novo ministro da Ciência e Tecnologia Celso Pansera (PMDB-RJ), que chegou a ser chamado por Alberto Youssef de "pau mandado" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é dono de um restaurante em Caxias (RJ) chamado Barganha.

Em entrevista ao Estado em julho, ele disse que o vazamento do depoimento do doleiro fazendo acusações contra ele na época era uma tentativa de intimidá-lo e interferir nos trabalhos da CPI. "Tomei como recado e como ameaça física a mim", afirmou ao Estado em julho em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), sua base eleitoral.

"Eu me senti intimidado. Não tem sentido, um cara com o poderio que ele tem, se sentir intimidado por ação de um parlamentar. Ele tentou interferir no trabalho da CPI, como quem diz: 'cuidado, sei quem é você. Pau mandado é expressão chula, desagradável. Típica de submundo mesmo."

O restaurante Barganha, na Baixada Fluminense, pertencente ao deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ) Foto: Fabio Motta/Estadão

Nascido em São Valentim (RS), Pansera é um dos seis filhos de agricultores. Diz ter tido infância pobre - a TV só chegou à casa da família quando tinha 15 anos. Na escola, destacou-se na militância estudantil e elegeu-se secretário-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE). Aos 26 anos, veio para o Rio.Foi filiado ao PT, que deixou em 1992 para aderir ao grupo que fundou o PSTU. Chegou a dirigente do partido, conhecido pelo radicalismo de esquerda, do qual se desligou em 2001 por considerar "erro histórico" não apoiar a eleição de Lula. 

Pansera é dono de um restaurante em Caxias, o Barganha. "Achei o nome no dicionário. É um self-service." Ele também dá aulas voluntárias de Português em curso vestibular para carentes.

Quando o PSTU ganhou a direção do Sindicato dos Bancários em Caxias, do qual foi assessor, passou a militar na Baixada. Em 1998, trabalhou para a reeleição do então deputado federal do PSB Alexandre Cardoso, hoje prefeito da cidade. "Essa proximidade era estranha e incômoda. Isso abriu um fosso do ponto de vista ideológico e programático que acabou com a saída dele do PSTU", disse Cyro Garcia, presidente do partido no Rio. "Rompemos politicamente e hoje ele faz parte de um partido burguês, sustentáculo de governo avesso aos interesses dos trabalhadores, mas nossas relações são amistosas e cordiais".

Veja como fica a Esplanada dos Ministérios depois da reforma

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1 - Advocacia Geral da União (AGU)

Foto: Agência Brasil
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2 - Agricultura

Foto: André Dusek/Estadão
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3 - Banco Central

Foto: André Dusek/Estadão
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4 - Casa Civil

Foto: João Mattos/Brazil Photopress
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5 - Controladoria Geral da União (CGU)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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6 - Cidades

Foto: André Dusek/Estadão
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7 - Ciência, Tecnologia e Inovação

Foto: Facebook/Reprodução
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8 - Comunicações

Foto: Andre Figueiredo/AE
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9 - Cultura

Foto: Silvana Garzaro
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10 - Defesa

Foto: André Dusek/Estadão
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11 - Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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12 - Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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13 - Desenvolvimento Agrário

Foto: Ed Ferreira/Estadão
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14 - Educação

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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15 - Esportes

Foto: Douglas Gomes/Divulgação
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16 - Fazenda

Foto: André Dusek/Estadão
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17 - Integração Nacional

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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18 - Justiça

Foto: André Dusek/Estadão
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19 - Meio Ambiente

Foto: Marcos de Paula/AE
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20 - Minas e Energia

Foto: André Dusek/Estadão
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21 - Planejamento

Foto: Filipe Araujo/Estadão
22 | 31

22 - Trabalho e Previdência Social

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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23 - Relações Exteriores

Foto: Ueslei Marcelino/AP
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24 - Saúde

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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25 - Secretaria da Aviação Civil

Foto: TV Estadão/Reprodução
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26 - Cidadania

Foto: Secom/PR
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27 - Secretaria de Comunicação Social

Foto: Elza Fiuza/Ageência Brasil
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28 - Secretaria de Portos

Foto: Divulgação
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29 - Secretaria de Governo

Foto: Dida Sampaio/Estadão
30 | 31

30 - Transportes

Foto: José Patricio/Estadão
31 | 31

31 - Turismo

Foto: André Dusek/Estadão

Cardoso e Pansera deixaram os socialistas quando Eduardo Campos lançou-se pré-candidato a presidente, em 2013, e Pansera foi para o PMDB de Eduardo Cunha. Segundo ele, a primeira vez em que se encontrou com o atual presidente da Câmara foi numa reunião do diretório no final daquele mesmo ano. "A relação de Celso com Cunha nunca foi subalterna. Ele é um estrategista, que sempre pautou pela atuação na esquerda e defende a permanência no governo Dilma", disse o padrinho político.

Na Câmara, divergiu de Cunha ao votar contra a redução da maioridade penal. "Tenho relação franca com ele. Dizem que ele ligou para deputados para que mudassem o voto na questão da maioridade penal. Para mim, nunca. Não abro mão das minhas posições de respeito às liberdades individuais, do direito das pessoas de se autodeterminarem, de serem donas do seu corpo." Sobre casamento gay, diz que "as pessoas têm o direito de fazer sua opção". Sobre aborto, acha que o conceito da lei atual "é bem razoável".

No PMDB desde 2013, foi eleito com 58.534 votos - a primeira vez que se candidatou. A campanha arrecadou R$ 1,2 milhão. Declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 575 mil em bens - o bar, um carro Sorento, um apartamento em Caxias e R$ 276 mil no banco.

Pressão. O deputado fluminense protocolou duas vezes na CPI requerimentos pedindo a quebra do sigilo bancário da ex-mulher e de duas filhas do doleiro Alberto Youssef, pediu a convocação do delator Julio Camargo e também de sua advogada, Beatriz Catta Preta, que recentemente deixou a defesa de todos seus clientes, nove delatores, da Lava Jato.

Em audiência na Justiça Federal no Paraná no dia 16, Youssef acusou um parlamentar - sem citar o nome - de ser "pau mandado" do presidente da Câmara e usar a CPI numa tentativa de tentar intimidá-lo.

"Quando ele disse aquilo, recebi como um recado para mim. Mas fiquei na minha e estava torcendo para a imprensa não tocar para frente. Mas aí tive que assumir o assunto quando colocaram minha foto. Ele tem os agentes dele se movimentando por aí", diz Pansera.

Também como prova de que não é um fiel servidor a Cunha, ele diz ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o rompimento do PMDB com o governo, como defende Cunha. Mas apesar de tantas evidências, ele reconhece que fama de pau mandado pegou. "Fico bem incomodado com isso. O pessoal me sacaneia no WhatsApp direto. Ficam me chamando de pau mandando. É quase irritante".

Rio e Brasília - O novo ministro da Ciência e Tecnologia Celso Pansera (PMDB-RJ), que chegou a ser chamado por Alberto Youssef de "pau mandado" do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é dono de um restaurante em Caxias (RJ) chamado Barganha.

Em entrevista ao Estado em julho, ele disse que o vazamento do depoimento do doleiro fazendo acusações contra ele na época era uma tentativa de intimidá-lo e interferir nos trabalhos da CPI. "Tomei como recado e como ameaça física a mim", afirmou ao Estado em julho em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), sua base eleitoral.

"Eu me senti intimidado. Não tem sentido, um cara com o poderio que ele tem, se sentir intimidado por ação de um parlamentar. Ele tentou interferir no trabalho da CPI, como quem diz: 'cuidado, sei quem é você. Pau mandado é expressão chula, desagradável. Típica de submundo mesmo."

O restaurante Barganha, na Baixada Fluminense, pertencente ao deputado federal Celso Pansera (PMDB-RJ) Foto: Fabio Motta/Estadão

Nascido em São Valentim (RS), Pansera é um dos seis filhos de agricultores. Diz ter tido infância pobre - a TV só chegou à casa da família quando tinha 15 anos. Na escola, destacou-se na militância estudantil e elegeu-se secretário-geral da União Nacional dos Estudantes (UNE). Aos 26 anos, veio para o Rio.Foi filiado ao PT, que deixou em 1992 para aderir ao grupo que fundou o PSTU. Chegou a dirigente do partido, conhecido pelo radicalismo de esquerda, do qual se desligou em 2001 por considerar "erro histórico" não apoiar a eleição de Lula. 

Pansera é dono de um restaurante em Caxias, o Barganha. "Achei o nome no dicionário. É um self-service." Ele também dá aulas voluntárias de Português em curso vestibular para carentes.

Quando o PSTU ganhou a direção do Sindicato dos Bancários em Caxias, do qual foi assessor, passou a militar na Baixada. Em 1998, trabalhou para a reeleição do então deputado federal do PSB Alexandre Cardoso, hoje prefeito da cidade. "Essa proximidade era estranha e incômoda. Isso abriu um fosso do ponto de vista ideológico e programático que acabou com a saída dele do PSTU", disse Cyro Garcia, presidente do partido no Rio. "Rompemos politicamente e hoje ele faz parte de um partido burguês, sustentáculo de governo avesso aos interesses dos trabalhadores, mas nossas relações são amistosas e cordiais".

Veja como fica a Esplanada dos Ministérios depois da reforma

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1 - Advocacia Geral da União (AGU)

Foto: Agência Brasil
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2 - Agricultura

Foto: André Dusek/Estadão
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3 - Banco Central

Foto: André Dusek/Estadão
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4 - Casa Civil

Foto: João Mattos/Brazil Photopress
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5 - Controladoria Geral da União (CGU)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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6 - Cidades

Foto: André Dusek/Estadão
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7 - Ciência, Tecnologia e Inovação

Foto: Facebook/Reprodução
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8 - Comunicações

Foto: Andre Figueiredo/AE
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9 - Cultura

Foto: Silvana Garzaro
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10 - Defesa

Foto: André Dusek/Estadão
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11 - Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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12 - Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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13 - Desenvolvimento Agrário

Foto: Ed Ferreira/Estadão
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14 - Educação

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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15 - Esportes

Foto: Douglas Gomes/Divulgação
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16 - Fazenda

Foto: André Dusek/Estadão
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17 - Integração Nacional

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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18 - Justiça

Foto: André Dusek/Estadão
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19 - Meio Ambiente

Foto: Marcos de Paula/AE
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20 - Minas e Energia

Foto: André Dusek/Estadão
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21 - Planejamento

Foto: Filipe Araujo/Estadão
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22 - Trabalho e Previdência Social

Foto: Dida Sampaio/Estadão
23 | 31

23 - Relações Exteriores

Foto: Ueslei Marcelino/AP
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24 - Saúde

Foto: Dida Sampaio/Estadão
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25 - Secretaria da Aviação Civil

Foto: TV Estadão/Reprodução
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26 - Cidadania

Foto: Secom/PR
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27 - Secretaria de Comunicação Social

Foto: Elza Fiuza/Ageência Brasil
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28 - Secretaria de Portos

Foto: Divulgação
29 | 31

29 - Secretaria de Governo

Foto: Dida Sampaio/Estadão
30 | 31

30 - Transportes

Foto: José Patricio/Estadão
31 | 31

31 - Turismo

Foto: André Dusek/Estadão

Cardoso e Pansera deixaram os socialistas quando Eduardo Campos lançou-se pré-candidato a presidente, em 2013, e Pansera foi para o PMDB de Eduardo Cunha. Segundo ele, a primeira vez em que se encontrou com o atual presidente da Câmara foi numa reunião do diretório no final daquele mesmo ano. "A relação de Celso com Cunha nunca foi subalterna. Ele é um estrategista, que sempre pautou pela atuação na esquerda e defende a permanência no governo Dilma", disse o padrinho político.

Na Câmara, divergiu de Cunha ao votar contra a redução da maioridade penal. "Tenho relação franca com ele. Dizem que ele ligou para deputados para que mudassem o voto na questão da maioridade penal. Para mim, nunca. Não abro mão das minhas posições de respeito às liberdades individuais, do direito das pessoas de se autodeterminarem, de serem donas do seu corpo." Sobre casamento gay, diz que "as pessoas têm o direito de fazer sua opção". Sobre aborto, acha que o conceito da lei atual "é bem razoável".

No PMDB desde 2013, foi eleito com 58.534 votos - a primeira vez que se candidatou. A campanha arrecadou R$ 1,2 milhão. Declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 575 mil em bens - o bar, um carro Sorento, um apartamento em Caxias e R$ 276 mil no banco.

Pressão. O deputado fluminense protocolou duas vezes na CPI requerimentos pedindo a quebra do sigilo bancário da ex-mulher e de duas filhas do doleiro Alberto Youssef, pediu a convocação do delator Julio Camargo e também de sua advogada, Beatriz Catta Preta, que recentemente deixou a defesa de todos seus clientes, nove delatores, da Lava Jato.

Em audiência na Justiça Federal no Paraná no dia 16, Youssef acusou um parlamentar - sem citar o nome - de ser "pau mandado" do presidente da Câmara e usar a CPI numa tentativa de tentar intimidá-lo.

"Quando ele disse aquilo, recebi como um recado para mim. Mas fiquei na minha e estava torcendo para a imprensa não tocar para frente. Mas aí tive que assumir o assunto quando colocaram minha foto. Ele tem os agentes dele se movimentando por aí", diz Pansera.

Também como prova de que não é um fiel servidor a Cunha, ele diz ser contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e o rompimento do PMDB com o governo, como defende Cunha. Mas apesar de tantas evidências, ele reconhece que fama de pau mandado pegou. "Fico bem incomodado com isso. O pessoal me sacaneia no WhatsApp direto. Ficam me chamando de pau mandando. É quase irritante".

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