BRASÍLIA – Indicado nesta segunda-feira, 8, para assumir o ministério da Educação após a demissão de Ricardo Vélez Rodríguez, o economista Abraham Weintraub também é seguidor das teorias do escritor Olavo de Carvalho. Ele defende que é preciso vencer o chamado marxismo cultural das universidades a partir dos ensinamentos do guru do bolsonarismo. Weintraub disse, no entanto, que não segue ‘ipsis litteris’ as ideias de Olavo.
A tese foi apresentada por ele em dezembro a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante um evento organizado por um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em Foz do Iguaçu (PR). “Dá para ganhar deles. É Olavo de Carvalho adaptado”, disse Abraham. “E como ganhamos deles? Não sendo chato. Temos que ganhar com humor e inteligência”.
Na Cúpula Conservadora das Américas, Abraham afirmou que a adaptação das ideias de Olavo deram resultado com a eleição de Bolsonaro. “Eles têm técnica de ganhar essa brincadeira. Mas a gente tem técnica para vencer deles. Agente é a prova disso. A gente adaptou a teoria do Olavo de Carvalho de como enfrentar eles no debate intelectual”, disse.
Na mesma palestra, seu irmão, Arthur Weintraub, chegou a dizer que era preciso adotar o estilo de Olavo, inclusive com xingamentos. “Quando um comunista ou socialista chegar para você com ‘nhoim nhoim’, você pega e manda ele para aquele lugar. Xinga. Faça o que o professor Olavo fala. Xinga”, disse Arthur. Abraham logo endossou frase do irmão: “mas sem perder a ternura jamais”. E Arthur completou: “Quando você for dialogar com uma pessoa sem integridade intelectual como é um comunista, você não pode ter premissas racionais”.
Na época os dois eram responsáveis por pensar a reforma da Previdência na equipe de transição do governo. Quando Bolsonaro assumiu a Presidência, Abraham foi indicado como secretário executivo da Casa Civil e Arthur foi para a equipe do ministro Paulo Guedes (Economia). Apesar de integrar a parte econômica do que seria o futuro governo, Weintraub aproveitou a temática do evento para focar seu discurso no combate ao pensamento de esquerda. Os irmãos contaram que desde que começaram a ajudar Bolsonaro, ainda em 2017, enfrentaram muita resistência no meio acadêmico.
Abraham afirmou ainda que seus adversários tinha “técnica para ganhar essa brincadeira”, mas destacou que a vitória de Bolsonaro mostrou que os conservadores também poderiam ter uma técnica de vitória. “A gente é prova disso.”
No evento de Foz do Iguaçu, o agora ministro também disse que o País precisava “parar de fazer bobagem” para se chegar a uma situação ideal, defendeu o “expurgo do comunismo” e disse que era preciso evitar ameaças como ataques terroristas islâmicos para que o Brasil se tornasse “uma das regiões mais estáveis do mundo.”