O que diz Milton Lyra a respeito de investigações sobre propinas a emedebistas


Empresário afirma ser 'perseguido' pelos investigadores e ter sofrido pressão para implicar parlamentares

Por Luiz Vassallo

O empresário Milton Lyra, apontado como lobista de políticos do MDB, afirmou, em entrevista ao Estadão, ser inocente e se disse perseguido por investigadores com o fim de implicar parlamentares em inquéritos da Polícia Federal. “O que aconteceu é que, por conta dessas relações pessoais, criaram um personagem sobre Milton Lyra. A partir desse personagem, me envolvem em ataques contra esses políticos.”

Como mostrou o Estadão, a PF está prestes a concluir investigações a respeito da relação entre Lyra e o empresário Francisco Maximiano, que fechou contrato de R$ 1,6 bilhão para o fornecimento da vacina indiana Covaxin ao Brasil. Max, como é conhecido, foi indiciado pela CPI da Covid, em um relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), por fraude no contrato, que acabou cancelado pelo Ministério da Saúde quando o escândalo veio à tona.

Agentes da PF durante operação que fez buscas na casa de Milton Lyra, em Brasilia, em julho de 2016. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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Max é investigado pela PF por supostamente pagar propinas a Renan por meio de negócios com Lyra, em esquemas envolvendo desvios em fundos de pensão. Ao Estadão, o lobista afirmou ter negócios legítimos com Max que passam ao largo da vacina Covaxin. Ele relatou, ainda, em detalhes, tentativas do Ministério Público Federal de pressioná-lo para implicar políticos em uma delação premiada.

A diversas perguntas feitas pela reportagem, Lyra afirmou não poder responder por estar se defendendo em investigações que correm no Supremo Tribunal Federal. Na Corte, a Procuradoria-Geral da República pediu recentemente uma análise da quebra de sigilos bancário e telefônico de Lyra, a fim de fechar o cerco sobre suas relações com emedebistas. A PF suspeita, inclusive, de que um delator está se omitindo para proteger o empresário. E advertiu sobre a possibilidade de rescisão de seu acordo.

Veja os principais trechos do que afirmou, em entrevista, o suposto lobista ligado ao MDB.

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‘Boas relações em Brasília’

Eu tive relações sociais com políticos nos 17 anos em que morei em Brasília, o que é natural. Mas nunca fiz negócios com Renan Calheiros ou qualquer outro. O que aconteceu é que, por conta dessas relações pessoais, criaram um personagem sobre Milton Lyra. A partir desse personagem, me envolvem em ataques contra esses políticos. O Milton Lyra operador político simplesmente não existe. Eu sou empresário e hoje pago um preço alto por ter tido boas relações em Brasília. Eu não circulei no Congresso mais do que qualquer pessoa que morou por 17 anos em Brasília. Eu hoje pago o preço de ter sempre cultivado boas relações. No Brasil qualquer pessoa que tem boa relação no meio político é logo atacada. Isso faz parte de uma cultura de demonizar a política. Não digo que não há erros na política. Mas muito da crise pela qual o Brasil passa é fruto dessa percepção de que a política é, por natureza, má, de que quem tem contato com políticos está metido em esquemas. Nunca foi o meu caso. Não faço negócios com políticos. Meus negócios são privados e legais.

Renan Calheiros

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Nunca fiz esse papel de levar demandas para o senador Renan Calheiros ou para qualquer outro político. O que já aconteceu é que apresentei em poucas ocasiões sociais empresários para ele. Isso aconteceu quando o encontrei em almoços ou eventos sociais, por exemplo. Mas nada que envolvesse negócios. Nunca fiz ou intermediei negócios com Renan Calheiros ou qualquer outro.

Os negócios com Max

A minha empresa Medicando interessava estrategicamente à Global, do Maximiano, por causa das soluções tecnológicas, de inteligência artificial e dados de saúde que desenvolvemos. Mas também não posso me aprofundar no assunto porque ele está sendo investigado tanto no Supremo quanto na primeira instância – o que por si só é uma aberração jurídica, já que um mesmo fato não pode ser investigado duas vezes, em duas instâncias diferentes.

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Pressão para delatar

Quando eu fui detido na Operação Rizoma, no Rio de Janeiro, eu fui muito pressionado. Sofri tortura psicológica. Eu fiquei um dia todo na Procuradoria sem a presença dos meus advogados. O procurador Eduardo El Hage (coordenador da Lava Jato do Rio) me disse: “Agora te pegamos. Se você colaborar com a gente, você sai daqui para a casa. E, se você não colaborar, você volta para o presídio e vai ser muito difícil você sair de lá". Isso tudo sem a presença dos meus advogados. Eu dizia para ele que eu não tinha o que delatar. Primeiro, porque eu não tinha cometido crime nenhum e, também, porque eu não tinha o que delatar. Mas ele insistiu que eu sabia muita coisa. Então, eu cheguei à conclusão de que fui preso não pelo o que eu fiz, mas pelo o que eles achavam que eu sabia.

Operador

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Eu sou investigado desde 2013. As primeiras buscas e apreensões e quebras de sigilos bancários e fiscais contra mim aconteceram em 2016. Até hoje não há uma acusação contra mim que para em pé. Mas a perseguição continua. O que fizeram foi criar um personagem que não condiz com quem eu sou. Eu não sou operador do MDB ou de político algum. Mas os procuradores usam o personagem Milton Lyra para atingir os políticos que eles não gostam. Basta ver o que foi revelado na 'vaza jato', quando um procurador diz que os investigadores de Curitiba, Rio e Brasília estavam concentrando as atenções em mim para tentar chegar ao senador Renan Calheiros. Para eles, eu era o caminho para eles pegarem um parlamentar.

Procurador nega pressão

Ao Estadão, o procurador da República Eduardo El Hage afirmou que “em nenhuma das fases da operação no Rio de Janeiro ouvimos qualquer pessoa sem a presença de seu advogado e sempre fizemos questão de advertir a todos o seu direito ao silêncio”. “Isso pode ser confirmado com os advogados que participaram da defesa de dezenas de clientes."

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“No caso do sr. Milton Lyra, eu troquei uma ou duas palavras com ele no corredor, em pé, quando ele chegou à Procuradoria. Depois ele aguardou seu advogado numa sala com ar-condicionado, onde foram servidos água e café. Nós nunca propusemos acordo de colaboração com ninguém. A regra era que a iniciativa partisse do colaborador. Na ocasião, ele foi chamado para ser ouvido e, pelo que me lembro, ficou em silêncio. Meu contato com ele foi muito rápido.”

O procurador ainda chama o relato de “mentira deslavada”.

O empresário Milton Lyra, apontado como lobista de políticos do MDB, afirmou, em entrevista ao Estadão, ser inocente e se disse perseguido por investigadores com o fim de implicar parlamentares em inquéritos da Polícia Federal. “O que aconteceu é que, por conta dessas relações pessoais, criaram um personagem sobre Milton Lyra. A partir desse personagem, me envolvem em ataques contra esses políticos.”

Como mostrou o Estadão, a PF está prestes a concluir investigações a respeito da relação entre Lyra e o empresário Francisco Maximiano, que fechou contrato de R$ 1,6 bilhão para o fornecimento da vacina indiana Covaxin ao Brasil. Max, como é conhecido, foi indiciado pela CPI da Covid, em um relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), por fraude no contrato, que acabou cancelado pelo Ministério da Saúde quando o escândalo veio à tona.

Agentes da PF durante operação que fez buscas na casa de Milton Lyra, em Brasilia, em julho de 2016. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Max é investigado pela PF por supostamente pagar propinas a Renan por meio de negócios com Lyra, em esquemas envolvendo desvios em fundos de pensão. Ao Estadão, o lobista afirmou ter negócios legítimos com Max que passam ao largo da vacina Covaxin. Ele relatou, ainda, em detalhes, tentativas do Ministério Público Federal de pressioná-lo para implicar políticos em uma delação premiada.

A diversas perguntas feitas pela reportagem, Lyra afirmou não poder responder por estar se defendendo em investigações que correm no Supremo Tribunal Federal. Na Corte, a Procuradoria-Geral da República pediu recentemente uma análise da quebra de sigilos bancário e telefônico de Lyra, a fim de fechar o cerco sobre suas relações com emedebistas. A PF suspeita, inclusive, de que um delator está se omitindo para proteger o empresário. E advertiu sobre a possibilidade de rescisão de seu acordo.

Veja os principais trechos do que afirmou, em entrevista, o suposto lobista ligado ao MDB.

‘Boas relações em Brasília’

Eu tive relações sociais com políticos nos 17 anos em que morei em Brasília, o que é natural. Mas nunca fiz negócios com Renan Calheiros ou qualquer outro. O que aconteceu é que, por conta dessas relações pessoais, criaram um personagem sobre Milton Lyra. A partir desse personagem, me envolvem em ataques contra esses políticos. O Milton Lyra operador político simplesmente não existe. Eu sou empresário e hoje pago um preço alto por ter tido boas relações em Brasília. Eu não circulei no Congresso mais do que qualquer pessoa que morou por 17 anos em Brasília. Eu hoje pago o preço de ter sempre cultivado boas relações. No Brasil qualquer pessoa que tem boa relação no meio político é logo atacada. Isso faz parte de uma cultura de demonizar a política. Não digo que não há erros na política. Mas muito da crise pela qual o Brasil passa é fruto dessa percepção de que a política é, por natureza, má, de que quem tem contato com políticos está metido em esquemas. Nunca foi o meu caso. Não faço negócios com políticos. Meus negócios são privados e legais.

Renan Calheiros

Nunca fiz esse papel de levar demandas para o senador Renan Calheiros ou para qualquer outro político. O que já aconteceu é que apresentei em poucas ocasiões sociais empresários para ele. Isso aconteceu quando o encontrei em almoços ou eventos sociais, por exemplo. Mas nada que envolvesse negócios. Nunca fiz ou intermediei negócios com Renan Calheiros ou qualquer outro.

Os negócios com Max

A minha empresa Medicando interessava estrategicamente à Global, do Maximiano, por causa das soluções tecnológicas, de inteligência artificial e dados de saúde que desenvolvemos. Mas também não posso me aprofundar no assunto porque ele está sendo investigado tanto no Supremo quanto na primeira instância – o que por si só é uma aberração jurídica, já que um mesmo fato não pode ser investigado duas vezes, em duas instâncias diferentes.

Pressão para delatar

Quando eu fui detido na Operação Rizoma, no Rio de Janeiro, eu fui muito pressionado. Sofri tortura psicológica. Eu fiquei um dia todo na Procuradoria sem a presença dos meus advogados. O procurador Eduardo El Hage (coordenador da Lava Jato do Rio) me disse: “Agora te pegamos. Se você colaborar com a gente, você sai daqui para a casa. E, se você não colaborar, você volta para o presídio e vai ser muito difícil você sair de lá". Isso tudo sem a presença dos meus advogados. Eu dizia para ele que eu não tinha o que delatar. Primeiro, porque eu não tinha cometido crime nenhum e, também, porque eu não tinha o que delatar. Mas ele insistiu que eu sabia muita coisa. Então, eu cheguei à conclusão de que fui preso não pelo o que eu fiz, mas pelo o que eles achavam que eu sabia.

Operador

Eu sou investigado desde 2013. As primeiras buscas e apreensões e quebras de sigilos bancários e fiscais contra mim aconteceram em 2016. Até hoje não há uma acusação contra mim que para em pé. Mas a perseguição continua. O que fizeram foi criar um personagem que não condiz com quem eu sou. Eu não sou operador do MDB ou de político algum. Mas os procuradores usam o personagem Milton Lyra para atingir os políticos que eles não gostam. Basta ver o que foi revelado na 'vaza jato', quando um procurador diz que os investigadores de Curitiba, Rio e Brasília estavam concentrando as atenções em mim para tentar chegar ao senador Renan Calheiros. Para eles, eu era o caminho para eles pegarem um parlamentar.

Procurador nega pressão

Ao Estadão, o procurador da República Eduardo El Hage afirmou que “em nenhuma das fases da operação no Rio de Janeiro ouvimos qualquer pessoa sem a presença de seu advogado e sempre fizemos questão de advertir a todos o seu direito ao silêncio”. “Isso pode ser confirmado com os advogados que participaram da defesa de dezenas de clientes."

“No caso do sr. Milton Lyra, eu troquei uma ou duas palavras com ele no corredor, em pé, quando ele chegou à Procuradoria. Depois ele aguardou seu advogado numa sala com ar-condicionado, onde foram servidos água e café. Nós nunca propusemos acordo de colaboração com ninguém. A regra era que a iniciativa partisse do colaborador. Na ocasião, ele foi chamado para ser ouvido e, pelo que me lembro, ficou em silêncio. Meu contato com ele foi muito rápido.”

O procurador ainda chama o relato de “mentira deslavada”.

O empresário Milton Lyra, apontado como lobista de políticos do MDB, afirmou, em entrevista ao Estadão, ser inocente e se disse perseguido por investigadores com o fim de implicar parlamentares em inquéritos da Polícia Federal. “O que aconteceu é que, por conta dessas relações pessoais, criaram um personagem sobre Milton Lyra. A partir desse personagem, me envolvem em ataques contra esses políticos.”

Como mostrou o Estadão, a PF está prestes a concluir investigações a respeito da relação entre Lyra e o empresário Francisco Maximiano, que fechou contrato de R$ 1,6 bilhão para o fornecimento da vacina indiana Covaxin ao Brasil. Max, como é conhecido, foi indiciado pela CPI da Covid, em um relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), por fraude no contrato, que acabou cancelado pelo Ministério da Saúde quando o escândalo veio à tona.

Agentes da PF durante operação que fez buscas na casa de Milton Lyra, em Brasilia, em julho de 2016. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Max é investigado pela PF por supostamente pagar propinas a Renan por meio de negócios com Lyra, em esquemas envolvendo desvios em fundos de pensão. Ao Estadão, o lobista afirmou ter negócios legítimos com Max que passam ao largo da vacina Covaxin. Ele relatou, ainda, em detalhes, tentativas do Ministério Público Federal de pressioná-lo para implicar políticos em uma delação premiada.

A diversas perguntas feitas pela reportagem, Lyra afirmou não poder responder por estar se defendendo em investigações que correm no Supremo Tribunal Federal. Na Corte, a Procuradoria-Geral da República pediu recentemente uma análise da quebra de sigilos bancário e telefônico de Lyra, a fim de fechar o cerco sobre suas relações com emedebistas. A PF suspeita, inclusive, de que um delator está se omitindo para proteger o empresário. E advertiu sobre a possibilidade de rescisão de seu acordo.

Veja os principais trechos do que afirmou, em entrevista, o suposto lobista ligado ao MDB.

‘Boas relações em Brasília’

Eu tive relações sociais com políticos nos 17 anos em que morei em Brasília, o que é natural. Mas nunca fiz negócios com Renan Calheiros ou qualquer outro. O que aconteceu é que, por conta dessas relações pessoais, criaram um personagem sobre Milton Lyra. A partir desse personagem, me envolvem em ataques contra esses políticos. O Milton Lyra operador político simplesmente não existe. Eu sou empresário e hoje pago um preço alto por ter tido boas relações em Brasília. Eu não circulei no Congresso mais do que qualquer pessoa que morou por 17 anos em Brasília. Eu hoje pago o preço de ter sempre cultivado boas relações. No Brasil qualquer pessoa que tem boa relação no meio político é logo atacada. Isso faz parte de uma cultura de demonizar a política. Não digo que não há erros na política. Mas muito da crise pela qual o Brasil passa é fruto dessa percepção de que a política é, por natureza, má, de que quem tem contato com políticos está metido em esquemas. Nunca foi o meu caso. Não faço negócios com políticos. Meus negócios são privados e legais.

Renan Calheiros

Nunca fiz esse papel de levar demandas para o senador Renan Calheiros ou para qualquer outro político. O que já aconteceu é que apresentei em poucas ocasiões sociais empresários para ele. Isso aconteceu quando o encontrei em almoços ou eventos sociais, por exemplo. Mas nada que envolvesse negócios. Nunca fiz ou intermediei negócios com Renan Calheiros ou qualquer outro.

Os negócios com Max

A minha empresa Medicando interessava estrategicamente à Global, do Maximiano, por causa das soluções tecnológicas, de inteligência artificial e dados de saúde que desenvolvemos. Mas também não posso me aprofundar no assunto porque ele está sendo investigado tanto no Supremo quanto na primeira instância – o que por si só é uma aberração jurídica, já que um mesmo fato não pode ser investigado duas vezes, em duas instâncias diferentes.

Pressão para delatar

Quando eu fui detido na Operação Rizoma, no Rio de Janeiro, eu fui muito pressionado. Sofri tortura psicológica. Eu fiquei um dia todo na Procuradoria sem a presença dos meus advogados. O procurador Eduardo El Hage (coordenador da Lava Jato do Rio) me disse: “Agora te pegamos. Se você colaborar com a gente, você sai daqui para a casa. E, se você não colaborar, você volta para o presídio e vai ser muito difícil você sair de lá". Isso tudo sem a presença dos meus advogados. Eu dizia para ele que eu não tinha o que delatar. Primeiro, porque eu não tinha cometido crime nenhum e, também, porque eu não tinha o que delatar. Mas ele insistiu que eu sabia muita coisa. Então, eu cheguei à conclusão de que fui preso não pelo o que eu fiz, mas pelo o que eles achavam que eu sabia.

Operador

Eu sou investigado desde 2013. As primeiras buscas e apreensões e quebras de sigilos bancários e fiscais contra mim aconteceram em 2016. Até hoje não há uma acusação contra mim que para em pé. Mas a perseguição continua. O que fizeram foi criar um personagem que não condiz com quem eu sou. Eu não sou operador do MDB ou de político algum. Mas os procuradores usam o personagem Milton Lyra para atingir os políticos que eles não gostam. Basta ver o que foi revelado na 'vaza jato', quando um procurador diz que os investigadores de Curitiba, Rio e Brasília estavam concentrando as atenções em mim para tentar chegar ao senador Renan Calheiros. Para eles, eu era o caminho para eles pegarem um parlamentar.

Procurador nega pressão

Ao Estadão, o procurador da República Eduardo El Hage afirmou que “em nenhuma das fases da operação no Rio de Janeiro ouvimos qualquer pessoa sem a presença de seu advogado e sempre fizemos questão de advertir a todos o seu direito ao silêncio”. “Isso pode ser confirmado com os advogados que participaram da defesa de dezenas de clientes."

“No caso do sr. Milton Lyra, eu troquei uma ou duas palavras com ele no corredor, em pé, quando ele chegou à Procuradoria. Depois ele aguardou seu advogado numa sala com ar-condicionado, onde foram servidos água e café. Nós nunca propusemos acordo de colaboração com ninguém. A regra era que a iniciativa partisse do colaborador. Na ocasião, ele foi chamado para ser ouvido e, pelo que me lembro, ficou em silêncio. Meu contato com ele foi muito rápido.”

O procurador ainda chama o relato de “mentira deslavada”.

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