Nesta quinta-feira, 1º, será divulgada uma nova rodada de pesquisa Datafolha para presidente. No levantamento mais recente, no dia 18, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha 47% das intenções de voto na disputa pelo Palácio do Planalto. Candidato à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) somava 32%.
A pesquisa divulgada nesta quinta será a primeira do instituto depois do início do horário eleitoral gratuito. O levantamento ocorreu após o primeiro debate entre os presidenciáveis promovido pela Band. No encontro, Bolsonaro virou alvo por ofensa às mulheres, e Lula, por corrupção.
Para o cientista político e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Camilo Aggio, o levantamento poderá medir o impacto e a repercussão do debate entre o eleitorado. “A agressão a (jornalista) Vera Magalhães repercutiu significativamente. Vamos saber como isso foi digerido e consumido, porque a maior indisposição com Bolsonaro é o segmento feminino. Ele foi muito agressivo e contra uma mulher, que são dois elementos que o desfavorecem muito. Talvez o Datafolha aponte isso”, afirma Aggio.
No debate, Bolsonaro foi agressivo ao comentar uma pergunta de Vera Magalhães dirigida a Ciro Gomes sobre o tema vacinas. “Vera, eu não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido em um debate como esse. Fazer acusações mentirosas ao meu respeito, você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, afirmou o candidato à reeleição.
Na sequência, Bolsonaro direcionou falas agressivas contra Simone Tebet (MDB). “A senhora é uma vergonha no Senado Federal. E não estou atacando mulheres, não. Não venha com essa historinha de se vitimizar.”
De acordo com Aggio, no entanto, esta eleição mostra um voto já consolidado entre eleitores de Lula e Bolsonaro. “De 72% a 80% das pessoas que declaram voto em Lula ou Bolsonaro afirmam que não mudam de candidato”, diz. Ele acrescenta ainda que “há muito tempo que temos um cenário muito definido”.
Camilo Aggio, professor da UFMG
Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), doutor em ciência política, Emerson Cervi, esse episódio não foi novidade para os eleitores de Bolsonaro. “Na pesquisa como um todo, não haverá influência, mas sim sobre a campanha e a militância. Não podemos imaginar que todos os eleitores vão assistir ao debate e a audiência foi abaixo das entrevistas do Jornal Nacional. Além do que agredir mulheres não é um fato novo para o Bolsonaro”, diz Cervi.
Segundo o professor, após quase uma semana de exposição ao horário eleitoral gratuito, é natural um crescimento dos candidatos que não estão em primeiro ou segundo lugar nas pesquisas. “O eleitor vai vendo outros candidatos, então é possível um crescimento entre os que estão em terceiro, quarto e quinto lugar. Em geral, os pontos não saem todos do primeiro e segundo colocado, mas também dos indecisos, que não tinham candidato ou dos que não iriam votar”, aponta Cervil.
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“Estamos fazendo pesquisas em intervalos muito curtos, que não dá tempo de o eleitor mudar de ideia. E não há um evento marcante ou significativo que alteraria o cenário, como a facada de 2018. Quaisquer grandes mudanças serão uma grande surpresa”, acrescenta Cervi.
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O mais recente levatamento Ipec (antiga Ibope), divulgada na última segunda-feira, 29, colheu dados entre os dias 26 e 28 de agosto. Cerca de 2 mil pessoas foram entrevistadas. Com 44% das intenções de voto, Lula lidera a disputa pelo Palácio do Planalto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%. Ciro Gomes (PDT) com 7% e Simone Tebet (MDB) aparece com 3%, empatada com o pedetista no limite da margem de erro (dois pontos porcentuais).
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O Agregador de Pesquisas do Estadão foi atualizado nesta quarta-feira, 31. Segundo a Média Estadão Dados, calculada pelo agregador, Lula tem 44% das intenções de voto e Bolsonaro, 33%. Se forem considerados apenas os votos válidos (sem contar nulos, brancos e indecisos), o candidato petista lidera por 51% a 38%.