O que se celebra no dia 7 de Setembro? Entenda


Feriado relembra gesto de d.Pedro I, em 1822, que marcou a separação política entre Brasil e Portugal, nas margens do riacho Ipiranga, em São Paulo

Por Gabriel de Sousa

BRASÍLIA – Neste sábado, 7, será comemorado a 202º aniversário do Dia da Independência, que celebra o dia em que o Brasil deu um passo para se tornar uma nação soberana. A data não faz referência ao momento em que o território brasileiro se emancipou de Portugal de fato, mas destaca um gesto político do imperador d. Pedro I (1798-1834), nas margens de um riacho que fica na cidade de São Paulo, que marcou a separação política entre os dois países.

Uma reprodução do 'Grito'de Pedro Américo, que pertence ao acervo do Museu do Ipiranga Foto: Acervo Estadão

A história que culminou no 7 de Setembro ocorreu quando d. Pedro estava fazendo uma viagem para São Paulo. O regente recebeu uma carta da esposa dele, d. Leopoldina da Áustria, que continha uma recomendação da independência imediata do Brasil ante a coroa portuguesa.

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Quando Pedro leu a carta, anunciou que a Independência do Brasil estava consolidada para os militares que o cercavam. Segundo testemunhas, ele bradou: “Independência ou morte!”. A frase dá título ao famoso quadro do pintor Pedro Américo, de 1888, que é a principal referência artística do momento em que o território brasileiro deu um passo para se tornar autônomo de Portugal.

O gesto de d.Pedro se deu onde hoje é o Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No local, há um museu controlado pela Universidade de São Paulo (USP). O acesso é gratuito neste feriado.

Monumento à Independência, localizado no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Independência do Brasil tem outras datas importantes

A Independência do Brasil foi um processo complexo e a emancipação de Portugal se estende ao grito de d. Pedro nas margens do riacho Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. Historiadores ouvidos pelo Estadão apontam que o Brasil começou a trilhar o caminho da sua autonomia em 1808, quando o rei português D. João VI chegou ao Rio e o território brasileiro deixou de ter o status de colônia.

Deixando de ser uma colônia, a elite brasileira começou a fervilhar um interesse pela autonomia política ante a coroa portuguesa. Ao lado do País, antigos territórios controlados pela Espanha também começaram a conquistar a sua soberania, como Argentina, Colômbia, Chile e Venezuela.

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Em abril de 1821, d. João voltou para Portugal e deixou d. Pedro I, filho dele, como regente do território brasileiro. Desejando o retorno do Brasil para a condição de colônia, a nobreza portuguesa exigiu que ele também retornasse à Europa. Em 9 de janeiro de 1822, Pedro disse no Rio que não iria cumprir a ordem e a data ficou imortalizada como o Dia do Fico, outra data que pode ser considerada significativa para a Independência.

Para o jornalista e historiador Eduardo Bueno, o Dia do Fico marcou a separação definitiva entre Brasil e Portugal. Segundo ele, o momento em que Pedro decidiu descumprir as ordens do governo português abriu um caminho sem volta para a consolidação de uma nação na América.

“Se tivesse que decidir qual foi o momento que o Brasil se separou de Portugal, a faísca inicial que botou fogo em tudo foi o Dia do Fico. Foi um dia sem volta. Quando d. Pedro disse ‘diga ao povo que fico’ não teve mais volta. O 7 de Setembro foi uma casualidade”, disse.

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D. Pedro diz ao povo do Rio de Janeiro que vai permanecer no Brasil, em 9 de janeiro de 1822 Foto: Pintura de Jean-Baptiste Debret

Pedro foi aclamado imperador do País em 12 de outubro e coroado no dia 1º de dezembro de 1822. Sérgio Coutinho, doutor em história pela Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que, nos primeiros anos do Brasil como nação soberana, o dia 12 de outubro foi considerado a data magna da Independência.

O 7 de Setembro veio à tona na década de 1830, quando d. Pedro abdicou do trono e rumou para Portugal. A elite brasileira buscou reforçar a separação entre os países como um movimento popular e, ao mesmo tempo, reduzir o enfoque na imagem do imperador.

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Há um mito de que a separação entre as nações foi pacífica, mas Portugal, que não queria perder o controle do território, travou uma guerra com o nascente Exército Brasileiro. Os conflitos cessaram em março de 1824 e deixou um saldo de dois a três mil mortos. O governo português reconheceu a soberania do Brasil apenas em agosto de 1825.

Para Coutinho, o Brasil passou a ser uma nação independente de fato com o acordo feito com Portugal em 1825. “No ponto de vista das relações internacionais, o reconhecimento do Brasil significa a ruptura total de Portugal. Mas no ponto de vista simbólico, foi o 7 de Setembro que acabou se transformando”, disse.

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Outras figuras além de d. Pedro

O 7 de Setembro ocorreu devido a outras mãos além de d. Pedro. Uma pessoa fundamental para a Independência foi Leopoldina, esposa do imperador. Eduardo Bueno explica que, além de enviar a carta que chegou ao imperador em São Paulo, ela foi responsável por conduzir discussões sobre a separação quando o monarca estava fora do Rio.

“Não foi ela que assinou a Independência, mas a carta que ela enviou é chave e ela deixa claro que ele [d. Pedro] deve se separar. Era uma mulher brilhante, culta, inteligente e capacitada para dirigir questões de Estado”, afirmou.

Outro personagem importante para o 7 de Setembro foi José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o “Patriarca da Independência”. Bonifácio era um mentor de d. Pedro e Leopoldina e foi responsável por dar conselhos para as decisões tomadas pelo nascente governo brasileiro.

“Ele também foi definitivo e chave. Ele era muito mais velho que o d. Pedro e a Leopoldina e ele era um mentor deles. Ele foi definitivo para todo o processo anterior e posterior”, afirmou Eduardo Bueno.

A edição do jornal O Estado de S.Paulo de 7 de setembro de 1922, o primeiro centenário da Independência, destaca a importância de Bonifácio para a construção na nação. Ele foi posto ao lado de d. Pedro como um dos responsáveis pela autonomia do Brasil ante Portugal.

Edição do centenário da Independência do Brasil destacou imagem de d.Pedro I e José Bonifácio Foto: Acervo Estadão

Há outros nomes que estão marcados na história do nascimento da nação brasileira. Um deles é o de Maria Quitéria de Jesus, que fingiu ser homem para se alistar entre os militares que combateram as forças portuguesas. Ela é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro e integra o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

BRASÍLIA – Neste sábado, 7, será comemorado a 202º aniversário do Dia da Independência, que celebra o dia em que o Brasil deu um passo para se tornar uma nação soberana. A data não faz referência ao momento em que o território brasileiro se emancipou de Portugal de fato, mas destaca um gesto político do imperador d. Pedro I (1798-1834), nas margens de um riacho que fica na cidade de São Paulo, que marcou a separação política entre os dois países.

Uma reprodução do 'Grito'de Pedro Américo, que pertence ao acervo do Museu do Ipiranga Foto: Acervo Estadão

A história que culminou no 7 de Setembro ocorreu quando d. Pedro estava fazendo uma viagem para São Paulo. O regente recebeu uma carta da esposa dele, d. Leopoldina da Áustria, que continha uma recomendação da independência imediata do Brasil ante a coroa portuguesa.

Quando Pedro leu a carta, anunciou que a Independência do Brasil estava consolidada para os militares que o cercavam. Segundo testemunhas, ele bradou: “Independência ou morte!”. A frase dá título ao famoso quadro do pintor Pedro Américo, de 1888, que é a principal referência artística do momento em que o território brasileiro deu um passo para se tornar autônomo de Portugal.

O gesto de d.Pedro se deu onde hoje é o Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No local, há um museu controlado pela Universidade de São Paulo (USP). O acesso é gratuito neste feriado.

Monumento à Independência, localizado no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Independência do Brasil tem outras datas importantes

A Independência do Brasil foi um processo complexo e a emancipação de Portugal se estende ao grito de d. Pedro nas margens do riacho Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. Historiadores ouvidos pelo Estadão apontam que o Brasil começou a trilhar o caminho da sua autonomia em 1808, quando o rei português D. João VI chegou ao Rio e o território brasileiro deixou de ter o status de colônia.

Deixando de ser uma colônia, a elite brasileira começou a fervilhar um interesse pela autonomia política ante a coroa portuguesa. Ao lado do País, antigos territórios controlados pela Espanha também começaram a conquistar a sua soberania, como Argentina, Colômbia, Chile e Venezuela.

Em abril de 1821, d. João voltou para Portugal e deixou d. Pedro I, filho dele, como regente do território brasileiro. Desejando o retorno do Brasil para a condição de colônia, a nobreza portuguesa exigiu que ele também retornasse à Europa. Em 9 de janeiro de 1822, Pedro disse no Rio que não iria cumprir a ordem e a data ficou imortalizada como o Dia do Fico, outra data que pode ser considerada significativa para a Independência.

Para o jornalista e historiador Eduardo Bueno, o Dia do Fico marcou a separação definitiva entre Brasil e Portugal. Segundo ele, o momento em que Pedro decidiu descumprir as ordens do governo português abriu um caminho sem volta para a consolidação de uma nação na América.

“Se tivesse que decidir qual foi o momento que o Brasil se separou de Portugal, a faísca inicial que botou fogo em tudo foi o Dia do Fico. Foi um dia sem volta. Quando d. Pedro disse ‘diga ao povo que fico’ não teve mais volta. O 7 de Setembro foi uma casualidade”, disse.

D. Pedro diz ao povo do Rio de Janeiro que vai permanecer no Brasil, em 9 de janeiro de 1822 Foto: Pintura de Jean-Baptiste Debret

Pedro foi aclamado imperador do País em 12 de outubro e coroado no dia 1º de dezembro de 1822. Sérgio Coutinho, doutor em história pela Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que, nos primeiros anos do Brasil como nação soberana, o dia 12 de outubro foi considerado a data magna da Independência.

O 7 de Setembro veio à tona na década de 1830, quando d. Pedro abdicou do trono e rumou para Portugal. A elite brasileira buscou reforçar a separação entre os países como um movimento popular e, ao mesmo tempo, reduzir o enfoque na imagem do imperador.

Há um mito de que a separação entre as nações foi pacífica, mas Portugal, que não queria perder o controle do território, travou uma guerra com o nascente Exército Brasileiro. Os conflitos cessaram em março de 1824 e deixou um saldo de dois a três mil mortos. O governo português reconheceu a soberania do Brasil apenas em agosto de 1825.

Para Coutinho, o Brasil passou a ser uma nação independente de fato com o acordo feito com Portugal em 1825. “No ponto de vista das relações internacionais, o reconhecimento do Brasil significa a ruptura total de Portugal. Mas no ponto de vista simbólico, foi o 7 de Setembro que acabou se transformando”, disse.

Outras figuras além de d. Pedro

O 7 de Setembro ocorreu devido a outras mãos além de d. Pedro. Uma pessoa fundamental para a Independência foi Leopoldina, esposa do imperador. Eduardo Bueno explica que, além de enviar a carta que chegou ao imperador em São Paulo, ela foi responsável por conduzir discussões sobre a separação quando o monarca estava fora do Rio.

“Não foi ela que assinou a Independência, mas a carta que ela enviou é chave e ela deixa claro que ele [d. Pedro] deve se separar. Era uma mulher brilhante, culta, inteligente e capacitada para dirigir questões de Estado”, afirmou.

Outro personagem importante para o 7 de Setembro foi José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o “Patriarca da Independência”. Bonifácio era um mentor de d. Pedro e Leopoldina e foi responsável por dar conselhos para as decisões tomadas pelo nascente governo brasileiro.

“Ele também foi definitivo e chave. Ele era muito mais velho que o d. Pedro e a Leopoldina e ele era um mentor deles. Ele foi definitivo para todo o processo anterior e posterior”, afirmou Eduardo Bueno.

A edição do jornal O Estado de S.Paulo de 7 de setembro de 1922, o primeiro centenário da Independência, destaca a importância de Bonifácio para a construção na nação. Ele foi posto ao lado de d. Pedro como um dos responsáveis pela autonomia do Brasil ante Portugal.

Edição do centenário da Independência do Brasil destacou imagem de d.Pedro I e José Bonifácio Foto: Acervo Estadão

Há outros nomes que estão marcados na história do nascimento da nação brasileira. Um deles é o de Maria Quitéria de Jesus, que fingiu ser homem para se alistar entre os militares que combateram as forças portuguesas. Ela é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro e integra o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

BRASÍLIA – Neste sábado, 7, será comemorado a 202º aniversário do Dia da Independência, que celebra o dia em que o Brasil deu um passo para se tornar uma nação soberana. A data não faz referência ao momento em que o território brasileiro se emancipou de Portugal de fato, mas destaca um gesto político do imperador d. Pedro I (1798-1834), nas margens de um riacho que fica na cidade de São Paulo, que marcou a separação política entre os dois países.

Uma reprodução do 'Grito'de Pedro Américo, que pertence ao acervo do Museu do Ipiranga Foto: Acervo Estadão

A história que culminou no 7 de Setembro ocorreu quando d. Pedro estava fazendo uma viagem para São Paulo. O regente recebeu uma carta da esposa dele, d. Leopoldina da Áustria, que continha uma recomendação da independência imediata do Brasil ante a coroa portuguesa.

Quando Pedro leu a carta, anunciou que a Independência do Brasil estava consolidada para os militares que o cercavam. Segundo testemunhas, ele bradou: “Independência ou morte!”. A frase dá título ao famoso quadro do pintor Pedro Américo, de 1888, que é a principal referência artística do momento em que o território brasileiro deu um passo para se tornar autônomo de Portugal.

O gesto de d.Pedro se deu onde hoje é o Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No local, há um museu controlado pela Universidade de São Paulo (USP). O acesso é gratuito neste feriado.

Monumento à Independência, localizado no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Independência do Brasil tem outras datas importantes

A Independência do Brasil foi um processo complexo e a emancipação de Portugal se estende ao grito de d. Pedro nas margens do riacho Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. Historiadores ouvidos pelo Estadão apontam que o Brasil começou a trilhar o caminho da sua autonomia em 1808, quando o rei português D. João VI chegou ao Rio e o território brasileiro deixou de ter o status de colônia.

Deixando de ser uma colônia, a elite brasileira começou a fervilhar um interesse pela autonomia política ante a coroa portuguesa. Ao lado do País, antigos territórios controlados pela Espanha também começaram a conquistar a sua soberania, como Argentina, Colômbia, Chile e Venezuela.

Em abril de 1821, d. João voltou para Portugal e deixou d. Pedro I, filho dele, como regente do território brasileiro. Desejando o retorno do Brasil para a condição de colônia, a nobreza portuguesa exigiu que ele também retornasse à Europa. Em 9 de janeiro de 1822, Pedro disse no Rio que não iria cumprir a ordem e a data ficou imortalizada como o Dia do Fico, outra data que pode ser considerada significativa para a Independência.

Para o jornalista e historiador Eduardo Bueno, o Dia do Fico marcou a separação definitiva entre Brasil e Portugal. Segundo ele, o momento em que Pedro decidiu descumprir as ordens do governo português abriu um caminho sem volta para a consolidação de uma nação na América.

“Se tivesse que decidir qual foi o momento que o Brasil se separou de Portugal, a faísca inicial que botou fogo em tudo foi o Dia do Fico. Foi um dia sem volta. Quando d. Pedro disse ‘diga ao povo que fico’ não teve mais volta. O 7 de Setembro foi uma casualidade”, disse.

D. Pedro diz ao povo do Rio de Janeiro que vai permanecer no Brasil, em 9 de janeiro de 1822 Foto: Pintura de Jean-Baptiste Debret

Pedro foi aclamado imperador do País em 12 de outubro e coroado no dia 1º de dezembro de 1822. Sérgio Coutinho, doutor em história pela Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que, nos primeiros anos do Brasil como nação soberana, o dia 12 de outubro foi considerado a data magna da Independência.

O 7 de Setembro veio à tona na década de 1830, quando d. Pedro abdicou do trono e rumou para Portugal. A elite brasileira buscou reforçar a separação entre os países como um movimento popular e, ao mesmo tempo, reduzir o enfoque na imagem do imperador.

Há um mito de que a separação entre as nações foi pacífica, mas Portugal, que não queria perder o controle do território, travou uma guerra com o nascente Exército Brasileiro. Os conflitos cessaram em março de 1824 e deixou um saldo de dois a três mil mortos. O governo português reconheceu a soberania do Brasil apenas em agosto de 1825.

Para Coutinho, o Brasil passou a ser uma nação independente de fato com o acordo feito com Portugal em 1825. “No ponto de vista das relações internacionais, o reconhecimento do Brasil significa a ruptura total de Portugal. Mas no ponto de vista simbólico, foi o 7 de Setembro que acabou se transformando”, disse.

Outras figuras além de d. Pedro

O 7 de Setembro ocorreu devido a outras mãos além de d. Pedro. Uma pessoa fundamental para a Independência foi Leopoldina, esposa do imperador. Eduardo Bueno explica que, além de enviar a carta que chegou ao imperador em São Paulo, ela foi responsável por conduzir discussões sobre a separação quando o monarca estava fora do Rio.

“Não foi ela que assinou a Independência, mas a carta que ela enviou é chave e ela deixa claro que ele [d. Pedro] deve se separar. Era uma mulher brilhante, culta, inteligente e capacitada para dirigir questões de Estado”, afirmou.

Outro personagem importante para o 7 de Setembro foi José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o “Patriarca da Independência”. Bonifácio era um mentor de d. Pedro e Leopoldina e foi responsável por dar conselhos para as decisões tomadas pelo nascente governo brasileiro.

“Ele também foi definitivo e chave. Ele era muito mais velho que o d. Pedro e a Leopoldina e ele era um mentor deles. Ele foi definitivo para todo o processo anterior e posterior”, afirmou Eduardo Bueno.

A edição do jornal O Estado de S.Paulo de 7 de setembro de 1922, o primeiro centenário da Independência, destaca a importância de Bonifácio para a construção na nação. Ele foi posto ao lado de d. Pedro como um dos responsáveis pela autonomia do Brasil ante Portugal.

Edição do centenário da Independência do Brasil destacou imagem de d.Pedro I e José Bonifácio Foto: Acervo Estadão

Há outros nomes que estão marcados na história do nascimento da nação brasileira. Um deles é o de Maria Quitéria de Jesus, que fingiu ser homem para se alistar entre os militares que combateram as forças portuguesas. Ela é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro e integra o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

BRASÍLIA – Neste sábado, 7, será comemorado a 202º aniversário do Dia da Independência, que celebra o dia em que o Brasil deu um passo para se tornar uma nação soberana. A data não faz referência ao momento em que o território brasileiro se emancipou de Portugal de fato, mas destaca um gesto político do imperador d. Pedro I (1798-1834), nas margens de um riacho que fica na cidade de São Paulo, que marcou a separação política entre os dois países.

Uma reprodução do 'Grito'de Pedro Américo, que pertence ao acervo do Museu do Ipiranga Foto: Acervo Estadão

A história que culminou no 7 de Setembro ocorreu quando d. Pedro estava fazendo uma viagem para São Paulo. O regente recebeu uma carta da esposa dele, d. Leopoldina da Áustria, que continha uma recomendação da independência imediata do Brasil ante a coroa portuguesa.

Quando Pedro leu a carta, anunciou que a Independência do Brasil estava consolidada para os militares que o cercavam. Segundo testemunhas, ele bradou: “Independência ou morte!”. A frase dá título ao famoso quadro do pintor Pedro Américo, de 1888, que é a principal referência artística do momento em que o território brasileiro deu um passo para se tornar autônomo de Portugal.

O gesto de d.Pedro se deu onde hoje é o Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. No local, há um museu controlado pela Universidade de São Paulo (USP). O acesso é gratuito neste feriado.

Monumento à Independência, localizado no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo Foto: Taba Benedicto/Estadão

Independência do Brasil tem outras datas importantes

A Independência do Brasil foi um processo complexo e a emancipação de Portugal se estende ao grito de d. Pedro nas margens do riacho Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. Historiadores ouvidos pelo Estadão apontam que o Brasil começou a trilhar o caminho da sua autonomia em 1808, quando o rei português D. João VI chegou ao Rio e o território brasileiro deixou de ter o status de colônia.

Deixando de ser uma colônia, a elite brasileira começou a fervilhar um interesse pela autonomia política ante a coroa portuguesa. Ao lado do País, antigos territórios controlados pela Espanha também começaram a conquistar a sua soberania, como Argentina, Colômbia, Chile e Venezuela.

Em abril de 1821, d. João voltou para Portugal e deixou d. Pedro I, filho dele, como regente do território brasileiro. Desejando o retorno do Brasil para a condição de colônia, a nobreza portuguesa exigiu que ele também retornasse à Europa. Em 9 de janeiro de 1822, Pedro disse no Rio que não iria cumprir a ordem e a data ficou imortalizada como o Dia do Fico, outra data que pode ser considerada significativa para a Independência.

Para o jornalista e historiador Eduardo Bueno, o Dia do Fico marcou a separação definitiva entre Brasil e Portugal. Segundo ele, o momento em que Pedro decidiu descumprir as ordens do governo português abriu um caminho sem volta para a consolidação de uma nação na América.

“Se tivesse que decidir qual foi o momento que o Brasil se separou de Portugal, a faísca inicial que botou fogo em tudo foi o Dia do Fico. Foi um dia sem volta. Quando d. Pedro disse ‘diga ao povo que fico’ não teve mais volta. O 7 de Setembro foi uma casualidade”, disse.

D. Pedro diz ao povo do Rio de Janeiro que vai permanecer no Brasil, em 9 de janeiro de 1822 Foto: Pintura de Jean-Baptiste Debret

Pedro foi aclamado imperador do País em 12 de outubro e coroado no dia 1º de dezembro de 1822. Sérgio Coutinho, doutor em história pela Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que, nos primeiros anos do Brasil como nação soberana, o dia 12 de outubro foi considerado a data magna da Independência.

O 7 de Setembro veio à tona na década de 1830, quando d. Pedro abdicou do trono e rumou para Portugal. A elite brasileira buscou reforçar a separação entre os países como um movimento popular e, ao mesmo tempo, reduzir o enfoque na imagem do imperador.

Há um mito de que a separação entre as nações foi pacífica, mas Portugal, que não queria perder o controle do território, travou uma guerra com o nascente Exército Brasileiro. Os conflitos cessaram em março de 1824 e deixou um saldo de dois a três mil mortos. O governo português reconheceu a soberania do Brasil apenas em agosto de 1825.

Para Coutinho, o Brasil passou a ser uma nação independente de fato com o acordo feito com Portugal em 1825. “No ponto de vista das relações internacionais, o reconhecimento do Brasil significa a ruptura total de Portugal. Mas no ponto de vista simbólico, foi o 7 de Setembro que acabou se transformando”, disse.

Outras figuras além de d. Pedro

O 7 de Setembro ocorreu devido a outras mãos além de d. Pedro. Uma pessoa fundamental para a Independência foi Leopoldina, esposa do imperador. Eduardo Bueno explica que, além de enviar a carta que chegou ao imperador em São Paulo, ela foi responsável por conduzir discussões sobre a separação quando o monarca estava fora do Rio.

“Não foi ela que assinou a Independência, mas a carta que ela enviou é chave e ela deixa claro que ele [d. Pedro] deve se separar. Era uma mulher brilhante, culta, inteligente e capacitada para dirigir questões de Estado”, afirmou.

Outro personagem importante para o 7 de Setembro foi José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o “Patriarca da Independência”. Bonifácio era um mentor de d. Pedro e Leopoldina e foi responsável por dar conselhos para as decisões tomadas pelo nascente governo brasileiro.

“Ele também foi definitivo e chave. Ele era muito mais velho que o d. Pedro e a Leopoldina e ele era um mentor deles. Ele foi definitivo para todo o processo anterior e posterior”, afirmou Eduardo Bueno.

A edição do jornal O Estado de S.Paulo de 7 de setembro de 1922, o primeiro centenário da Independência, destaca a importância de Bonifácio para a construção na nação. Ele foi posto ao lado de d. Pedro como um dos responsáveis pela autonomia do Brasil ante Portugal.

Edição do centenário da Independência do Brasil destacou imagem de d.Pedro I e José Bonifácio Foto: Acervo Estadão

Há outros nomes que estão marcados na história do nascimento da nação brasileira. Um deles é o de Maria Quitéria de Jesus, que fingiu ser homem para se alistar entre os militares que combateram as forças portuguesas. Ela é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro e integra o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.

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