O que se sabe sobre a morte do preso na Papuda pelos ataques do 8 de Janeiro


Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu após passar mal durante banho de sol nesta segunda-feira no presídio

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – Um dos presos no Congresso por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro, Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu após passar mal no Complexo Penitenciário da Papuda nesta segunda-feira, 20, em Brasília. Ele teve um mal súbito durante banho de sol no presídio.

O detento se sentiu mal por volta das 10h, no pátio do bloco de recolhimento da penitenciária. Ele foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, com protocolo de reanimação cardiorrespiratória. Às 10h58, ele morreu.

Cleriston Pereira da Cunha morreu após um mal súbito na Papuda nesta segunda-feira Foto: Reprodução/Ação penal
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Quem era Cleriston Pereira da Cunha?

Empresário e membro de uma família de políticos do interior da Bahia, Cleriston, conhecido pelos familiares e amigos próximos como “Clezão do Ramalhão”, foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro – data da invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília – e levado à Papuda. Ele nasceu na Bahia, mas morava no Distrito Federal há duas décadas.

O que ele fez no 8 de Janeiro?

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Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleriston fez parte do grupo que invadiu o Congresso durante os ataques, quebrou vidraças, espelhos, móveis, lixeiras, computadores, obras de artes e câmeras de seguranças.

Além disso, de acordo com o Ministério Público, ele queimou o salão verde da Câmara, empregando uma substância inflamável, e destruiu uma viatura da Casa. A conduta foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ao receber a denúncia.

O que alegou a defesa dele?

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Durante o julgamento da denúncia, em abril, o advogado Bruno Azevedo de Souza, defensor de Cleriston Pereira da Cunha, negou as acusações e afirmou que o acusado estava no local fazendo uma manifestação pacífica, sem depredar nenhum patrimônio público.

Cleriston se tornou réu por sete crimes, incluindo associação criminosa armada, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Ele ainda não havia sido julgado pelo plenário do Supremo. A defesa dele contestava o fato de os crimes terem sido imputados coletivamente, e não individualmente, pelo Supremo.

Cleriston Pereira da Cunha tinha problema de saúde?

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Cleriston sofria de problemas de saúde e tinha um parecer da PGR favorável à soltura dele. Enquanto estava detido preventivamente na penitenciária, ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica.

Por conta da sua condição física, a defesa de Cleriston havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a PGR deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia um despacho do STF sobre a solicitação.

Médica alertou para risco de morte

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No dia 11 de janeiro, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, do Hospital Regional de Taguatinga, pediu “agilidade na resolução do processo legal” de Cleriston alegando que o detento corria risco de morte por imunossupressão e infecções, diante de seu quadro de saúde.

De acordo com ela, o preso era acompanhado a cerca oito meses por um quadro de “vasculite múltiplos vasos” e “miosite secundária à Covid-19″. Em 2022, ele ficou internado por 33 dias para tratar complicações do estado de saúde.

“Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos a agilidade na resolução do processo legal do paciente”, escreveu.

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Como era atendimento médico na penitenciária?

De acordo com registros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Cleriston recebeu oito atendimentos médicos entre janeiro e agosto. No dia 29 de maio, o detento chegou a ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte. Os demais atendimentos ocorreram em consultórios da própria penitenciária.

Desde que foi preso, Cleriston recebeu medicamentos controlados para hipertensão e diabetes enviados pela defesa. Em fevereiro, ele chegou a recusar os remédios afirmando que não precisava mais da medicação. Em abril, o detento voltou a receber medicamentos.

Após a morte do detento, Moraes pediu que a direção do Complexo da Papuda remetesse informações detalhadas sobre as causas da morte.

“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha, oficie-se, com urgência, à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, determinou.

O que diz a família?

A família de Cleriston considera ter havido descaso do STF com o réu. Em entrevista ao Estadão, o irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, afirmou que a família está indignada pela demora do STF em despachar a concessão da liberdade provisória e relaciona a detenção na Papuda com o mal súbito ocorrido nesta segunda-feira.

Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos Foto: Reprodução/Cleriston Cunha no Facebook

Cristiano é vereador de Feira da Mata, um pequeno município no oeste da Bahia, e filiado ao PSD. Ele disse que o irmão decidiu participar do 8 de Janeiro por “aquilo que motivou todos os brasileiros” e o chamou de “verdadeiro patriota”. O pai dele, Edson Cunha, foi vice-prefeito da cidade entre os anos de 1989 e 1992.

Aliados de Bolsonaro criticam STF e Moraes

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cunha com críticas ao Supremo e ao ministro da Alexandre de Moraes.

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até esta segunda-feira, mesmo com o parecer da PGR. Segundo o parlamentar, o falecimento do homem representa uma “burocracia que vem cerceando direitos dos presos”. “É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido”, afirmou Mourão.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. “Alguém terá que ser responsabilizado”, afirmou o parlamentar do PL.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma “apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia”.

O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, acusado de tentativa de golpe de Estado, de “patriota” e publicou uma imagem em que afirma que o preso “pagou com a sua vida”.

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. “Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo”, disse.

RIO – Um dos presos no Congresso por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro, Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu após passar mal no Complexo Penitenciário da Papuda nesta segunda-feira, 20, em Brasília. Ele teve um mal súbito durante banho de sol no presídio.

O detento se sentiu mal por volta das 10h, no pátio do bloco de recolhimento da penitenciária. Ele foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, com protocolo de reanimação cardiorrespiratória. Às 10h58, ele morreu.

Cleriston Pereira da Cunha morreu após um mal súbito na Papuda nesta segunda-feira Foto: Reprodução/Ação penal

Quem era Cleriston Pereira da Cunha?

Empresário e membro de uma família de políticos do interior da Bahia, Cleriston, conhecido pelos familiares e amigos próximos como “Clezão do Ramalhão”, foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro – data da invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília – e levado à Papuda. Ele nasceu na Bahia, mas morava no Distrito Federal há duas décadas.

O que ele fez no 8 de Janeiro?

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleriston fez parte do grupo que invadiu o Congresso durante os ataques, quebrou vidraças, espelhos, móveis, lixeiras, computadores, obras de artes e câmeras de seguranças.

Além disso, de acordo com o Ministério Público, ele queimou o salão verde da Câmara, empregando uma substância inflamável, e destruiu uma viatura da Casa. A conduta foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ao receber a denúncia.

O que alegou a defesa dele?

Durante o julgamento da denúncia, em abril, o advogado Bruno Azevedo de Souza, defensor de Cleriston Pereira da Cunha, negou as acusações e afirmou que o acusado estava no local fazendo uma manifestação pacífica, sem depredar nenhum patrimônio público.

Cleriston se tornou réu por sete crimes, incluindo associação criminosa armada, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Ele ainda não havia sido julgado pelo plenário do Supremo. A defesa dele contestava o fato de os crimes terem sido imputados coletivamente, e não individualmente, pelo Supremo.

Cleriston Pereira da Cunha tinha problema de saúde?

Cleriston sofria de problemas de saúde e tinha um parecer da PGR favorável à soltura dele. Enquanto estava detido preventivamente na penitenciária, ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica.

Por conta da sua condição física, a defesa de Cleriston havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a PGR deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia um despacho do STF sobre a solicitação.

Médica alertou para risco de morte

No dia 11 de janeiro, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, do Hospital Regional de Taguatinga, pediu “agilidade na resolução do processo legal” de Cleriston alegando que o detento corria risco de morte por imunossupressão e infecções, diante de seu quadro de saúde.

De acordo com ela, o preso era acompanhado a cerca oito meses por um quadro de “vasculite múltiplos vasos” e “miosite secundária à Covid-19″. Em 2022, ele ficou internado por 33 dias para tratar complicações do estado de saúde.

“Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos a agilidade na resolução do processo legal do paciente”, escreveu.

Como era atendimento médico na penitenciária?

De acordo com registros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Cleriston recebeu oito atendimentos médicos entre janeiro e agosto. No dia 29 de maio, o detento chegou a ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte. Os demais atendimentos ocorreram em consultórios da própria penitenciária.

Desde que foi preso, Cleriston recebeu medicamentos controlados para hipertensão e diabetes enviados pela defesa. Em fevereiro, ele chegou a recusar os remédios afirmando que não precisava mais da medicação. Em abril, o detento voltou a receber medicamentos.

Após a morte do detento, Moraes pediu que a direção do Complexo da Papuda remetesse informações detalhadas sobre as causas da morte.

“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha, oficie-se, com urgência, à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, determinou.

O que diz a família?

A família de Cleriston considera ter havido descaso do STF com o réu. Em entrevista ao Estadão, o irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, afirmou que a família está indignada pela demora do STF em despachar a concessão da liberdade provisória e relaciona a detenção na Papuda com o mal súbito ocorrido nesta segunda-feira.

Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos Foto: Reprodução/Cleriston Cunha no Facebook

Cristiano é vereador de Feira da Mata, um pequeno município no oeste da Bahia, e filiado ao PSD. Ele disse que o irmão decidiu participar do 8 de Janeiro por “aquilo que motivou todos os brasileiros” e o chamou de “verdadeiro patriota”. O pai dele, Edson Cunha, foi vice-prefeito da cidade entre os anos de 1989 e 1992.

Aliados de Bolsonaro criticam STF e Moraes

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cunha com críticas ao Supremo e ao ministro da Alexandre de Moraes.

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até esta segunda-feira, mesmo com o parecer da PGR. Segundo o parlamentar, o falecimento do homem representa uma “burocracia que vem cerceando direitos dos presos”. “É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido”, afirmou Mourão.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. “Alguém terá que ser responsabilizado”, afirmou o parlamentar do PL.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma “apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia”.

O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, acusado de tentativa de golpe de Estado, de “patriota” e publicou uma imagem em que afirma que o preso “pagou com a sua vida”.

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. “Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo”, disse.

RIO – Um dos presos no Congresso por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro, Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu após passar mal no Complexo Penitenciário da Papuda nesta segunda-feira, 20, em Brasília. Ele teve um mal súbito durante banho de sol no presídio.

O detento se sentiu mal por volta das 10h, no pátio do bloco de recolhimento da penitenciária. Ele foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, com protocolo de reanimação cardiorrespiratória. Às 10h58, ele morreu.

Cleriston Pereira da Cunha morreu após um mal súbito na Papuda nesta segunda-feira Foto: Reprodução/Ação penal

Quem era Cleriston Pereira da Cunha?

Empresário e membro de uma família de políticos do interior da Bahia, Cleriston, conhecido pelos familiares e amigos próximos como “Clezão do Ramalhão”, foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro – data da invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília – e levado à Papuda. Ele nasceu na Bahia, mas morava no Distrito Federal há duas décadas.

O que ele fez no 8 de Janeiro?

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleriston fez parte do grupo que invadiu o Congresso durante os ataques, quebrou vidraças, espelhos, móveis, lixeiras, computadores, obras de artes e câmeras de seguranças.

Além disso, de acordo com o Ministério Público, ele queimou o salão verde da Câmara, empregando uma substância inflamável, e destruiu uma viatura da Casa. A conduta foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ao receber a denúncia.

O que alegou a defesa dele?

Durante o julgamento da denúncia, em abril, o advogado Bruno Azevedo de Souza, defensor de Cleriston Pereira da Cunha, negou as acusações e afirmou que o acusado estava no local fazendo uma manifestação pacífica, sem depredar nenhum patrimônio público.

Cleriston se tornou réu por sete crimes, incluindo associação criminosa armada, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Ele ainda não havia sido julgado pelo plenário do Supremo. A defesa dele contestava o fato de os crimes terem sido imputados coletivamente, e não individualmente, pelo Supremo.

Cleriston Pereira da Cunha tinha problema de saúde?

Cleriston sofria de problemas de saúde e tinha um parecer da PGR favorável à soltura dele. Enquanto estava detido preventivamente na penitenciária, ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica.

Por conta da sua condição física, a defesa de Cleriston havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a PGR deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia um despacho do STF sobre a solicitação.

Médica alertou para risco de morte

No dia 11 de janeiro, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, do Hospital Regional de Taguatinga, pediu “agilidade na resolução do processo legal” de Cleriston alegando que o detento corria risco de morte por imunossupressão e infecções, diante de seu quadro de saúde.

De acordo com ela, o preso era acompanhado a cerca oito meses por um quadro de “vasculite múltiplos vasos” e “miosite secundária à Covid-19″. Em 2022, ele ficou internado por 33 dias para tratar complicações do estado de saúde.

“Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos a agilidade na resolução do processo legal do paciente”, escreveu.

Como era atendimento médico na penitenciária?

De acordo com registros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Cleriston recebeu oito atendimentos médicos entre janeiro e agosto. No dia 29 de maio, o detento chegou a ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte. Os demais atendimentos ocorreram em consultórios da própria penitenciária.

Desde que foi preso, Cleriston recebeu medicamentos controlados para hipertensão e diabetes enviados pela defesa. Em fevereiro, ele chegou a recusar os remédios afirmando que não precisava mais da medicação. Em abril, o detento voltou a receber medicamentos.

Após a morte do detento, Moraes pediu que a direção do Complexo da Papuda remetesse informações detalhadas sobre as causas da morte.

“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha, oficie-se, com urgência, à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, determinou.

O que diz a família?

A família de Cleriston considera ter havido descaso do STF com o réu. Em entrevista ao Estadão, o irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, afirmou que a família está indignada pela demora do STF em despachar a concessão da liberdade provisória e relaciona a detenção na Papuda com o mal súbito ocorrido nesta segunda-feira.

Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos Foto: Reprodução/Cleriston Cunha no Facebook

Cristiano é vereador de Feira da Mata, um pequeno município no oeste da Bahia, e filiado ao PSD. Ele disse que o irmão decidiu participar do 8 de Janeiro por “aquilo que motivou todos os brasileiros” e o chamou de “verdadeiro patriota”. O pai dele, Edson Cunha, foi vice-prefeito da cidade entre os anos de 1989 e 1992.

Aliados de Bolsonaro criticam STF e Moraes

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cunha com críticas ao Supremo e ao ministro da Alexandre de Moraes.

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até esta segunda-feira, mesmo com o parecer da PGR. Segundo o parlamentar, o falecimento do homem representa uma “burocracia que vem cerceando direitos dos presos”. “É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido”, afirmou Mourão.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. “Alguém terá que ser responsabilizado”, afirmou o parlamentar do PL.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma “apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia”.

O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, acusado de tentativa de golpe de Estado, de “patriota” e publicou uma imagem em que afirma que o preso “pagou com a sua vida”.

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. “Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo”, disse.

RIO – Um dos presos no Congresso por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro, Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu após passar mal no Complexo Penitenciário da Papuda nesta segunda-feira, 20, em Brasília. Ele teve um mal súbito durante banho de sol no presídio.

O detento se sentiu mal por volta das 10h, no pátio do bloco de recolhimento da penitenciária. Ele foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, com protocolo de reanimação cardiorrespiratória. Às 10h58, ele morreu.

Cleriston Pereira da Cunha morreu após um mal súbito na Papuda nesta segunda-feira Foto: Reprodução/Ação penal

Quem era Cleriston Pereira da Cunha?

Empresário e membro de uma família de políticos do interior da Bahia, Cleriston, conhecido pelos familiares e amigos próximos como “Clezão do Ramalhão”, foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro – data da invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília – e levado à Papuda. Ele nasceu na Bahia, mas morava no Distrito Federal há duas décadas.

O que ele fez no 8 de Janeiro?

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleriston fez parte do grupo que invadiu o Congresso durante os ataques, quebrou vidraças, espelhos, móveis, lixeiras, computadores, obras de artes e câmeras de seguranças.

Além disso, de acordo com o Ministério Público, ele queimou o salão verde da Câmara, empregando uma substância inflamável, e destruiu uma viatura da Casa. A conduta foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ao receber a denúncia.

O que alegou a defesa dele?

Durante o julgamento da denúncia, em abril, o advogado Bruno Azevedo de Souza, defensor de Cleriston Pereira da Cunha, negou as acusações e afirmou que o acusado estava no local fazendo uma manifestação pacífica, sem depredar nenhum patrimônio público.

Cleriston se tornou réu por sete crimes, incluindo associação criminosa armada, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Ele ainda não havia sido julgado pelo plenário do Supremo. A defesa dele contestava o fato de os crimes terem sido imputados coletivamente, e não individualmente, pelo Supremo.

Cleriston Pereira da Cunha tinha problema de saúde?

Cleriston sofria de problemas de saúde e tinha um parecer da PGR favorável à soltura dele. Enquanto estava detido preventivamente na penitenciária, ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica.

Por conta da sua condição física, a defesa de Cleriston havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a PGR deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia um despacho do STF sobre a solicitação.

Médica alertou para risco de morte

No dia 11 de janeiro, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, do Hospital Regional de Taguatinga, pediu “agilidade na resolução do processo legal” de Cleriston alegando que o detento corria risco de morte por imunossupressão e infecções, diante de seu quadro de saúde.

De acordo com ela, o preso era acompanhado a cerca oito meses por um quadro de “vasculite múltiplos vasos” e “miosite secundária à Covid-19″. Em 2022, ele ficou internado por 33 dias para tratar complicações do estado de saúde.

“Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos a agilidade na resolução do processo legal do paciente”, escreveu.

Como era atendimento médico na penitenciária?

De acordo com registros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Cleriston recebeu oito atendimentos médicos entre janeiro e agosto. No dia 29 de maio, o detento chegou a ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte. Os demais atendimentos ocorreram em consultórios da própria penitenciária.

Desde que foi preso, Cleriston recebeu medicamentos controlados para hipertensão e diabetes enviados pela defesa. Em fevereiro, ele chegou a recusar os remédios afirmando que não precisava mais da medicação. Em abril, o detento voltou a receber medicamentos.

Após a morte do detento, Moraes pediu que a direção do Complexo da Papuda remetesse informações detalhadas sobre as causas da morte.

“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha, oficie-se, com urgência, à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, determinou.

O que diz a família?

A família de Cleriston considera ter havido descaso do STF com o réu. Em entrevista ao Estadão, o irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, afirmou que a família está indignada pela demora do STF em despachar a concessão da liberdade provisória e relaciona a detenção na Papuda com o mal súbito ocorrido nesta segunda-feira.

Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos Foto: Reprodução/Cleriston Cunha no Facebook

Cristiano é vereador de Feira da Mata, um pequeno município no oeste da Bahia, e filiado ao PSD. Ele disse que o irmão decidiu participar do 8 de Janeiro por “aquilo que motivou todos os brasileiros” e o chamou de “verdadeiro patriota”. O pai dele, Edson Cunha, foi vice-prefeito da cidade entre os anos de 1989 e 1992.

Aliados de Bolsonaro criticam STF e Moraes

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cunha com críticas ao Supremo e ao ministro da Alexandre de Moraes.

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até esta segunda-feira, mesmo com o parecer da PGR. Segundo o parlamentar, o falecimento do homem representa uma “burocracia que vem cerceando direitos dos presos”. “É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido”, afirmou Mourão.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. “Alguém terá que ser responsabilizado”, afirmou o parlamentar do PL.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma “apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia”.

O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, acusado de tentativa de golpe de Estado, de “patriota” e publicou uma imagem em que afirma que o preso “pagou com a sua vida”.

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. “Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo”, disse.

RIO – Um dos presos no Congresso por envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro, Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, morreu após passar mal no Complexo Penitenciário da Papuda nesta segunda-feira, 20, em Brasília. Ele teve um mal súbito durante banho de sol no presídio.

O detento se sentiu mal por volta das 10h, no pátio do bloco de recolhimento da penitenciária. Ele foi atendido por equipes do Samu e do Corpo de Bombeiros, com protocolo de reanimação cardiorrespiratória. Às 10h58, ele morreu.

Cleriston Pereira da Cunha morreu após um mal súbito na Papuda nesta segunda-feira Foto: Reprodução/Ação penal

Quem era Cleriston Pereira da Cunha?

Empresário e membro de uma família de políticos do interior da Bahia, Cleriston, conhecido pelos familiares e amigos próximos como “Clezão do Ramalhão”, foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro – data da invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília – e levado à Papuda. Ele nasceu na Bahia, mas morava no Distrito Federal há duas décadas.

O que ele fez no 8 de Janeiro?

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Cleriston fez parte do grupo que invadiu o Congresso durante os ataques, quebrou vidraças, espelhos, móveis, lixeiras, computadores, obras de artes e câmeras de seguranças.

Além disso, de acordo com o Ministério Público, ele queimou o salão verde da Câmara, empregando uma substância inflamável, e destruiu uma viatura da Casa. A conduta foi citada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), ao receber a denúncia.

O que alegou a defesa dele?

Durante o julgamento da denúncia, em abril, o advogado Bruno Azevedo de Souza, defensor de Cleriston Pereira da Cunha, negou as acusações e afirmou que o acusado estava no local fazendo uma manifestação pacífica, sem depredar nenhum patrimônio público.

Cleriston se tornou réu por sete crimes, incluindo associação criminosa armada, golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado. Ele ainda não havia sido julgado pelo plenário do Supremo. A defesa dele contestava o fato de os crimes terem sido imputados coletivamente, e não individualmente, pelo Supremo.

Cleriston Pereira da Cunha tinha problema de saúde?

Cleriston sofria de problemas de saúde e tinha um parecer da PGR favorável à soltura dele. Enquanto estava detido preventivamente na penitenciária, ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão e era acompanhado por uma equipe médica.

Por conta da sua condição física, a defesa de Cleriston havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. No dia 1º de setembro, a PGR deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia um despacho do STF sobre a solicitação.

Médica alertou para risco de morte

No dia 11 de janeiro, a médica Tania Maria Liete Antunes de Oliveira, do Hospital Regional de Taguatinga, pediu “agilidade na resolução do processo legal” de Cleriston alegando que o detento corria risco de morte por imunossupressão e infecções, diante de seu quadro de saúde.

De acordo com ela, o preso era acompanhado a cerca oito meses por um quadro de “vasculite múltiplos vasos” e “miosite secundária à Covid-19″. Em 2022, ele ficou internado por 33 dias para tratar complicações do estado de saúde.

“Em função da gravidade do quadro clínico, risco de morte pela imunossupressão e infecções, solicitamos a agilidade na resolução do processo legal do paciente”, escreveu.

Como era atendimento médico na penitenciária?

De acordo com registros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal, Cleriston recebeu oito atendimentos médicos entre janeiro e agosto. No dia 29 de maio, o detento chegou a ser levado ao Hospital Regional da Asa Norte. Os demais atendimentos ocorreram em consultórios da própria penitenciária.

Desde que foi preso, Cleriston recebeu medicamentos controlados para hipertensão e diabetes enviados pela defesa. Em fevereiro, ele chegou a recusar os remédios afirmando que não precisava mais da medicação. Em abril, o detento voltou a receber medicamentos.

Após a morte do detento, Moraes pediu que a direção do Complexo da Papuda remetesse informações detalhadas sobre as causas da morte.

“Tendo em vista a notícia sobre o falecimento do réu Cleriston Pereira da Cunha, oficie-se, com urgência, à Direção do Centro de Detenção Provisória II, requisitando-se informações detalhadas sobre o fato, inclusive com cópia do prontuário médico e relatório médico dos atendimentos recebidos pelo interno durante a custódia”, determinou.

O que diz a família?

A família de Cleriston considera ter havido descaso do STF com o réu. Em entrevista ao Estadão, o irmão de Cleriston, Cristiano Pereira da Cunha, afirmou que a família está indignada pela demora do STF em despachar a concessão da liberdade provisória e relaciona a detenção na Papuda com o mal súbito ocorrido nesta segunda-feira.

Cleriston Pereira da Cunha era empresário e morava em Brasília há 20 anos Foto: Reprodução/Cleriston Cunha no Facebook

Cristiano é vereador de Feira da Mata, um pequeno município no oeste da Bahia, e filiado ao PSD. Ele disse que o irmão decidiu participar do 8 de Janeiro por “aquilo que motivou todos os brasileiros” e o chamou de “verdadeiro patriota”. O pai dele, Edson Cunha, foi vice-prefeito da cidade entre os anos de 1989 e 1992.

Aliados de Bolsonaro criticam STF e Moraes

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cunha com críticas ao Supremo e ao ministro da Alexandre de Moraes.

O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até esta segunda-feira, mesmo com o parecer da PGR. Segundo o parlamentar, o falecimento do homem representa uma “burocracia que vem cerceando direitos dos presos”. “É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido”, afirmou Mourão.

O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. “Alguém terá que ser responsabilizado”, afirmou o parlamentar do PL.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma “apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia”.

O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, acusado de tentativa de golpe de Estado, de “patriota” e publicou uma imagem em que afirma que o preso “pagou com a sua vida”.

O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. “Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo”, disse.

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