8,3 mil brasileiros aguardam na fila do SUS por mesma cirurgia feita por Lula no Sírio-Libanês


Mais de 70% das pessoas da fila estão nos Estados do Rio Grande do Sul e do Goiás, que têm, juntos, 6.204 pacientes aguardando pelo procedimento

Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

No Sistema Único de Saúde (SUS), 8.348 pessoas aguardam para fazer a cirurgia de artroplastia do quadril, mesmo tipo de procedimento feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Hospital Sírio-Libanês, da rede particular de saúde, em Brasília, nesta sexta-feira, 29.

A intervenção cirúrgica é o tratamento mais extremo para casos graves de artrose no quadril. Com o tempo, a cartilagem entre o fêmur e o osso do quadril vai se desgastando e causa bastante dor ao paciente. Na artroplastia, é colocada uma prótese no lugar, que pode ser de metal ou de cerâmica. Apesar de a cirurgia ser complexa, o risco é baixo, segundo especialistas.

Fachada do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, local em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz uma cirurgia no quadril para aliviar dores em decorrência de uma artrose Foto: WILTON JUNIOR
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Como o SUS é gerido de forma descentralizada, são os Estados que administram a espera de cirurgias e procedimentos, classificando os pacientes de acordo com a urgência e a gravidade do quadro. A partir de abril deste ano, eles apresentaram ao Ministério da Saúde quantas pessoas aguardam na fila de cada tipo de cirurgia, por causa de um plano que a pasta tem para acelerar as listas de espera.

De acordo com os dados declarados ao Programa Nacional de Redução das Filas, 43% das 8.348 pessoas que aguardam por uma cirurgia para a artrose no quadril estão no Rio Grande do Sul. O Estado tem 3.684 pessoas na fila. A reportagem questionou a Secretaria de Saúde do Estado, que respondeu que a pasta “não regula cirurgias, mas a primeira consulta especializada”. “A inserção é apenas para registro da fila interna dos hospitais”, disse, em nota.

Depois do Rio Grande do Sul, a maior fila está no Goiás, com 2.520 pacientes – 30,1% do número nacional. As filas dos dois Estados, juntas, têm 6.204 pacientes ou, em percentuais, 73,1% da fila do SUS.

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Há seis tipos de artroplastias diferentes no SUS: total, parcial, cimentada (nome dado por causa do tipo da prótese), não cimentada ou híbrida, de revisão ou reconstrução e não convencional. A que o presidente faz é a total: ele trocará um pedaço do fêmur por uma prótese.

Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e Sergipe declararam ao Ministério da Saúde que não têm pessoas na fila para fazer artroplastia de quadril.

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Na terça-feira, 26, durante a live “Conversa com o Presidente”, Lula disse que as pessoas não iam vê-lo de andador. O uso do aparato é uma das etapas da recuperação. “Vocês não vão me ver de andador, muleta, vocês vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado, mas vou ter que ter um pouco de cuidado”, disse o petista.

A declaração foi considerada capacitista, porque o presidente associou a ideia de beleza com não fazer uso de andador ou muletas. Ivan Baron, influencer e pessoa com deficiência que subiu a rampa ao lado de Lula no dia 1º de janeiro, criticou a fala. “É nítido que ele não falou por mal, mas ao mesmo tempo não podemos deixar esse erro capacitista passar despercebido”, disse.

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A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) também repreendeu o presidente. À Coluna do Estadão, a parlamentar lamentou a “fala capacitista” do petista e disse que “passou da hora de o presidente estudar mais sobre o universo das deficiências”.

Veja como funciona a cirurgia que o presidente Lula faz nesta sexta

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Assista ao vídeo sobre o procedimento

Ministério da Saúde diz que número de artroplastias aumentou

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Procurado, o Ministério da Saúde confirmou os dados levantados pela reportagem e disse que os Estados e municípios podem gerir a demanda localmente. “Esse procedimento pode ser incluído por Estados e municípios no Programa Nacional de Redução de Filas, iniciativa do Ministério da Saúde para diminuir a demanda represada por cirurgias eletivas, exames e consultas especializadas em todo Brasil. Ao todo, a estratégia prevê a liberação de R$ 600 milhões para apoiar Estados e municípios. Os recursos são destinados de acordo com os planos encaminhados pelos gestores locais.”

A pasta também disse que o número de procedimentos de artroplastia aumentou nos últimos anos. “Em todo o Brasil, foram realizadas 20,2 mil cirurgias de artroplastia de quadril pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre os meses de janeiro e julho de 2023. O número é 13,7% maior que o total de procedimentos realizados no mesmo período do ano passado (17,7 mil) e 28,8% maior que o total de cirurgias do tipo realizadas no mesmo período de 2019, período pré-pandemia (15,7 mil).”

No Sistema Único de Saúde (SUS), 8.348 pessoas aguardam para fazer a cirurgia de artroplastia do quadril, mesmo tipo de procedimento feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Hospital Sírio-Libanês, da rede particular de saúde, em Brasília, nesta sexta-feira, 29.

A intervenção cirúrgica é o tratamento mais extremo para casos graves de artrose no quadril. Com o tempo, a cartilagem entre o fêmur e o osso do quadril vai se desgastando e causa bastante dor ao paciente. Na artroplastia, é colocada uma prótese no lugar, que pode ser de metal ou de cerâmica. Apesar de a cirurgia ser complexa, o risco é baixo, segundo especialistas.

Fachada do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, local em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz uma cirurgia no quadril para aliviar dores em decorrência de uma artrose Foto: WILTON JUNIOR

Como o SUS é gerido de forma descentralizada, são os Estados que administram a espera de cirurgias e procedimentos, classificando os pacientes de acordo com a urgência e a gravidade do quadro. A partir de abril deste ano, eles apresentaram ao Ministério da Saúde quantas pessoas aguardam na fila de cada tipo de cirurgia, por causa de um plano que a pasta tem para acelerar as listas de espera.

De acordo com os dados declarados ao Programa Nacional de Redução das Filas, 43% das 8.348 pessoas que aguardam por uma cirurgia para a artrose no quadril estão no Rio Grande do Sul. O Estado tem 3.684 pessoas na fila. A reportagem questionou a Secretaria de Saúde do Estado, que respondeu que a pasta “não regula cirurgias, mas a primeira consulta especializada”. “A inserção é apenas para registro da fila interna dos hospitais”, disse, em nota.

Depois do Rio Grande do Sul, a maior fila está no Goiás, com 2.520 pacientes – 30,1% do número nacional. As filas dos dois Estados, juntas, têm 6.204 pacientes ou, em percentuais, 73,1% da fila do SUS.

Há seis tipos de artroplastias diferentes no SUS: total, parcial, cimentada (nome dado por causa do tipo da prótese), não cimentada ou híbrida, de revisão ou reconstrução e não convencional. A que o presidente faz é a total: ele trocará um pedaço do fêmur por uma prótese.

Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e Sergipe declararam ao Ministério da Saúde que não têm pessoas na fila para fazer artroplastia de quadril.

Na terça-feira, 26, durante a live “Conversa com o Presidente”, Lula disse que as pessoas não iam vê-lo de andador. O uso do aparato é uma das etapas da recuperação. “Vocês não vão me ver de andador, muleta, vocês vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado, mas vou ter que ter um pouco de cuidado”, disse o petista.

A declaração foi considerada capacitista, porque o presidente associou a ideia de beleza com não fazer uso de andador ou muletas. Ivan Baron, influencer e pessoa com deficiência que subiu a rampa ao lado de Lula no dia 1º de janeiro, criticou a fala. “É nítido que ele não falou por mal, mas ao mesmo tempo não podemos deixar esse erro capacitista passar despercebido”, disse.

A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) também repreendeu o presidente. À Coluna do Estadão, a parlamentar lamentou a “fala capacitista” do petista e disse que “passou da hora de o presidente estudar mais sobre o universo das deficiências”.

Veja como funciona a cirurgia que o presidente Lula faz nesta sexta

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Ministério da Saúde diz que número de artroplastias aumentou

Procurado, o Ministério da Saúde confirmou os dados levantados pela reportagem e disse que os Estados e municípios podem gerir a demanda localmente. “Esse procedimento pode ser incluído por Estados e municípios no Programa Nacional de Redução de Filas, iniciativa do Ministério da Saúde para diminuir a demanda represada por cirurgias eletivas, exames e consultas especializadas em todo Brasil. Ao todo, a estratégia prevê a liberação de R$ 600 milhões para apoiar Estados e municípios. Os recursos são destinados de acordo com os planos encaminhados pelos gestores locais.”

A pasta também disse que o número de procedimentos de artroplastia aumentou nos últimos anos. “Em todo o Brasil, foram realizadas 20,2 mil cirurgias de artroplastia de quadril pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre os meses de janeiro e julho de 2023. O número é 13,7% maior que o total de procedimentos realizados no mesmo período do ano passado (17,7 mil) e 28,8% maior que o total de cirurgias do tipo realizadas no mesmo período de 2019, período pré-pandemia (15,7 mil).”

No Sistema Único de Saúde (SUS), 8.348 pessoas aguardam para fazer a cirurgia de artroplastia do quadril, mesmo tipo de procedimento feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Hospital Sírio-Libanês, da rede particular de saúde, em Brasília, nesta sexta-feira, 29.

A intervenção cirúrgica é o tratamento mais extremo para casos graves de artrose no quadril. Com o tempo, a cartilagem entre o fêmur e o osso do quadril vai se desgastando e causa bastante dor ao paciente. Na artroplastia, é colocada uma prótese no lugar, que pode ser de metal ou de cerâmica. Apesar de a cirurgia ser complexa, o risco é baixo, segundo especialistas.

Fachada do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, local em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz uma cirurgia no quadril para aliviar dores em decorrência de uma artrose Foto: WILTON JUNIOR

Como o SUS é gerido de forma descentralizada, são os Estados que administram a espera de cirurgias e procedimentos, classificando os pacientes de acordo com a urgência e a gravidade do quadro. A partir de abril deste ano, eles apresentaram ao Ministério da Saúde quantas pessoas aguardam na fila de cada tipo de cirurgia, por causa de um plano que a pasta tem para acelerar as listas de espera.

De acordo com os dados declarados ao Programa Nacional de Redução das Filas, 43% das 8.348 pessoas que aguardam por uma cirurgia para a artrose no quadril estão no Rio Grande do Sul. O Estado tem 3.684 pessoas na fila. A reportagem questionou a Secretaria de Saúde do Estado, que respondeu que a pasta “não regula cirurgias, mas a primeira consulta especializada”. “A inserção é apenas para registro da fila interna dos hospitais”, disse, em nota.

Depois do Rio Grande do Sul, a maior fila está no Goiás, com 2.520 pacientes – 30,1% do número nacional. As filas dos dois Estados, juntas, têm 6.204 pacientes ou, em percentuais, 73,1% da fila do SUS.

Há seis tipos de artroplastias diferentes no SUS: total, parcial, cimentada (nome dado por causa do tipo da prótese), não cimentada ou híbrida, de revisão ou reconstrução e não convencional. A que o presidente faz é a total: ele trocará um pedaço do fêmur por uma prótese.

Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina e Sergipe declararam ao Ministério da Saúde que não têm pessoas na fila para fazer artroplastia de quadril.

Na terça-feira, 26, durante a live “Conversa com o Presidente”, Lula disse que as pessoas não iam vê-lo de andador. O uso do aparato é uma das etapas da recuperação. “Vocês não vão me ver de andador, muleta, vocês vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado, mas vou ter que ter um pouco de cuidado”, disse o petista.

A declaração foi considerada capacitista, porque o presidente associou a ideia de beleza com não fazer uso de andador ou muletas. Ivan Baron, influencer e pessoa com deficiência que subiu a rampa ao lado de Lula no dia 1º de janeiro, criticou a fala. “É nítido que ele não falou por mal, mas ao mesmo tempo não podemos deixar esse erro capacitista passar despercebido”, disse.

A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) também repreendeu o presidente. À Coluna do Estadão, a parlamentar lamentou a “fala capacitista” do petista e disse que “passou da hora de o presidente estudar mais sobre o universo das deficiências”.

Veja como funciona a cirurgia que o presidente Lula faz nesta sexta

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Ministério da Saúde diz que número de artroplastias aumentou

Procurado, o Ministério da Saúde confirmou os dados levantados pela reportagem e disse que os Estados e municípios podem gerir a demanda localmente. “Esse procedimento pode ser incluído por Estados e municípios no Programa Nacional de Redução de Filas, iniciativa do Ministério da Saúde para diminuir a demanda represada por cirurgias eletivas, exames e consultas especializadas em todo Brasil. Ao todo, a estratégia prevê a liberação de R$ 600 milhões para apoiar Estados e municípios. Os recursos são destinados de acordo com os planos encaminhados pelos gestores locais.”

A pasta também disse que o número de procedimentos de artroplastia aumentou nos últimos anos. “Em todo o Brasil, foram realizadas 20,2 mil cirurgias de artroplastia de quadril pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre os meses de janeiro e julho de 2023. O número é 13,7% maior que o total de procedimentos realizados no mesmo período do ano passado (17,7 mil) e 28,8% maior que o total de cirurgias do tipo realizadas no mesmo período de 2019, período pré-pandemia (15,7 mil).”

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