Sobraram ataques entre os candidatos e faltaram discussões de propostas para a cidade. Este é o resumo do primeiro debate eleitoral para a Prefeitura de São Paulo, realizado pela Band na noite desta quinta-feira, 9. O clima bélico se instaurou especialmente no primeiro e no terceiro blocos, onde os postulantes ao cargo puderam fazer perguntas aos adversários.
Pablo Marçal (PRTB) foi o que mais se descontrolou com perguntas e críticas feitas por Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB). Os dois citaram a condenação do ex-coach em 2010 por participar de uma quadrilha que desviava dinheiro de contas bancárias após infectar os e-mails dos correntistas. A condenação foi extinta em 2018 pois a Justiça considerou que o crime estava prescrito.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi alvo principalmente de José Luiz Datena (PSDB), que a todo momento buscava associá-lo com o suposto esquema da Máfia das Creches, onde a participação do emedebista é investigada pela Polícia Federal, e lançar suspeitas sobre a relação do prefeito com empresas de ônibus que prestam serviço de transporte público na capital paulista e são acusadas de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Em resposta, Nunes disse que Datena já foi condenado por imputação falsa de crimes. O prefeito, que foi chamado de “falsa direita” por Marçal, chegou a pedir calma para o influenciador e chamá-lo de “Bla Bla Marçal”.
Veja as principais frases do debate:
Ricardo Nunes para Pablo Marçal
Logo no início do debate, Pablo Marçal disparou contra os adversários e, em tom incisivo, chamou Ricardo Nunes de “falsa direita” e Guilherme Boulos de “extrema-esquerda. Na réplica, o prefeito ironizou ao pedir calma ao rival. “Se não você vai virar o Bla Bla Marçal”, disse Nunes
Pablo Marçal para Tabata Amaral
Tabata questionou Marçal sobre a Operação Água Branca, projeto urbano nas regiões oeste e norte do município. ”Pode esclarecer o que é a ‘Operação Água Branca’? Deve ser algum bandido de esquerda que tá envolvido nisso aí”, disse o candidato do PRTB, sem saber do que se tratava.
O projeto mencionado pela candidata teve origem em 1995, durante a gestão do então prefeito Paulo Maluf, como uma estratégia para captar recursos destinados à implementação de projetos de infraestrutura na cidade, por meio de parcerias entre o setor público e a iniciativa privada. Ao longo de quase duas décadas, a iniciativa passou por diversas revisões, sendo a mais recente realizada em 2021.
José Luiz Datena para Guilherme Boulos
Embora em determinado momento tenha feito uma dobradinha com Boulos, Datena também procurou pressionar o candidato do PSOL, com quem tem bola relação. Depois, quero saber se você é democrata, porque parece que não é, apoia Maduro e a ditadura na Venezuela. Você deveria ser prefeito em Caracas”, disse o apresentador.
Pablo Marçal para Tabata Amaral
Marçal perdeu a paciência após ser questionado por Tabata. Ele não gostou das perguntas e insinuou que ela tem proximidade com Boulos.
Guilherme Boulos
Boulos sobre o apoio de Jair Bolsonaro (PL) na eleição paulista. Marçal tentou o apoio, mas foi preterido pelo ex-presidente.
Tabata Amaral sobre Pablo Marçal
Em outro embate com Marçal, Tabata ironizou o ex-coach, conhecido por viralizar na internet com suas histórias compartilhadas em palestras e mentorias. Durante sua fala, a candidata fez referência a um desses casos, em que Marçal ensina como reagir ao ataque de um tubarão.
“São Paulo não precisa de candidato que diz que dá soco em tubarão, que é o 0071 goiano, que tá aqui em São Paulo, tentando dar solução que não existe”.
José Luiz Datena para Ricardo Nunes
Ao associar o atual prefeito ao escândalo conhecido como “Máfia dos Transportes” – que investiga a suposta ligação entre empresas de ônibus em São Paulo e facções do crime organizado –, Datena declarou: “Se você quiser me dar um processo, vai ser uma maravilha você me processar. Vou pendurar no quadro principal da minha casa. É uma honra ser processado por gente como você”